Aos poucos vamos vendo a tão esperada vacina da Covid-19 chegar a mais a e mais pessoas, depois de uma longa e angustiante espera. Superada esta etapa, uma dúvida que muitos têm é como obter o certificado de vacinação contra a Covid-19.
Ainda é muito cedo para termos absoluta certeza de como cada país irá tratar a questão, especialmente no que tange à necessária unificação de critérios e modelos de certificado.
O ideal é que exista uma espécie de certificado internacional de vacinação que permita um trânsito seguro e o mais desburocratizado possível pelo mundo inteiro. Na prática, espera-se algo bem semelhante ao certificado de vacinação contra a febre amarela, porém aqui no formato digital e/ou via algum app.
Já tivemos ao longo da pandemia algumas iniciativas, notadamente por parte da IATA (Associação Internacional dos Transportadores Aéreos) e da União Européia. Mas até a data deste post não se tinha informações a respeito da unificação destes certificados que alguns passaram a chamar de passaporte da imunidade.
Neste cenário, por ora, nos cabe analisar e obter como um primeiro passo o certificado nacional de vacinação contra a Covid-19, emitido pelo governo federal.
Atualmente a emissão do certificado de vacinação contra a Covid-19 está disponível apenas no sistema informatizado do Sistema Único de Saúde (SUS), chamado de ConecteSUS.
Trata-se de um sistema que pode ser acessado tanto no site do ConecteSUS quanto via aplicativo para celular, o que certamente é mais conveniente por estar na palma da sua mão.
Acessando o sistema você notará que a plataforma tem muito mais do que o certificado de vacinação contra a Covid-19, pois contempla também outros procedimentos perante o SUS, tais como atendimentos médicos, medicamentos, exames e até mesmo, para quem tenha feito via SUS, eventuais testes contra a Covid-19.
Ou seja, é algo que pode potencialmente ter todo o seu histórico médico. Logo, trate estes dados como super sensíveis e sigilosos.
Mas como acessar o sistema? Vou aqui compartilhar um passo a passo pelo app, mas se você fizer pelo site, as telas e passos são os mesmos, eliminando-se apenas é claro, a necessidade de baixar o app para o seu celular.
Atente-se ao fato de que dependendo do posto de saúde onde você tomar a vacina, pode haver um atraso de até 10 dias no lançamento da vacinação. No meu caso, menos de 2 horas depois da vacinação contra a Covid-19, o sistema já acusou a aplicação. Já a da Sra. Cumbicona 3 dias depois ainda não havia aparecido no sistema.
Se passar de 10 dias, você deve procurar o posto de saúde e pedir para eles atualizarem manualmente no sistema.
Depois que você toma as doses da vacina, abre-se a opção de emitir um certificado em PDF que você pode imprimir.
A emissão do certificado em inglês e espanhol é habilitada apenas depois da segunda dose. Claro que se você tomou a vacina de dose única da J&J, ai o certificado em idioma estrangeiro estará liberado.
Há um ponto muito importante sobre este sistema ConecteSUS: até a data deste post, não se tinha a informação se ele seria ou não aceito em outros países. Mas como ele tem a opção de imprimir um certificado em inglês e espanhol, a tendência é que ele seja sim, tão logo as fronteiras abram-se aos brasileiros.
Alternativamente, poderemos ver alguma forma de validação entre o nosso sistema / certificado e o vigente no país, já que existe um QR-code que pode ser acessado para validação do certificado online, evitando-se eventuais fraudes.
Uma crítica que eu faço a este certificado de vacinação contra a Covid-19 do SUS e que pode complicar uma eventual integração mais tranquila é que eles usam uma nomenclatura não uniforme para as vacinas.
Vou pegar os dois exemplos mais notórios: Coronavac e a vacina de Oxford. A primeira fabricada pelo Instituto Butantã e a segunda pela Fiocruz.
O problema é que ao lançar a vacina na carteira impressa (aquela verde) e depois no sistema do SUS, tem sido colocado apenas o fabricante das vacinas e não o nome oficial segundo alguns relatos – no meu está correto.
Imagine você na imigração precisando explicar para o oficial no Butão quem é o Butantã ou a Fiocruz. Sem nenhum demérito a estas instituições hein!!! Certamente há muito espaço para confusão neste mar de incertezas.
E não pense que isso diz respeito apenas às duas vacinas fabricadas no Brasil não. Mesmo para as estrangeiras, há uma enorme diferença de nomes comumente utilizados:
💉 Pfizer/Pfizer/BioNTech (BNT162b2 / Comirnaty® / Tozinameran)
💉 Moderna (mRNA-1273 / Spikevax / COVID-19 vaccine Moderna)
💉 AstraZeneca (AZD1222 Vaxzevria®/ CovishieldTM)
💉 Janssen / Johnson & Johnson (Ad26.COV2.S)
💉 Sinopharm / BIBP (SARS-CoV-2 Vaccine (Vero Cell))
💉 Sinovac (CoronaVac)
O mais adequado seria combinar-se de usar apenas um nome que seja oficial e conhecido mundialmente.
Eu não pretendo julgar ninguém, mas me sinto no direito de dar a minha opinião baseada em fatos e na minha experiência.
Talvez você tenha visto na mídia muitas notícias ou ainda comentários de conhecidos que querem escolher a vacina que vão tomar pensando principalmente em viajar. Eu mesmo ouvi e li muitos comentário dizendo: Ah, eu não vou tomar Coronavac porque os países não vai aceitar vacina chinesa.
Teve até notícia de gente que tomou vacina duas vezes para fazer esta “escolha”. Enquanto isso outros ficaram na fila, e talvez tenham até sido infectados por esta falta de cidadania.
Por ai já deu para perceber penso não ser algo justo ficar escolhendo vacina.
Legalmente, segundo as regras do Programa Nacional de Imunização (PNI), você não pode escolher a vacina que vai tomar. Chegado o seu dia, você toma a que tem no posto de saúde. Teve até cidade que mandou para o fim da fila quem resolveu fazer esta “escolha”.
Eu sou daqueles que defende o lema: vacina boa é vacina no braço!
Por mais que eu tenha vivência dentro do ramo farmacêutico e portanto saiba como os testes e aprovações são feitas, especialmente junto à ANVISA acontece, este não é o local mais indicado para este tipo de debate. O que podemos adiantar é que todas as vacinas têm índices de eficácia semelhantes e irão te proteger muito bem dos casos graves; e de outro lado, se algo foi aprovado pela ANVISA, podemos ter a segurança quanto ao seu uso.
Ou seja, defendamos a ciência e racionalidade, afinal foram elas que nos trouxeram até este esperado momento de imunização e volta à normalidade.
Olhando o cenário das viagens, é fato que cada vacina está num estágio de aprovação junto às autoridades de um determinado país.
Claro que o ideal seria termos um consenso, mas isso não é fácil.
A tendência é que aos poucos o rol de vacinas seja ampliado, inclusive olhando-se o mercado de turismo que tanto sofreu durante a pandemia.
Embora a Organização Mundial da Saúde já tenha aprovado o uso da Coronavac, tem muita gente questionando se poderá entrar na Europa uma vez imunizado com tal vacina.
Os EUA já se posicionaram no sentido de que não farão qualquer distinção quanto a origem da vacina, desde que aprovada pela OMS.
Hoje, a maior preocupação das autoridades sanitárias e imigração é em razão da origem do viajante, e não da vacina.
Como me respondeu um leitor numa rede social, agora, em junho de 2021, nem tomando Pfizer Platinum Gold Diamond você vai conseguir entrar em outros países; o problema é o seu passaporte e não a sua vacina.
Quer a prova maior de como isso tudo irá se arrumar rapidamente com o devido andamento das vacinações nos países?
Se você já esteve nos EUA ou Europa sabe que os chineses literalmente inundam diariamente estes destinos turísticos. Você acha mesmo que, precisando recuperar o setor de turismo, os países irão recusar justamente o maior contingente de turistas do mundo e aqueles que mais gastam, os chineses, por conta de terem tomado Coronavac ou outras vacinas lá fabricadas?
Sem chance de recusarem a entrada de quem for vacinado com Coronavac ou qualquer outra vacina de origem chinesa.
Então galera: proteja-se e lembre-se vacina boa é vacina no braço!!! Logo os portões de embarque se abrirão!!!
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