Nem todos os viajantes são umas flores em termos de comportamento. |
Viajando, topamos pelo caminho com tudo quanto é tipo de gente. Desde aqueles que tornam a viagem positivamente inesquecível até aquelas malas que a gente não quer nem lembrar. O post de hoje é sobre o típico viajante mala, aquele que ignora qualquer etiqueta de viagem.
Por mais que a gente respeite diferenças culturais e o gosto de cada um, existem alguns comportamentos que são mais difíceis de aceitar (quando não, inaceitáveis!) e que farão você ser um viajante mala, ou na melhor hipótese, perder experiências essenciais. Fora que alguns comportamentos são super mal recebidos, e com razão pelos anfitriões. Acreditem, existem lugares que estão pegando birra de turistas mal-educados.
Resolvi listar 5 tipinhos que nunca ouviram falar de etiqueta de viagem e podem ser avistados em qualquer habitat, seja aqui no interior do seu Estado ou lá no outro lado do mundo:
1- Viajar sem a respeitar os costumes locais
Vai visitar um local religioso? Vista-se conforme as regras locais. |
Se você viaja para um lugar, é porque você se interessa pelo que o lugar oferece, bem como pela sua cultura. Ao menos é isto que se espera de pessoas normais. Ou alguém viaja a turismo para um lugar sem gostar?
Nada pior do que aquele sujeito que vai para um determinado destino de viagem e não só não procura saber quais são os costumes locais, como sabendo, parece fazer questão de ignorá-los.
Às vezes isto pode passar desapercebido, mas em algumas situações pode causar alguns transtornos ou até tornar-se caso de polícia. Vou ficar em dois exemplos mais comuns:
Bebidas nos EUA: lá não é permitido consumir bebida alcóolica de forma ostensiva nas ruas. Ou você bebe em um bar, restaurante, ou hotel/apartamento. Em espaços públicos, não. É verdade que para evitar problemas muita gente, especialmente os locais, cobrem a latinha de cerveja com um saco daqueles de papel. Muito difícil seguir a regra (ou pelo menos o macete local)? Ou prefere ser multado?
Outro ponto bem comum são as vestimentas em países muçulmanos. Na maioria dos países onde a população professa a religião muçulmana, em muitas situações exige-se moderação nas vestimentas. Não adianta querer entrar em uma mesquita vestindo saia curta e blusa decotada; tampouco ir para uma praia com um biquíni mais ousado. E muitas vezes isto não se restringe às vestimentas, pode ser comportamental. Nestes países, as pessoas evitam as chamadas demonstrações exageradas de afeto. O conceito é subjetivo, mas em geral, evite beijos e muita “pegação” em público.
Vai conhecer um lugar diferente? Custa nada respeitar os costumes locais. Vou ser direto: você está viajando para lá porque quer. E mais, você não gostaria que os gringos também respeitassem os nossos costumes ao visitarem as nossas cidades?
2- Não respeitar filas
Parque cheio não é desculpa para furar fila. |
Ah, este é um dos meus pontos favoritos e pelo qual já tive brigas épicas em tudo quanto é canto (sim, às vezes sou meio briguento!). Já esbravejei na imigração, gritei com chinês e “empurrei” folgados até mesmo para a Polícia Federal.
Não sei qual a grande dificuldade que as pessoas têm em respeitar filas. Neste ponto devo esclarecer que algumas nacionalidades (não citarei quais para não criar caso) têm uma maior propensão a desrespeitar este conceito básico.
Acho que a primeira vez que arrumei briga por isso foi uma senhora que simplesmente cortou toda a fila da imigração para ser atendida rápido. Não, ela não estava atrasada, já que o grupo com o qual ela estava viajando ficou bem para trás. Depois de ver qual era a dela, não tive dúvida chamei o guarda turco e dei uma de X-9. Resultado? Levaram ela para uma salinha…
Aqui no Brasil, em um dia de caos pré-feriado em Cumbica, indo para Montevidéu, um boyzinho resolveu furar a fila preferencial e depois de um bate-boca, tomou o scanner da mão da fiscal e se auto “aprovou” para entrar na área de embarque. Ah, não perdoei, brinquei com a fiscal que se fosse eu chamaria a PF. Resultado? Ela chamou a Polícia Federal que foi buscar o bonitão lá na fila da segurança. Provavelmente perdeu o voo!
Mas o mais legal foi uma vez em Hong-Kong onde um chinês resolveu junto com a família inteira (umas 9 pessoas) furar a fila na minha frente. Oi?!?! Aqui não! Calmamente expliquei em inglês. Ele não entendeu e respondeu em chinês, mantendo o intuito de passar à nossa frente. Subi mais o tom em inglês. Ele continuou não entendendo, mas ao menos a fila inteira também passou a brigar com ele, que continuou se fazendo de surdo. Já que era para não me entender mesmo, berrei em bom português mesmo. Não é que aí funcionou? Acho que ele se assustou e tirou o time de campo, literalmente. É verdade que me arrependi depois por ter perdido a compostura, mas às vezes não tem como. Berro todo mundo entende.
3- Ignorar por completo o idioma local
Não é porque o idioma seja ininteligível que você não vai aprender nada (menu de restaurante em Tóquio). |
Se vocês já leram os nossos posts de introdução de um destino, devem ter notado que eu sempre coloco ao menos algumas palavras básicas no idioma local.
Adoraria, mas estou milhas e milhas de ser poliglota. Mas mesmo assim, ao menos durante a viagem, tento aprender algumas palavras para mostrar respeito e interesse pela cultura e pelas pessoas dos locais que visitamos.
Olhe para você mesmo. Tem coisa mais chata que um gringo chegar aqui já descarregando na sua orelha um idioma que você não entende nada? Agora se ele disse em português “Eu non falar português” e ai sim falar no idioma dele ou inglês, você não vai recebe-lo com maior carinho?
E olha que isto funciona em 100% dos lugares, até mesmo com os franceses que têm a fama de não gostar muito de quem fala inglês. Todas as vezes que preciso falar com um francês já emendo com as minhas praticamente inexistentes noções de francês: “Bonjour, s’il vous plaît. Je suis brésilien et je ne parle pas français, vous parlez anglais?” (algo como Por favor, eu sou brasileiro e não falo francês, você fala inglês?). Isto quebra qualquer gelo. Nossos erros? Só causam risos e são pretexto para começar uma boa conversa.
4- Porta-se inadequadamente durante o voo
Não é porque o voo é longo que você pode tudo. Muito pelo contrário. |
Este também é um dos meus itens favoritos no tema etiqueta de viagem. Só Deus sabe quantas vezes tive a vontade de pegar um viajante mala e despachar ele literalmente para os quintos dos inferno durante um voo; ou pelo menos para o compartimento de bagagens onde merecia viajar.
Por mais que um voo longo seja difícil, a boa convivência interna é necessária e demanda algumas regrinhas básicas. O assunto do comportamento a bordo me irrita tanto que já tive até mesmo o cuidado de escrever um post específico sobre Etiqueta a Bordo.
Tem coisa mais chata do que aquele sujeito que fica batendo a perna no encosto do seu assento? Ou aquele que fica disputando cada milimetro do apoio de braço? Falar o que daquele que ao levantar ou caminhar no corredor se apoia em todas as poltronas, chacoalhando a gente enquanto dorme? São muitos os tipinhos, e você não precisa ser mais um, né?
5- O que prefere o celular à viagem
Imagina ficar com a cara no celular enquanto o Sol dá este show? (Havaí) |
Neste caso é mais dó do que outro sentimento, pois normalmente a pessoa não está importunando ninguém. Apenas perdendo grandes e singulares oportunidades durante a viagem.
Nunca vou esquecer a cena: nas areias clarinhas e diante da água cristalina e dos “monólitos” de Maya Bay na Tailândia, literalmente “A Praia”, uma garota de uns vinte e poucos anos chega. Tira uma foto, enfia a cara no celular para postar a foto. Passa o resto do tempo com a cara enfiada na telinha até que levanta e vai embora sem nem olhar para trás. Penso que deve ter postado coisas do tipo “que praia linda” e tal. Mas será que ela de fato olhou a paisagem? Aposto que toda lembrança que ela têm é da foto perdida entre outras tantas na sua rede social, e não do momento.
Triste né? Diante de uma das praias mais lindas do mundo, ao invés de aproveitar a vista e eventualmente tomar sol, dar um mergulho, ou simplesmente contemplar a paisagem, ela preferiu ficar no celular. Será que ela terá outra oportunidade de voltar ali?
Por mais que eu ame fotografia e use bastante as redes sociais, até mesmo por conta do blog, evito ao máximo usá-las sem necessidade imperiosa. Oras, para ficar nas redes sociais fico em casa que é mais barato! Desculpe a sinceridade, mas é o meu ponto de vista. Afinal, estou tendo uma oportunidade única para curtir o lugar e eventualmente pagando caro para estar ali. Já as redes sociais estarão sempre ao alcance da mão.
Pense a respeito.
E você, que tipo de viajante mala que ignora regras de etiqueta de viagem encontra por aí?
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6 comentários
Acrescente a lista:
– Saber o que quer na frente do caixa, sem ter que perguntar a familia toda o que desejam ou mesmo ficar olhando o cardapio.
– Perceber que voce nao está sozinho no mundo. Deixe o lado direito de onde anda livre para pessoas com mais pressa, nao pare bloqueando caminho de ninguem e tenha cuidado com o que faz, se incomoda alguem ou nao (principalmente o fumo).
Boa!
Adorei a parte da fila. Tb não deixo ninguém passar na minha frente! Brigar com chinês em português é meu forte e sempre ganho… kkk
Clássico né Rogéria? Abraço!
Faltou algo importantíssimo: as pessoas próximas de você NÃO ESTÃO interessadas em ouvir o áudio de seus vídeos do celular/tablet…
Não tem dinheiro para fone de ouvido? Então, não tenha smartphone ou tablet!
É inacreditável a cara de pau de inúmeros mal educados que ligam o vídeo e ignoram o som alto que ele produz…
Tenho vontade de, em momentos como este, ligar vídeos com o gemidão do zapzap e sentar bem ao lado do sujeito, com cara de paisagem… se ele reclamar, digo que é para abafar o som do vídeo dele… mas, infelizmente, ainda não tive a coragem para tanto.rsrs
Excelente.
Certa vez voei ao lado de um cara com um DVD portátil que resolveu assistir todos os filmes do Rambo sem fone!!!