Restaurante em Cuba é algo diferente do que estamos acostumados.
Depois de conversarmos sobre as dicas gerais para você curtir a sua viagem à Cuba, vermos as principais atrações de Havana e onde se hospedar por lá e em Varadero, é a hora de falarmos um pouco sobre o que e onde comer em Cuba.
Comer em Cuba é algo realmente diferente. Em todos os aspectos, seja pela culinária local em si, seja pelo conceito de restaurante que se tem na ilha caribenha.
A culinária em Cuba tem algumas semelhanças com a nossa se você olhar alguns dos ingredientes mais tipicamente usados na ilha, como por exemplo arroz, feijão e vegetais.
Mas eles têm alguns hábitos que são diferentes dos nossos, como por exemplo incluir abacate como prato, e não necessariamente como fruta como fazemos no Brasil.
Adicionalmente, em Cuba eles adoram comer com bananas fritas. Para eles, este acompanhamento é como uma batata chips. Plenamente justificável, porque é uma delícia!
Se você gosta de carne, um alerta… Cuba não é Índia, mas achar carne de vaca é bem difícil ou muito caro em Cuba. O motivo não tem nada de religioso, é financeiro mesmo. Carne de vaca é muito cara lá porque os animais são reservados para produzir laticínios.
Então em Cuba é mais comum comer carne de frango (pollo), porco (cerdo) ou peixes (pescado).
Na sequência, alguns pratos típicos cubanos:
Arroz Congrís: arroz com feijão vermelho (mas cozidos juntos numa única panela). Também é conhecido como “Mouros e Cristãos” em referência aos árabes e cristãos na Espanha pré-descobrimentos.
Chicharrones é para nós brasileiros o torresmo.
Yuca con mojo é a nossa boa e velha mandioca (aipim ou macaxeira).
Ropa Vieja é um dos pratos mais famosos e seu nome vem do aspecto (a aparência pode não ser das mais belas) mas este ensopado de carne de vaca misturado com arroz, feijão e salada é muito saboroso.
E que doces tem para comer em Cuba?
Bem, como estava quente, acabei me deliciando com um super barato e praticamente encontrado em tudo quanto é esquina o bocadito de helado, uma espécie de bolacha de sorvete. Me fez lembrar daquele sanduiche de sorvete de Singapura.
Antes de falar sobre dicas de restaurantes, cabe aqui uma observação. Como em Varadero ficamos num resort no sistema all inclusive, as dicas de restaurantes serão apenas de Havana, ok?
Bom, vamos então começar falando do que se deve entender por restaurante em Cuba.
Em qualquer lugar do mundo, restaurante é, ainda que administrado por uma família, formalmente uma empresa, certo? Bem em Cuba não era bem assim…
Restaurante era algo que simplesmente só existia em hotéis, já que em Cuba atividades empresariais são restritas e necessitam de autorizações específicas (e muitas vezes complicadas) por parte do governo local.
Logo, havia uma enorme falta de restaurantes nas cidades.
Para resolver isto, o governo desde 2011 autoriza que as pessoas comuns forneçam refeições ao público em geral nas suas residências. Seria algo como você pegar a garagem da sua casa e transformar ela em um restaurante.
Assim é que começou algo que lá se chamam paladares, que são praticamente restaurantes familiares.
Na prática, olhando os paladares de hoje, eles mais parecem restaurantes mesmo e talvez este aspecto mais “família” passe até mesmo desapercebido.
Nos últimos anos estes paladares viraram uma febre local com muitos deles ganhando até destaque internacional.
O problema é que são poucos e super concorridos. Portanto se você curtir um lugar ou tiver interesse em comer em um paladar específico, verifique se não tem que fazer reserva antes, senão você dança.
Nós apostamos logo de cara em um dos mais tradicionais, o Paladar Los Mercaderes (Mercaderes n.º 207), que serve pratos bem típicos com preços que são acima da média e variam entre CUC 12 e 19 por prato.
Eu particularmente não achei a comida de lá nada de mais, especialmente se considerarmos o valor total da conta acima de CUC50 para dois pratos e fritas. Só lembrando, estamos falando de Cuba, hein…
Outras boas opções são o Sancho Panza na Calle 23, um dos mais bem-conceituados de Havana; o Restaurante la Divina Pastora (Parque Histórico Militar Morro-Cabaña) que tem preços um pouco mais altos, entre CUC 10 e 18, mas é um dos mais famosos restaurantes de Havana; e o O’Reilly 304 (O’Reilly n.º 304) mais em conta com pratos entre CUC 8 e 13.
Um restaurante super concorrido que não conseguimos ir porque vacilei não fazendo reserva prévia foi o La Guarida. Não se deixe levar pela cara externa do lugar (meio abandonado), suba as escadas e encontre um belo restaurante. Alguns talvez reconheçam como cenário do filme Fresa y Chocolate.
Um lugar que eu adorei, tanto que fomos duas noites jantar lá foi o Café Lamparilla, Tapas y Cervezas (Lamparilla, entre Mercaderes & San Ignacio). Apesar do nome, não se deixe enganar pelo nome, mesmo sendo basicamente um bar com petiscos e bebidas, eles também servem pratos deliciosos e super bem servidos.
Em nenhum dia a conta ficou acima de CUC 30/40 com bebida e comendo super bem.
Normalmente, os restaurantes abrem das 10h30 às 23h00.
Procurando por um sanduiche rápido? Nem preciso dizer que em Cuba você não vai encontrar McDonald’s ou Starbucks, né?
Até ai, ok. Sem problemas.
O que eu realmente não esperava é que simplesmente são raros os lugares para uma refeição rápida em Havana. Incrível como de uma forma ou outra, quando o assunto é fast food, fica-se refém destas grandes redes.
Depois de muito andar pela região central de Havana, encontramos a La Bien Paga (Aguacate n.º 259) que serve sanduiches cujos preços ficam em torno de CUC 2. Excelente em todos os aspectos.
Imagine você num calor infernal precisando de uma bebida gelada e com um sabor incrivelmente refrescante. Para ser bem direto, se nós brasileiros temos a caipirinha, os cubanos têm o mojito. Páreo duro, né?
Se você como nós aqui em casa curte um mojito, esbalde-se. Cuba é o lar desta típica bebida preparada basicamente com suco de limão, gelo, açúcar, folhas de hortelã e o tradicional rum cubano.
Ainda na linha etílica, aproveite para tomar um daiquiri na origem, afinal dizem que foi no famoso La Floridita que o escritor Ernest Hemingway teria criado o drinque. Só espere pagar uns US$ 6/7 pela iguaria…
Casa do daiquiri, o El Floridita segue a linha bar + restaurante, bem naquele estilo meio decadente cool que impera em Havana. Fica na Obispo No.557 esquina com Monserrate.
O Bodeguita talvez você já tenha até ouvido falar em algum lugar ou visto fotos.
Visualmente, sem perdão do tracadilho, o traço mais marcante é o fato das suas paredes serem todas assinadas – praticamente já rabiscadas – pelos clientes.
Deixe a sua marca e curta ao menos uma bebida (se bem que alguns entendidos dizem que o bar já não tem mais os melhores drinques). Fica na Empedrado n.º 207 e abre diariamente das 11h00 às 0h00.
Aliás, dizem os cubanos que segundo o famoso escritor: “Mi mojito en La Bodeguita, mi daiquirí en El Floridita”.
É praticamente um pecado ir para Cuba e não conhecer estes dois lugares.
Se você gosta muito de rum, dá para conhecer o Museo del Run Havana Club. Para quem não sabe, o Havana Club é o mais famoso no mundo. Durante a visita você conhece o processo de produção e degusta ao final. Fica na Avenida del Puerto, 262, esq. Sol, Habana Vieja.
Se você como eu gosta de cerveja, na ilha de Fidel existem praticamente duas marcas, a Cristal que é uma pilsen clara e refrescante, e a Bucanero, mais forte e encorpada.
Ah, e já ia me esquecendo. Em Cuba não se deve tomar água da torneira! Só mineral, filtrada ou fervida (sim, eles até preferem assim).
Quem acompanha o blog sabe que aqui em casa a gente ama ir ao supermercado quando viaja, já que é uma excelente oportunidade para ver de perto como as pessoas vivem.
Mas em Cuba, dei um enorme azar porque todos os mercados estavam fechados para uma espécie de balanço, o que me atrapalhou demais pois alugamos um Airbnb em Havana e esperávamos usar a sua excelente cozinha…
De qualquer forma, não espere encontrar um Walmart ou grandes supermercados em Havana, mas existem alguns mercados que deixo abaixo se você tiver mais sorte:
E você, que dicas de pratos e restaurantes tem de Cuba? Compartilhe conosco.
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