Não importa quantas vezes eu já tenha dito isso aqui no Cumbicão, mas vou sempre continuar dizendo: quanto mais diferente de casa, mais exótico, mais me atrai. Sim, foi este (e mais alguns outros motivos que conto abaixo) que me fizeram escolher fazer uma viagem à Amazônia.
Ao longo dos anos, seja a trabalho ou férias, tive a oportunidade de conhecer ao menos a capital de quase todos os Estados do Brasil. E de todos eles, certamente nenhum se compara, para quem mora no Sudeste, mais precisamente na tumultuada, caótica, e (sim!) amada São Paulo, do que o Amazonas.
Refletindo aqui sobre a viagem à Amazônia, tive a certeza de um sentimento que permeou e muito a minha escolha de destino: Amazonas é muito, mas muito diferente dos outros Estados.
Ok, cada um tem a sua cultura, mas existem ainda pontos de convergência muito grandes entre alguns deles. Oras, muitas coisas são bastante comuns entre o interior de São Paulo e, por exemplo algumas cidades de Santa Catarina (para não falar nossos vizinhos do Paraná).
Mas o Amazonas, para um ser absolutamente urbano como eu, parece um outro mundo. Muito sim pela evidente diferença de paisagem, mas também pelo folclore, cultura e culinária.
Fora que poucos Estados têm tanta identidade com os povos nativos brasileiros como o Amazonas.
Fiquei até imaginando se o Amazonas não é o Brasil de verdade.
Voltei da viagem com a impressão que, para quem mora em uma selva de pedra como São Paulo, uma viagem para a Amazônia é o mais perto que você pode chegar de sair do país sem cruzar as nossas fronteiras. Amamos!
E não pensem que isso é discurso de quem não viaja pelo Brasil. Por mais que infelizmente não tenhamos viajado tanto a turismo pelo Brasil nos últimos anos, quando adolescente e depois a trabalho, viajei e muito pelo Brasil.
Bem, deixemos os debates regionais de lado e vamos ao outro fator que me motivou para esta viagem que incluiu, já adiantando um pouco, uma breve passagem por Manaus e alguns dias num hotel no meio da floresta Amazônica.
Depois de algum tempo sem viajar, confesso que como muitos eu estava sedento por novos destinos. Todavia, queria algo que fosse não só longe de multidões, mas também que possibilitasse uma legítima conexão com a natureza, algo que para quem mora em cidades e durante a pandemia, faz muita falta.
Por mais que a Amazônia sempre estivesse na nossa lista de prioridades de viagens para o Brasil, parecia que nunca dava certo. Faltava tempo, estava caro ou sei lá o que.
Eu sei que sempre que encontrava um gringo e dizia que era brasileiro, ficava envergonhado de ver que muitos deles já tinham feito uma viagem à Amazônia e eu não. Pois é, às vezes a gente acaba deixando o nosso querido quintal de lado, por vários motivos.
O fato é que com tudo isso, mais a questão ambiental pegando (infelizmente) fogo nos noticiários, achei que era hora de ver um dos lugares mais belos e a floresta mais importante do mundo antes que os negacionistas acabem com ela. Sim desabafo!!!
Eu já tinha colocado os pés por aquelas bandas, mas apenas em Manaus e a trabalho, o que nem de longe proporciona uma experiência imersiva na floresta como a que tivemos.
Enfim, era hora de conhecer a floresta mais famosa do mundo.
Bem, antes de dar as dicas gerais para a sua viagem à Amazônia, queria já adiantar que a ideia aqui é termos uns três posts além deste, sendo um as atrações turísticas de Manaus; onde ficar em Manaus; e por fim (e mais legal!) como conhecer a Floresta Amazônica de pertinho, se hospedando em um hotel de floresta.
Se considerarmos a Manaus como a porta de entrada para a maioria dos turistas brasileiros, a melhor forma de chegar à região será voando até a capital do Amazonas.
Isso traz um ponto positivo e outro negativo.
O lado bom é que Manaus tem uma rede de voos bastante razoável, ainda mais se considerarmos que estamos falando de uma capital de Estado situada no coração da floresta.
É muito fácil encontrar voos diários ligando-a à maioria das capitais dos demais Estados e principais cidades. Se você considerar uma escala em Brasília, ai dá para dizer que Manaus estará conectada a todas as principais cidades do Brasil.
Por outro lado, é bem verdade que para muitos turistas, notadamente aqueles que como nós vivem na Região Sudeste, um voo para Manaus é relativamente caro, principalmente se compararmos com voos por exemplo para a Argentina.
Talvez por isso algumas pessoas considerem que uma viagem para a Amazônia seja cara, o que é parte da verdade como detalho mais a diante.
Apenas para uma referência, o tempo médio de voo a partir de São Paulo e Rio de Janeiro é de 4hs; Brasília 3h, Belém 2h e Fortaleza 3h30.
Uma das vantagens de uma viagem para a Amazônia é que é um destino recomendado para qualquer época do ano, mesmo com as observações abaixo a respeito do clima.
Isto porque cada época do ano tem a sua vantagem.
Sobre o clima local você precisa ter em mente algo: é quente!!!!
Pensa num lugar quente e úmido. Se você abrir um dicionário para procurar estas definições deve ter uma foto da região amazônica e notadamente de Manaus, que me pareceu ser mais quente ainda, talvez pelas construções.
O fato da humidade do ar ser alta eleva muito a sensação térmica.
Me lembrou muito o Sudeste Asiático durante o verão: uma fornalha!
Se você olhar a temperatura ao longo do ano, verá que ela varia muito pouco ao longo do ano.
Outra característica marcante desta região é que chove praticamente todos os dias no período da tarde. Tanto que existe um costume de dizer algo como “vamos marcar para depois da chuva”.
A vantagem é que no geral, são chuvas passageiras.
Algo importante na sua programação é sempre priorizar os passeios mais importantes para a parte da manhã pois as chances de chuva são menores.
Este contexto deixa bastante claro quanto importante é você não esquecer de colocar na mala uma capa de chuva como eu disse acima.
Se pelo lado das temperaturas a região amazônica parece ter apenas uma estação, as chuvas estão um pouco mais definidas:
– Junho e agosto: poucas chuvas e águas dos rios altas pois as águas da temporada de chuvas não baixou ainda (poucas oportunidades de trilhas na selva);
– Setembro a novembro: poucas chuvas e as águas começam a baixar (as trilhas de selva começam a ser viáveis);
– Dezembro a fevereiro: alguma chuva, mas as águas ainda não subiram (as trilhas ainda são possíveis);
– Março e maio: bastante chuva e águas subindo.
Importante saber que as cheias dos rios da região dependem não só das chuvas locais, mas também e talvez principalmente das águas do degelo dos Andes no Peru, onde estão muitas das nascentes que abastecem os rios da região.
Qual é a melhor? Depende muito do que você quer fazer. Quem deseja pescar, fala que a das cheias é melhor. Quem quer caminhar pela selva prefere a seca.
Apenas para fins de que você tenha uma ideia da experiência pelas nossas fotos, fomos no final de dezembro.
Claro que a nossa boa e velha pergunta não poderia faltar, já que muita gente sempre tem dúvida quanto a isso, especialmente para uma viagem cheia de deslocamentos locais como você verá abaixo.
Para quem pretende apenas conhecer Manaus, desprezando uma imersão maior na floresta, o que eu não recomendo, bastam 2 ou 3 dias na capital manauara para conhece-la bem. Digo 3 para quem for da turma que gosta de dormir até mais tarde, fazer tudo com muita calma…
Ficamos apenas um dia e deu para ver o básico. Se tivéssemos mais um dia teria sido perfeito.
Agora se você pretender ficar em Manaus e fazer alguns bate-e-volta na região para conhecer melhor a floresta (o que eu considero essencial), ai prepare-se para adicionar 2 ou 3 dias ao seu itinerário porque muitos dos bons passeios duram um dia inteiro.
Porém se você puder, sugiro que divida a sua estadia em duas partes, sendo uma parte menor em Manaus e uma quantidade que pode ir de 3 a 5 dias na floresta propriamente dita, ou seja, num resort de floresta.
Esta, como pretendo mostrar detalhadamente num outro post, é a melhor forma de realmente conhecer a Amazônia pois você terá a oportunidade de conhecer a capital manauara e ter uma experiência genuína no meio da floresta.
Outro fator importante a considerar numa viagem à Amazônia são os deslocamentos regionais. Sim, não pense você que dá para chegar nestes resorts de selva em 30 minutos…
Os melhores, tanto em termos de hospedagem quanto no quesito floresta intocada, estão distantes de Manaus, o que te obriga a fazer uma viagem de carro de praticamente 1 hora e mais uns 30min.-1h de lancha pelo Rio Negro.
Então, o dia de chegada e partida, dependendo de como agendado, pode ser um dia praticamente perdido.
Considere tudo isso, mais o fato de que não tem como ir das regiões mais distantes (Sul e Sudeste do Brasil) sem gastar algo entre 4 e 3 horas de voo, e você verá que no mínimo 1 semana é o essencial para uma viagem à Amazônia.
É por isso que eu até cogitei algumas vezes conhecer a região num simples feriado ou Carnaval, mas, na minha opinião, seria um misto de correria e perda de dinheiro.
Vou detalhar bastante este ponto nos posts sobre hospedagem tanto em Manaus quanto na floresta, mas acho que vale aqui já fazer alguns breves comentários.
Manaus tem uma excelente quantidade de hotéis para todos os gostos e bolsos. Desde hotéis grandes de redes conhecidas até hotéis boutique que acomodam um pequeno punhado de hóspedes por vez.
Na floresta o cenário é absolutamente diferente. Seja pelas dificuldades que o meio ambiente impõe, seja pela menor oferta de hotéis, o que é excelente para o meio ambiente, você tem uma quantidade menor (mas não pior!) de opções.
Basicamente você encontra duas opções: ou hospedar-se no que se chama de resort ou hotel de floresta; ou contratar um cruzeiro pelo rio.
Depois de avaliar o custo / benefício de um cruzeiro versus o que os resorts de floresta ofereciam, achei que não fazia sentido para nós ficarmos embarcados.
Um primeiro ponto que foi muito sensível para nós foi o fato de que a Sra. Cumbicona não curte muito navios, barcos e etc. Especialmente para dormir.
Segundo que, conforme depois confirmei com uma família que teve a experiência de um cruzeiro na Amazônia, embora o serviço seja impecável, falta um pouco de originalidade na experiência, já que eles reportaram aquela sensação de um serviço/experiência meio pasteurizada com cara daquelas grandes empresas de navios no Caribe.
Para mim, por mais que algo assim fizesse super sentido no Caribe, na Amazônia queria algo mais autêntico.
E mais autêntico do que dormir num resort no meio da floresta não existe. Mas isso, é tema para um outro post porque há muito o que conversarmos sobre.
Acho o máximo ter que escrever isso ao visitar um destino no Brasil!!! Nada como se um país continental!
O fato é, evite frias e perder passeios ou voos. Ajuste o seu relógio e/ou celular porque Manaus está uma hora atrasada em relação ao fuso horário de Brasília.
Uma pergunta que muita gente se faz é se precisa tomar vacina contra a febre amarela.
Precisar não precisa, mas é bom.
Explico. Diferentemente do que se vê para destinos como por exemplo Panamá ou Sudeste Asiático, onde é obrigatória a comprovação de vacinação contra a febre amarela, para uma viagem à Amazônia isso não é exigido.
Todavia é bom tomar porque por conta do meio-ambiente é relativamente comum tal doença na região. Ou seja, é importante você tomar a vacina, que é gratuita e fácil de achar nos postos de saúde, para a sua própria saúde.
Outro ponto a considerar é a malária que também é uma doença comum na região. Dizem que contra ela o melhor é utilizar repelente praticamente o tempo todo.
Por falar nisso, vamos aos itens que você não pode deixar fora da sua mala numa viagem à Amazônia.
Uma viagem à Amazônia, especialmente se você pretender fazer um passeio de um dia inteiro pela selva ou se hospedar num hotel de floresta, você deve levar na sua mala alguns itens que talvez você não costume levar nas suas viagens.
Isto porque neste meio ambiente você estará exposto à condições bem diferentes, como umidade/chuva; calor excessivo; precisa se proteger de eventuais arranhões e a lojinha que vende o que você quer pode estar a centenas de km dali.
Alguns dos itens abaixo foram sugestão do hotel de floresta onde ficamos hospedados, outros são fruto da nossa prática / experiência em fazer malas para lugares diferentes.
Aproveitando que falei de repelentes, muita gente nem sequer cogita uma viagem para lá por conta do receio de voltar cheio de picadas de mosquito.
Bem isso pode ser verdade dependendo de onde você se hospedar.
Por exemplo, dizem que num resort de selva situado no Rio Negro, o que foi o nosso caso, a incidência de mosquitos é muito menor por conta do pH da água.
Falando da nossa experiência, fiquei muito impressionado com o fato de que usando repelente, não tive uma picada de mosquito sequer!!! 😍
Vale conhecer a região com crianças? Sim sem dúvida, e ao mesmo tempo, depende.
Parece papo de maluco, mas explico.
Considerando a nossa experiência de pouco mais de 7 anos rodando o mundo com o nosso pequeno, vejo a Amazônia como uma super viagem em família, mas depende muito da idade da criança.
Quem nos acompanha sabe que a gente já se enfiou em uns lugares bem diferentões com o nosso pequeno viajante quando ele mal andava. Ensinamos desde cedo ele a se jogar no mundo, e com menos de 2 anos ele já tinha ido a lugares tipo Bali, Malásia, Hong-Kong, Havaí e por ai vai.
Acontece que em todos estes destinos, as atividades de viagem típicas eram na sua maioria tranquilas até mesmo para fazer com uma criança de menos de 3 anos. Você consegue ir para um lugar destes e não deixar de fazer nenhum passeio.
Já na Amazônia, vamos combinar que fazer um imperdível passeio de caminhada pela selva, ou avistamento noturno de jacarés com uma criança que precisa constantemente de colo ou carrinho de bebê fica mais complicado. Concordam?
Claro que cada um tem as suas convicções e seu estilo de viagem. Tem gente que com criança só vai para Orlando e olhe lá, e tem outros mais como nós que se joga no mundo.
O que eu queria deixar muito claro é que na minha opinião, por conta dos passeios serem mais roots na floresta, é importante que a criança consiga andar com mais facilidade, sem depender tanto dos pais.
Portanto, eu consideraria esta viagem ideal para famílias com crianças acima de uns 3 ou 4 anos.
Olhando o aspecto curtição, não tenho a menor dúvida que uma viagem à Amazônia é algo mais do que perfeito para os pequenos viajantes. Eles vão adorar estar próximos à natureza e poderão aprender muito durante a viagem.
Se você como eu é daqueles que olha um destino e já pensa se pode levar o drone na viagem para fazer umas fotos e vídeos aéreos, saiba que a Amazônia é um dos lugares mais interessantes para isso.
É bem verdade que em Manaus é terminantemente proibido voar por conta do aeroporto internacional de Manaus e de uma base aérea que fica às margens do Rio Amazonas, então nem tente voar ali. É absolutamente ilegal. Eu pedi autorização na ANAC e o sistema logo me informou a respeito desta proibição.
Já nas áreas mais remotas, como é o caso do local às margens do Rio Negro onde nos hospedamos não existe nenhuma restrição deste tipo.
Claro que mesmo assim você deve ficar atento às regras gerais para voar o drone, e aqui mais uma deve ser adicionada: voe numa altitude que seja compatível com as regras de voos em zonas rurais (não urbanas) e não voe demasiadamente baixo para não perturbar a vida selvagem.
Precisa de autorização da ANAC mesmo num lugar mais remoto? SIM! Faça o registro do voo exatamente como ensinei no post sobre drones e conforme as regras vigentes da autoridade aeronáutica. Seguindo estas regras, é só diversão.
Uma coisa deve ser dita, uma viagem para a Amazônia não é (ao menos para a maioria dos brasileiros), a viagem doméstica mais barata que se pode fazer.
Isto deve-se a dois fatores.
Justamente por ser mais distante dos centros com maior adensamento populacional (leia-se Sudeste, Sul e até Nordeste) os voos para Manaus passam facilmente dos R$ 1.000 por pessoa.
Lembro que em todas as oportunidades em que cogitei ir para a Amazônia, era praticamente o mesmo preço, em termos de aéreo, que ir para o Chile, ou a Argentina, para ficar em dois exemplos mais comuns.
Se puder, tente viajar com milhas.
O outro fator, a hospedagem, é mais flexível.
Isto porque embora em Manaus seja bastante fácil encontrar hotéis com preços super em conta e um excelente nível de conforto, que facilmente atenderá às suas necessidades, o mesmo não se pode dizer a respeito dos chamados hotéis de floresta.
Ainda que isso seja tema de um outro post, gostaria de adiantar contigo alguns pontos.
Hotel de floresta, ou resort de floresta é necessariamente um hotel que fica imerso, isolado na floresta, e justamente por isso deve ter uma infraestrutura de conforto mínima. Não estou falando necessariamente de luxo não, são coisas do tipo onde dormir, como tomar banho, eletricidade (quando muito wi-fi) e refeições.
Se você pensar somente no básico, já dá para notar que há muito o que prover no meio de um ambiente que não tem nada disso em razão do seu isolamento.
Com tais dificuldades vem o custo e a baixa oferta.
Não são muitos hotéis (o que é bom para o meio ambiente!) e eles têm um custo fixo algo, já que na maioria absoluta dos que pesquisei, todas as refeições são inclusas (você não vai ter que caçar o seu jantar na floresta!) e na maioria deles os passeios também são inclusos.
Ou seja, paga-se um pacote fixo e pronto.
Isso tudo tem um valor que na época da nossa viagem ia de R$ 7.000 à R$ 25.000 para 5 dias e 3 pessoas dependendo do nível do hotel.
Considerando padrão médio do brasileiro, fica claro porque não raras vezes tem mais turista gringo do que doméstico na Amazônia.
Bem, dadas estas primeiras dicas espero ter inspirado você a programar a sua viagem à Amazônia. No próximo post vamos falar um pouco sobre o que fazer na capital Manaus.
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