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Nova Zelândia num roteiro pela Ilha Sul

Lake Hawea, para encher os olhos

Nova Zelândia. Feche os olhos. Imagine um lugar longe de tudo, praticamente isolado do mundo, cercado de mar por todos os lados. Montanhas cobertas de neve em pleno verão, rios cristalinos e lagos dos mais variados tons de azul. Vegetação densa e variada. Adicione um povo para lá de simpático e às vezes até meio maluco (no melhor sentido!).

Não, não estou falando da Terra Média de J.R.R. Tolkien, autor de O Senhor dos Anéis, mas sim do local que serviu de cenário para a versão cinematográfica… Hum, agora ficou fácil para quem conhece a trilogia.

Este lugar, infelizmente, pouco conhecido da maioria das pessoas é a Nova Zelândia!

Para quem não se lembra, este pequeno país fica ali ao lado da Austrália, um tanto quanto isolado no pacífico sul.

A oportunidade de visitar a Nova Zelândia surgiu a partir de uma viagem à Austrália, feita no Carnaval deste ano. Sabe aquele lance “já que você está ali, dê uma esticadinha…”? Pois é, no caso de uma viagem à Austrália, uma extensão à Nova Zelândia é algo obrigatório e imperdível.

É logo “ali”, do outro lado do mundo!

Garanto, o sacrifício de chegar lá – afinal estamos falando de um destino que fica do outro lado do mundo – vale a pena. As paisagens são incríveis.

Não raras vezes, por mais que a gente deseje, as fotos fatalmente não conseguem dar a real noção da beleza de um local. Mas espero que as fotos e os relatos destes posts possam ao menos dar uma pequena idéia de quão bacana é esta nação de beleza singular.

Céu cor de lago ou lago cor de céu???
Lake Tekapo.

Aliás, se me pedissem para definir a Nova Zelândia em uma única palavra esta seria, sem clichê ou exagero, singular.

Isto porque quase tudo na Nova Zelândia parece existir apenas lá – paisagem, cultura, fauna, e por ai vai. Esta singularidade decorre em muito justamente do isolamento do país.

Com 268.680 km², a Nova Zelândia é formada essencialmente por duas ilhas, uma ao norte, mais desenvolvida e populosa; e outra ao sul, que até mesmo por ser menos habitada, conservou muito de sua beleza natural.

Trata-se de um país relativamente pequeno, pouco menor que o Japão ou a Itália, com apenas 1.600 km de extensão.

Mar da Tasmânia na costa oeste.

Diferentemente do que a maioria possa pensar, Auckland, embora seja a principal cidade não é a capital do país, posto que é ocupado por Wellington, situada ao sul da Ilha Norte.

A Nova Zelândia tem uma das menores densidades demográficas do mundo, com apenas 15 hab./km². Para dar uma idéia de quanto isto é baixo, ela ocupa a 204.ª posição neste ranking.

E mais, considere que a maior parte da população de 4.268.000 habitantes está na Ilha Norte. Daí porque, dizer que a Ilha Sul é um paraíso quase deserto não é exagero.

Mas não é só, aproximadamente 10% da população neo-zelandesa mora fora do país, principalmente na vizinha Austrália – onde os salários são maiores ainda. Perai, já tem pouca gente e ainda o pessoal resolve morar fora???

A população é constituída em sua maioria por descendentes de europeus, e uma minoria de origem maiori (uns 13%) e outros grupos étnicos, como asiáticos por exemplo. Em tempo, maori são todos os descendentes dos primeiros habitantes da  Nova Zelândia. Maori significa “aquele que nasceu no lugar”.

 Interessante é que sob o ponto de vista religioso pouco mais de 1/3 da população se declara “não religioso”, um índice bem fora do comum para qualquer nação. Os demais são protestantes (33%); católicos (15%) e o restante pertence a outras religiões.

Igreja no Lake Tekapo. Existe altar melhor que este???

Fora a beleza natural do local, se tem algo que impressionou na Nova Zelândia foi o povo. Que boa surpresa.

Eu definiria o neozelandês como um povo extremamente educado, mas não menos simpático, e até um pouco maluco demais – no bom sentido! Donos de um estilo um pouco menos despojado que o australiano e com um senso de humor no estilo britânico, os neozelandeses são muito receptivos aos turistas.

Antes de viajar eu li que as pessoas, ainda que estranhas umas às outras, se cumprimentavam nas ruas. Logo pensei, “Ah tá… Até parece!” E não é que é verdade. Andando pelas ruas, bastava olhar para o rosto de algum nativo e lá estava a pessoa sorrindo, acenando com a cabeça ou ainda mandando um “Good morning”.

Embora tenha sido um dos últimos pedaços de terra a serem “descobertos” pelos exploradores europeus, alguns estudiosos acreditam que a região já era povoada pelos polinésios que ali chegaram por volta de 1250-1300 d.C. Para outros, a região já era ocupada no período entre 50 e 150 d.C.

Canal a partir do Lake Pukaki. Não parece que colocaram Confort na água???
Olha só a cor da água do Kawarau River…esta corda é do Bunggy Jump.
Dizem que esta cor é fruto da mistura entre a água das geleiras e os minerais da região.

O primeiro explorador europeu a chegar à Nova Zelândia foi o holandês Abel Janszoon Tasman, em 1642. Porém a viagem foi uma tragédia para os europeus. Os maoris mataram quase toda a tripulação. Por conta disso, a região ficou inexplorada até 1769, quando o britânico James Cook realizou sua viagem à região.

Dizem que os maoris foram tão durões que não houve uma colonização propriamente dita, mas sim um acordo de ocupação (tratado de Waitangi de 6 de fevereiro de 1840) para que os europeus pudessem se estabelecer em alguns lugares. Igualzinho na América Latina…

Apenas a partir da metade do século 19, os europeus decidiram colonizar a região, com o estabelecimento de missionários cristãos. Já nos idos de 1870, a região usufruía de relativa paz e prosperidade, com a descoberta de ouro e exportação de carne, de lã e de produtos lácteos para a Europa.

A cultura maori está fundada essencialmente na espiritualidade e na idéia de que tudo na natureza é sagrado, o que talvez justifique em parte o apurado senso de preservação ambiental neozelandês. 

Como dito, Aotearoa em maiori (A Terra da Grande Nuvem Branca), ou Nova Zelândia (Zelândia é uma região da Holanda cujo significado é terra rodeada pelo mar) é um dos países mais isolados do mundo. Basta notar que seus vizinhos mais próximos, os australianos, estão a 2.000 km de distância.

Tal isolamento possibilitou o desenvolvimento de uma fauna única na região, principalmente de pássaros. Para ter-se uma idéia disto, antes da chegada dos imigrantes, inexistiam mamíferos na região!!!

Os primeiros predadores exterminaram algumas espécies de aves.

Este isolamento criou algumas espécies típicas da região, como o weta, um grilo gigante de até 10 cm; e o kiwi, uma ave marrom, de penas marrons, curtas e finas; bico longo e curvado; sem asas, que deu nome à fruta típica da região e tornou-se não só a ave símbolo do país, mas também uma designação coloquial para os neozelandeses.

Juro que eu não coloquei este adesivo ai!!!
É mole? Quase dar a volta ao mundo esperando comer um kiwi local, e te servirem um “Italy”!!!
Neste caso o pássaro veio antes do ovo, ou melhor da fruta!
Forçando um pouco, até dá para concordar que a fruta se assemelha ao pássaro.

E por falar em kiwi, existem vários tipos diferentes e ele cresce como uva, em parreiras.

Ah, um detalhe, nunca se esqueça que os neozelandeses usam a expressão “kiwi fruit” para designar a fruta. Portanto, nunca faça como este que aqui escreve, que ao conversar com um atendente a respeito de refeição soltou um “I´d like to try a kiwi”, algo como “Eu gostaria de comer um kiwi”, pois você corre o risco deles entenderem que você quer comer o pássaro ou pior ainda, uma… bom, deixa pra lá, vocês entenderam né?!?!

A economia está focada principalmente na agricultura, pesca, além de indústria de transformação, turismo (US$1,7 bilhões / ano) e serviços. Há também a exportação de kiwi; uva (e vinhos de qualidade); lã (um dos 10 maiores produtores mundiais); e laticínios (a empresa Fonterra é a maior exportadora de laticínios do mundo).

Com um PIB de US$ 111,7 bilhões (58.º) e uma renda per capita de US$ 26.379 (32.º), a Nova Zelândia ocupa o terceiro posto no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o que demonstra a excelente qualidade de vida naquelas bandas e reflete o fato de praticamente não existir desigualdade social.

Eita vida dura, sujeito pescando no Lake Tekapo em plena segundona!

Para ter-se uma idéia de como as coisas são por lá, enquanto o Brasil proclamava a república em 1889, a Nova Zelândia instituía o voto universal, para as mulheres também, é claro. Tai a prova de que um país novo não precisa ser “atrasado”.

Ah, e por falar em leis e afins, a Nova Zelândia não tem estados como outros países, razão pela qual as leis são federais apenas.

Apesar de existir como nação independente desde 1907, a Nova Zelândia é formalmente uma monarquia constitucional parlamentarista que mesmo tendo um primeiro ministro e um parlamento absolutamente independentes, mantém estreitos laços com a monarquia britânica.

Como a moeda é o Dólar Neozelandês (NZD), considere usar os meios de pagamento tradicionais (cartão de débito, cartão pré-pago e em último caso cartão de crédito). 

O Dólar Neozelandês vem em notas de 100, 50, 20, 10 e 5 dólares, e moedas de 1 e 2 dólares (moedas douradas) e 50, 20, 10 e 5 centavos. Curiosamente, assim como no Brasil, não existe mais moeda de 1 centavo, pois o custo não compensa o cunho.

Os bancos funcionam de segunda à sexta das 9h00 às 16h30, e em algumas cidades como Queenstown, existe expediente nos finais de semana. Não existem bancos brasileiros estabelecidos na Nova Zelândia.

A taxa de câmbio é de R$ 1,62598 para cada 1 NZD (cotado ontem). E por falar

em dinheiro, o custo geral da viagem (comida, hospedagem, combustível) é consideravelmente mais elevado se comparado a destinos como Estados Unidos e Europa. Mas nada que inviabilize a viagem, basta um bom planejamento; pesquisar bastante os hotéis e moderar nas compras.

Diversamente dos países da Europa e até mesmo da Austrália, na Nova Zelândia não há a possibilidade de restituir o imposto de valor agregado ou Goods and Services Tax (GST) que é de 15%. Uma pena!

A Nova Zelândia seque o mesmo padrão argentino e australiano para tomadas elétricas e a voltagem é 200volts.

Não é exigido visto de turismo para quem pretender visitar o país. Todavia, na imigração é necessário comprovar que você tem a passagem de volta para o Brasil e/ou para outro destino, bem como a existência de fundos para custear a viagem e reservas de hotel. Mas a imigração é uma das mais tranqüilas que já tive – a senhora que nos atendeu deu até recomendações de lugares para visitar!!! Aliás recomendo uma visita ao portal de turismo do país, um dos melhores que já vi.

Artista de rua em Queenstown.

Um pequeno alerta é que os kiwis são extremamente rigorosos com as regras sanitárias. É terminantemente proibido entrar no país com qualquer produto de origem animal e vegetal que não seja industrializado. Li casos de gente tentando entrar com aquelas máscaras de Bali, feitas de madeira e que foram confiscadas.

Se tiver algum item proibido, não espere ser parado pela fiscalização, declare logo de cara o que tem na mala para não ter que pagar a altíssima multa.

Nós mesmos passamos por uma entrevista no controle sanitário – tínhamos uma dúzia de conchas que pegamos numa praia perto da Barreira de Corais. Ai que fria!!! Ao ser perguntado já fui confessando… Depois de ser quase que fuzilado pelo olhar do fiscal, tivemos que jurar que não iríamos tirá-las da garrafa plástica em que estavam guardadas. Ao final ele permitiu a nossa
entrada com elas e eu cumpri minha promessa de “open only at home”.

Ainda para dar idéia de como as coisas são, lá me contaram que na Nova Zelândia existem apenas duas espécies de aranhas, ambas trazidas nos últimos 100 anos pelos vizinhos australianos nas idas e vindas. Até hoje eles reclamam disso em tom de piada, é claro.

Assim, leve a questão muito a sério!

A gente sempre torce para não precisar, mas caso necessário, a Embaixada brasileira fica na 10 Brandon Street, Level 9, Deloitte House, Wellington 6011 – Tel: (04) 473 35 16 / Fax: (04) 473 35 17. E-mail: brasemb@brazil.org.nz (assuntos gerais) e consular@brazil.org.nz (Setor Consular). Horário: de segunda a sexta-feira, das 10:00 às 13:00h.

Como a Nova Zelândia está do outro lado do mundo, o fuso é de 15 horas a mais que o horário de verão brasileiro.

Embora o idioma mais falado seja disparado o inglês, existe também a língua maori. Bacana que algumas placas indicativas estavam em ambos os idiomas. Algumas palavras em maori:

– Kia Ora – Alô, Oi, Como vai, Bom dia. 

– Haere Mai – Bem Vindo.

Mesmo com poucas pessoas falando Maori, eles mantém as placas em ambas as línguas como uma forma de identidade nacional.

Aliás, o inglês neozelandês tem diferenças em relação ao britânico ou americano, eis alguns exemplos:

Choice aye – all good

As – use to intensify the preceding adjective eg ‘sweet as’, ‘hungry as‘

Bro – short for brother, term of friendship used with alarming regularity

Chur – Kiwi for thanks, cool, sweet as, etc. A more relaxed version of ‘cheers bro’. Can also be used as a NZ version of ‘ta da!’

Yeah nah – technically means no. Defined by user; purposely vague.

Yeah right – means ‘I don’t believe you at all’.

Not even – to be used when the facts of a conversation are in dispute

Oh true – used to express vehement agreement

Stink – expression of dismay when told of a failure or an unfortunate event

Root – have sex.

Piss (pronounced puss) – beer 

Sink piss – drink beer

Get pissed – get drunk

Chilly bin – what you use to keep your piss cold

E não raras vezes, os neozelandeses dizem uma coisa querendo dizer outra. Por exemplo, 6 é sex e six é sexo, vai entender…

Quanto tempo? Bom, esta é uma pergunta cuja resposta será sempre “Depende”. Depende do seu interesse particular, orçamento, tempo de férias e tal…

No meu caso, como eu já vinha da Austrália e não dispunha de muito tempo, acabei tendo que explorar apenas a Ilha Sul e em 5 dias. Pouco? Claro, o país tem muito a oferecer. Se tivesse mais dias, certamente teria muito mais o que ver e fazer por ali.

E como não existe unanimidade em nada, sei que vai ter muita gente reclamando dizendo coisas do tipo: “mas a Nova Zelândia não é só o Ilha Sul”; “você não vai falar nada da Ilha Norte?” ou “E Auckland?

Desde já concordo com tais opiniões. A Nova Zelândia é sim mais que a Ilha Sul. Vi muita foto e li bastante sobre a Ilha Norte, mas como procuro sempre falar apenas daquilo que efetivamente vi, fico devendo… Se alguém quiser pagar a minha passagem para voltar lá e visitar a Ilha Norte, prometo voltar para contar tudo!!! Rsss.

Agora é sério. Depois de muito ler e conversar com um colega (valeu Daniel!) que passou mais dias na Nova Zelândia, notei que, tendo pouco tempo disponível, e pretendendo ver algo mais original e selvagem, o lance era mesmo focar a viagem na Ilha Sul.

Quando ir. A Nova Zelândia é um daqueles lugares que pode ser aproveitado em qualquer época do ano. Cada estação traz consigo significativas alterações na paisagem e nos programas que você terá disponível.

Importante lembrar que mesmo estando no mesmo hemisfério que o Brasil, o verão lá é bem fraquinho, e dizem que o inverno é rigoroso.

Fomos no verão, e embora a temperatura não tenha passado dos 25ºC e a mínima tenha sido de 8ºC pela manhã – sim, você leu certo 8ºC!!! – uma visita nesta época do ano traz a vantagem dos dias serem absurdamente longos. Pela posição do país, escurece muito tarde, por volta das 21 horas, o que é excelente para aproveitar as atividades ao ar livre.

Remarkables em Queenstown, cobertas de neve pela manhã em pleno verão.

Aliás,  a Nova Zelândia é um dos primeiros países a ver o sol nascer, dada a sua posição geográfica.

No inverno certamente você poderá não só desfrutar da oportunidade de ver as montanhas com mais neve, mas também de atividades típicas da estação, como por exemplo, esquiar ou fazer snowboarding num dos melhores lugares do mundo para tanto.

Como chegar lá? Bem, infelizmente não existem vôos diretos do Brasil, o que obriga o viajante a fazer escala em algum outro ponto.

A partir do Brasil existem praticamente apenas duas rotas viáveis sob o aspecto tempo x custo: via Chile voando LAN ou via Austrália, voando a partir dali com a QantasAir New Zealand, ou outras empresas locais.

Momentos antes do “E lá vamos nós!!!

Apenas para dar uma pequena idéia de quão longe é, voando pela LAN você embarca, por exemplo em SP às 14:50 da quarta-feira, chega em Santiago às 18:05 (do mesmo dia), de onde parte às 23:30 (do mesmo dia ein!) para Auckland, onde chega na sexta-feira às 4:40 da matina, após nada menos que 22 horas 50 minutos. Epa, mas cadê as outras 24 horas para fechar as contas. Hahã! Como você cruza a Linha Internacional da Data no sentido leste-oeste, você virtualmente perde um dia. Coisa de louco mesmo.

Assim se é para ir tão longe, faça como a maioria das pessoas que visitam a região, inclua a Nova Zelândia em um roteiro pela Austrália. Isto é altamente recomendável não só pelo custo total da viagem, mas também porque a Austrália, como veremos numa próxima série de posts é algo fenomenal.

No meu caso, fui de Sydney para Christchurch, na ilha sul via Air New Zealand. Aqui o relato completo de voar com a mítica empresa aérea neozelandesa.

A maioria das pessoas que já ouviram falar algo a respeito da Nova Zelândia a associam a esportes radicais. 

E isto não é um estereótipo não. Os kiwis curtem mesmo esportes de todos os tipos e em especial os mais emocionantes. Basta notar que um dos ídolos nacionais é o primeiro homem a escalar o Monte Everest, Edmund Percival Hillary, que completou o feito em 1953. Falecido em 1988, estampa uma das cédulas de NZD.

Falaremos mais disto quando formos à Queenstown, a capital mundial dos esportes radicais.

Também não dá para falar em Nova Zelândia sem mencionar os famosos All Blacks, a seleção nacional de rúgbi (esporte preferido dos kiwis) que em 2011 ganhou o campeonato mundial realizado ali mesmo. 

Aliás, se alguém tiver a felicidade de assistir um jogo deles na Nova Zelândia, passe aqui para contar. Infelizmente quando fomos para lá a temporada do campeonato local ainda não tinha começado.

Créditos RWC 2011.

Sob o ponto de vista estatístico e comparando com todas as outras modalidades de esporte coletivo, é o melhor time do mundo, com 74% de vitorias. Eles são famosos não só pelas vitórias, mas também por realizar antes dos jogos e diante dos rivais, uma dança chamada haka, na sua vertente específica Ka Mate, justamente para intimidá-los.

A dança em si serve não só para dar as boas vindas aos visitantes, mas também para afugentar os inimigos. A dança segue um canto (ou melhor, sequência de gritos), que no caso dos All Blacks é entoado pelo jogador de sangue maori mais velho (novamente uma demonstração de respeito pelas origens do país).

Em linhas gerais é o seguinte: “Ka Mate”

Líder: Ringa pakia! (Coloquem as mãos contra as coxas!)

         Uma tiraha! (Estufem o peito!)

         Turi whatia! (Dobrem os joelhos!)

         Hope whai ake! (Façam o mesmo com o quadril!)

         Waewae takahia kia kino! (Batam os pés o mais forte que puderem!)

Líder: Ringa pakia! (Coloquem as mãos contra as coxas!)

         Uma tiraha! (Estufem o peito!)

         Turi whatia! (Dobrem os joelhos!)

         Hope whai ake! (Façam o mesmo com o quadril!)

         Waewae takahia kia kino! (Batam os pés o mais forte que puderem!)

Líder: Ka mate, ka mate (É a morte, é a morte!) 

Time: Ka ora (É a vida! (ou “Eu vivo!”)

Líder: Ka mate, ka mate (É a morte, é a morte!)

Time: Ka ora (É a vida!)

Todos: Tēnei te tangata pūhuruhuru (Este é o homem peludo…)

       Nāna i tiki mai whakawhiti te rā… (Que fez com que o sol brilhasse novamente para mim   Upane…Upane (Suba a escada, suba a escada) Upane Kaupane” (Suba até o topo) Whiti te rā,! (O sol brilha!)

Aqui alguns vídeos: 1; 2;3;4. Atualizando, recebi o link de um vídeo emocionante dos soldados de uma unidade militar das forças armadas kiwis fazendo a Haka em homenagem aos seus companheiros mortos em serviço. É de arrepiar.

Eu corria fácil! Algo bem mais amistoso é a saudação com o toque de narizes, chamado de Hongi.

O símbolo na camiseta dos All Blacks é a Silver Fern – parece uma folha de samambaia prateada. Trata-se de uma planta nativa é utilizada para representar o país mundo afora. Agora reconheço de longe um kiwi por seu “chiquérrimo” (como diria minha esposa) passaporte preto com a Silver Fern.

Como é de se esperar de um país de primeiro mundo (ainda se usa esta denominação?) segurança na Nova Zelândia não é um problema. Só para ter uma idéia, a polícia local não usa armas de fogo ordinariamente.

Para não dizer que não tinha polícia, vi esta blitz de trânsito em Queenstown.

Violência propriamente dita não existe, as autoridades recomendam apenas não deixar itens de valor dentro dos carros, pois em algumas áreas, furtos podem ocorrer.

Antes de ir li que um grande risco à saúde são as sandflies, pequenas moscas que chupam sangue. Conclusão, levei dois tubos de repelente que voltaram lacrados. Não achei uma sandfly nem para saber como são. Na dúvida, leve!

Não vimos nenhuma sandfly, mas as abelhas por lá são enormes.

Assim como em qualquer outro destino, a contratação de um seguro saúde é altamente recomendável não só por conta dos esportes radicais típicos da região, mas também pelo alto custo de qualquer coisa por aqueles lados. 

E por falar em saúde, os kiwis dizem que não se deve em hipótese alguma beber água dos rios e lagos – por mais limpa que pareça -, pois os minerais ali tornam as águas impróprias para beber. Coitados, não conhecem os rios e lagos brasileiros!!! Rsss. Mas beber água da torneira não tem problema.

A maioria das lojas funciona no horário de segunda à sexta das 9h00 às 17h30, e aos sábados das 12h30 às 17h00 – em algumas cidades mais movimentadas elas fecham às 21h00. Os mercados funcionam das 8h00 às 19h00 (ou 21h00 nas cidades maiores).

Assim, nos próximos posts iremos rodar por este país cheio de paisagens de cair o queixo e adrenalina suficiente para acelerar qualquer coração!

“Cara! Fiquei assim depois de visitar a Nova Zelândia!”

Aotearoa (Nova Zelândia) Kia Ora !!!

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8 comentários

Bucket list: Lugares Incríveis para conhecer antes dos 60 16 de maio de 2021 at 16:23

[…] blog Cumbicão tem várias dicas da Nova Zelândia, e você pode começar por Nova Zelândia […]

Responda
Carol Akemi 18 de novembro de 2015 at 17:48

Oi Diogo,
Quanto voce gastou em media por dia com hospedagem, alimentacao, passeio, etc? (sem contar o voo do Brasil ate la).
Obrigada

Responda
Diogo Ávila 19 de novembro de 2015 at 20:18

Oi Carol,
Olha não tenho a conta de cada hotel especificamente, mas para os 16 dias de viagem entre Austrália e Nova Zelândia, gastei uns US$2mil – mas considere que em geral a estadia na NZ é mais barata que na Austrália.
Para refeição, sempre separo uns US$50/75 por dia para o casal, mas vai muito do seu estilo. Nós aqui em casa temos um estilo mais econômico. Confira o nosso post sobre como programar uma viagem, ali tem muita dica de como economizar.
Abraço.

Responda
Anônimo 11 de dezembro de 2014 at 18:18

olá diogo,

estarei na NZ por 5 dias. Meu voo sai de Sydney para Auckland. Pensei em ficar pela ilha norte mesmo. O que acha?
Estou indo com meus tios e um primo (todos adultos). Queremos alugar um motorhome para conhecer o máximo que pudermos da NZ. Tem alguma dica pra gente?

Responda
RAPHINADAS Blog 4 de setembro de 2013 at 00:38

Estou fascinada por este post. E, olha, nem estava pensando em ir para a Nova Zelândia. Não consegui parar de ler! Muito agradável e uma boa apresentação. Fiquei com vontade de comprar um bilhete e ir!
Obrigada.

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Diogo Ávila 4 de setembro de 2013 at 20:28

Olá! Obrigado.
A NZ é fantástica mesmo. Só não volto a curto prazo porque é longe e relativamente cara a passagem.
Senão…
É um dos meus destinos de viagem preferidos! Recomendo.
Se quiser, siga-nos no Twitter (@Cumbicao) e no Facebook (www.facebook.com/cumbicao).
Abraço.

Responda
Marianna 1 de agosto de 2014 at 17:27

Olá Diogo! Que fascinante poder ouvir a experiência de um lugar tão inusitado! Tenho a intenção de ir para NZ em Janeiro e tenho aproximadamente 25 dias, considerando passar o ano novo por lá. Só que queria saber se você indica conhecer algum outro lugar por perto, além de Sidney… Talvez a volta por Dubai seja interessante, mas não sei se dará para passar por alguma outra ilha por lá..indonésia? Sei que é muita pretensão, mas como é caro ir para o "outro lado do mundo" gostaria de otimizar. Obrigada e parabéns pelo Post!

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Diogo Ávila 1 de agosto de 2014 at 20:10

Marianna, Obrigado.
Olha, entendo bem esta sua consideração de que já que é tão caro tem mais é que aproveitar…
Ano passado fomos para a Ásia, e o caminho de ida e volta foi por Dubai (brevemente posto o material). Olha, gostei bastante, mas se tivesse que sair daqui para conhecer apenas Dubai não sei se iria não. É gosto! Agora se você está no caminho, ai penso que é uma tremenda opção de pit stop para uns 2 ou 3 dias.
Já que você está nesta pegada de aproveitar o que tiver "por ali", iria para a Tailândia (vide nossos posts) ou para Cingapura (vide nossos posts), ou até mesmo Hong-Kong que é fantástica (não tenho posts porque fui em 2004).
Enfim, aproveite!

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