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Hong-Kong: Um destino imperdível na Ásia

Hong-Kong, um dos grandes destinos asiáticos.

Como definir Hong-Kong?

Várias definições poderiam ser dadas: 

Onde o oriente e o ocidente fundem-se? Clichê demais!

A NY do Oriente? Sim pelo ritmo frenético de ambas as cidades, mas isto ignora as gigantescas diferenças culturais entre as duas metrópoles.

Prefiro ver Hong-Kong como um lugar com uma forte identidade própria e que em certa medida tem pitadas de outros destinos. Tanto que Hong-Kong é um daqueles lugares que lugares que embora politicamente faça parte de uma nação, têm uma identidade própria tão forte e está tão deslocado dos arredores que poderia de fato ser um país à parte.

Hong-Kong expressa com perfeição a premissa maior de sua relação com a China e seu regime político: “um país, dois sistemas”. Eu iria além: um país, dois regimes, duas culturas.

Antiga possessão inglesa, Hong-Kong voltou para as mãos da China em 1 de julho de 1997 numa cerimônia cheia de pompas e, naquele momento, incertezas quanto ao seu futuro. Teoricamente, as incertezas se justificam, pois o acordo com a Inglaterra foi que o regime de “um país, dois sistemas” perduraria ao menos pelos próximos 50 anos. Mas e depois como será? Irá a China abocanhar Hong-Kong ou as diferenças culturais e a certa liberdade será preservada? Teremos que aguardar mais alguns anos para saber.

Uma primeira mudança que notei foi a substituição dos típicos anúncios de neons pelo moderno LED.

Esta foi a nossa segunda viagem para Hong-Kong. A primeira foi em 2004, quando a transferência dos ingleses para a China ainda era relativamente recente.

Talvez a cidade não tenha mudado tanto nestes sete anos entre a transição de poder para a China e a nossa primeira visita mesmo porque em se tratando de China, grandes mudanças demandam tempo.

Porém passados 10 anos de nossa primeira viagem, pude notar uma grande diferença. Mesmo ainda tendo um ar bem diferente da main land como eles se referem ao território chinês propriamente dito, hoje, Hong-Kong é mais China do que era antigamente, por mais que ainda conserve algumas diferenças bem interessantes.

Por conta desta influência mais branda chinesa, alguns consideram Hong-Kong como uma China soft ou light. Por isso, considero Hong-Kong um destino perfeito para quem quiser ter um primeiro contato com a China.

Politicamente, em relação à China, Hong-Kong (e Macau) é hoje uma região administrativa especial. Ou seja, mesmo sem ter a independência total, Hong-Kong goza de certa autonomia administrativa e principalmente econômica. É o que alguns denominam cidade-Estado. Assim, Hong-Kong segue a China politicamente, mas na economia o capitalismo que corre solto pelas ruas destoa do comunismo que impera na China.

Se comparado à 2004, me pareceu que as bandeiras de Hong-Kong são mais raras.

Até mesmo o sistema judiciário é diferente, lá eles seguem o regime da common law britânico.

Mas de onde vem a influência inglesa? Historicamente, Hong-Kong sempre foi território chinês, até que por volta de 1840 a corroa britânica tomou Hong-Kong. Com o fim da Guerra do Ópio, ao longo dos anos os britânicos passaram a conferir à Hong-Kong uma considerável autonomia que resultou na configuração que muitos de nós vimos até 1997.

Por lá, os ingleses deixaram muito mais do que o os belos bondes de dois andares e o idioma; deixaram as bases para que Hong-Kong se transformasse em um importante centro financeiro.

Se as primeiras sementes do capitalismo demoraram anos para chegar à China, e ele ainda não atingiu a sua plenitude na terra de Mr. Mao, em Hong-Kong ele parece até que existe desde sempre. Importante porto comercial situada no coração do Sudeste Asiático, Hong-Kong é reconhecida como relevante centro financeiro décadas antes das redes de fast food americanas desembarcarem na China.

No período pré-industrial, Hong-Kong fortaleceu-se como entreposto comercial entre o ocidente e o oriente. E a partir do fim da Segunda Guerra Mundial e a retomada do controle por parte dos ingleses (Hong-Kong foi tomada pelos japoneses neste período de guerra), muitos investidores estrangeiros viram naquele pequeno território com mão de obra qualificada e política liberal, o terreno perfeito para seus negócios.

Estavam plantadas as sementes para que nas décadas seguintes Hong-Kong viesse a ser um importante centro financeiro na Ásia. Hoje, a economia local tem maior foco em serviços, justamente por conta dos baixos impostos e do livre comércio, frutos do liberalismo inglês.

Grandes bancos têm escritórios em Hong-Kong.
Carros de luxo
E lojas, ou melhor, mega lojas de luxo.
O que Mr. Mao diria deste pedaço da China?

Com um PIB de US$ 381.663 bilhões em um território tão diminuto, a qualidade de vida em Hong-Kong é excelente. Eles têm uma excelente 15ª colocação no Índice de Desenvolvimento Humano e a renda per capta é uma das melhores do mundo (aprox. US$ 52.687).

Como eles conseguiram isto? São vários os fatores, mas um dos mais interessantes pode render boas lições ao Brasil… Lá pelos anos 70/80, Hong-Kong tinha altos índices de corrupção e muitos consideravam a ilha como uma terra sem lei. Crimes e contravenções eram práticas comuns e acobertadas pelas autoridades locais.

Após uma série de atos que demonstraram a insatisfação popular, criou-se uma comissão anticorrupção que passou a investigar e punir a corrupção de forma rigorosa. O resultado de anos de trabalho desta comissão elevou Hong-Kong para o posto de 20º país menos corrupto do mundo. Nada mal. Só para dar um comparativo, somos o 69º nesta mesma lista (acho que a lista está sendo generosa conosco…).

Deslocada do contexto chinês típico, Hong-Kong tem alguns contrastes interessantes. Se de um lado você tem modernos arranha-céus construídos segundo o milenar feng shui, não é difícil encontrar aqueles típicos andaimes de bambu escorando construções.

Para que aquele vão no prédio??? Para as energias da montanha não ficarem bloqueadas pela construção.
Prédios populares e andaimes de bambu.
Dividem espaço com modernos edifícios.
Incríveis shoppings 
E mercados de rua que vendem de tudo. Refrigeração para que???

Até mesmo no estilo de vida Hong-Kong é uma mescla. Seus moradores fazem compras em lojas de grifes internacionais, mas não abrem mão de alguns costumes bem típicos, principalmente aqueles ligados à religião. Em um deles, os parentes queimam diversos bens materiais feitos de papel (como por exemplo celulares, maços de dinheiro, relógios, e etc.) para seus entes queridos do além túmulo.

Fora que eles são super supersticiosos. É comum encontrar edifícios sem o 4º andar. Entre num elevador e repare, a numeração pula do 3 para o 5. Acontece que em chinês a palavra “quatro” é parecida com a palavra morte. Por outro lado, o número 8 é associado à sorte – números de celular com muitos 8 custam uma fortuna.

Cadê o quarto andar??? O mesmo vale para o 14, 24…

Hong-Kong é pequena, porém frenética. Lembro que quando da minha primeira visita à ilha, um dado que me foi passado à época chamou muito a atenção. A ilha de Hong-Kong tinha então, numa extensão equivalente à Ilha Bela, no litoral paulista, uma população de 6 milhões de habitantes. Hoje, são mais de 7 milhões vivendo em 1.104km²! Considere ainda que uns 40% do território é de reservas florestais.

Ruas freneticamente lotadas de um lado da ilha.
E praia do outro? Sim, isto também é Hong-Kong.

Não é à toa que nos horários de pico as ruas mais parecem um formigueiro. Hong-Kong tem uma das maiores densidades demográficas do mundo (6.200 pessoas por km²). E o mais incrível é que mais da metade da população não tem casa própria e mora em habitações que pertencem ao governo – e pagam por isso, diga-se de passagem.

Mas se a ilha é tão pequena, onde moram todas estas pessoas? A falta de espaço levou a cidade a literalmente crescer para cima. Em nenhum outro lugar vi tantos e tão altos prédios, boa parte deles com 40 andares!!! Sabe aqueles de dar vertigem quando você olha para cima??? Só mesmo edifícios altíssimos para caber tanta gente nesta ilha. E não pense que os apartamentos são grandes não, são minúsculos.

No skyline de Kowloon, um paliteiro de altos edifícios garantem uma as maiores densidades demográficas do mundo.
E belos parques convivem num espaço muito pequeno para o tanto de gente que ali vive.

Muitos dos apartamentos são tão pequenos que nem cozinha têm. Isto faz com que boa parte da população simplesmente faça todas as refeições do dia na rua, o que mantém um movimento constante nos milhares de pequenos restaurantes e nas muitas feiras que existem pela cidade.

Pelas ruas, nota-se que a maior parte da sua população é composta de pessoas que de alguma forma descendem de chineses (95% segundo dados oficiais), os 5% restantes são de expatriados que trabalham nas várias empresas multinacionais que ali mantém escritórios.

A população de Hong-Kong é fato é diferente se compararmos ao típico chinês e não raras vezes isto fica bem evidente. Mesmo que sejam águas passadas, é fácil encontrar relatos demonstrando que uma parte dos moradores locais não gostaram muito de Hong-Kong ter voltado a fazer parte da China. Eles não simpatizam muito com o governo de Beijing e não se sentem “parte da nação”. Prova disto está no fato de que recentemente, eclodiu uma onda de protestos pacíficos por maior independência em Hong-Kong.

Os honcongueses (acreditem, o gentílico é este!) são mesmo diferentes dos chineses. São mais abertos e acostumados ao contato com estrangeiros, afinal foram literalmente criados em meio a uma cidade para lá de cosmopolita.

Algo que nos surpreendeu foi a quantidade de gente que ao ver que estávamos olhando o mapa no celular ou simplesmente procurando pelo nome das ruas nas placas (certamente com aquela cara de turista perdido!), nos abordaram de forma incrivelmente gentil e se dispuseram a dar indicações. Seja em busca de informações ou atendimento no comércio, em todos os lugares o atendimento foi excelente. Ponto para a simpatia e receptividade de Hong-Kong!!!

Pelas ruas a maioria é de descendentes de chineses, mas há uma enorme diversidade étnica ali.

Fora os expatriados ocidentais, é grande o número de trabalhadores vindos de outros países, especialmente do Vietnã e das Filipinas. Lembro que na minha primeira visita à cidade, num domingo as ruas estavam tomadas por filipinas que aproveitavam o dia de folga. Quando digo tomadas, não eram dezenas, mas centenas delas fazendo piqueniques nos parques e praças. Muitas delas trabalham em casas de famílias como domésticas (feiyungs).

A maioria da população tem como religião o budismo ou o taoísmo, mas outras religiões também estão presentes em Hong-Kong. Não deixe de visitar os vários templos espalhados pela cidade – nos próximos posts indicaremos os mais interessantes.

Não tem como não se encantar com o jogo de luzes e cores do Man Mo Temple.

O idioma local é outro distintivo em relação à China. Embora para os nossos ouvidos ocidentais possa parecer tudo igual (confira aqui), o chinês falado em Hong-Kong é diferente do mandarim tradicional falado na China. Tanto que alguns utilizam o termo cantonês para designá-lo.

Como de praxe, vamos aprender o básico de ambos: 

Chinês: Oi: Hāi

Tchau: Zàijiàn

Com licença: Láojià

Desculpe: Yíhàn

Por favor: Qǐng

Obrigado: Xièxiè

Sim/Não: Shì de/Bù

Cantonês:Oi: néih hóu 

Tchau: joigin

Com licença/Desculpe:deuim̀hjyuh

Por favor: m̀hgòi

Obrigado: dòjeh (coisa)/m̀hgòi (serviço)

Sim/Não:Hai / Mhai

Tem hora que tudo está em chinês. Ou seria cantonês???
Mas o que é de interesse do turista está sempre em inglês também.

Mas pelas ruas é super tranquilo virar-se no inglês – super fácil de entender por sinal. Tanto que alguns afirmam que existem dois idiomas oficiais: inglês e chinês/cantonês.

Geograficamente, Hong-Kong é composta por mais de 200 ilhas; pelas áreas continentais de Kowloon; e os chamados novos territórios. As atrações concentram-se mesmo nas ilhas de Hong-Kong; Lantau e na porção continental de Kowloon.

Quem caminha pelas ruas da ilha de Hong-Kong propriamente dita e as porções continentais talvez note uma leve diferença no layout. Enquanto que a ilha tem prédios super modernos com um estilo bem ocidental, nas demais áreas é possível encontrar uma maior quantidade de construções tipicamente chinesas. É verdade que com o tempo a tendência seja de diminuição desta diferença, mas isto demonstra que Kowloon e os Novos Territórios têm mais cara de China mesmo.

Bem, dado um panorama geral, eis algumas questões práticas que podem ajudá-los a programar a sua viagem para Hong-Kong.

Sim, dá para viajar para Hong-Kong com crianças pequenas!
Confira as nossas dicas aqui.

Quanto tempo? Embora tenha um território relativamente pequeno e os deslocamentos sejam facilitados pelo excelente sistema de transporte, Hong-Kong tem bastante coisa para visitar. Mesmo sendo algo muito pessoal, sugiro ao menos uns 3 dias inteiros para conhecer Hong-Kong e mais um para fazer o bate-e-volta para Macau. Nós optamos por 5 dias inteiros lá, reservando um para passear por Macau para passear com mais calma.

Brasileiros não precisam de visto de turismo para visitar Hong-Kong (salvo para estadias superiores a 3 meses), bastando apenas ter um passaporte válido e possuir certificado de vacinação contra a febre amarela válido. Ah, e mais um detalhe, eles não carimbam o passaporte nem na chegada nem na saída (uma pena!). Há apenas um pequeno papel que deve ser guardado durante a estadia para ser devolvido.

E já que o assunto é passaporte, a gente espera nunca precisar, mas é sempre bom ter anotado. O consulado brasileiro em Hong-Kong fica na Rooms 2014-2021, 20/F, Sun Hung Kai Centre 30 Harbour Road, Wanchai – Tel: (852) 2525-7002 – Fax: (852) 2877-2813 Consulate@brazil.org.hk. Atendimento ao público para serviços consulares: de segunda a sexta, das 9h30 às 13h (exceto feriados públicos).

Situada literalmente do outro lado do mundo, chegar à Hong-Kong não é tarefa fácil. Primeiro porque não existem voos diretos, segundo que mesmo pelas conexões mais comuns e baratas (South African Airlines e Emirates, por exemplo), a viagem é uma jornada e tanto. Para nós, descontando a escala, foram 14h45 de Guarulhos até Dubai e mais 7h55 horas de voo de Dubai para Hong-Kong, ou seja, quase 23 horas de voo. Ufa!

Nossa escolha pelo custo benefício foi a Emirates.
E conseguimos voar novamente no A-380. Em breve um review completo.

A porta de entrada da maioria dos turistas que visita Hong-Kong é o Hong Kong International Airport um moderno aeroporto que foi construído quase 20 anos atrás em uma porção aterrada mais distante da ilha.

O enorme e movimentadíssimo aeroporto de Hong-Kong.
Terminais enormes
Recebem voos do mundo inteiro.
E muitas das empresas preferem utilizar seus A-380 por serem rotas muito lucrativas.

No passado, o aeroporto ficava numa área absurdamente povoada; cheia de altos edifícios e muito afetada por fortes ventos laterais, o que fazia cada pouso uma operação insana e perigosa. Procure ai no YouTube alguns vídeos e vocês verão que loucura.

O aeroporto de Hong-Kong é um dos mais movimentados do Oriente, com mais de 100 empresas operando para aproximadamente 160 destinos internacionais. Até por conta deste grande movimento, o aeroporto é enorme.

E não estamos falando de um aeroporto qualquer. Entra ano sai ano e o aeroporto de Hong-Kong está sempre entre os top 10 do ranking da Skytrax, uma organização que premia os melhores aeroportos e as mais conceituadas empresas aéreas. Em 2015, eles ficaram em 4º lugar, atrás apenas do incrível Changi de Singapura e dos aeroportos de Seoul e Munique.

Como outros grandes aeroportos, há uma loja âncora que vende bebida, chocolates, perfumes, e etc.
E muitas lojas de luxo.

O aeroporto tem excelentes opções para uma refeição simples ou mais elaborada.
Mas a praça de alimentação, por maior que seja, sofre com a quantidade de passageiros.

Com muitas lojas e restaurantes, mais parece um shopping. Eles seguem a tendência de ter uma loja ancora, existem muitas outras menores. Destaque para a loja da Disney que fica nos terminais 1 e 2. Fashionistas também não têm o que reclamar, pois são muitas as marcas de luxo com lojas lá, fora as várias lojas de relógios. Tem até uma unidade do IMAX Theatre!

Ah, já ia me esquecendo… o aeroporto oferece internet gratuita para vocês mandarem um sinal de vida depois de uma viagem tão longa.

Para ir do aeroporto à cidade (e vice-versa), a opção mais rápida e econômica é fazer uso do Airport Express que pelos valores de HK$100/90/60, numa viagem que varia entre 24/21/13 minutos, faz a ligação entre o aeroporto e as estações Central/Kowloon/Tsing Yi, respectivamente. Os trens partem a cada 12 minutos. Quem já compra o bilhete que dá direito à volta, paga um pouco menos do que se comprar ida e volta separados. Se por exemplo você estiver hospedado nos arredores da estação Central, as duas viagens custarão HK$ 180 ao invés de HK$ 200. Então se você pretender voltar de trem, vale a pena já adquirir o bilhete.

A estação do Airport Express fica a pouquíssimos passos do saguão principal.
O bilhete pode ser comprado nas máquinas existentes no saguão do aeroporto mesmo.
Os trens são super confortáveis e com bom espaço para as malas.
E do Airport Express vocês fazem a conexão fácil para várias linhas do metrô.

Se você for utilizar as estações de Kowloon ou Central, o Airport Express oferece ainda um free shutle bus para te levar até o seu hotel se ele estiver nesta lista. Vale conferir porque muitos hotéis estão ali. Na estação, basta seguir as indicações para free shutle bus (hotel connections). Só fique muito atento ao horário dos ônibus porque ele é restrito.

Algo muito bacana que já existia anos atrás era a possibilidade de realizar na própria estação do Airport Express o check-in e entrega das malas entre 24 horas e 90 minutos antes do seu voo. Só vi coisa assim na Suíça. Veja se a empresa aérea pela qual você está viajando permite isto e quais as estações em que o serviço está disponível no site oficial. Como a Garuda, empresa com a qual viajamos não estava na lista, não tivemos como testar esta facilidade.

Dá para fazer o check-in direto na estação central.

Outra opção é utilizar os ônibus que fazem a rota ao custo que varia de HK$21 à HK$45. Eu particularmente não recomendo. Fiz uso deste serviço na primeira viagem e quase morri do coração com a demora por conta da quantidade de hotéis nos quais ele para e o trânsito caótico. Quase perdi o voo! Talvez seja bom para quem viaja fora do horário de pico.

Para que vocês tenham uma ideia e comparem as opções, um táxi do aeroporto ao centro de Hong-Kong sai por aproximadamente HK$300. 

Para locomover-se por Hong-Kong eu recomendo três opções: a pé; metrô; ou o Big Bus (este explico em detalhes num outro post!).

Big Bus, adoramos a experiência.

Carro nem sonhando. Vejam só o cenário: trânsito caótico, estacionamento caríssimo, mão inglesa e direção idem. Carro + Hong-Kong = dor de cabeça certa.

Mão inglesa
E um trânsito confuso afastam a ideia de alugar um carro.
Táxi é carro, então recomendo só em último caso.

O metrô de Hong-Kong é um dos mais modernos que conheço. Operado pela empresa MTR ele cobre praticamente todas as atrações turísticas da ilha. O metrô de Hong-Kong, é super acessível para quem está com carrinhos de bebê ou cadeirantes, com elevadores em todas as estações – para passar nas catracas, procure pelos portões mais largos.

As passagens são compradas nas máquinas, bastando indicar o seu destino. O preço da tarifa varia conforme o percurso – então já sabe, guarde o bilhete para sair pela catraca.

Minha escolha para o dia-a-dia: o MTR ou metrô de Hong-Kong.
As estações são indicadas com este símbolo.

Dez anos atrás eles já tinham um cartão que para a época era o máximo, o Octopus. Você carrega ele com um valor de sua escolha e sai gastando nas estações de metrô; lojas de conveniência; e etc. Já naquela época era um “super bilhete único”. Ele pode ser utilizado em tudo quanto é transporte público de Hong-Kong, inclusive no tram do The Peak (economiza tempo nas possíveis longas filas de lá!). E como o Airport Express também está incluso no regime do Octopus, a melhor opção é já comprar um logo na chegada e utilizar até o fim da estadia na cidade. 

A carga inicial é de HK$ 150, dos quais HK$ 100 são para gastar com transporte e HK$ 50 de uma taxa de emissão que é reembolsável no caso de devolução do cartão. A compra dele é feita diretamente nos guichês de atendimento dentro das estações, e as recargas nas máquinas ali existentes. O lado bom e justo (afinal é Hong-Kong!) é que o saldo eventualmente existente é devolvido em dinheiro junto com a restituição do cartão.

Octopus.
Compre no guichê,
Se precisar recarregar ou ver o saldo, use as máquinas de auto-atendimento.
Nas catracas, é só encostar neste sensor existente tanto na entrada quanto na saída das estações.
E no comércio local, se ver uma máquina destas, é sinal que a compra também pode ser paga com o seu Octopus.

Quem usa o Octopus, ainda paga uns centavos a menos na passagem se comparado ao bilhete unitário que custam entre HK$ 4 e HK$ 25, dependendo do seu destino final.

Alguém ainda duvida que este cartão é essencial ao viajante???

Dependendo do quanto você pretende andar de metrô, pode ser uma boa ter um MTR Tourist Day Pass que ao custo de HK$55 dá direito a viagens ilimitadas no sistema pelo prazo de 24 horas.

O metrô de Hong-Kong funciona das 6h00 às 1h00, então é bom se programar.

Confira ai o mapa:

Ah, um detalhe importante… Lá subway não é metro, mas sim passagem subterrânea de pedestres. As estações estão indicadas com um símbolo que mais parece uma formiga branca vista de cima (não consegui achar uma descrição melhor!).

Como as estações são enormes, vale aqui a mesma regra que se aplica às estações de metrô de Tóquio: veja com atenção qual é a saída correta, pois são muitas e sair pelo lado errado da estação pode resultar numa volta enorme. Sempre há um mapa para indicar os arredores da estação.

As estações são enormes, e têm várias saídas. Fique atento aos mapas dos arredores.

Quem não quiser andar de metrô, dá para utilizar em alguns trajetos os ônibus operados também pela MTR, que são literalmente uma herança dos tempos em que a rainha dava as cartas por lá. Afinal, são double deck, como na Inglaterra. Mas… reitero o alerta, o trânsito pode lhe consumir um tempo precioso. 

Uma forma charmosa e bacana para locomover-se pela região central da ilha de Hong-Kong é utilizando os típicos e charmosos bondes de dois andares, ou trams como são conhecidos lá. A passagem custa HK$ 2,50 e o sistema serve bem para a região mais central da ilha.

Vai um bondinho ai? Puro charme e um passeio muito legal por Hong-Kong.

Mas seja qual for a forma de transporte escolhida, não deixe em hipótese alguma de caminhar, e muito, pelas ruas de Hong-Kong, cada esquina reserva uma surpresa, uma loja diferente, uma banca de rua com produtos exóticos ou um templo diferente. Perder-se por ali não só faz parte como você vai adorar.

E se os pés cansarem, nada que uma típica massagem não resolva.

Hong-Kong não é um destino barato. Dentre os lugares na Ásia que conheço, perde apenas em custo para o Japão e a rica Singapura.

A maior parcela do orçamento é consumida com estadia. Por lá um quarto de hotel de bom tamanho pode custar bem caro. Na nossa primeira viagem, em três, pegamos um quarto tão pequeno que não sobrava espaço sequer para andar entre as camas, quanto menos abrir as malas.

Comida, transporte e outros itens têm um custo bem razoável, o que salva o orçamento. Aliás a comida em Hong Kong… é um caso à parte e um prato cheio para quem gosta de comida asiática – falaremos disto num outro post, ok?

Só para deixar de aperitivo!

Onde ficar? A nossa escolha para esta viagem foi o Hotel Panorama da rede Rhombus, cujo review completo vocês conferem aqui.

O clima em Hong-Kong tende a ser úmido o ano inteiro. Na nossa primeira viagem fomos no inverno e deu para notar que o frio por lá é bem menos intenso que no Japão e em Beijing, que estão bem mais ao norte. Em Hong-Kong neste período, as temperaturas não baixam muito além dos 15ºC.

Já os verões, assim como em todo o Sudeste Asiático, tendem a ser muito quentes e úmidos, com uma maior concentração das chuvas – guarda-chuvas e capas são essenciais. Embora tenhamos sim sofrido um pouco com o calor excessivo (sempre acima dos 30º – hidrate-se muito!!!), felizmente as previsões de chuvas não se confirmaram e pegamos apenas uma tarde de chuva e em Macau.

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Max 18 18 21 25 28 30 31 31 30 27 24 20
Min 14 15 17 20 24 26 26 26 25 23 19 15
Mm 24 54 82 174 304 456 376 432 327 100 37 26
Dias 5 9 10 12 14 19 170 16 14 7 5 4
Sudeste asiático no verão é sinônimo de chuvas constantes? Sim, esta seria a regra.

Hong-Kong é uma cidade relativamente segura. Nada que as precauções de praxe não resolvam. Só fique atento a pequenos golpes como alguns vendedores ambulantes que são meio malandros, pois nem sempre a qualidade do produto comprado é a mesma daqueles em exposição; e os batedores de carteira.

Se tem algo que literalmente falta em Hong-Kong são banheiros públicos neste caso, a única alternativa são os restaurantes (normalmente apenas para clientes) e os shoppings. Mas por outro lado, quando você encontra um, é grande a chance da haver um trocador para bebês (e limpo!).

Dá para acreditar que isto é um trocador??? Alguns tem até área para amamentação.

Não me considero um viciado em redes sociais (seria a negação o primeiro indício de vício???) mas não dá para negar que ter acesso ao celular em uma viagem é uma facilidade e tanto. É previsão do tempo, confirmação de voos, cotação de moedas, consulta aos sites das atrações e blogs, e principalmente a ferramenta das ferramentas: Google Maps. Não costumo comprar o chip de celular pré-pago se ficamos por um curto período, o que foi o caso de Hong-Kong. Mas como considerei num primeiro momento comprar um chip, deixo abaixo o que descobri a respeito.

Lá existem boas e várias opções de chips para quem está só de passagem pela ilha. O próprio Hong-Kong Tourism Board recomenda a compra de pacotes pré-pagos cujas validades variam entre 5 e 8 dias e que custam respectivamente HK$ 88 e HK$118 e oferecem entre 1.5Gb e 5Gb de internet 4G, além de ligações locais ilimitadas.

O inconveniente é que estes planos dependem do pagamento de roaming extra para funcionar em Macau.

Uma das principais operadoras é a CSL que oferece os planos pré-pagos One2free que são bem adequados aos turistas. Seus cartões estão disponíveis em vários lugares, principalmente nas lojas 7-Eleven.

Aliás me pareceu que o típico morador local vive com a cara no celular. Até andando nas ruas e estações eles não tiram os olhos dos aparelhos.

Pela cidade existem vários hotspots de wi-fi gratuitos que são sinalizados com o escrito Wi-Fi.HK, a maioria deles perto de edifícios públicos, postos de informações turísticas, terminais de ferry e aeroportos, e é claro, das principais atrações turísticas. 

Quem não quiser comprar um chip, pode consultar a lista de hot spots onde internet wi-fi é oferecida em Hong-Kong. Fora isso, lojas das redes McDonald’s, Pacific Coffee, e Starbucks oferecem internet gratuita wi-fi para seus clientes.

Nas estações da MTR também existe internet gratuita nos MTR Free Wi-Fi Hotspot, bastando conectar-se à MTR Free Wi-Fi. O sistema dá direito a 15 minutos de conexão e 5 seções por dia. Nada mal, né? Testei e funcionou muito bem.

Fala se Hong-Kong é ou não é uma cidade conectada??? Belo exemplo para as demais.

Agora se você quiser ficar 100% conectado sem dor de cabeça, sugiro o chip de celular fornecido pela OMeuChip (adicionando o cupom Cumbicão você ainda ganha um desconto de 15% na sua compra). Se você quiser comprar o seu, é só clicar no banner ao lado e aproveitar descontos especiais

A relativa autonomia local permitiu à Hong-Kong ter uma moeda própria, o Hong-Kong dólar  – simplesmente HKD ou HK$.

Hong-Kong dólares.

O Hong-Kong dólar vem em moedas 10, 20 e 50 centavos, 1, 2, 5 e 10 dólares; e notas 10, 20, 50, 100, 500 e 1.000 (uau!!!).

Além dos onipresentes ATM´s onde é possível sacar a moeda direto de sua conta corrente (vide post sobre cartões de débito no exterior), existem sempre as casas de câmbio.

O Hong-Kong dólar tem um valor cambial abaixo do real: 

HKD 1 = R$ 0,46 ou R$ 1 = HKD 1,95

HKD 1 = US$ 0,12 ou US$ 1 = HKD 7,36

Bancos abrem de segunda-feira à sexta-feira das 9h00 às 16h30 ou 17h30; e aos sábados até as 12h30.

Em Hong-Kong eles usam o plug de tomada (trambolho) inglês – o adaptador é enorme! E a voltagem é 220v.

O fuso horário local é de 11 horas à frente de Brasília, e durante o horário de verão, a diferença fica em 10 horas.

As atrações de Hong Kong serão tema dos próximos posts, mas como sempre vou deixar o endereço dos postos de informações turísticas espalhados pela cidade – recomendo e muito a visita a um deles:

· Hong Kong International Airport: Halls A e B, piso das chegadas no Terminal 1. Funciona das 8h00 às 21h00;

· Hong Kong Island: The Peak Piazza; das 11h00 às 20h00;

·Kowloon: Star Ferry Concourse, Tsim Sha Tsui; das 8h00 às 20h00

As ruas e atrações são muito bem indicadas.

Fora isto ainda tem os portais do nosso parceiro nesta viagem, o The Hong Kong Tourism Board (HKTB), chamado Discover Hong Kong. Aliás eles têm alguns apps para celular bem interessantes para quem visita Hong-Kong. Vale conferir.

No próximos post, vamos visitar as principais atrações da ilha de Hong-Kong e contar um pouco mais a respeito de mais um destino na Ásia.

 

* O Cumbicão viajou à Hong-Kong mediante uma parceria estabelecida com o The Hong Kong Tourism Board (HKTB) / Discover Hong Kong para coletar material para este post. Todas as opiniões e relatos aqui descritos refletem fielmente a experiência durante a viagem, atendendo à política do blog.

 

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2 comentários

Anônimo 15 de dezembro de 2015 at 00:44

Excelete post. Só faltou falar do teelferico, e uma pequena reticação. Taxi em Hong Kong não é caro. Dificilmente uma corrida sai a mais de 10 dólares americanos e a média é por volta de 5, vale a pena nos percursos pequenos com malas, no mais o transporte coletivo é eficiente e extremamente barato. Não sei como vocês conseguirmam fotografar as lojas pois SEMPRE que eu pedia permissão era negada. Se você pricsarem de dicas para algum destino, será um prazer Ernesto ernestoadvogado arrobamagica yahoo ponto com br

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Diogo Ávila 15 de dezembro de 2015 at 19:01

Ernesto, obrigado. Infelizmente não tive tempo para ir no teleférico de Lantau e de o Buda.
Achei que o táxi não compensa dado o eficiente sistema de metrô. Agradeço pela dica quanto aos valores!
Quanto às fotos, chego com quem não quer nada, um sorriso e peço – e ainda elogio o produto se for legal mesmo. Quase sempre funciona. 🙂
Abraço.

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