Depois de conversarmos sobre as dicas gerais para você montar uma viagem ao Deserto do Atacama e se é melhor ir com um guia local ou por conta, chegou a hora de falarmos sobre o que mais interessa: as atrações do Deserto do Atacama.
Afinal, a gente viaja para visitar lugares e vivenciar coisas interessantes, né?
Como dito nos posts acima citados, o Deserto do Atacama tem muitas atrações, tanto que montar um roteiro é um desafio considerável.
Exceto se você tiver tempo e dinheiro sobrando, é muito provável que você tenha que priorizar as atrações escolhendo aquilo que realmente te interessa visitar.
Foi justamente assim com a gente.
Nós tínhamos apenas 4 dias inteiros lá e precisávamos focar naquilo que nos era essencial visitar.
Antes de tratarmos das atrações do Deserto do Atacama em si, queria aqui novamente ressaltar os cuidados necessários quanto soroche, ou mal das alturas.
O Deserto do Atacama não só é um dos desertos mais secos do mundo, mas também um dos mais altos.
Logo o nosso corpo demanda um tempo para se acostumar.
Como é muito comum os passeios envolveram algum tempo de caminhada, sugiro que você comece os seus passeios pelo Deserto do Atacama pelas atrações situadas em menor altitude e vá progressivamente subindo.
Então, neste sentido recomendo começar (se possível) o seu roteiro pelas Lagunas Cejar, Tebinquiche e Dos Ojos; ou pelo Valle de la Luna e Valle de la Muerte; bem como pelo Salar de Atacama (situadas 2.500m acima do mar); deixando para os demais dias outras como as Lagunas Altiplânicas, Salar de Tara e os Gêiseres del Tatio, pois estão acima dos 4.000m.
Isso ajudará e muito o seu corpo a se habituar.
No mais, capriche na hidratação, durma bem e pegue leve no álcool e comidas pesadas.
Ao falamos sobre atrações no Deserto do Atacama temos duas categorias: algumas poucas atrações situadas na pequena cidade de San Pedro e os passeios para as atrações de verdade. Para a primeira categoria, uma manhã ou uma tarde bastam, ou, dependendo do seu interesse o intervalo entre um passeio da manhã e o da tarde já bastem.
Já para as demais a coisa é diferente e você pode precisar de um dia inteiro para alguns roteiros.
E é aqui que entra todo aquele planejamento que eu menciono no post sobre Deserto do Atacama com agência (ou guia) local vs. por conta.
Como já adiantei antes, o melhor lugar para estabelecer a sua base para conhecer as atrações no Deserto do Atacama é a cidade de San Pedro.
A cidade, que está mais para um vilarejo, tem apenas 5 mil habitantes e vive praticamente apenas do turismo.
Suas casas típicas casas de fachada quadrada pintadas de branco ou cor de barro trazem um charme especial ao lugar.
Aliás a maioria das casas é de barro mesmo e o telhado, já que chove pouco, é de palha.
Andando pelas ruas sob um Sol escaldante e naquele ar seco fiquei imaginando quem diabos resolve ir morar num lugar destes?!?!
A coisa é tão absurda que existe uma espécie de “solmáforo” em San Pedro que indica a quantidade de radiação solar. Sempre no talo!!! Não bastava colocar uma placa permanente escrito: aqui faz Sol da Piiiiii???
Não sei se é verdade ou não, mas reza a lenda que ela teria sido construída em cima de um cemitério indígena. Tá mais parecendo lenda urbana… ah, já entendi agora o motivo da lenda… é para mais pessoas não cismarem de querer morar lá!!! Bastava lembrar elas do ar seco e do calor.😂
O ponto central e de referência dela é a rua Caracoles, onde estão praticamente todas as lojas, bares e restaurantes, concentrando assim todo o agito, tanto de dia quanto de noite.
Nas vias de acesso a ela você encontra muitos hotéis. Aliás acho que ali é a melhor localização em termos de hotel.
A cidade de San Pedro de Atacama se resume à rua Caracoles e mais outras duas atrações que você pode visitar numa das várias idas e vindas dos passeios ao hotel.
A primeira atração é a Igreja de San Pedro de Atacama, uma pequena igreja do século XVIII que foi construída com madeira de cacto (eu nem sabia que cacto servia para isso), adobe e couro de lhama.
Aproveite e passe também na Plaza de San Pedro de Atacama e na Feria Artesanal San Pedro de Atacama que fica pertinho da igreja.
Outro lugar interessante para artesanato e souvenires é a Galeria El Peral, uma galeria que fica na própria Caracoles.
A segunda atração que eu sugiro, mas apenas para quem tiver um interesse muito grande no tema é o Museu del Meteorito que além de meteoritos apresenta muitas pedras típicas da região.
Fora isso, acabaram-se as atrações que ficam propriamente ditas na cidade.
Na Caracoles você encontra também boas opções de lugares para comer, como por exemplo o Empório Andino, um restaurante que tem preços excelentes e uma boa variedade de pratos rápidos.
Nesta mesma linha, porém um pouco mais distante dali fica a Franchuteria que têm os melhores sanduíches de San Pedro de Atacama. É um lugar a céu aberto e cheio de mesas rodeadas por vegetação, uma delícia.
Se tem algo que você vai precisar durante os seus passeios pelas atrações do Deserto do Atacama é de água e alguns snacks.
Por mais que você escolha a agência mais top do mundo, ainda assim eles vão te recomendar comprar estes itens para os passeios, especialmente os mais longos.
Então é bom sempre fazer uma visitinha aos mercadinhos existentes na rua Caracoles. Tem um no meio dela, de esquina e um bem grande no começo da rua (mais perto da prefeitura), chamado San Vicente que é bem grande, mais barato e tem mais variedade.
Nossas explorações mais distantes de San Pedro de Atacama começaram justamente com a visita à Laguna Cejar, uma das mais famosas da região.
A Laguna Cejar está situada a aproximadamente 18 quilômetros a nordeste de San Pedro, 2.300 metros acima do nível do mar e é uma das atrações principais do Deserto do Atacama.
Está localizada dentro da Reserva Nacional Los Flamencos, que visa proteger a flora e fauna únicas do Deserto do Atacama. É um santuário para aves migratórias, incluindo flamingos, que frequentemente visitam a laguna em busca de alimento.
Ela é famosa por suas águas de um azul intenso e suas margens brancas de sal. As cores contrastantes criam um cenário de tirar o fôlego, especialmente durante o pôr do sol, quando o céu se enche de tons quentes e a laguna brilha em contraste.
Mas como são formadas estas lagunas em meio ao deserto?
A formação da Laguna Cejar é o resultado de processos geológicos e climáticos que ocorreram ao longo de milênios na região do Deserto do Atacama, no Chile.
Atuam fortemente neste processo alguns fatores bem típicos da região.
Como você deve ter visto nos posts anteriores, o Deserto do Atacama é considerado o deserto mais árido do mundo, recebendo muito pouca precipitação ao longo do ano.
A baixa pluviosidade na região é um fator determinante para a formação de corpos d’água altamente salgados, como a Laguna Cejar. Com pouca água doce entrando no sistema, os sais minerais presentes no solo e nas rochas circundantes se acumulam na laguna, aumentando a concentração de sal na água.
Mas de onde vem a água propriamente dita?
A Laguna Cejar é abastecida principalmente por águas subterrâneas que emergem na superfície devido à pressão hidrostática e à topografia da área. Essas águas subterrâneas contêm uma alta concentração de sais minerais dissolvidos, o que contribui para a extrema salinidade da laguna.
O processo de evaporação contínua devido ao clima árido do deserto faz com que a concentração de sais na água se torne ainda mais alta ao longo do tempo.
Aqui já faço um alerta, se você leu em algum lugar que é possível nadar ou flutuar nela, ou estás diante de um post antigo ou que não foi muito preciso nas informações.
Isso porque faz tempos que não é mais permitido flutuar ali.
A flutuação na verdade acontece na laguna adjacente (poucos metros), a Laguna Piedra.
É bem verdade que a beleza e visual não é o mesmo, mas em prol da conservação ambiental nem tem como questionar o fato de não dar mais para banhar-se na belíssima Cejar, né?
Mas qual a graça de banhar-se em lagunas assim como a Piedra?
Bem, ambas as lagunas (e muitas outras da região) tem como característica terem uma concentração de sal de cerca de 28%, o que faz com que o nosso corpo flutue com extrema facilidade.
É impossível afundar ali.
Isso cria uma sensação única e relaxante que você não encontrará em muitos outros lugares do mundo. Aliás só me recordo de ter visto algo assim no Mar Morto.
Ah, repito aqui aquelas dicas básicas que dei ao falarmos do Mar Morto tanto na Jordânia quanto em Israel… cortes e machucados, por menores que sejam vão arder consideravelmente, e jamais deixe a água entrar nos olhos.
Eita, já ia me esquecendo… a água mesmo em dias ensolarados é para lá de gelada.
Como existem algumas oportunidades para este tipo de atividade, imperdível, diga-se de passagem, sempre se informe com a sua agência/guia que tipo de atividade será realizada naquele dia de passeio pois assim você consegue se programar e colocar na mochila a roupa de banho, chinelo por conta das pedras de sal afiadas nas bordas e uma toalha.
Dali partimos para duas outras formações que ficam uns 30km de San Pedro, os tais Dos Ojos del Salar.
São dois enormes buracos lado a lado no meio do deserto. Dai o nome Dois Olhos.
A origem deles é um certo mistério, o que alimenta inclusive teorias estranhas como a que diz que dois meteoritos teriam caído ali. Dois meteoritos do mesmo tamanho e mais ou menos na mesma época… Hummm não me convence.
Aqui também não é mais permitido mergulhar – antigamente um dos buracos era aberto para banhos.
Uma das características mais surpreendentes dos Ojos del Salar é a pureza de suas águas. A água é tão cristalina e pura que é possível ver até o fundo do lago.
A origem exata das águas subterrâneas que alimentam os Ojos del Salar ainda é um mistério geológico. Alguns acreditam que vêm das montanhas próximas, enquanto outros sugerem que podem ser parte de um aquífero subterrâneo.
A nossa última, mas não menos impactante parada neste dia foi a enorme Laguna Tebinquiche.
Este é uma das muitas atrações do Deserto do Atacama que envolve não apenas admirar a paisagem, mas também aprender coisas interessantes.
Esta é talvez a maior das lagunas que existem no Deserto do Atacama, com uma área de aproximadamente 3.000 hectares – embora ela varie muito dependendo do nível das águas.
O passeio consiste em caminhar pelas suas margens admirando tanto a paisagem quanto os eventuais flamingos que vão ali em busca de alimento.
Embora as minhas fotos não reflitam isso, pelo azar de um dia mais nublado que o esperado, Tebinquinche é uma salina que, durante a maior parte do ano é uma vasta planície de sal que brilha sob o sol escaldante do deserto formando um enorme espelho d`água.
Para além de um visual incrível, a Laguna Tebinquinche é famosa pelos extremófilos.
Confesso que nunca tinha ouvido falar deles, ou se ouvi foi nos remotos anos do ensino médio.
Eles são pequenos seres vivos capazes de sobreviver em ambientes bastante adversos e em especial aqueles com baixa oxigenação, e justamente por conta desta característica são tidos como um dos, senão os primeiros seres vivos da Terra.
Acredita-se que eles tenham se formado a partir daquela tal “sopa primitiva” que havia na Terra uns 3.800 milhões de anos atrás.
Eles foram responsáveis pela formação da camada de ozônio a partir do resultado de seus processos alimentares e são considerados por alguns especialistas como uma alternativa natural para recuperação de ambientes degradados.
Olhando-os dá até para fazer um certo paralelo com os corais dos oceanos, sendo considerados por muitos como “rochas vivas”.
Sabe aquele clichê de que o Deserto do Atacama tem uma paisagem de outro mundo?
Isso se deve a estes dois vales nos arredores de San Pedro de Atacama, cuja paisagem realmente faz você sentir que está num outro planeta.
São diversas formações rochosas, super diferentes com cores que vão do branco ao acinzentado no Valle de la Luna ao vermelho no Valle de la Muerte ou Valle de Marte como alguns preferem chamar por conta das cores que lembram o planeta vermelho.
São atrações tão próximas de San Pedro que alguns mais corajosos resolvem percorrer elas a pé mesmo ou de bike (ai sim mais tranquilo). O Valle de la Luna dista uns 17km e o de la Muerte 3km.
O Valle de la Luna é um dos lugares onde você faz uma leve caminhada alternando caminhadas no vale propriamente dito e no topo das colinas na região.
O interessante é que a paisagem local, diferentemente do que você vê em outras atrações do Deserto do Atacama mistura em grandes proporções (porque tudo ali é monumental), formações rochosas e dunas de areia.
As dunas são tão grandes que a galera fazia até sand-board (esqui-bunda para os brazucas!) alguns anos atrás até tal prática ser proibida para preservar o local. Nos arredores ainda existem alguns que se arriscam nesta prática ilegal.
Uma das formações mais interessantes dali é o chamado o Anfiteatro.
Ok, pode não parecer moderno como a Ópera de Sydney, mas com uma pequena dose de abstração é possível identificar as semelhanças com um enorme teatro ao ar livre.
No caminho para o Valle de la Luna, não deixe de parar no Mirador de Kari – Piedra del Coyote, um mirante de pedra de onde se tem vistas incríveis da região e que de fato lembra aquelas pedras onde o coiote do papa-léguas costumava ficar nos desenhos animados.
Este passeio pelos vales é um dos poucos que exige uma caminhada maior, já que o grande lance é caminhar pelas formações rochosas.
Por isso tem muita gente que prefere ir de van e deixar para caminhar lá. Concordo 100%!
Infelizmente na época da nossa viagem o Valle de la Muerte estava fechado para preservação.
Uma pena e um motivo para retornarmos um dia ao Deserto do Atacama.
Existem duas teorias para o nome do Valle de la Muerte.
A primeira seria porque o solo ali é tão ruim que nada nasce. Já a segunda seria que o arqueólogo Gustavo Le Paige teria achado ali alguns restos mortais que levaram ele a acreditar que o lugar seria uma espécie de Vale dos Reis para os antigos habitantes da região.
O passeio pelos vales normalmente sai à tarde, quando o sol está mais baixo, por volta das 16hs.
Isto também tem como justificativa facilitar a caminhada / subida de dunas e também a possibilidade de apreciar o pôr do Sol no Mirador de Kari.
Do Valle de la Luna, sugiro você seguir para as Três Marias que fica ali pertinho.
No meio de um enorme campo de sal, onde tudo o que é branco não é neve não, mas sim sal, você tem uma interessante formação rochosa que apelidaram de Três Marias pela sua semelhança com três mulheres rezando.
Na verdade, hoje restam apenas duas “estátuas” porque a terceira foi quebrada por um (imbecil) turista que resolveu subir nela para tirar uma foto…
Dali partimos para a mina de sal abandonada. Eu confesso que esperava mais…
Ok, não precisava ser como a mina de sal de Catedral de Sal em Zipaquirá, nos arredores de Bogotá, mas também não precisava ser tão pouco.
Talvez você tenha notado das fotos desta série sobre o Deserto do Atacama que em muitas delas o solo está todo branco. Parece neve, mas não é.
É sal!
Aliás se você olhar para o solo do Deserto do Atacama o que não é pedra é sal.
O Chile como um todo é um dos países mais ricos do mundo em minérios e aqui incluo o sal.
A exploração de sal no Deserto do Atacama remonta a séculos atrás, quando as civilizações indígenas da região já o utilizavam em suas atividades diárias.
Os povos pré-colombianos, como os Incas e os Atacameños, extraíam sal das lagoas salgadas que pontilham o deserto. Eles usavam o sal não apenas para fins de conservação de alimentos, mas também para fins rituais e medicinais.
A exploração sistemática do sal no Deserto do Atacama começou a ganhar importância durante a colonização espanhola na América do Sul. Os colonizadores perceberam o valor do sal como um recurso essencial para a preservação de alimentos e o estabelecimento de assentamentos na região.
O auge da exploração de sal no Deserto do Atacama ocorreu durante o século XIX, quando a indústria de mineração chilena estava em ascensão, fazendo do sal uma commodity valiosa no comércio internacional.
A exploração de sal no Deserto do Atacama envolvia a coleta de água salgada de lagoas rasas e a evaporação controlada da água para extrair o sal bruto. Os trabalhadores construíam canais e piscinas salinas, permitindo que a água se acumulasse e evaporasse sob o intenso sol do deserto. À medida que a água evaporava, o sal se acumulava no fundo das piscinas e podia ser colhido e processado.
Ou seja, as minas não eram profundas como se imagina.
O sal extraído no Deserto do Atacama tinha uma variedade de usos, mas o mais comum nas últimas décadas era a produção de salitre, um componente fundamental para a fabricação de fertilizantes e pólvora.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, e a constatação de que o sal dali não era dos mais adequados à saúde humana, a exploração de sal caiu demais.
Some ainda o fato de que a forma como era feita a extração tinha grandes impactos ambientais, levando ao esgotamento completo de muitas minas. Dai porque se tem tantas minhas e pequenos vilarejos abandonados.
Algo que ficou muito claro para mim nesta viagem ao Deserto do Atacama é que as atrações foram ficando mais interessantes à medida em que a altitude subia.
Isso ficou claro na nossa visita ao Gêiseres del Tatio e às Lagunas Altiplânicas e Piedras Rojas, nosso roteiro para os últimos dois dias da viagem.
Na linha de tem coisas que você não vê todos os dias, esta é uma das atrações mais interessantes e eu diria imperdíveis do Deserto do Atacama.
Para quem não se lembra, muito guardadas as devidas proporções, os gêiseres são aquelas formações geológicas onde literalmente a Terra expele água do seu interior.
Quem nunca viu esta cena nos desenhos do Pica-Pau (ops, entreguei a idade!).
Aqui, aos pés do vulcão Tátio, uma grande quantidade de turistas se aglomera nas primeiras horas da manhã para assistir a este espetáculo da natureza.
Mas porque é preciso sair tão cedo?
Para apreciar os gêiseres em sua plenitude você precisa de duas coisas.
A primeira delas é uma grande amplitude térmica pois é por conta da grande diferença entre a temperatura da água e vapor expelidos e do ar atmosférico que você consegue admira-los.
Logo, engana-se quem pensa que ele expele água apenas pela manhã, pois ele é ativo o dia todo. Não tem torneirinha para fechar.
A segunda é que nas primeiras horas do dia, ainda sem a luz do Sol direta, a fumaça dos gêiseres fica ainda mais evidente.
Acredite, assim que o Sol nasce por detrás do vulcão, um espetáculo à parte ali, o passeio praticamente perde a graça.
Logo a única (repito única!) forma de fazer este passeio é madrugando.
Os passeios partem entre 4 e 5hs da matina de San Pedro de Atacama.
Outro ponto importante é que envolve nada menos do que 1h-1h30 de viagem por uma estrada sinuosa de cascalho que sobe acima dos 4.000m. Portanto eu jamais recomendaria fazer este passeio por conta.
Outro ponto de cuidado: ande apenas nas áreas demarcadas pois cair num destes poços de água quente pode ser fatal como aconteceu tempos atrás.
Situados uns 100km de San Pedro, os Gêiseres del Tatio são o terceiro maior campo geotermal da terra e o maior das Américas.
A água ali sai a uma temperatura média de 80º.C, o que dada a altitude elevada já basta para ela vaporizar.
Quando em sua capacidade máxima, jorram a mais de 10m de altura.
Mas como isso acontece?
Os gêiseres del Tatio são formados a partir do contato das águas subterrâneas frias com as rochas aquecidas pela atividade vulcânica da região.
Esta água vem do Rio Salado por meio de canais subterrâneos e sobe pelas fissuras no solo quando aquecidas.
Mas dá para entrar na água em algum ponto?
Então, eu mesmo havia me preparado para curtir as tais Termas del Tatio (apesar do frio intenso). Mas chegando lá toda a estrutura que serviria para isso: uma piscina e algo que poderíamos chamar de vestiários estava meio que abandonada.
É um passeio longo, mas como sai cedo, acaba-se fazendo em meio período sobrando tempo para conhecer outras atrações no Deserto do Atacama.
Eu já disse, mas não custa repetir: é importante deixar para visitar esta atração do Deserto do Atacama quando você estiver mais aclimatado, seja pela diferença de temperatura seja por ter que subir em menos de 1 hora para os 4.300m.
Na saída da área dos Gêiseres, paramos para tomar café da manhã e apreciar mais uma paisagem incrível.
Na volta dos Gêiseres del Tatio, paramos ainda em três lugares superinteressantes.
Eu já vi muito lugar bonito por ai, e talvez um dos mais belos tenha sido o tal Vado Putana, uma das paisagens mais belas de todo o Deserto do Atacama.
É um lugar para sentar uns bons minutos e deixar os olhos capturarem toda a beleza do local.
Talvez assim como eu você também tenha achado estranho um lugar destes no meio do deserto.
Você tem tudo o que não imaginaria ver num deserto: vegetação, água e muita vida animal emoldurado pelo Cerro Colorado ao fundo – uma grande cadeia de montanhas com neve.
Mas como isso é possível? Que negócio é esse?
Isso é um bofedal, um ecossistema andino bem peculiar. É uma área pantanosa que consegue manter-se como um ecossistema independente e super diverso.
Além da vegetação super verde, deu para avistar umas 4 espécies diferentes de aves, lhamas e alpacas; coelhos e mais.
Depois ainda teve duas breves pausas, a primeira no Pueblo de Machuca para admirar a sua igrejinha que é mais do que charmosa.
E numa laguna para apreciarmos bem de pertinho os famosos flamingos.
Nesta hora é muito importante manter o mais absoluto silêncio para não atrapalhar estas belas aves durante a sua alimentação. Como elas têm um bico muito fechado, elas fazem um grande esforço para conseguir comer os pequenos animais que habitam as lagunas da região.
Seja caminhando por San Pedro, seja na estrada entre uma atração e outra no Deserto do Atacama você notará que toda esta região está repleta de vulcões.
O mais icônico deles, e que lembra muito o Monte Fuji pelo seu formato, é o vulcão Licancabur que tem nada menos do que 5.916m de altura e está exatamente na fronteira com a Bolívia.
Se você curte apreciar paisagens fantásticas, o combo Piedras Rojas e Lagunas Altiplânicas é o que tem algumas das atrações mais interessantes do Deserto do Atacama.
Neste passeio você visitará Trópico de Capricórnio, Laguna Chaxa, Povoado de Socaire, setor de Piedras Rojas e Lagunas Altiplânicas (Miscanti e Miñiques).
É também um dos passeios mais distantes de San Pedro de Atacama que existe. Portanto, separe um dia inteiro para ele.
Acho que foi um dos dias mais incríveis que tivemos no Deserto do Atacama.
O passeio começou com algo que pode parecer bobo em qualquer outro lugar, mas em se tratando de Deserto do Atacama, vira uma atração por conta da paisagem de fundo.
Estou falando da placa que marca a linha do Trópico de Capricórnio.
Para além da placa que marca esta linha que circunda / divide a metade inferior do hemisfério sul, ali você tem aquela típica paisagem da estrada que rende lindas fotos. Apenas tome cuidado com os carros (um olho no celular/máquina outro na estrada).
Subindo ainda mais a régua, a nossa próxima parada foi outro lugar que junto com o Vado Putana, me valeu a viagem foi o parque das Piedras Rojas.
Tudo começa com uma parada super bem vinda num mirante para admirarmos a região de cima.
Parece uma pintura:
Talvez você tenha lido em algum lugar que as Piedras Rojas estariam fechadas. Ela de fato esteve fechada por algum tempo.
Sim, entre 2018 e 2021 ela ficou interditada para fins de conservação ambiental porque um “gênio” (mega ironia!) resolveu praticar kitesurf para um programa de TV… infelizmente ele era brasileiro… e para piorar fez isso na época de reprodução dos flamingos…
E para completar alguns (vândalos) turistas picharam as pedras…
O passeio consiste basicamente em fazer uma tranquila caminhada de uns 30 minutos às margens da laguna ali existente em meio às pedras vermelhas que são tão típicas da região.
As Piedras Rojas estão situadas no planalto (o tal altilplânico) do Deserto do Atacama, a cerca de 4.000 metros acima do nível do mar.
É uma região é conhecida por suas condições climáticas extremas, com temperaturas que variam drasticamente entre o dia e a noite e níveis de precipitação extremamente baixos. Fomos no inverno e agasalhos mais pesados e jaquetas corta-vento foram essenciais.
O nome Piedras Rojas, pedras vermelhas, vem justamente desta formação rochosa que você nota no solo.
Dá para notar que muitas delas tem um aspecto bem diferente, parecendo meio que bolhas vermelhas ou escamas no solo.
Tudo isso é fruto de intensa atividade geológica, mais precisamente da atividade vulcânica que moldou o Deserto do Atacama.
A cor vermelha vem justamente da alta concentração de minerais como o ferro e o enxofre nas rochas vulcânicas da região. O ferro ao oxidar, adquire esta cor avermelhada.
E como se não bastasse a beleza das rochas, montanhas e vulcões do local, ainda tem uma enorme laguna com águas cujas cores vão do azul intenso ao verde esmeralda, devido à concentração de minerais e microrganismos.
Essas lagoas contrastam de maneira impressionante com o vermelho das rochas, criando uma paisagem de tirar o fôlego.
Se tem uma atração no Deserto do Atacama que eu diria ser essencial são é Piedras Rojas!
De lá fomos visitar duas outras lindas Lagunas: Miscanti e a Miñiques.
Elas também fazem parte do que se convencionou chamar de lagunas altiplânicas por estarem acima dos 4.000m.
A Laguna Miscanti cobre uma área de 15km² e é alimentada pela infiltração da água das raríssimas chuvas na região, especialmente nas zonas mais altas.
As lagunas são, na verdade, crateras de origem vulcânica. O vulcão Miñiques, que empresta seu nome a uma das lagunas, é uma presença imponente na paisagem.
Com uma altura de aproximadamente 5.910 metros, o vulcão Miñiques é um vulcão ativo, embora inativo há milênios. Sua presença dominante na área é uma das principais razões pelas quais as lagunas se formaram.
Poucos metros dali temos a Laguna Miñiques que é um pouco menor.
Se a Miscanti recebe água das chuvas da região, a Miñiques é alimentada com o excedente da sua irmã maior.
Além dos flamingos, é possível encontrar outras aves, como patos, gaivotas e até mesmo algumas aves rapinas que sobrevoam a área em busca de presas. Os animais terrestres também se adaptaram a esse ambiente hostil, com algumas espécies de roedores, lagartos e vicunhas, parentes selvagens das lhamas, encontrando refúgio nas encostas das montanhas circundantes.
Em nenhuma destas lagunas é permitido banhar-se, nem mesmo chegar perto da borda por questões de preservação ambiental.
E lá vamos nós descer “morro abaixo” quase 2.000m até a Laguna Chaxa, a nossa última parada de um dia mega cheio de atrações no Deserto do Atacama.
Não só encarar uma descida e tanto, mas também uma tremenda mudança de temperatura, de um frio e vento para um calor infernal e nenhuma sombra.
Dai porque é essencial para este dia você ter uma muda de roupa dependendo da época do ano em que for para o Deserto do Atacama.
A Laguna Chaxa é o maior salar do Deserto do Atacama e um dos lugares mais quentes que você visitará por lá.
E não estou brincando não. É um inferno de quente.
Mas vale muito a pena.
Diferentemente de outros salares onde o sal com a água forma aquela aparência espelhada, aqui a superfície é tão acidentada que caminhar só é possível nas trilhas.
Na enorme laguna uma rica fonte de alimento para os flamingos e outras aves cresce, as artemias. São pequenos “camarões” para ficar em algo mais fácil de entender. Quem já teve aquário sabe como é.
Isso atrai uma grande quantidade de flamingos que ficam ali ao nosso lado se alimentando.
As belezas do Deserto do Atacama não estão apenas em Terra. Espere apagar as luzes e prepare o remédio para torcicolo.
Pelas condições climáticas locais super favorecidas com céu limpo e ausência de poluição visual, o Deserto do Atacama é um dos melhores (o melhor na opinião de alguns) para apreciar estrelas.
E não pense você que é necessário equipamento especial não.
Dá para ver muita coisa a olho nu.
E para uma simples espiada nem precisa ir longe não, se o céu estiver claro já dá para admirá-lo com uma qualidade razoável em qualquer lugar. Até mesmo na iluminada San Pedro de Atacama.
Mas a melhor forma de fazer esta atividade é num tour especialmente desenhado para isso.
Primeiro porque você sai da cidade (coisa de poucos minutinhos) e vai para um lugar mais isolado e escuro (porque luz artificial interfere na observação).
Muitos destes passeios oferecem especialistas, telescópios e até mesmo te ajudam a tirar “a foto”!!!
Apenas esteja atento ao fato de que nem sempre estes tours acontecem. Primeiro porque nem sempre o céu está perfeito como se quer, segundo porque em noites de Lua cheia a luminosidade dela atrapalha demais a observação.
E ai, já aprontou as malas para curtir as atrações do Deserto do Atacama?
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