“Taxi habib?” – Como é usar táxi no Egito

Atire o primeiro passaporte quem nunca teve problemas com taxistas em viagem. Nuns destinos mais, noutros menos, (infelizmente) a gente sempre tem uma história chata para contar sobre estes profissionais. E diante de todos os destinos pelos quais já passamos, acho que nenhum deles nos deu mais experiências negativas com taxi do que o Egito.

Salvo exceções que felizmente existem para ensinar aos demais, o serviço prestado por taxistas tende a ser uma reclamação frequente de muitos viajantes em vários destinos de viagem. Quero aqui deixar muito claro que como destaco no texto, existem bons e maus profissionais em todos os ramos e em todos os lugares.

Mas no Egito, parece que há uma maior propensão a maus profissionais neste ramo. Ou que pelo menos eles precisam ser melhor qualificados.

Por mais que a gente tenha contado com uma super ajuda de uma renomada agência de viagem durante a nossa viagem ao Egito, em várias oportunidades ficamos soltos pelas cidades, justamente para explorar por conta e curtir uma experiência diferente.

Isso nos obrigou portanto a utilizar várias vezes táxis tanto no Cairo quanto em Luxor, já que na primeira o sistema de transporte é por um metrô lotado e pouco confiável (ou ônibus impraticável) e na segunda sequer existe transporte público.

Acho que ao todo tivemos umas 15-20 corridas de táxis nos dias em que estivemos lá, e posso lhe garantir que destas, apenas três foram minimamente razoáveis.

Melhor esclarecendo, apenas em três não tivemos nenhum tipo de problema, desconforto ou confusão. Logo, me sinto confortável para afirmar, que por mais que eu seja relax, o serviço de táxi no Egito (excetuado um ou outro motorista) é um lixo!

Desculpe a sinceridade, mas não existe outra palavra para descrever o caos que é andar de táxi no Egito.

Custo e Taxímetro

Dois ditados populares poderiam definir os táxis no Egito. O primeiro é que “o barato sai caro”. E o segundo que “na falta de tu vai tu mesmo”, já que muitas vezes esta é a única opção.

Vamos falar da única vantagem de utilizar táxi no Egito: preço.

Pronto esta é a única vantagem real.

Comparado com outros destinos, o preço das corridas de táxi no Egito é extremamente baixo. Se você quiser ter uma ideia do valor médio de uma corrida, dê uma olhada no site Taxi Fare Finder.

Mas para que você tenha uma ideia, tem gente que aluga táxi por hora ou dia, para que ele funcione como um motorista particular. Os valores para tanto giram entre LE 30-40 por hora e LE 350-400 por um dia inteiro. Só para dar uma ideia, estamos falando de R$ 90 no máximo para um dia inteiro! Tentador, né?

Tão tentador que como vou detalhar mais a diante, é este o objetivo final de todos os taxistas: que você o contrate por dia.

Mas como eles cobram?

Nem todo táxi no Egito funciona com taxímetro (isto está mudando aos poucos), então ou você fica procurando um que tenha o aparelho ou já negocia muito bem com o seu qual será o valor da corrida para não ter surpresa no final.

Mas quanto seria razoável? Novamente, vale socorrer-se do Taxi Fare Finder.

O que eu fazia era olhar o site e em direção ao táxi já meio que sabendo quanto seria razoável pagar, e perguntar antes de entrar (importantíssimo!!!) o quanto o taxista cobraria. A partir dai estabelece-se um verdadeiro e cansativo leilão.

Eles olham a sua pinta geral (telefone, roupas, máquinas e tal) para chutar o valor. Sim é assim que as coisas funcionam.

Preço combinado, repita e se possível escreva o número para não ter dúvidas sobre isso porque tem uns que no final se fazem de desentendidos.

Quando eu disse que era importante negociar antes de entrar é porque se você não fizer isso e precisar descer depois, ou ele vai te cobrar essa corrida indesejada, ou irá te deixar longe do seu ponto de partida. Sim, isso acontece.

Conforto

Quem pega um táxi espera conforto, certo?

Bem, não no Egito. Quem procura um táxi quer ser transportado em um veículo só para ele, não necessariamente com conforto.

Digo isso porque os veículos são velhos e em sua enorme maioria muito sujos.

Carro batido é a regra no Egito, mas isso ok. Não é algo que afeta o passageiro diretamente. Agora carro sujo… Novamente, acho que uns dois que pegamos pareciam realmente limpos. O resto, um caos. Senta e não toca em nada.

Ar condicionado é raridade. Não sei se por não terem mesmo ou por estar quebrado, acho que pegamos uns dois apenas com este equipamento essencial num calor que passa fácil dos 40 graus. Acho que dá para imaginar o caos que é isso.

Os taxistas

Olha, sendo muito sincero, eu perdoaria tudo, literalmente. Menos mau atendimento.

A grande falha de tudo isso está no atendimento dos taxistas. É algo tão patente e que afeta tanto os turistas que é um daqueles pontos que acabam marcando negativamente toda a experiência a depender do seu grau de abstração.

Não duvido nada, nem julgo, alguém que acabe pegando birra do Egito por conta do tratamento que os taxistas dispensam ao turista.

É algo que o governo local deveria ver como um dos pontos para inclusive melhorar a atração de turistas em um país cuja economia depende tanto do turismo. E um país que tem tantas belezas e riquesas merecia algo muito melhor.

De todas as corridas que tivemos, apenas dois conseguiram ser profissionais de verdade e genuinamente simpáticos. O restante é uma verdadeira Praga do Egito!!!

A primeira coisa desagradável é a abordagem dos taxistas.

Você simplesmente não consegue caminhar pelas calçadas sem que os taxistas te abordem dizendo “Habib, táxi?”, literalmente: “Táxi querido”.

Olha, nunca me senti tão “querido”. Não sabia que o Cumbicão tinha fã clube!

O primeiro você acha graça. O segundo você ignora. O terceiro você já tem vontade de esculhambar.

Digo isso porque embora nas palavras possa parecer algo simpático, não o é. Eles falam em um tom de intimidação. Te seguem. Querem saber onde você vai. Dizem que é perigoso andar sozinho (e não é!).

Tivemos alguns que chegaram a nos seguir por nada menos do que duas quadras!!!

Qual é? Isso já passa dos limites.

Mas porque disso? Acho que existem vários fatores. Culturais? Talvez. Mas certamente a questão econômica bate forte aqui.

Muitos taxistas olham os turistas como uma tábua de salvação e acabam literalmente esfolando ou maltratando os turista no fito de ganhar um extra.

As táticas são variadas. Desde a dar voltas maiores ou burlar o taxímetro à simplesmente te cobrar um valor maior porque o trânsito está ruim.

Sim, você combina um valor com ele e no final ele te cobra mais (às vezes 2 ou 3x mais) porque o trânsito estava ruim. Então que tivesse ligado o taxímetro…

Ou inventam que não tem troco só para você deixar para ele um valor maior do que o devido. E não estou falando de uns R$ 5 não, teve um dia um que queria nada mais do que R$ 50 a mais por uma corrida que custou R$ 14 só porque ele não tinha troco. E disse ainda que se eu fosse trocar dinheiro em algum lugar, iria me cobrar o tempo de espera.

O problema não é só o lado financeiro, mas também a forma como eles fazem isso. Alguns chegam a ser agressivos.

Um dia peguei um que porque o trânsito estava ruim e porque eu disse que não precisava de um guia/motorista para o dia seguinte, resolveu aumentar o volume do som a um ponto insano, acendeu um cigarro, passou a dirigir mais agressivamente, e literalmente, acreditem, jogou Candy Crush enquanto dirigia!!! 🤪 Este dia tive vontade de literalmente pular do táxi!!!

Sei que fiquei tão ressabiado com os taxistas que eu escolhia literalmente o taxista pela cara e postura.

O melhor taxista que tivemos era um que simplesmente não falava inglês e usava aquele chapéu de tricô branco e barba longa. O caminho todo ele foi ouvindo um cântico muçulmano lindo, chegamos ao hotel para lá de Mecca de tão relaxados. Devia ter pego o contato dele!!!

Minha dica, não gosto de julgar pela aparência, mas fuja daqueles mais jovens ou com cara de malandro.

Fora tudo isso, fuja dos táxis fake. Os táxis de verdade são brancos com faixas amarelas. Se os oficiais são ruins, que dirá os falsos táxis…

A forma como eles dirigem acho que nem dá para reclamar já que o trânsito em geral é terrível no Egito. Onde aqui nas metrópoles brasileiras temos motos transitando entre faixas, lá são carros.

Numa viagem de táxi pelo Cairo, por exemplo, você verá certamente várias “quase colisões”.

O ruim é quando eles dirigem em alta velocidade ou agressivamente como relatado acima, ou um dia em que um deles resolveu ir pela contra-mão como se fosse algo super normal.

Literalmente lamentável este comportamento, o qual acaba deixando inclusive o turista com uma má impressão geral do destino se você não conseguir dissociar esta turma do resto da população

Egito, fica a dica para melhorar!

Booking.com