Já imaginou ter como seu maior garoto propaganda o Conde Drácula? Acho que nenhum país tem um personagem “histórico” tão estranho quanto a figura do sugador de sangue.
Mas veja que eu coloquei personagem “histórico” …
Isso porque, lamento informar, mas o Drácula nunca existiu. Kkkkk
O fato é que a pessoa que teria inspirado o mito do Drácula é na verdade um cara talvez mais sanguinário que o sugador de sangue e mais, na Romênia, alguns têm nele uma espécie de herói local.
Calma que vou tentar explicar toda esta história e você verá que no final a realidade é mais chocante que a ficção.
Então, longe de mim querer frustra você, mas se você estiver indo para a Romênia, mais especificamente para a Transilvânia, o máximo que você vai encontrar sobre o famoso sugador de sangue que vira vampiro são alguns souvenires interessantes.
Claro que isso você já sabia. O que talvez você não saiba é que de fato existiu ali alguém tão cruel e sanguinário que foi de fato digno de inspirar o autor irlandês Bram Stoker a escrever em 1897 a história de um conde que seria capaz de sugar sangue e virar morcego.
Por mais que Bram Stoker tenha sido super bem sucedido na sua criação literária, ele contou e muito com uma bela ajuda não só da aura mística da Transilvânia com seus castelos e florestas como também de um personagem local de carne e osso, e com muito, mas muito sangue nas suas mãos.
Eu particularmente teria mais receio do sujeito de carne e osso do qual falaremos do que o Drácula, afinal para o sujeito de dentes caninos pontudos, bastava um crucifixo e um punhado de dentes de alho.
Vamos então ao terror em carne e osso…
Atendendo pelo nome completo de Vlad Ţepeş (ou Vlad III ou ainda Vlad Drakul) o “drácula” de carne e osso nasceu em 1428 na cidade de Sighişoara e já aos 17 anos mandou matar alguns nobres que teriam sido responsáveis pela morte de seu pai e irmão.
Ele governou a Transilvânia entre 1456 e 1476, sendo reconhecido pela crueldade com a qual lidava com opositores e inimigos externos.
Seus métodos eram bastante variados, indo de esfolamento, estrangulamento, incineração, perfuração de olhos e amputação, além do empalamento (acho que dispensa maiores explicações…). Claro que tudo isso era feito com a vítima viva.
É por isso que como disse, eu preferiria o sugador de sangue mesmo…
Mas Vlad entrou mesmo para a história em 1462 por conta de um evento que ficou super famoso e trouxe temor a sua figura.
Naquela época, os turcos estavam tentando invadir o seu reino pelo vale do Danúbio e para conter esta invasão, ele mandou queimar as plantações e envenenar os poços de água.
O ápice da crueldade que lhe rendeu a fama de “Meu Malvado Nada Favorito” foi quando mandou “espetar” (se é que você me entende…) 20.000 soldados turcos que estavam acampados em uma floresta nos arredores de Târgovişte aguardando a chegada do sultão chegar para começar a invasão.
Chegando ao acampamento na floresta, o sultão se deparou com uma cena dantesca, onde os soldados estavam empalados em estacas fincadas no solo, até a altura abaixo do ombro de forma que nenhum órgão vital fosse tão rapidamente afetado. Isto fez com que muitos ainda estivessem “vivos” 48 horas depois.
Realmente o cara não tinha nada de humano.
O evento acabou dando à floresta o nome de Floresta dos Empalados. Definitivamente um lugar nada encantador.
Ah, já ia me esquecendo… adivinha o que significa Ţepeş??? Empalador.
Dizem que este ato de crueldade/insanidade de Vlad teria sido uma vingança contra os turcos que o prenderam quando ainda jovem e o estupraram na prisão.
Esta história de crueldade somente teve fim em 1476 quando ele foi decapitado e sua cabeça, preservada em mel, entregue ao sultão em Istambul.
O incrível era que para a população local ele era bastante popular e respeitado.
Reza a lenda que ele colocava um copo de ouro em praça pública e se o copo ficasse ali, sem ser roubado, todos poderiam beber livremente o seu conteúdo. Era meio que uma forma de testar o respeito à sua figura.
Hoje, aos olhos dos romenos, Vlad é visto como uma espécie de herói nacional, o que a despeito de tanto sangue e crueldade, é compreensível, pois ele foi capaz de com seus atos (insanos) e uma boa dose de viralização medieval, levar aos invasores, especialmente aos turcos, um enorme temor quanto à ideia de invadir novamente a Romênia.
Bem, devidamente apresentado o homem de carne e osso, falemos do mito do Drácula.
Drácula, no idioma local pode ser traduzido como demônio ou dragão. Alguém ainda duvida que a cruel figura de Vlad Ţepeş se amolda super bem ao personagem de Bram Stoker?
Pois foi aliando um tanto de ficção com uma realidade dantesca, e um cenário para lá de místico de florestas tomadas por brumas e castelos medievais que o autor irlandês criou a sua mais famosa história.
Dizem que ele também se apoiou em uma série de mitos da cultura local.
Por mais que as descrições do livro sejam super fiéis em termos de ambientação na Transilvânia, Bram Stoker jamais pisou sequer no Leste Europeu, quanto menos na Romênia. Tudo foi feito com base em descrições que ele recebeu de terceiros. Oh, telefone sem fio bom este hein?
Agora sério. Mas como ele conseguiu tudo isso?
Dizem que ele praticamente devorou todos os livros da British Museum Library sobre geografia, mitologia, superstições, e folclore da Romênia, colocando tudo num mix de ideias para chegar ao produto final.
Uma curiosidade sobre o livro de Bram Stoker: o manuscrito original foi encontrado na década de 1980 em um celeiro na Pensilvânia (EUA) e comprado pelo co-fundador da Microsoft, Paul Allen.
Por fim, tentando fazer um link com o que se fala e se tem de fato histórico, por exemplo, nem mesmo o Castelo de Bram é exatamente o descrito por Bram Stoker, tampouco tem ligações reais com Ţepeş como vamos detalhar num outro post.
E ai? O que você achou pior? O mito ou a figura histórica de carne e osso?
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