Fala se o lugar não é lindo?!?!
Como adiantei nas dicas essenciais para a sua viagem aa Jordânia, o nosso roteiro de pouco mais de uma semana no país consistiu em percorre-lo o país literalmente de ponta a ponta, e o nosso primeiro destino foi a cidade litorânea de Aqaba, no extremo sul do país.
Aqaba é um destino que pouca gente considera ao planejar uma viagem à Jordânia, mas que se você tiver um ou dois dias sobrando pode ser uma excelente opção, especialmente se você gosta de hotéis de luxo e mergulho, vale a pena.
Por mais que em termos de atrações a cidade sejam inferiores ao que a o restante da Jordânia representa (Petra; Mar Morto; Wadi Rum…), para nós foi muito bem aproveitada para duas coisas: mergulhar e curtir um excelente hotel.
Depois de dias corridos no Líbano, realmente precisávamos de um par de dias para recuperar as energias e voltar à estrada.
A nossa ida até Aqaba deu-se por dois motivos.
O primeiro deles é que eu literalmente precisava mergulhar no Mar Vermelho, e como já não tínhamos mais dias para explorar a Península do Sinal onde ficam pontos de mergulho como Sharm el-Sheikh no Egito, Aqaba acabou surgindo no meu log-book.
Esta experiência de mergulho contarei num outro post, prometo!
A segunda delas é que como pretendíamos viajar a Jordânia de norte a sul (neste caso de sul a norte) e em um único sentido para economizar tempo, a única alternativa viável foi voar de Beirute para Aqaba com uma breve conexão em Amã, e de lá pegar um carro para devolver apenas no aeroporto de Amã.
Ou seja, inicialmente este balneário não estava nos meus planos de viagem mas apareceu como uma excelente alternativa.
Aqaba é uma pequena cidade litorânea às margens do Mar Vermelho, bem ao sul da Jordânia.
Esta posição geográfica de Aqaba lhe confere uma posição bastante peculiar, já que a poucos quilômetros dali está a Arábia Saudita, do outro lado do Mar Vermelho fica o Egito e literalmente apenas uma cerca a divide de Eliat em Israel. Fala se não é uma quadrupla fronteira incrível?!?!
Diante desta proximidade geográfica com Israel, a primeira pergunta que muita gente faz é se dá para cruzar de um lado para o outro. A resposta é depende. Por mais que os países tenham relações diplomáticas e existam voos frequentes entre Amã e Tel Aviv, nem sempre cruzar fronteiras terrestres é fácil. Pesquisando li alguns relatos de gente que teve dificuldades para cruza-las.
Você pode viajar para Aqaba tanto de carro vindo direto de Petra (126km / 2hs) quanto de Wadi Rum (60km / 50 min) ou ainda de avião se estiver vindo de Amã – 2 voos diários de 55min. Ir de carro direto de Amã até o balneário é complicado, já que existem muitas atrações interessantes no meio do caminho e a viagem direto é muito cansativa (330km / 5hs).
A minha sugestão é que você faça um dos trechos de avião e o outro de carro, parando nos principais destinos turísticos, como no deserto de Wadi Rum, Petra, e Mar Morto para ficar apenas nos 3 mais famosos. Este foi exatamente o nosso esquema: chegamos de avião vindo de Beirute no Líbano (com escala em Amã) e subimos depois até Amã de carro com estas paradas no meio do caminho.
O único ponto negativo foi o fato de que a locação do carro pegando em Aqaba e devolvendo em Amã, e não retornando o veículo no local da retirada como seria o esperado, nos obrigou a pagar a tal de one way fee. Mas se você comparar o benefício de salvar 5hs de viagem mais o cansaço destas horas direto no volante com um adicional de uns US$50 na conta, verá que ainda foi um ótimo negócio.
Viajando de carro, não se assuste se for parado em algum dos check-points existentes ao longo da estrada de acesso à cidade, especialmente na volta. Além de questões de segurança, isso acontece porque Aqaba é uma zona econômica privilegiada, uma espécie de duty-free, então o controle alfandegário é alto. Tenha o passaporte, PID e documentos do carro à mão.
Se você estiver no Egito, saiba que existe até mesmo a possibilidade de ir de barco de Sharm El Sheikh até Aqaba.
Vindo de avião, o King Hussein International Airport, é um aeroporto bem pequeno, mas que atende bem às necessidades e quantidade de voos. Ao que notei recebe voos apenas da capital Amã.
Situado apenas 10km do centro da cidade, a forma mais tranquila de chegar até a região da Corniche onde está a maioria dos hotéis é de táxi ao custo de JOD 10.
Vale conhecer em um bate-e-volta? Depende de onde você está. Pensando em uma linha onde o ponto mais alto é Amã, seguido do Mar Morto, Petra e Wadi Rum percorrendo uma linha no sentido norte-sul, pode até compensar se você estiver em Wadi Rum por conta da curta distância. Dali para cima, não consideraria como uma opção não porque fica muito longe.
Mas aqui vale um cuidado: se você estiver hospedado em Wadi Rum, passar o dia em Aqaba só para pegar uma praia ou mergulhar pode ser uma ótima.
Já o contrário, ficar em Aqaba e esticar até Wadi Rum, só mesmo se você tiver muito pouco tempo de viagem disponível. Digo isso porque uma das coisas mais fantásticas para se fazer lá é passar a noite no meio do deserto. Mas isso é assunto para outro post, mas não cometa este erro. Combinado?
Em Aqaba predominam os grandes resorts, especialmente de redes internacionais top.
Praticamente não existem hotéis menores.
Isso tem um lado super positivo que é o de que você terá praticamente a certeza de uma excelente experiência, é negativo porque o custo da estadia em Aqaba, acaba (ops, trocadilho infame!) ficando salgado.
Buscando no Booking, por exemplo, você não consegue encontrar um daqueles hotéis pequenos e baratos. É tudo muito oito ou oitenta.
Para a nossa viagem, escolhemos o Al Manara, a Luxury Collection Hotel, um hotel simplesmente maravilhoso e com uma super infraestrutura cujo review você confere aqui.
Eu particularmente recomendo que você invista em um bom hotel na cidade. Digo isso porque como Aqaba tem uma gama pequena de atrações, coisa que como você verá abaixo dá para conhecer em um dia, vale escolher um hotel com boas opções de lazer para relaxar e curtir uns dias de mar e piscina.
Isso torna-se ainda mais interessante para quem irá seguir viagem para Wadi Rum e Petra, onde os hotéis não contam com este tipo de infraestrutura.
Fora que, por estar situada à beira mar, Aqaba é uma excelente oportunidade para você (dentro do possível) fugir um pouco do calor excessivo e ar seco do deserto curtindo um pouco de praia.
Aliás as condições lá são sempre são de sol e mar tranquilo. Já as temperaturas têm uma certa variação: escaldantes no verão (ok, a brisa do mar ajuda a aliviar) e mais amenas no inverno, tanto que muitos jordanianos vão para lá para escapar do frio porque a temperatura no balneário dificilmente cai abaixo dos 20°C.
Basta olhar no mapa para notar o quanto a cidade de 150 mil habitantes é pequena. Mas é andando pelas suas ruas que fica claro o quanto ela é tranquila, especialmente durante o dia por conta do calor forte no verão (já durante a noite…. parecia um formigueiro).
Antigamente conhecida como Ayla, a cidade surgiu por volta do século V como um entreposto no meio da rota entre o Oriente Médio a e a Ásia. Ela experimentou um período de declínio quando a rota de comércio mudou para Bagdá, passando a ser apenas uma pequena vila de pescadores.
Se eu falasse para você que Aqaba tem super atrações, estaria mentindo. Existe uma meia dúzia de atrações e a grande pedida aqui é relaxar em um bom resort, curtir a praia e o mar sem ondas, e mergulhar como detalharei em outro post.
Mas nem por isso você deve deixar de dar um passeio pelas ruas de Aqaba e conferir suas atrações.
E mesmo com uma quantidade pequena de pontos turísticos, Aqaba não deixa de ter um posto de informações turísticas (Al Baladiya Circle; domingo à quinta das 8h00 às 14h30).
Uma ideia de tour pela região central de Aqaba:
Comece a explorar a cidade caminhando pela King Hussein St ou simplesmente Corniche, que vai desde a divisa com Israel até a fronteira com Arábia Saudita e é considerada a via principal da cidade.
Seguindo por ela você alcança o Aqaba Castle que foi construído entre 1510 e 1517 como uma fortificação, mas que já teve várias funções outras, como por exemplo servir como hospedagem aos peregrinos que iam para Mecca.
Dentro do forte fica também o Aqaba Museum que tem vários itens históricos da região. No passado, toda esta área era parte da residência de um ancestral do atual rei, Abdullah II.
Muito provavelmente algum momento andando por Aqaba você aviste uma enorme bandeira de 20x40m a 137m de altura – um verdadeiro bandeirão. Embora pareça ser a bandeira da Jordânia, é na verdade a bandeira da Revolta Árabe de 1917 que foi a (re) conquista da cidade pelos árabes, colocando fim a um longo domínio otomano.
Perto da bandeira fica o Aqaba Heritage Museum (domingo à terça das 8h30 às 14h00; quarta, quinta e sábado até 16h00 e acesso gratuito). Lá existe uma série de artigos que contam a história da cidade. Um dos mais interessantes é uma carta de Maomé aos moradores da cidade.
Ainda você você pode ver (ou melhor, tentar ver) o que era a antiga Aqaba, anteriormente chamada de Ayla. Entre a marina e o Mövenpick Resort Hotel, você encontra as ruínas do que era antigamente o porto e parte da cidade.
Uma coisa que eu jamais imaginaria ver em um país muçulmano é uma igreja antiga assim. Segundo arqueólogos, as ruínas da Antiga Igreja em Ayla (diariamente do nascer ao pôr do Sol e gratuito) seria a evidência da mais antiga igreja do mundo, algo como século II.
Uma coisa que você pode aproveitar para fazer em Aqaba é experimentar um típico hamman. Para quem não sabe, hammam é aquele banho de sauna como o que vimos na Turquia, o tal banho turco. Um lugar que é frequentado por homens e mulheres é o Bab Al Hara (ar. Rashid St., diariamente das 9h00 às 22h00, JOD25).
Mas voltando ao centrinho de Aqaba.
Lá você encontra nos arredores da King Hussein St e Raghadan St. tanto restaurantes mais chiques quanto mais simples. Tem de tudo para todos os bolsos.
Abaixo algumas sugestões:
Por ali também é possível fazer algumas comprinhas…
Justamente por ser uma zona duty-free, Aqaba é um dos melhores lugares para você comprar alguns itens locais. Não que seja super mega barato, até porque como disse antes isso não combina com a moeda local, mas qualquer economia já compensa.
Aproveite para comprar alguns itens locais, como por exemplo os cosméticos à base de lama do Mar Morto e artesanato.
Um dos lugares mais interessantes para isso é o Souk by the Sea (Al Nahda St às sextas feiras) que é uma feira de artesanato. Se quiser algo no conforto do ar-condicionado, a cidade tem alguns shoppings, como o Aqaba Gateway (Al Baladiya Circle; das 10 às 0h00) onde vale procurar a South Kingdom Bazaar para produtos locais e os tais cosméticos à base de lama do Mar Morto. Tem também o Shweikh Mall que fica mais distante da praia.
Sempre útil dar uma olhada nos supermercados nos arredores. Em Aqaba existe um Carrefour (Amman Hwy diariamente das 6h00 às 0h00), sim isso mesmo! Uma salvação para você que cansou da comida local ou precisa de algo que esqueceu de trazer. Outra opção é o Humam Supermarket (Al Petra St; diariamente das 8h30 às 1430 e das 16h00 às 0h00).
Em Aqaba existem dois tipos de praias, a pública e as privadas. Nas públicas, a regra comum é que mulheres não devem utilizar trajes de banho em respeito aos costumes locais. Goste você ou não (eu acho esta distinção de direitos um absurdo), lá é assim.
Vale a pena ao menos dar uma espiada nas praias públicas para ver como são os costumes locais. Faz parte da experiência de viagem!
Agora para você curtir praia mesmo, inclusive você leitora ficar tranquila de biquíni, a melhor opção são as praias privadas dos hotéis que além de tudo contam com toda a excelente infraestrutura dos resorts e piscinas para quando você cansar da areia.
Uma praia bem interessante que conheci por conta do mergulho foi a de Tala Bay, que fica quase na fronteira com a Arábia Saudita.
Tala Bay na verdade não é apenas uma praia, mas sim um complexo lindo com hotéis, restaurantes, beach clubs e lojas à beira mar. É muito comum não só se hospedar ali como também passar o dia curtindo as diversas opções de lazer a beira mar como esportes náuticos ou mergulho.
Recomendo!
No próximo post vamos mostrar as surpresas de um mergulho na Jordânia.
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