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Abu Dhabi vale mais que um bate-e-volta

Sheikh Zayed Mosque, uma das grandes atrações de Abu Dhabi.

Meio que numa versão moderna e nada sangrenta da disputa entre Sparta e Atenas, pode-se dizer que Abu Dhabi e Dubai travam hoje uma muito bem-vinda e amistosa batalha pelos turistas que visitam os Emirados Árabes Unidos.

A julgar pela opulência, e às vezes até megalomania, que tomou conta das atrações construídas nos últimos 10 anos, a briga promete ser longa e proveitosa. Sorte nossa! Assim tem mais coisa interessante para ver.

Mesmo sendo menos famosa que Dubai, cujo nome virou sinônimo de modernidade e obras incríveis nos últimos anos não fica lá muito atrás no que diz respeito às atrações que oferece. Particularmente acredito que Dubai ainda tenha mais coisas para visitar, mas em termos de qualidade das atrações, as cidades já estão quase que lado a lado.

Seguindo o plano dos sheiks de tornar o turismo uma das principais atividades econômicas do país, Abu Dhabi tem se empenhado em fornecer aos turistas uma enorme gama de atrações. Além das atrações existentes e que vocês verão na nossa sequência de posts, eles também estão construindo filiais de dois importantíssimos museus de arte, o Louvre Abu Dhabi e o Guggenheim Abu Dhabi. Tá bom para vocês??? Ambos serão inaugurados na ilha artificial Saadiyat Island que promete nos próximos anos tornar-se um tremendo polo cultural.

Ou seja, nos próximos anos Abu Dhabi deve ampliar a gama de atrações, expandindo elas para a veia cultural. Acho que isto deve acabar com alguns argumentos que já ouvi de que os Emirados Árabes são um destino comercial ou sem conteúdo, ideias que, depois de duas viagens para lá (e à beira de uma terceira), não compartilho, pois trata-se de um destino interessantíssimo.

Abu Dhabi.

Situada a não mais que 1h30 de Dubai, Abu Dhabi é a capital dos Emirados Árabes Unidos e um destino perfeito para um bate-e-volta a partir de Dubai, ou até mesmo uma estadia mais longa. Como na nossa primeira visita aos Emirados não tivemos tempo suficiente nem sequer para fazer o bate-e-volta, resolvemos desta vez investir numa estadia na cidade para poder conhecer melhor as suas atrações.

Com pouco mais de 1,8 milhões de habitantes, Abu Dhabi é uma cidade planejada cujo formato é bastante peculiar. Olhando de cima, fica claro que ela é fornada por uma grande ilha (Abu Dhabi Island), e várias outras ilhas menores ao redor.

Abu Dhabi é uma cidade cosmopolita, com uma grande quantidade de expatriados. É fácil andar pelas ruas e notar a quantidade de estrangeiros que ali vivem. É verdade que boa parte deles é de países vizinhos, mas há também uma quantidade razoável de europeus e americanos.

Daí porque a maioria das pessoas fala inglês e você não deve encontrar maiores dificuldades. Mas como é sempre bom aprender um pouco da língua local, nem que seja para ser cordial, segue o básico de árabe:

English Árabe
Yes naʿam
No
Hello marhaban
Peace (Usually Islamic) ʾassalāmu ʿalaykum
How are you? kayfa l-ḥāl
Welcome ʾahlan
Goodbye maʿa s-salāma
Please min faḍlik
Thanks šukran
Excuse me ʿafwan
I’m sorry ʾāsif
What’s your name? mā ʾismuk(a/i)?
How much? kam?
I don’t understand. lā ʾafham
I don’t speak Arabic. lā ʾatakallamu l-ʿarabiyyah

Os locais se cumprimentam com um as’salâmu a’alaykum (a paz esteja com você), cuja resposta deve ser wa’alaykum as’salâm (a paz esteja contigo também). Não é fácil não, mas vale aprender.

Como já falamos bastante dos Emirados Árabes nos posts sobre Dubai, não vou repetir aqui toda aquela introdução sobre o país que costumo fazer aqui no blog. Então para não ser repetitivo, peço que vocês acessem o post inicial a respeito para uma visão geral. Ok?

Leitoras, eles são bem abertos quanto às vestimentas das mulheres, mas se você puder optar por modelitos mais comportados, melhor ainda. 

Vou só ponderar algumas breves questões práticas que podem ajudá-los a programar a sua viagem para Abu Dhabi.

Quanto tempoPela quantidade de atrações, acredito que mesmo fazendo tudo com muita calma, qualquer coisa além de 4 dias seja demais. Se você estiver indo para lá exclusivamente, pense em unir com algum outro destino próximo como Dubai. Ou então aproveite a escala de uma viagem ao Sudeste Asiático ou Extremo Oriente, por exemplo, para conhecer Dubai e Abu Dhabi, o que já fizemos duas e faremos uma terceira vez brevemente. Excelente para descansar no meio do caminho e ainda curtir o destino.

Os turistas brasileiros que visitam Abu Dhabi não precisam requerer previamente um visto de turismo. Como já escrevemos a respeito do tema, sugiro a leitura deste post.

Se você nunca considerou Abu Dhabi para uma viagem com crianças, não sabe o que está perdendo.

A gente espera nunca precisar, mas é sempre bom ter anotado: a embaixada brasileira fica na Madinat Zayed Street 5 Villa 3 – Abu Dhabi, PO Box 3027. Funciona de domingo à quinta-feira das 9h00 às 13h00. Fone: (971) 2 632-0606 / Fax: (971) 2 632-7727 – brasemb.abudhabi@itamaraty.gov.brconsular.abudhabi@itamaraty.gov.br.

moeda local é o Dirham dos Emirados (AED) e vem em notas de 5, 10, 20, 50, 100, 500 e 1000 dirhams (opa, esta última eu gostei!) e moedas de 1, 5, 10, 25, 50 centavos de dirham (ou fils) e de 1 dirham.

Para a data de hoje, temos as seguintes taxas de câmbio.

AED 1 = R$ 0,89 ou R$ 1 = AED 1,12

AED 1 = US$ 0,27 ou US$ 1 = AED 3,67

As moedas vêm com os valores expressos em ambos idiomas.

Pela cidade, especialmente nos centros comerciais, é muito fácil encontrar um ATM´s onde é possível sacar dirhams direto de sua conta corrente (vide post sobre cartões saques no exterior); e cartões de crédito são amplamente aceitos.

Como chegar à Abu Dhabi. Infelizmente a partir de março de 2017 não haverá mais voo direto entre São Paulo e Abu Dhabi – a Etihad Airways optou por não mais operar no Brasil. Assim, hoje a melhor alternativa é a Emirates, e utilizar o aeroporto de Dubai como ponto de chegada e partida. Outra boa opção pode ser a Turkish, mas ai com uma parada obrigatória em Istambul.

A partir de março de 2017, a Emirates será a única opção para voar para os Emirados.

Qual a melhor forma de locomover-se lá?

Diversamente do que fizemos em Dubai, desta vez optamos por alugar um carro. Em Dubai até que dá, com poucas limitações, para usar apenas metrô e táxi – fizemos isto na primeira viagem. Já em Abu Dhabi, onde o metrô ainda é um plano em desenvolvimento e o transporte público é feito apenas por ônibus, ter um carro foi mais que uma comodidade. Além do mais precisaríamos fazer a curta viagem entre o aeroporto de Dubai e a Abu Dhabi.

“Nostro Bugatti”como diriam uns amigos. O da direita, é claro! 🙂

Como o nosso voo chegou e partiu de Dubai, optamos por pegar o carro logo no Aeroporto Internacional de Dubai. É bastante simples alugar um veículo lá, pois as principais locadoras de alcance global estão ali presentes. Nós optamos pela Dollar, empresa bastante conhecida no mercado norte-americano.

A estrada é excelente e tudo indicado em árabe e inglês.

O custo foi relativamente baixo se comparado a outros destinos, como por exemplo nos EUA.

Um detalhe importantíssimo é que os Emirados Árabes exigem que você tenha uma PID (Permissão Internacional para Dirigir) que vocês podem requerer perante o DETRAN.

A estrada que liga Dubai à Abu Dhabi é excelente. As indicações estão todas em árabe e inglês.

Os pedágios são totens com sensores. A cobrança é feita de forma automática, ao passar por eles é feita a leitura do chip do carro e a cobrança vai direto para o seu cartão de crédito (espere pagar algo em torno de AED 30). O valor do pedágio veio na própria conta da Dollar uns dias depois de ter entregue o carro e descontado direto do cartão de crédito.

Em alguns trechos o limite de velocidade é de 140km/h.

A viagem de 150km é feita em aproximadamente 1h30, e pista plana e extremamente larga. Só tome cuidado para não abusar da velocidade, senão um destes virá atrás de você rapidinho. Aliás sugiro até que você evite ao máximo dirigir na pista da esquerda que é apenas para ultrapassagem. Digo isto porque lá o pessoal anda com o pé embaixo com superesportivos de fazer inveja.

Como na estrada os postos de gasolina não raros, logo é altamente recomendável que neste trecho você tenha tanque cheio. Como não poderia ser diferente, afinal os Emirados Árabes antes do turismo são conhecidos pela extração de petróleo, o preço da gasolina é uma pechincha se comparado ao Brasil (#snif!).

Onde ficar?

Nós optamos pelo Hyatt Capital Gate, um hotel excelente cujo review completo vocês conferem aqui em breve.

Hyatt Capital Gate.
Dá só uma olhada no banheiro!!!

Em Abu Dhabi existem duas temperaturas: muito quente e quente como o inferno. Brincadeiras à parte, o clima é quente o ano inteiro, ficando de fato um pouco pior no verão, que corresponde aos meses de julho e agosto (parte de junho e setembro também).

Como novamente viajamos no mês de agosto, não tenho como informar por conta experiência própria como é a temperatura nos demais meses, mas pelos relatos de alguns colegas, ainda é quente, mesmo no inverno.

O posto de informações turísticas de Abu Dhabi nem três guichês de atendimento:

– Abu Dhabi International Airport: diariamente das 7h00 às 1h00;

– Ferrari World Abu Dhabi: diariamente das 11h00 às 20h00;

– The Souk at Central Market: de sábado à quinta das 10h00 às 22h00 e sexta das 10h00 às 23h00

E o que tem para fazer em Abu Dhabi? 

Muito provavelmente a primeira coisa que a maioria dos turistas visita em Abu Dhabi é a Sheikh Zayed Mosque ou Mesquita Branca. Nós mesmos ansiávamos muito por ver este icônico templo, um dos mais famosos do mundo. Depois de conhecer, ouso dizer que só a mesquita já vale a visita à Abu Dhabi.

Sheikh Zayed Mosque.
Acho que o mais belo edifício religioso que já vi na vida!

Pensa numa construção que de tão suntuosa hipnotiza. Esta é a melhor descrição que consigo fazer desta majestosa mesquita. Não tem como não ficar ali travado diante de suas paredes brancas contrastando com o céu azul de Abu Dhabi.

Felizmente é uma das mesquitas que estão abertas para a visitação por não muçulmanos. Ponto para a tolerância religiosa de Abu Dhabi! Já pensou ir num lugar fantástico destes e não poder entrar?

Aliás, o mais bacana é que lá eles têm um programa de visitação da mesquita e acesso à biblioteca local que têm por objetivo justamente mostrar às pessoas um ponto de vista mais fidedigno e real a respeito do islamismo para os não-muçulmanos. Existe coisa melhor que a tolerância religiosa e o conhecimento para espantar qualquer preconceito?

A integração com a água traz um charme extra.
Pinturas lindíssimas.
Não tem ângulo que não seja bonito.

A Sheikh Zayed Grand Mosque não só é a mais importante de Abu Dhabi, mas também dos emirados como um todo. O edifício é colossal, confira alguns dados: ela mede 420m por 290m, e ali cabem mais de 40 mil fiéis. Seu tamanho é equivalente a cinco campos de futebol. São ao todo 4 minaretes de mais de 100m de altura e 82 (!) domos, sendo o maior com 85m de altura. Tudo isto faz dela a 8ª maior mesquita do mundo.

Quanto custou tudo isso? A módica quantia de US$ 545 milhões de dólares. Quando digo módica é porque no Brasil teria custado várias vezes mais!

A sua construção, iniciada pelo Sheikh Zayed em 1996. Considerado o pai dos Emirados Árabes Unidos, infelizmente ele não teve oportunidade de ver a sua magnifica obra pronta pois faleceu em 2004 e a mesquita ficou pronta apenas em 2007. Mas as honras lhe foram prestadas quando da finalização da mesquita porque ele foi enterrado no seu pátio.

O seu pátio tem o maior (e provavelmente) mais belo mosaico floral do mundo com 17 mil metros quadrados. Inteiro feito de mármore, é claro! Embora ainda não conheça, dizem que os mosaicos ali existentes seguem a mesma técnica utilizada no Taj Mahal.

O prédio principal e os seus minaretes.
Reparem nos mosaicos no chão.

Ainda do lado de fora, enormes espelhos de água refletem não só a luz do sol sobre a estrutura, como também a iluminação noturna da mesquita. Então, se possível, não deixe de conferir a mesquita iluminada durante a noite.

Lá dentro, o que é branco é mármore, e o que é dourado é ouro. E nos lustres, o que não é cristal e ouro é pedra preciosa mesmo!

Antes de entrar, uma linda ante sala com mais mosaicos do chão ao teto.
Hall principal.

Dentro da mesquita são ao todo são sete lustres fabricados em Munique, na Alemanha, todos cravejados de cristais Swarovski. O maior deles, é considerado o terceiro maior do mundo, com 10 metros de diâmetro e 15 de altura.

Pena que a foto não dá a ideia real do tamanho do lustre.
Detalhes do lustre.
As colunas são decoradas com madrepérola. 

As 96 colunas que sustentam o principal hall de orações são de mármore e recobertas com madre pérola.

Na parede em que está a Qibla, ou seja a direção de Meca, estão escritos na típica caligrafia as 99 qualidades ou nomes de Alá. O brilho da caligrafia é dado pela existência de uma fina camada de led.

Ali também está o maior tapete persa do mundo. O tapetão (sem força de expressão) tem mais de 5 mil metros quadrados e pesa 35 toneladas. Segundo as informações oficiais da mesquita, os mais de 1.200 artesões que trabalharam nele deram ao todo 2.268.000.000 de nós (coitado de quem contou!). A lã necessária veio da distante Nova Zelândia – ah agora entendi porque eles têm tantas ovelhas por lá!

O tapetão.

Quem tiver um tempo maior para apreciar a mesquita, pode realizar um tour gratuito de 45 minutos. Vale muito a pena, principalmente pela quantidade de informações que os guias fornecem.

Pode e não pode. Como todo local religioso, devemos respeitar as regras impostas pelos costumes e pela cultura local. Na Sheikh Zayed Mosque existem regras bem específicas de conduta a serem seguidas, e para que você curta o seu passeio sem tomar broncas dos guardas e passar vergonha, sugiro e muito que você as siga.

A primeira coisa que não pode é chegar lá vestindo roupa curta, decotada ou para as mulheres, com cabelos à mostra. São aplicadas as mesmas regras que já contamos quando da nossa visita às mesquitas da Turquia.

Modelito perfeito para visitar a mesquita.

Como diz aquele comentarista, “a regra é clara”: mulheres devem ou utilizar as vestes típicas; ou saias com blusas de manga comprida; ou calças largas (beeem largas – justas jamais). Ah e os cabelos sempre cobertos por véus. Quem quiser vestir um traje típico pode pegar um emprestado ali. Basta deixar um documento de garantia – como não pode ser passaporte, deixe seu RG ou CNH mesmo.

Para os homens as restrições são menores, nada de regata ou bermuda.

Todos devem remover os sapatos antes de entrar na mesquita.

E mesmo do lado de fora, nada de tirar foto diante da mesquita sem que você esteja devidamente vestido. Ou seja, segundo as regras acima.

Também não pode ficar fazendo gracinhas ao posar nas fotos. Os guardas consideram isto falta de respeito.

Para entrar na mesquita propriamente dita, é preciso tirar os sapatos e deixá-los numa prateleira. Então nada de meia furada hein!

Fotos no interior da mesquita, só sem flash.

Difícil é tirar o dedo do disparador da máquina!
Sheikh Zayed Mosque.

Ok, eu sei que tem gente lendo tudo isto e pensando ah que chatice. Mas galera, são os hábitos deles…. Você não foi lá visitar? Quando se está na casa de alguém não devemos respeitar? Então, simples assim. 

E quer saber o melhor de tudo isso? A entrada é gratuita. 

A mesquita está aberta à visitação de sábado à quinta das 9h00 às 20h00, e às sextas feiras das 16h30 às 20h00. Durante o Ramadan estes horários são mais restritos. O tour acontece de domingo à quinta às 10hs, 11hs e 17hs, sextas às 17hs e 19hs, e sábados às 10hs, 11hs, 17hs e 19hs.

Lindos exemplares do Alcorão.
Relógio indicando o horário das orações.

Uma dica importante é, se possível, evitar visitar às sextas-feiras, pois é o dia sagrado para os muçulmanos e como a mesquita fecha para as orações com maior frequência, você poderá ter dificuldade para visita-la.

Dali para a praia. Quem quiser curtir uma praia em Abu Dhabi tem três opções. Ou ficar hospedado no Emirates Palace e utilizar a praia particular deles, ou ir à Al Sahil Beach e à Corniche Beach que são duas praias contiguas e mais conhecidas da cidade.

As praias em Abu Dhabi, assim como em Dubai têm algo muito em comum: elas são absolutamente planas e de areia branca; e o mar, azul que dói e completamente sem ondas. Praticamente um piscinão. Perfeito para quem tem crianças pequenas ou curte um mar mais tranquilo. Não deixe de conferir.

Fale a pena caminhar pela praia ou pela Corniche Road que é a rua da praia, e apreciar as construções ali existentes.

Skyline e costa de Coniche Road.

Quem se cansar de tantas construções modernas e quiser saber um pouco mais de como eram os Emirados antes desta modernidade toda deve ir à Heritage Village. Trata-se de um complexo que visa recriar o que seria uma típica vila antes deste desenvolvimento pelo qual os emirados passaram nestes últimos anos.

Heritage Village.
Lojas de souvenires.
E representação do que era a vida no deserto antigamente.

O lugar é bastante interessante e tem desde lojinhas de souvenires (abertas apenas no período da tarde), até camelos e tatuagens de rena.

Fica diante da Corniche Beach, mais precisamente na mesma ilha que a Marina e o Marina Mall, o que faz da vista a partir dali, uma das coisas mais interessantes. Abre de sábado à quinta das 9h00 às 17h00 e sextas das 15h30 às 21h00. Acesso gratuito.

Se um destino do Sudeste Asiático que se prese tem os street markets, não existe nada mais típico no Oriente Médio que os souks. Os souks são como mercados típicos, uns maiores como os Bazares de Istambul e outros menores como os de Dubai, onde são vendidos itens regionais, como temperos, especiarias, chás, frutas secas, roupas, tapetes, joias e artesanato em geral.

The Souk Central Market.
Um pouco caro, mas com bons produtos.

Em tanto em Dubai quanto em Abu Dhabi existem algumas opções de passeios deste tipo. Alguns são a bem da verdade menos originais e mais se parecem com shoppings montados para turista ver.

Eu sou da opinião que o típico souk não tem nada de arrumadinho e é frequentado não apenas por turistas, mas também pela população local.

Embora tenha me parecido mais algo para turista ver do que algo realmente legítimo, uma oportunidade de ver um souk, ou o que deveria ser um, é ir ao The Souk Central Market. O lugar é muito bom para comprar souvenires e também especiarias.

Aqui em casa a gente aproveita estas oportunidades para comprar temperos. É só pedir para embalar a vácuo.
Aliás esta loja Wad Az Zafran é excelente.

Dizem que um dos mais interessantes e legítimos souks de Abu Dhabi é o Iranian Souk, situado na região de Al Mina. Bem menos turístico e cheio de itens locais. Eu particularmente achei meio que uma fria, pois é uma sequência de lojas em uma zona portuária cheia de itens que nem me pareceram assim tão típicos. Hoje, deixaria de lado fácil.

Mais interessante é o Abu Dhabi Dates Market que fica ali perto. Nele são vendidas frutas secas, principalmente tâmaras que podem ser desde simples até cobertas com chocolate. Certamente o melhor lugar para comprar este tipo de produto, pois é onde os locais compram.

Dates e mais dates no mercado.

Nos souks, nunca aceite o primeiro preço que lhe derem. Pechinchar faz parte do costume local. Ofereça metade do preço e vá subindo lentamente, sempre de forma respeitosa e simpática.

Um hotel cinco estrelas é excelente, um seis estrelas melhor ainda. E o que dizer de um hotel sete estrelas??? Embora não saiba quem conferiu esta galáxia toda (talvez até o próprio hotel), o fato é que o Emirates Palace é o hotel mais chique e famoso de Abu Dhabi, e certamente vale uma rápida visita.

O hotel está aberto à visitação de não-hóspedes diariamente das 10h00 às 22h00, e andar pelos seus jardins e apreciar seu gigantesco lobby vale a pena. A sua construção, como o próprio nome diz é inspirada em um palácio árabe.

O enorme portal do The Palace.

Suntuoso é a melhor definição. Dizem que seus quartos são decorados com mármore e ouro. Não é à toa que custou a módica quantia de US$ 3 bilhões – mas ainda perde para o Marina Bay Sands de Singapura.

O hotel é enorme. São ao todo 302 quartos e 92 suítes, sendo que existem ainda seis suítes que são reservadas apenas para membros de famílias reais e delegações presidenciais. São as Ruler’s Suites.

Lembram que falei de um ATM onde dá para sacar dinheiro no Atlantis Dubai? Então aqui tem outro para vocês levarem uma “lembrancinha” para casa!

E por falar em tanto ouro, o “barato” lá é tomar um cafezinho que de “inho” não tem nada. Lá é servido um café salpicado com finas folhas de ouro 24 quilates. Mesmo particularmente achando isto um absurdo da ostentação sem fundamento, fica a título de curiosidade, ou melhor excentricidade.

Sem saber se olhava o chão de mármore.
Ou o lindo teto?!?!

Um detalhe: visitantes são bem-vindos, mas apenas nas áreas comuns. Até aqui ok. O porém é que você não pode ir de bermuda. Sim, é isso mesmo. Ao passarmos pela guarita fomos parados por um guarda que de forma muito cordial (mesmo) perguntou onde iriamos.

Expliquei que era turista e queria conhecer o hotel, ele me disse que tudo bem, mas que não poderia entrar de bermuda. Como já sabia disso, fui com uma daquelas calças que destacam as pernas para virar bermuda; logo era só “colocar as pernas” e curtir o passeio.

Fique atento para não ser pego de calças curtas!

O skyline de Abu Dhabi vem sendo nos últimos anos preenchido com grandes e belos edifícios. Alguns deles com mais de 300m de altura. Um dos mais famosos é são as Etihad Towers que ganharam fama internacional pela cena de Fast and Furious 7 onde um dos carros voa pela janela e entra no prédio vizinho – claro! Isto acontece todo dia!

Etihad Towers.

São ao todo 5 edifícios, sendo um deles comercial, um utilizado como hotel (Jumeirah at Etihad Towers Hotel) e outros três como residências – nada mal hein? O mais alto deles, a torre de número 2, que é utilizada como residência tem 305 metros de altura – todos os demais estão acima dos 200m.

No topo do Jumeirah at Etihad Towers Hotel está o Observation Deck At 300, um excelente observatório do qual se tem uma vista complete da cidade.

E no seu térreo, fica o Avenue at Etihad Towers, um shopping de luxo com tudo quanto é marca estrelada.

Ainda na linha de prédios com arquitetura diferente, no caminho de Dubai para Abu Dhabi vocês notarão um edifício em forma de disco. Super diferente. É o Aldar HQ Building um centro empresarial construído em forma circular, todo espelhado e com 110m de altura.

Aldar HQ Building.

Agora um dos prédios mais bonitos de Abu Dhabi é o Capital Gate. Inaugurado em 2011 e contando com 35 andares espalhados em 160m, o seu grande atrativo é o seu design que lembra claramente uma torre inclinada, meio que uma versão moderna e proposital da torre de Pisa.

Os arquitetos de plantão que me corrijam se eu estiver errado, mas não me lembro de ter visto algo sequer do gênero. A sua inclinação é de incríveis 18º, o que lhe conferiu inclusive uma menção no Guinness World Records.

Hyatt Capital Gate.

Eu, leigo, fiquei imaginando o tamanho dos pilares para sustentar esta loucura. Pelo que li, são ao todo 490 pilares enterrados a 20-30 metros no solo.

Nós tivemos o privilégio de nos hospedarmos neste edifício, no Hyatt Capital Gate que domina a maior parte da construção. Mas isto é assunto para um outro post específico, afinal foi uma estadia e tanto!

Desde 2009, Abu Dhabi recebe uma das etapas do Campeonato de F-1 no Yas Marina Circuit. Além do famoso GP, o circuito tem uma movimentada agenda de corridas de categorias menos conhecidas e ainda datas em que é aberto para amadores levarem os seus potentes carros (coisa comum por aqueles lados do planeta!) para umas voltas – ah que chato!!! #SQN.

Yas Marina Circuit.

Fora que eles também têm uma escola de pilotagem e em alguns dias a pista é aberta para o pessoal praticar corrida e andar de bicicleta. Ou seja, o local vira um centro de fitness.

O Circuito é apenas uma das várias atrações existentes na ilha artificial de Yas Island. Nos seus 25 quilômetros quadrados vocês encontram muitas das atrações de Adu Dhabi, que incluem também o Ferrari World, o Abu Dhabi Marina Mall, o parque aquático Yas Water World e (ufa!) a Yas Marina Circuit. Ou seja se você quiser ver tudo que tem ali, pode separar no mínimo dois dias para esta parte da cidade.

Dentro do circuito há uma grande e bela construção. Trata-se do hotel Yas Viceroy, outro hotel estrelado de Abu Dhabi. Já pensou ficar ali hospedado durante o GP de F-1??? Fico imaginando o preço das diárias. Quem quiser visitar o hotel, sugiro o bar existente na cobertura.

O hotel é famoso não só por estar dentro de um circuito de F-1 e ter uma arquitetura fantástica, mas também pelo seu “telhado” ou cobertura. Planejada nos mínimos detalhes, ela funciona de dia como um painel solar e proteção; e durante à noite é todo iluminado com LED. Vale a pena visitar durante a noite também!

Um trecho da pista.

Sempre fui adepto do pensamento de que em viagens, mais valem as experiências que as compras. Tem coisa melhor do que provar o típico ou ter experiências únicas? Seja um bungy jump na Nova Zelândia, um mergulho nas Bahamas, ou um voo de balão na Capadócia, existem experiências que a gente simplesmente não pode deixar passar.

E no Yas Marina existe uma que qualquer fã de carros e corridas não pode perder: dar uma volta pela pista num carro de corrida. E quando eu digo dar uma volta não estou apenas falando de você ir com o piloto (o que existe sim), estou falando de você ser o piloto. Eles oferecem duas opções de experiência: ir de passageiro ou pilotando.

Algumas das opções da escola de pilotagem.
Yas Radical SST.
Tem até Aston Martin. Pena que no dia da nossa visita não havia agenda da atração.

Quem pretender ir só de passageiro tem uma opção incrível: dar uma arrancada num dragster de 3 lugares!!! São 100km/h em dois segundos, praticamente uma piscada. As demais opções de veículos são as mesmas que da driving experience.

Para quem quiser pilotar, as opções são as seguintes: Aston Martin GT4, Mercedes E63, CLS and GTS, Formula Yas 3000 (um bólido parecido com um primo bem menos potente do F-1), Chevrolet Camaro (na modalidade dragster), Yas Radical SST (que mais parece uma miniatura daqueles carros da LeMans). 

Saiba que em Dubai também existe um passeio exatamente assim no Dubai Autodrome.

É possível também fazer um tour pelas instalações do circuito (de terça à sábado das 10h00 às 12:00 e das 14h00 às 16h00. Fora isso tudo ainda existe um excelente kartódromo que os visitantes também podem utilizar.

Kartódromo.

O circuito está aberto à visitação das 9h00 às 23h00.

Ali perto também fica o Ferrari World, o parque da Ferrari. Mas como o parque é muito, mas muito bom, merece um post próprio em breve.

Ferrari World, assunto do próximo post.

Outro passeio imperdível que você pode fazer tanto em Abu Dhabi quanto em Dubai, é o Safari no Deserto. Recomendo e muito, mas isto será tema também de um outro post!

O Safari no Deserto é uma atração imperdível.

E para finalizar, talvez você esteja ai se perguntando se Abu Dhabi é tão boa para compras quanto Dubai.

Neste ponto prefiro Dubai. Abu Dhabi não tem tantos shoppings quanto Dubai (basta lembrar que lá fica o maior shopping do mundo). Mas isto não significa que não existam boas opções.

De cara sugiro duas opções de shoppings, para ficar apenas nos dois mais conhecidos: o Yas
Mall
e o Abu Dhabi Marina Mall. Infelizmente não tive tempo para conhecer o Yas Mall, mas aproveitamos um tempo livre para passar pelo Abu Dhabi Marina Mall.

Embora não tenha aquela opulência dos principais shoppings de Dubai, a variedade de lojas – praticamente todas as marcas internacionais – fazem dele uma excelente opção para quem está disposto a gastar uns Dirhams.

Semelhantemente à Dubai, em Abu Dhabi existem supermercados de redes conhecidas dos brasileiros, como por exemplo Carrefour. As unidades deles estão dentro dos principais shoppings da cidade. Aliás algo que pouca gente sabe é que lá é um excelente lugar para comprar especiarias e temperos, bem mais barato que nos souks.

Bom, estando em Dubai, não deixe de dar uma esticada, ou melhor ainda, separar alguns dias para conhecer Abu Dhabi, pois a cidade tem muito a oferecer.

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6 comentários

O Sombra 2 de abril de 2017 at 23:39

Diogo,

Primeiramente, obrigado pela resposta.

Achei realmente interessante sua posição, vez que, para mim, bolsas de grifes internacionais são mais baratas na Europa do que nos EUA, isto considerando o tax refund que existe na Europa…

Ou seja, você está considerando o preço full, sem pensar no tax refund europeu, correto?

Outra dúvida: já conheço Dubai… mas tenho interesse em, ao visitar Abu Dhabi, voltar ao Soulk do Ouro… Abu Dhabi possui tal? Ou teria de ir de carro a Dubai? É complicado tal (ir a Dubai e voltar de carro)? Como fica a questão da imigração, ainda mais considerando que estarei de carro locado?

Responda
Diogo Ávila 3 de abril de 2017 at 01:19

Sim, sem contar qualquer tax refund.
Olha para souk sou mais Dubai. Achei o de Abu Dhabi muito para turista ver e sem tantas opções mais típicas.
Ir de carro de Dubai para Abu Dhabi (ou vice-versa) é super tranquilo. Não tem imigração, já que é tudo Emirados Árabes. Você só passa de uma cidade para a outra.
Fiz de carro locado e foi tudo tranquilo, só achei a estrada meio chata de fazer se você estiver cansado porque é um retão só.
Boa viagem,

Responda
O Sombra 26 de março de 2017 at 11:40

Parabéns pelo post…

Mas uma dúvida: preço dos shoppings são mais baratos do que Europa ou EUA para se comprar, por exemplo, bolsas de grifes internacionais?

Responda
Diogo Ávila 26 de março de 2017 at 19:27

Obrigado.
Melhor que Europa sim, EUA não.

Responda
Oigres 15 de fevereiro de 2017 at 12:50

Excelente post! Detalha bem atrativos de Abu Dhabi e indica alternativa para Dubai. Sobre Carrefour, deve ser enorme, pois o de Dubai dá para se perder, além de comprar eletronicos com bons preços, inclusive.Parabéns.

Responda
Rogéria 11 de fevereiro de 2017 at 13:40

Adorei o post!
Estou programando uma viagem para os Emirados Árabes ano que vem e achava que Abu Dhabi só tinha a mesquita de interessante!
Abraço!

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