Bali

Bali: onde tomar Kopi Luwak, o café mais exótico do mundo.

Vai por mim, não é um simples cafezinho.

Aqui em casa somos ferrenhos defensores de que viajar é ter novas experiências. Seja um banho turco ou um pulo de bungee jump; um almoço em um restaurante descolado ou uma simples porém inesquecível street food, são estas as lembranças que levamos para sempre. Foi assim com o Kopi Luwak Café.

Algo que você pode provar em Bali, embora seja mais comum nas ilhas vizinhas de Java e Sumatra, é o Kopi Luwako café mais caro (e estranho!) do mundo. Quem assistiu Bucket List ou Antes de Partir (altamente recomendável!!!), deve se lembrar deste café que era tomado por um dos personagens.

Quando digo mais caro do mundo não estou brincando não. O custo pode chegar a estratosféricos US$ 1.000 o quilo. Nunca a expressão “me paga um café” pareceu tão absurda.

Mas porque ele custa tão caro? O motivo do custo está diretamente ligado à forma como ele é produzido.

O seu processo de produção é sem dúvidas o mais exótico que existe, pois trata-se de um café feito a partir de grãos literalmente defecados por um animal chamado Luwak (civeta), algo parecido com um furão. Como o sistema digestivo dele não processa direito os grãos, eles saem praticamente intactos. Tanto que o nome desta iguaria, Kopi Luwak, significa café Luwak numa tradução literal.

O Luwak.
Trata-se de um animal de hábitos noturnos. Também, comendo tanto café deve ficar ligadão mesmo.

Imagino a esta altura que alguns de vocês talvez tenham nojo de tomar um café cuja origem é tão diferente por assim dizer. Ok, confesso que analisando assim cruamente, a ideia não é das confortáveis; mas o processo é completamente seguro sob o ponto de vista sanitário. Dizem os especialistas…

Mas como a galera teve a brilhante ideia de tomar o café vindo das fezes Luwak? Na verdade, foi uma necessidade. Dizem que no período em que a Holanda colonizou a Indonésia (lá pelo século XIX), toda a produção de café era controlada pelos europeus que vendiam tudo no rentável mercado europeu.

Logo, não sobrando nada para a população local, os indonésios tiveram que apelar. Notando que os grãos defecados pelo Luwak ficavam praticamente intactos, eles decidiram tentar preparar o café a partir destas “sobras” que mais tarde descobriu-se serem para lá de preciosas.

Fico aqui imaginando o primeiro que serviu de cobaia. Quem disse que café não vicia? Isto é o que em Direito chamamos de estado de necessidade. Vai gostar de café assim lá em Java!!!

Mas foi por conta deste primeiro corajoso-necessitado que descobriram o café mais exclusivo e caro do mundo.

Os grãos originais.
Os grãos, é … defecados.
São secos ao sol.
Torrados.
Moídos, no caso pelos próprios visitantes.
E finalmente o café é peneirado e está pronto para adição da água.

A gente aqui em casa curte muito café, tanto que se possível gosta de moer o grão na hora para passar na máquina de expresso. Nada de máquina de capsula não!

Tivemos a oportunidade de aprender mais sobre este café visitando o Bali Pulina, um centro de “fabricação” desta iguaria localizado nos arredores de Ubud – dica do nosso amigo Roby.

Ao entrar no local, super bem preservado no meio da mata nativa, uma guia te acompanha ao longo de uma série de mostras nas quais são apresentadas as diversas etapas de preparo destes grãos tão especiais.

Segundo a guia, uma das dúvidas mais recorrentes dos visitantes é a respeito da coleta dos grãos e se eles são higienizados. Segundo ela, ele passa por uma série de lavagens até ser seco ao sol e torrado, e finalmente moído. Como me informaram, sob o ponto de vista sanitário não existe risco à saúde humana o consumo deste tipo de café.

Depois de tudo isso, o grande momento: a degustação. Ao custo IDR 50.000, equivalente à R$ 12,00 você senta-se diante de um daqueles típicos e maravilhosos vales com arrozal para provar uma sequência de cafés aromatizados e chás: chá de limão; chá de gengibre; café com gengibre; café com ginseng; café com chocolate; café com cacau; café com baunilha; e café balinês. #muitacafeina !!!

Nos acabamos de tanto café.
Pensa em uma pessoa que gosta de café!
Café com vista para o arrozal.
Arrozal. Já inventaram tele-transporte???

E ao final, o Kopi Luwak! Para o nosso paladar, achamos o Kopi Luwak realmente diferente. O sabor é bem mais suave, menos ácido e amargo que um café normal, com um gosto ao fundo que lembra o de chocolate e suco de uva.

O ambiente e aquela vista são tão incríveis que fiquei na dúvida se a satisfação que sentimos ali veio da paisagem ou das propriedades do Kopi Luwak. O fato é que escrevo este post querendo um tele-transporte para lá!!!!

Com este post, terminamos a sequência de posts a respeito desta ilha fantástica que certamente deixou muitas saudades na família Cumbicão, tanto pela beleza de suas paisagens e cultura, quanto pela simpatia dos balineses e sua deliciosa culinária. Anote ai: se estiver montando um roteiro pelo Sudeste Asiático, não deixe de incluir Bali nele!

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Diogo Avila

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