De posse das principais dicas para programar a sua viagem para o Deserto do Atacama, é a hora de conversarmos sobre outro ponto super importante: dá para ir por conta ou precisa de guia no Deserto do Atacama?
Acostumados desde muito a viajar por conta, seja ainda na fase de planejamento, compra de passagens, reserva de hotéis, e culminando, como não poderia ser diferente, com os passeios e atrações, viajar no esquema agência de turismo ou guia é algo que eu simplesmente abomino.
Geralmente você fica preso nos horários e em pacotes que nem sempre refletem aquilo que a gente espera da viagem, no melhor estilo expectativa versus realidade.
Mas, por mais que a minha opinião seja essa, vejo que em algumas situações faz-se sim necessário contratar um guia de turismo para alguns serviços como é foi o caso da nossa viagem ao Deserto do Atacama e foi também no Egito.
Dada a minha tendência de fazer tudo por conta, depois de comprar as passagens e reservar o hotel, fui logo vendo de alugar carro para ir até as atrações e como visitar as principais atrações do Deserto do Atacama, olhando itens como preço de cada uma delas, horários, e qual seria a melhor sequência para seguir.
Bastaram algumas poucas horas de pesquisas, para a minha ideia de fazer por conta as atrações no Deserto do Atacama literalmente secarem como água no deserto.
Talvez por um preconceito meu ou simples teimosia, fui olhar mais além e na minha rede de contatos de colegas blogueiros, não encontrei ninguém que tivesse feito a viagem para o Deserto do Atacama sem guia local para os passeios.
Vejam que eu disse apenas a parte dos passeios, hein!
Logo, ainda defendo piamente que você pode e deve ir para lá por conta sim.
Então, a parte de voos, hotéis, transfer e tudo mais segue plenamente possível e facílimo de fazer por conta.
A questão é exclusivamente quanto aos passeios. Combinado?
Mas não dá mesmo para fazer as atrações sem um guia ou uma agência que opere no Deserto do Atacama?
Como costumo dizer, possível sempre é… Difícil é arcar com as consequências daquilo que dá errado!!! 😂
Em suma, é muito provável que a complexidade e gama de coisas que podem dar errado, comprometendo a sua viagem, simplesmente não compensem a economia.
Para facilitar a compreensão, vou elencar aqui alguns pontos:
Ingressos das atrações:
Talvez você tenha notado uma tendência mundial, que veio com a pandemia e a necessidade de distanciamento social, mas que parece que veio para ficar por conta da alta demanda e lotação das atrações: a tal reserva prévia.
Por incrível que pareça, já que estamos falando de atrações ao ar livre e, portanto, com grande capacidade de “lotação” por assim dizer, na época da nossa viagem (já pós-pandemia) nos deparamos com o fato de que atrações como Piedras Rojas e a maior parte das Lagunas Cejar e Lagunas Altiplânicas, estavam trabalhando no esquema de pré-reserva.
Sim! Você leu certo! Pré-reserva no deserto.
Tanto que os nossos guias tinham que compartilhar previamente com a administração dos parques / atrações o quantitativo de visitantes em cada passeio.
Imagina você ter que lidar com isso em um lugar onde não existe bilheteria online?
Pré-reserva em atrações como museus, por exemplo, onde você compra ingresso online beleza, mas e quando não existe esta opção??? Achei simplesmente uma doideira dos chilenos.
Só isso já bastaria para te convencer a contratar um guia para a viagem para o Deserto do Atacama.
Mas calma, tem mais.
Encaixar as atrações:
Olhando as atrações que detalharei no próximo post desta série, pode até parecer fácil encaixar uma sequência que possibilite um roteiro de viagem razoável.
Mas existem alguns percalços.
Primeiro que elas são distantes umas das outras.
Não se deixe enganar pelas distâncias e tempo indicado no Google Maps. Tudo parece muito perto e fácil de chegar, mas na verdade leva muito mais tempo de deslocamento do que você imagina.
Na minha opinião as estradas até que são melhores do que eu imaginaria encontrar, pelo que entendo que você não vai precisar de um veículo 4×4, mas dai para achar que dá para dirigir acima dos 60km/h numa estrada de cascalho são muitos km de distância.
Experiência como um todo:
Comecemos pelos mais banal… Sabe aquela foto super bacana que você vê no Instagram e quer replicar?
Então, os (bons) guias são experts em te dar o ponto exato para as melhores fotos. Isso quando não eles tiram a foto para você.
Some também o fato de que nem sempre as atrações são bem sinalizadas.
Quando digo isso estou falando do básico… teve lugar onde se eu passasse na porta não saberia que tínhamos chegado se não fosse o guia ou o GPS!
O mesmo vale para o interior dos parques e atrações. Tem sempre um caminho mais curto que é feito usando-se um guia local.
Explico. Tinha lugares como o Vale da Lua, onde você entra por um lado e sai pelo outro depois de uma caminhada considerável pelas dunas.
No caso de quem contrata um motorista e guia no Deserto do Atacama, a van te deixa com o guia de um lado e te pega do outro.
Já se você estiver sozinho… toca andar tudo novamente.
Isso para não falar nas informações.
O Deserto do Atacama é um dos lugares mais fantásticos da Terra e simplesmente visitar as atrações sem aprender nada é um enorme desperdício.
Então, exceto se você for muito autodidata, ter um guia no Deserto do Atacama para te explicar os detalhes é essencial para uma experiência completa. É mais ou menos como ir às Pirâmides do Egito sozinho…
E falando especificamente sobre o encaixe das atrações existem alguns pontos adicionais.
As agências / guias que operam no Deserto do Atacama sabem exatamente como aclimatar os turistas dentro daquilo que mencionamos no post anterior: começar pelas atrações que estão numa altitude menor e ir subindo gradativamente.
Fora que tem atrações que merecem ou que só valem a pena serem visitadas em certos horários.
Por exemplo os Gêiseres del Tatio devem ser visitados nas primeiras horas do dia, literalmente no raiar do Sol. Se não for assim, nem vá porque não dá para ver o espetáculo da natureza.
Vale da Lua, quase que obrigatório terminar no mirante do Coiote para um pôr do Sol fantástico.
Observações de estrelas? Se não for para fazer num lugar apropriado, longe da luz artificial de San Pedro de Atacama, melhor nem fazer.
Ou seja, existe uma série de regras e motivos para contratar um guia para os passeios no Deserto do Atacama.
Ah, mas então só existem vantagens em contratar os passeios do Deserto do Atacama com um guia / agência?
Sejamos francos. Não!
Existe um ponto relevante que devemos considerar: o preço.
É sim verdade que você vai economizar se conseguir fazer tudo sozinho.
Mas terá que arcar com gastos como por exemplo aluguel de carro e complicadores acima que vão, acreditem, comprometer a sua experiência de viagem no Deserto do Atacama.
Sabe aquela coisa do “já que vai fazer, faça direito”? É bem por aí.
E olha que quem está falando aqui do outro lado é um viajante que tem literalmente “ranço” de tours e etc. e só contrata este tipo de serviço quando realmente essencial e se agregar à experiência de viagem como foi no Deserto do Atacama.
Beleza, uma vez entendido quanto essencial é contratar um guia para os passeios no Deserto do Atacama, vamos às dicas para escolher uma que tenha um bom custo benefício.
Mas antes de falarmos das agências em si, há um ponto que é muito discutido entre os blogueiros de viagem que é o seguinte: contrato antecipadamente ou deixo para ver lá?
Aqui o debate é acalorado, especialmente se considerarmos que existem online algumas agências especializadas em grupos de brasileiros, atendendo inclusive em português.
Já outros acham melhor ir sem nada reservado e negociar tudo lá na hora, nas inúmeras agências na rua Caracoles, a principal rua de San Pedro de Atacama.
Uns defendem que se você deixar para comprar lá existe a grande chance de você conseguir um desconto. Fora que fica mais fácil entender no face to face como funcionam os tours e o que encaixa com o que.
O ruim é que você irá perder um bom tempo, talvez uma manhã ou tarde fazendo isso. Nestas horas o conforto de resolver tudo antes de sair de casa pode ser uma boa opção, ainda mais se você tiver dificuldade em conversar com a turma lá – bem verdade que muitos falam e bem português.
Eu particularmente tenho certa dificuldade em sair de casa assim sem fechar algumas coisas essenciais. Prefiro gastar o meu tempo no destino passeando ao invés de gasta-lo com pesquisas que poderia ter feito em casa.
Hoje, estar na internet e ter uma comunicação direta e clara com seus potenciais clientes é mandatório, por isso acho que quem está fora deste fluxo ficou para trás, literalmente.
Então eu, sairia de casa ao menos com um pacote fechado para os passeios que eu consideraria mais essenciais.
Seja qual for o seu esquema, tem uma coisa que você precisa fazer como lição de casa: anote as atrações que você quer ver em uma lista de prioridade.
De posse desta lista, apresente seus planos para as agências e veja como elas trabalham.
Fiz uma tremenda pesquisa neste quesito para já eliminar aquelas que apenas queriam empurrar roteiros prontos.
Havia umas coisas que simplesmente não me interessava ver e outras que me eram essenciais.
Outro ponto importante a considerar é que quanto maior a quantidade de passeios que você contrata, mais barato fica.
Assim, evite ao máximo contratar parte dos passeios numa agência e parte noutra. Certamente você gastará mais.
Contratando tudo numa só os descontos podem chegar a 20%.
Mas os preços variam muito de uma agência para a outra no Deserto do Atacama?
Muito, tanto online quanto pessoalmente.
Um mesmo passeio pode custar CP 10.000 ou CP 60.000, e se você olhar os pacotes como um todo, mais ainda.
Assim, pesquisar preços é essencial.
Apenas não caia na armadilha de achar que a melhor é economia a todo custo.
Qual o motivo desta variação se todos vão ao mesmo local?
A razão está justamente numa somatória de fatores: algumas agências operam com grupos maiores e outras menores; umas oferecem um lanche rápido, noutras almoços com mesa posta no meio do deserto.
Tem de tudo, inclusive umas firulas que custam muito mais do que o necessário em certas agências.
Seja qual for a sua escolha, é importante sempre detalhar o que está incluso no pacote e quais as condições.
Peça detalhes ao fazer as suas cotações.
Um complicometro a mais ao comparar os passeios sob o ponto de vista de custo é que cada agência monta seu roteiro somando atrações de forma bem peculiar.
Ou seja, se você olhar três agências, é muito provável que cada uma tenha um itinerário e um combo próprio. Não é moleza fazer esta necessária comparação.
Há ainda a dúvida se o ingresso dos parques (sim, as atrações tem um pequeno ingresso para entrar) está inclusa ou não.
Outro ponto de atenção, especialmente nas agências mais simples no Deserto do Atacama é a transferência de passageiros.
É basicamente o seguinte, uma agência fecha um número X de passageiros, mas que é insuficiente para ela mesma fazer o passeio, aí ela junta com outras.
Isso é algo que incomoda muita gente porque fica aquele ar de amadorismo e também o sentimento de “perai, quem afinal eu contratei?”.
Fora o risco de contratar um serviço mais top e acabar num rolê abaixo daquilo que foi proposto.
Um ponto importante é sempre chegar o horário dos passeios.
Aquelas que saem mais cedo te cobram horas de sono, mas te garantem apreciar e fotografar uma paisagem sem tantos turistas.
Como eu sou da linha do “dorme quando voltar para casa” já podem imaginar como aprecio isso…
Neste ponto é importante estar ciente que muitos passeios partem até mesmo antes do nascer. Então prepare-se!
Imagino que diante deste cenário complexo você esteja se perguntando o que fizemos afinal de contas.
Todas as preocupações e problemas acima nos levou a fazer uma escolha bastante ponderada em termos de busto benefício.
A nossa parceira nesta viagem ao Deserto do Atacama foi a agência Fui, Gostei Trips da Carla, uma brasileira que viveu muitos anos em San Pedro de Atacama e conhece demais a região.
Logo nos primeiros contatos com a Fui, Gostei Trips já deu para notar que o atendimento seria excelente.
Tudo muito claro, direto e organizado.
Todas as minhas perguntas foram sanadas ainda antes de fecharmos, e ainda tiveram o cuidado de me alertar sobre temas que eu sequer havia considerado, como o ponto do verão altiplânico que mencionei no post anterior.
O time da Fui, Gostei Trips montou um roteiro que não só incluiu o que eu tinha como essencial, como também me conseguiu (sei lá qual foi a mágica) fazer sobrar tempo para relaxarmos numa viagem que parecia que seria mega corrida.
Para cada passeio eles dão uma lista de coisas que são importantes você levar, como água, protetor solar e tal. E também dão ideias de qual o look mais adequado para o passeio, ou se terá ou não muita caminhada naquele dia. Maravilhoso!!!
A comunicação com a agência ainda lá foi super clara. Tivemos algumas alterações de roteiro, coisa simples do tipo, tal passeio que seria hoje será amanhã e o de amanhã hoje, foram avisados com a agilidade necessária.
O pagamento foi feito em reais, ainda no Brasil, o que ajudou demais com relação ao câmbio e IOF. Apenas um remanescente relativo às despesas locais precisou ser pago lá.
Todos os passeios sempre incluíam o transporte em veículos novos e bem confortáveis.
Aliás aqui um ponto importante… Memorize a placa da van porque são todas muito parecidas e as chances de você entrar na errada por engano são enormes.
E os guias então… Embora nenhum deles falasse português, o espanhol deles era tão tranquilo de entender que não tivemos problema algum. Inclusive deu para notar que eles fazem questão de substituir algumas palavras em espanhol por português para facilitar.
O nível de conhecimento deles era para lá de suficiente. Um deles, o Mauricio, salvo engano é formado em biologia. O cara sabia tudo de tudo. Um “crânio”!!!
Para quem como eu curte tirar fotos, eles tem algumas paradas fantásticas no meio do caminho.
Por sinal, nenhum passeio era simplesmente ir até o destino final… Sempre tinha uma série de paradas no meio da caminho sempre muito interessantes.
Descíamos da van, tirávamos fotos, os guias enchiam a gente com explicações e só então seguimos o roteiro.
Cheio de coisas para fazer? Certamente! Mas nunca corrido.
Ah, e por falar de fotos… Todos os dias rolava um concurso entre os participantes do tour um concurso de fotografia. Acreditem, em dois dias fui superado por quem??? Pela Sra. Cumbicona!!! Marmelada!!!
Gostei também do fato dos grupos serem pequenos, no máximo umas 15 pessoas por van.
Para os passeios que passam pelo horário do almoço, tínhamos sempre uma refeição completa, se a partida fosse muito cedo, um belo café da manhã, e se fosse no final de tarde, um coquetel. Tudo muito simples, mas bem gostoso.
Enfim, se tivesse que voltar ao Deserto do Atacama, certamente voltaria com a Fui, Gostei Trips (ou deveria Voltei porque Gostei??? Kkkkk)
* O Cumbicão testou os serviços mediante uma parceria estabelecida com o operador local para coletar material para este post. Todas as opiniões e relatos aqui descritos refletem fielmente a experiência, atendendo à política do blog.
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Veja os comentários
Diogo, adoramos o artigo! Muito bem explicado sobre fazer por conta própria ou com agência.
Foi um prazer ajudar na sua viagem! Estamos expandindo para Cusco, quem sabe pode ser o destino das suas próximas férias??
Um abraço e agradecemos a confiança!
Obrigado Carla!
Sem vocês não teríamos uma experiência tão maravilhosa como a que tivemos no Atacama.
Oba, nos vemos em Cusco em breve!
Abraços.
Post muito legal e necessário!
Irei em dezembro para lá e fiquei perdidinha com essas questões de passeios e agências e seu post me elucidou muita coisa.
Só queria tirar uma dúvida, sei que você não mencionou isso, mas sobre a travessia do Atacama para Uyuni, que também se encaixa numa dessas que é altamente recomendado fazer com agência/guia, você acha que é possível contratar diretamente lá numa dessas agências de San Pedro ou também acredita que seja melhor reservar préviamente?
Pergunto, pois esse é o passeio mais caro que estou orçando para essa viagem, um valor que não estou muito certa de já deixar pago. Se houver essa possibilidade de fechar lá, eu preferiria.
Obrigada por compartilhar suas experiências, estou amando o blog!
Abrs.
Oi Ana. Tudo bem?
Sim, dá para fechar lá.
Porém, pelo que notei lá, inclusive na agência que usamos (que também trabalha com Uyuni) é que o encaixe destes passeios é mais complicado.
Eles tentam montar grupos.
Então, por mais que saia sim mais barato comprar este passeio lá, é mais complicado deixar para comprar lá algo assim mais complexo e que na minha opinião é uma outra viagem.
Eu, compraria antes.
Depois me conta como foi.
Boas viagens.
Oba viajei lendo mais este post. Muito legal o enfoque.