Se lendo o post anterior você se interessou por viajar para Cuba, é a vez de conversarmos sobre o que você precisa saber para que embarcar numa viagem para a eterna ilha de Fidel. Como chegar? Quando ir? Quanto tempo? E muitas outras dicas para uma super viagem.
Como você, eu também tinha uma série de dúvidas práticas antes da viagem para Cuba. E não eram poucas não. Me senti tão perdido que quase que desisti de fazer a viagem. Para quem faz uma viagem com um pacote, Cuba é um destino fácil. Já para quem viaja por conta como nós, a coisa é bem diferente.
Infelizmente Cuba não investe tanto em informações ao turista quanto outros países, e as consequências do embargo norte americano dificultam muito algumas coisas simples como procurar um hotel e outras coisas essenciais à viagem.
Por exemplo, sabiam que até pouco tempo atrás o Booking não tinha nem sequer um hotel da ilha cadastrado no sistema deles? TripAdvisor? Idem. Encontrar o e-mail de um hotel para um contato mais próximo é uma missão quase impossível. A maioria dos hotéis estão ligados a um operador local que dificilmente responde às suas perguntas, e quando responde, demora dias, senão semanas.
Vamos então às questões práticas para ajudar você a programar a sua viagem para Cuba.
Começando pelo primeiro passo para a sua viagem, sim, você vai precisar de um visto para visitar Cuba, ainda que como turista.
O procedimento é bem chatinho, e eu detalho ele neste post aqui.
O que já lhe adianto é que o visto, também chamado de tarjeta turistica, deve ser requerido antes da sua viagem para Cuba e diretamente nos consulados cubanos.
Não existe a possibilidade de requerer ele online, por exemplo.
As informações oficiais são super confusas e quando você encontra não se sabe se estão atualizadas. O atendimento então… basta notar que os telefones do consulado em São Paulo mudaram e não existe site oficial. O e-mail utilizado para respostas oficiais demora dias para retornar com uma resposta.
Um detalhe importantíssimo: o visto é composto por dois pedaços de papel separados por um picote. Ao entrar no país eles destacam um lado; não perca o outro porque você precisa apresentar na saída.
Sobre a validade do passaporte, as informações são bem desencontradas (coisa natural em Cuba!). Vi relatos que vão desde 6 meses até 30 dias após o término da viagem, ou seja, a data de saída de Cuba.
Em Cuba, eu indaguei o rapaz que me atendeu na imigração e ele disse que o prazo de validade do passaporte deve coincidir com o tempo da sua viagem. Mas, em e-mail à embaixada de Cuba no Canadá (porque as representações no Brasil não me responderam) e o país da América do Norte envia um monte de turistas à ilha, a informação recebida é de que a regra seria esta: se o país do seu passaporte não tem embaixada em Cuba você precisa de ao menos 2 meses a contar da saída; e se tem representação lá, este prazo é de 1 semana depois da partida de Cuba.
Fala se não é complicado???
Se em algum momento das suas pesquisas sobre o destino leu que era ruim ter um carimbo de Cuba no passaporte para fins de imigração ou visto para uma viagem os EUA, esquece, isto já não é mais uma realidade. Mas estranhamente alguns passaportes eles não carimbam. O meu por exemplo não foi carimbado.
Adicionalmente, as autoridades de Cuba exigem dos turistas a comprovação da contratação de um seguro viagem como requisito de imigração. Nem sonhe em ir sem um, você deve ter o comprovante de contratação para apresentar na imigração. Nós aqui em casa utilizamos a Real Seguro Viagem, parceira do blog. Vocês podem contratá-la diretamente no banner ao lado.
Vale aquele do cartão de crédito? Na data da nossa viagem não. Isto porque enquanto perdurar o embargo (espero que acabe logo), empresas norte-americanas como a VISA e AXA (seguradora do benefício), não podem operar em Cuba.
Tanto que está expresso no contrato que “os benefícios e serviços aqui descritos não estão disponíveis para viagens com destino ou relacionados a alguns países, tais como Cuba, Irã, Síria, Coréia do Norte e Sudão. Consulte a central de atendimento para saber se há cobertura disponível para o destino de sua viagem.”
Ainda no tema saúde e requisitos de entrada, a imigração de Cuba exige a comprovação de que você tomou a febre amarela. Não deixe de considerar este item na sua lista de providências pré-viagem.
E já que o assunto é burocrático, a gente espera nunca precisar, mas é sempre bom ter anotado: a embaixada do Brasil em Havana fica no Centro de Negócios Miramar, Av. 3ª entre 76 e 78, Bairro Miramar, Edifício Beijing, Sala 206 – Tel: (537) 214 4713 ao 4716 – Fax: (537) 214 4719 – brasemb.havana@itamaraty.gov.br
Sobre como viajar para lá tenho uma boa e uma má notícia: a má é que não existe (na data deste post!) um voo direto ligando Brasil e Cuba; e a boa é que o tempo de voo, mesmo com as conexões não é tão ruim.
As opções são muitas e a mais comum é ir via Panamá, voando Copa.
Por conta do custo, nós optamos por voar LATAM com uma escala no Peru, num voo de 5h15 de São Paulo para Guarulhos, escala e mais 5h35 de Lima até Havana.
O voo teve uma série de perrengues que vão desde remarcações não avisadas à uma noite (mal) dormida na sala de embarque com uma criança pequena, mas isso é tema para uma outra oportunidade.
Nós escolhemos Peru, mas outros países como Chile ou Colômbia também têm conexões diretas com Cuba.
O fato é que Cuba está a uma curta distância do Brasil. Se houvesse ainda um voo direto, como havia no passado, talvez a viagem fosse mais curta que um daqueles discursos intermináveis do Fidel.
A porta de entrada é o Aeroporto Internacional José Martí.
O aeroporto é bastante simples, se considerarmos outros que vimos por aí. Não, peraí que vou corrigir…
Por mais que o aeroporto tenha um tamanho razoável, em termos de infraestrutura qualquer rodoviária do interior do Brasil oferece mais em termos de serviços.
Digo isso porque para comer um simples lanche de queijo… você não tem opções.
Até existem algum comércio que presumivelmente deveriam vender um café, um sanduíche ou algo assim, mas na verdade eles só vendem água, refrigerantes, salgadinhos e bolachas (o povo lá parece amar bolachas!!!).
Mas e o duty-free??? Galera… é Cuba!!!
Existem algumas poucas lojas que vendem coisas simples, mas não tem nada absolutamente de interessante. Nem mesmo souvenires!!!
Mas o que eles vendem então??? Chocolate e … sabonetes. Sério!!! Tenho fotos para provar que o item mais interessante do duty-free cubano era sabonete!!!
Se você leu em algum lugar que há uma taxa de saída do país (CUC 25) que pode ou não estar incluída no seu bilhete aéreo, esqueça. Atualmente esta taxa não existe mais.
Infelizmente não existe nenhum serviço regular de transporte público entre o aeroporto e a cidade, como trens e ônibus, o que faz dos táxis a única alternativa. Com um custo entre CUC 20 e CUC 25, a viagem leva uns 30/40 minutos – tenha dinheiro vivo para este primeiro gasto.
Nós optamos por contratar previamente a Fertours para o transfer do aeroporto até o apartamento que alugamos em Havana Velha. O custo foi extremamente atrativo: CUC 25.
Mesmo sendo relativamente mais fechado (embargo + exigência de visto) se compararmos a outros destinos turísticos, Cuba tem sim um período que pode ser chamado de alta temporada.
A procura por hotéis e voos sobe um pouco mais no período correspondente ao inverno no hemisfério norte (e nosso verão), pois mesmo neste período, a posição geográfica do país garante bons dias de Sol e uma quantidade de chuvas menor que no restante do ano como vocês notam mais abaixo.
Isso gera um grande contingente de turistas europeus (muitos russos) e principalmente canadenses que literalmente fogem do frio de seus lares.
Nós fomos em janeiro, logo no inverno, e por incrível que pareça tivemos dias super quentes e gostosos em Havana e um frio de matar justamente em Varadero.
O clima de Cuba é razoavelmente bem definido. Mesmo tratando-se de uma ilha, e portanto sujeita à mudanças de uma hora para outra, a tendência é de clima quente o ano todo, o que facilita bastante na hora de escolher que época do ano viajar.
Só deixo um alerta ao fato de que entre junho e outubro há uma maior propensão a furações. Sim, aqueles mesmos que mais ou menos na mesma época do ano atingem a Flórida.
Para conferir melhor como será o clima na época em que você pretende viajar, dê uma conferida no Holiday Weather que tem as médias de temperatura e chuvas para o ano todo.
Isso é sempre relativo porque vai do interesse e ritmo de viagem de cada um.
Como nós optamos, conforme explico mais tarde, por visitar apenas Havana e Varadero, tivemos 9 dias inteiros em solo, sendo que ficamos 4 dias em Havana, gastamos praticamente 1 dia no transfer para Varadero, passamos 3 dias em Varadero e mais 1 dia para o transfer de volta para Havana apenas para embarcar rumo ao Brasil.
Para nós, foi suficiente. Mas se você for adicionar mais destinos em Cuba, ai certamente este tempo será insuficiente.
Vale aproveitar a passagem para conhecer outros países da região?
Vocês já devem ter notado pelos nossos roteiros que a gente adora dar uma esticadinha e conhecer outros países próximos.
Porém, seja por tratar-se de uma ilha que já tinha deslocamentos internos complicados, e muito mais pelo seu isolamento econômico / turístico, eu só cogitaria mesmo uma esticada na escala, por exemplo.
Aposto que como eu você olhou o mapa e logo pensou: moleza, a ilha é pequena e basta alugar um carro para conhecer tudo.
Sabe aquele sonoro “só que não”???
A ilha de Cuba tem na sua extensão mais de 1000km e uma simples viagem de Havana até Varadero que distam uns 150km pode levar mais de 3 horas para ser feita.
Some ainda que alugar carro não é uma realidade local como detalho em instantes.
Para locomover-se pela ilha, a melhor opção é contratar um transfer ou utilizar as linhas de ônibus rodoviários existentes.
Nós optamos por fazer o trajeto de Havana para Varadero de ônibus com a Viazul, a maior empresa de ônibus local. O ingresso custou US$ 10 por trecho (crianças pagam ½) e a viagem leva umas 3 horas (sim, puxado!).
Confesso que fiquei preocupado sobre como seria o ônibus. Tinha a imagem de um daqueles ônibus típicos de filmes nos confins da América Latina, com gente viajando com galinhas e etc.
Mas para a minha sorte, já que a Sra. Cumbicona me mataria, tudo não passou de um estereótipo, já que o ônibus estava mais para um típico ônibus de rodoviário que poderia muito bem estar numa linha São Paulo – Rio de Janeiro. Relativamente novo e suficientemente limpo.
O processo de compra foi bastante tranquilo. Fiz um cadastro prévio no site da Viazul e com 5 meses antes (já que não abre antes) e fiz a compra das passagens.
Você pode estar achando estranho comprar uma passagem de ônibus com tanta antecedência. Ocorre que como a procura é grande, nem sempre existem muitas opções de horários. Passados os dados do cartão de crédito, minutos depois estava com o bilhete no meu e-mail – leve-o impresso porque senão você não embarca.
Dois detalhes muito importantes: chegue mais de 30 minutos antes do horário porque eventualmente ele pode partir antes do horário (é mole?). E os ônibus têm ar-condicionado sim, mas como é muito forte leve um casaco.
Mas e alugar um carro? Olha, de tudo que li não encontrei ninguém que considerasse factível esta opção de transporte tão comum em outros destinos turísticos. Até cheguei a olhar os valores, mas fiquei impressionado com o quanto caro fica. E pior, existem poucos postos de gasolina pela ilha, o que faz dos abastecimentos um sacrifício. Esqueça!
Se você preferir um transfer, os preços são meio que fixos. Entre Havana e Varadero, espere pagar algo como CUC 100/120. Aqui mais uma vez optamos pela Fertours que cobrou o valor de CUC 100 para um carro com ar-condicionado e bom nível de conforto para a viagem de pouco mais de 2h40 minutos entre o balneário e o aeroporto de Havana.
Pelas cidades, o transporte coletivo não é uma opção, já que apenas os locais conseguem entender as linhas de ônibus (única opção) e o estado de conservação torna o uso por turistas impraticável.
A tendência é de melhoria neste ponto. Se quiser pegar um deles, saiba que o pagamento é apenas em pesos cubanos, nada de CUC!
Cuba tem algo que não vi em lugar algum: táxis coletivos ou almendrón. Sim, isso mesmo. Você faz sinal, ele para e você pergunta se ele está indo para o seu destino. O custo médio é de CUC 0,50 por pessoa. Se o valor for maior que isso, negocie.
Claro que também existem os táxis comuns, mas só para dar uma ideia, paga-se CUC 5 em uma corrida em táxi comum entre Havana Velha e Vedado e de outro lado CUC 0,55 no táxi coletivo.
Havana por exemplo tem uma espécie de tuk-tuk, os coquitos, que são triciclos montados numa “casca” de coco. Muito utilizado por turistas, negocie o preço antes da corrida.
Uma outra opção são os ônibus turísticos, tipo aqueles vermelhos double-deck conversíveis, aqui operados pela Habana Bus Tour. Com rotas pré-definidas, ele circula pelos principais pontos turísticos da cidade e você pode subir e descer quantas vezes quiser. Custa CUC 5 (menores de 6 anos grátis), operam das 9h00 às 21h00 e pode ser uma boa opção para conhecer pontos turísticos mais distantes.
Antigamente eram 3 rotas, mas hoje são apenas duas:
ROUTE T1: Castillo de la Real Force; Hotel Sevilla; Parque Central; Hotel Presidente; Plaza de la Revolución; Napoleonic Museum; University of Havana; Hotel Havana Libre; Casa de las Americas and the Ministry of Foreign Affairs; Prado y San Lázaro; Capitol and National Ministry of Science, Technology and Environment; Restaurant Floridita; Cabana Bar; Building of the Marina; Alameda de Paula.
ROUTE T2: Restaurant Ferminia; Mall Náutico; Cecilia Restaurant; Miramar Trade Center; National Aquarium; 1st and 28 Model of Havana1st and 18 Don Crab Restaurant; Cira García International Clinic; Calle 23 and Ave 47 west of the bridge over the River Almendares; Columbus Cemetery; Plaza of the Revolution.
Para mais dicas assim veja as nossas dicas de Como Locomover-se nas Viagens.
A resposta a tal pergunta passa justamente por outra: qual o seu roteiro pelo país? Se for para visitar apenas Havana, existem opções realmente econômicas, mas se for para visitar algum balneário, ai o custo será bem maior.
Cuba atraiu nos últimos anos dois tipos bem distintos de turistas: aqueles que abominam resorts e são mais ligados à história comunista da ilha, e que portanto querem ver tudo da ilha contanto que não seja um resort; e outros que quase que ignoram a riqueza de cidades como Havana e estão mais preocupados em curtir a dobradinha Sol e mar de Varadero.
Nem tanto céu nem tanto a terra. Sem criticar nenhuma das duas ideias de viagem, e reconhecendo que cada uma delas têm os seus encantos e desvantagens, resolvemos aproveitar o que cada uma tem de bom.
Cuba tem uma peculiaridade que tende a mudar, mas até lá acredito que será uma longa caminhada: a pouca quantidade de hotéis. Em Havana, por exemplo, existem poucos e são de dois tipos: caros que mal dá para pagar ou simples demais que nem dá para ficar. Mesmo existindo sim algumas unidades de famosas redes europeias, para as empresas norte-americanas, ainda existem entraves.
A coisa é tão fora do comum que na época da nossa viagem, não havia nenhum hotel em Cuba no Booking.
Então qual a opção? Existem duas: ou você se hospeda em algum caro ou em um para lá de simples que lhe cobrará valores que são equivalentes à 5 estrelas. Não dá! Sabendo disso, faz algum tempo o governo cubano liberou os cubanos para hospedarem os turistas em casas particulares.
Como dividimos os nossos dias na ilha entre a capital Havana e alguns dias para curtir as praias no melhor estilo caribenho em Varadero, resolvemos usar nestes destinos aquilo que é mais típico em cada um.
Como ficar em um hotel em Havana mostrou-se impossível pelos preços exorbitantes e qualidade terrível pelo que avaliei na época, optamos por uma opção bem autentica e que funciona super bem na ilha: alugar um apartamento ou casa particular como eles chamam lá.
Alerto, entretanto, que existem dois tipos de acomodação nesta categoria: aquelas onde você fica literalmente na casa da família (o que não era o nosso esquema) e alugar uma casa ou apartamento de um cubano, o que para nós foi a melhor opção porque o imóvel inteiro seria nosso.
No geral, tudo é bem razoável e há um certo controle de qualidade por parte do governo que fiscaliza este tipo de serviço – as casas têm um selo indicando que podem ser alugadas.
Particularmente achei bem legal isto, já que ao invés de injetar dinheiro na conta de uma mega rede de hotéis que, nas opções apresentadas localmente pareciam mais interessadas em esfolar o turista do que fornecer um bom serviço, você ajuda de verdade uma família cubana a ter um (muito bem vindo) rendimento extra.
Há entretanto um viés ruim nisto: a renda geral é tão baixa (um médico recebe em média CUC30/mês), que tem muita gente com alta especialização que está largando suas carreiras para alugar quartos para turistas, afinal o preço médio das diárias é de CUC25/30. Isto pode ter um impacto negativo a longo prazo.
Para reservar este tipo de acomodação vocês podem utilizar tanto serviços locais (as casas particulares) quanto o Airbnb. Sim, o próprio. Na data da nossa viagem, consegui encontrar mais de 400 apartamentos em Havana, só entre os concorridos bairros de Havana Velha e Vedado.
Ficamos no apartamento do Daniel e adoramos tanto que em breve conto esta experiência em um review completo.
Já em Varadero, optamos pelo Meliá Marina Varadero, sobre o qual também prometo contar todos os detalhes numa outra oportunidade.
Se você está indo agora para Cuba, sorte sua, pelo menos uma dificuldade que nós enfrentamos você não terá.
Provavelmente você tenha notado a quantidade de indicações de preços que eu já citei neste post em CUC. Ocorre que quando da nossa viagem existiam duas moedas em circulação na ilha. Calma, explico.
No quesito moeda, Cuba tinha uma peculiaridade que soa absolutamente estranha ao turista: a existência de uma moeda para o povo e outra para os turistas. Na época da nossa viagem, circulavam na ilha, pesos cubanos conversíveis (CUC $) e pesos (MN $ ou CUP – mas fala-se moneda nacional).
No geral, 1 CUC equivalia à US$1:
CUC 1 = R$ 3,19 ou R$ 1 = CUC 0,31
CUP 1 = R$ 0,13 ou R$ 1 = CUC 6,94
A relação era de 1 CUC para 25 pesos cubanos.
Acontece que na virada de 2020 para 2021, o governo cubano resolveu dar uma ajuda para a cabeça do turista e instituiu que circula na ilha apenas o peso cubano, acabando-se assim com o CUC.
O peso cubano tinha no começo de 2021 a cotação de 1 US$ = 24 pesos cubanos. Veja na época da sua viagem o valor exato usando um daqueles apps de conversão de moeda que cito no post de apps essenciais para viajar.
As notas de CUP (peso cubano) tem notas de 1, 3, 5, 10, 20, 50 e 100 pesos e moedas de 1, 2, 5 e vinte centavos e notas de 1 e 3 pesos.
Talvez você até tenha pensado, mas nem adianta procurar, você não encontrará pesos cubanos nas casas de câmbio fora de Cuba. Não perca tempo!
Mas e aí? Que dinheiro levar? Como pagar as contas lá?
Levar dinheiro é uma boa opção? Sim e não. Se for dólar é uma péssima ideia, já que por enquanto o governo cubano tem taxados as trocas de dólar para as moedas locais em 10% – e a gente aqui reclamando do IOF… – sempre dá para piorar!
Levar reais? Esquece, o câmbio de reais é péssimo.
Agora se você tiver euros em mãos, ai sim a troca é vantajosa. Outras moedas fortes como dólar canadense e libras são boas opções.
Não sei vocês, mas quando estou separando as coisas para viajar, uma das primeiras coisas que pego são os cartões de crédito para os gastos maiores e o cartão de débito para saque diretamente na conta corrente.
Mas em Cuba, ao menos o cartão de crédito é praticamente inútil. Explico: por conta do embargo, Cuba ficou praticamente isolada do mundo e financeiramente atrasada.
Embora a tendência seja de mudança, o cartão de crédito é aceito apenas em alguns poucos estabelecimentos; portanto tenha sempre dinheiro vivo à mão.
Na data em que viajamos, quem tinha cartão de crédito emitido por banco com relação com EUA (direta ou indireta) também não era aceito. Nem preciso dizer que um cartão tipo American Express é uma fria…
Quem como eu costuma sacar moeda local diretamente da conta corrente (vide post sobre cartões de débito no exterior), talvez estranhe o fato de que em Cuba, diferentemente dos demais países pelos quais passamos, não tem uma quantidade tão grande de ATM´s pelas ruas. Não diria para vocês que eles são raros não (e a tendência é de aumento), mas não espere ver tantos assim e aproveite os que estiverem no seu caminho para sacar dinheiro.
Só fique atento que os ATM’s sempre cobram uma pequena taxa – além daquela eventualmente cobrada pelo seu banco, ok? Ah e saiba que a cada saque lhe será também cobrada uma taxa de 3% nas operações pois o valor é convertido de R$ para US$ e deste para CUC, e como os cubanos taxam transações em US$…
Melhor que ter que pagar os 10% do câmbio de US$ em espécie para pesos cubanos nas cadecas (nome dado às casas de câmbio lá). Fora que dificilmente uma casa de câmbio irá lhe cobrar menos que 4% de taxa – elas existem sim!!!
Assim, sacar do ATM pode parecer uma boa ideia, mas você precisa estar ciente de que mesmo nesta operação irá incidir os malditos 10%.
Mas se você precisar de uma cadeca, em Cuba existe a vantagem que as taxas de conversão pouco variam.
Em outros destinos, normalmente a taxa nas casas de câmbio existentes nos aeroportos são piores. Mas em Cuba, os valores ali são muito próximos àqueles cobrados na cidade por exemplo. Só nos hotéis que eles tendem a ser um pouco menos vantajosos.
Há entretanto uma pequena vantagem em trocar em bancos (mas não são todos que aceitam) onde a taxa de conversão pode ser um pouco melhor. Um destes bancos é o Banco Metropolitano da rua O’Reilly com Compostela.
Bancos abrem de segunda-feira à sexta-feira das 9h00 às 15h00, e as casas de câmbio, conhecidas como Cadeca, de segunda a sábado das 9h00 às 19h00, e domingos até as 12h00. E um detalhe muito importante: se você não estiver com o seu passaporte, eles não fazem a troca!
Algo que é levado muito a sério em Cuba é gorjeta. Principalmente se você considerar que os locais veem nos turistas uma oportunidade de ganhar alguns pesos, pois eles recebem em pesos cubanos que tinha um valor cambial bem inferior e qualquer valor em CUC podia fazer uma boa diferença para eles.
Em restaurantes, considere algo como os 10% do valor da conta, o mesmo pode (deve) ser adicionado à corrida de táxis (salvo se o valor for previamente combinado).
Até mesmo por conta das condições nas quais a população cubana vive o orçamento de viagem fica bem mais abaixo do que outros destinos na região. Gasta-se pouco com alimentação e, sabendo se hospedar em um apartamento alugado ou casa particular, também.
Claro que em destinos de praia, tomados por resorts, como Varadero, a conversa é outra. Mas até aí ok, já que você economizou em Havana, dá para gastar um pouco mais com um hotel superior em Varadero, por exemplo.
Compras? Apenas pequenos souvenires e olhe lá! Aliás vai aqui um alerta importante. Se você é daqueles viajantes que para viajar leve evita trazer de casa itens de perfumaria e etc, deixando para adquirir tudo em uma farmácia ou supermercado local, traga tudo de casa! Inclusive uma sacola para carregar porque lá não tem sacolinha.
Xampu, sabonete, pasta de dente? Nada disso é fácil de achar lá. E se achar, muito provavelmente não será da marca ou tipo ao qual você está acostumado. Esteja ciente que a maioria dos banheiros públicos não oferece papel higiênico, então tenha o seu sempre à mão.
Mais importante ainda, o mesmo raciocínio vale para os medicamentos. Além de repelente, protetor solar, capriche bem na farmácia de viagem.
Se precisar de algo, as lojas abrem das 9h00 às 17h00 de segunda a sábado, e até às 12h00 no domingo.
O embargo imposto pelos norte-americanos e as restrições impostas pelo próprio governo cubano criaram situações para lá de estranhas, ao menos para nós que vivemos em uma outra realidade. Vocês sabiam que até 2008 computadores e celulares eram literalmente proibidos aos cidadãos comuns?
Detox digital. Para quem não larga o celular nem diante de uma paisagem fantástica, vai um aviso: se tem algo que falta em Cuba é internet. Diferentemente de 99% do mundo, a ilha está praticamente na era da pedra em termos de internet e inclusão digital.
Particularmente fico na dúvida se isto é algo que decorre simplesmente do atraso tecnológico do país por conta do embargo econômico ou se foi convenientemente ficando para trás por interesses políticos.
Apesar do número crescente de pontos de acesso pela cidade, quem quiser internet tem que pagar. Nem mesmo grandes redes de hotéis oferecem gratuitamente aos seus hospedes a comodidade (necessidade).
Para tanto é preciso comprar um cartão pré-pago que vem com uma senha e pode ser utilizado tanto nos lobbies dos hotéis quanto nas praças públicas.
Por isso é comum ver um monte de gente sentada na praça ou diante de um determinado estabelecimento com o celular na mão. É, foi-se o tempo em que as pessoas se reuniam na praça para tomar sorvete e conversar…
Na data da nossa viagem eram 212 pontos de internet espalhados pelo país. A lista completa deles vocês conferem aqui.
O custo médio é de CUC 1 para 30 minutos e CUC 2 para 1 hora. E não pensem que ela é ultra-rápida não… Acho que deu para notar como a internet pode representar um custo bem salgado no seu orçamento, né? Ah, para tentar minimizar, sugiro desligar o wi-fi do celular após cada sessão para não torrar tudo em alguns minutos.
Estes cartões podem ser comprados nos pontos de venda da ECTESA (empresa de telefonia local), mas não se espante se pessoas na rua lhe oferecerem os mesmos cartões por CUC 3. Sim, isto é cambismo e é crime, por isso eles são discretos na oferta.
Outros “poréns” quanto à internet em Cuba são a segurança e o livre acesso. Não conte com segurança nas redes de wi-fi, como são públicas e abertas, fique muito atento ao que acessa, especialmente sites de bancos e outros que demandem a inserção de senhas.
Tenha também em mente que o acesso não é livre, assim como na China, eventualmente algum site que você costuma acessar em qualquer lugar do mundo pode não estar “disponível” durante a sua viagem para Cuba.
O único aspecto que realmente me incomodou nesta viagem para Cuba foi a falta de atividades e infra estrutura para crianças.
A gente é relativamente criativo quando o tema é entreter o Cumbiquinho e não tem frescuras.
Por mais que os cubanos tratem sim os pequenos viajantes muito, mas muito bem, nos dois quesitos acima fica sim muito a desejar.
Quem viaja com crianças menores certamente irá encontrar muita, mas muita dificuldade para encontrar por exemplo trocadores e artigos essenciais como fraldas e fórmulas (leite).
Some a isso o fato de que atrações para crianças são praticamente nulas. Ok, as praias e os resorts são top neste quesito, mas em Havana, esquece. Nem mesmo um parquinho você encontra na cidade.
Para mais dicas sobre viajar com crianças, confira os posts Viajando com Crianças – O que aprendemos até agora (bebês) e Viajando com Crianças – O que aprendemos dos 2 aos 4 anos.
Cuba tem apenas um fuso horário. É 1 hora a menos que Brasília considerando-se o horário comum.
Em Cuba eles utilizam o mesmo padrão europeu para os plugs de tomada, ou seja, dois pinos chatos, como nos EUA (pois é…) – então não esqueça de levar um adaptador para os seus eletrônicos brasileiros! E a voltagem é 110v.
Algo que infelizmente Cuba ainda tem que melhorar muito é no quesito informação ao turista.
Nunca tinha me deparado com um destino tão complicado neste quesito.
Os portais existentes na internet são incrivelmente incompletos e você pena em encontrar qual é o site oficial de informações turísticas, e quando encontra… Vê que ali não tem praticamente nada útil para a sua viagem à Cuba.
Entrar em contato com prestadores de serviços locais então é uma missão. Quando depois de muito você consegue encontrar o endereço da empresa na internet, descobre que o site na verdade não é dela, mas sim de um agregador qualquer ou pior ainda, de um atravessador. São poucas as empresas que têm sites próprios na internet por conta da falta de infraestrutura e do embargo.
De um simples restaurante a um diving center, tudo é difícil de programar com antecedência, deixando claro que o melhor neste caso é marcar alguns passeios ou fazer reservas já estando lá. Uma pena!
Até mesmo por conta desta deficiência local no quesito informações, existem muitos blogs de viagem com informações completas e frescas sobre viagem à Cuba.
Já os postos de informações turísticas são mais fáceis de encontrar: no aeroporto: Terminal 3 e dois endereços em Havana Velha: esquina da Obispo com San Ignacio, e na Obispo 524, sempre das 9h30 às 12h00 e das 12h30 às 17h00.
Em termos de viagem, Cuba pode ser considerado como um destino bastante seguro – para quem mora no Brasil lamento dizer que poucos lugares parecem realmente perigosos. O único senão são os jiteiros, que nada mais são que espertalhões que tentam aplicar pequenos golpes em turistas, como leva-los para falsos shows ou em lojas com produtos de menor qualidade em troca de uma comissão. Libre-se deles com a fórmula sorriso + gracias, no.
Nos táxis é bom sempre combinar o preço antes. E como existem duas moedas ilha, os pesos cubanos e os CUCs, saiba logo identificar ambas, pois a diferença é da ordem de 25 vezes de uma para a outra.
Nas compras, optando por trazer um típico charuto cubano de souvenir, fique esperto pois existe um golpe comum envolvendo o principal produto exportação da ilha.
Lá eles vendem falsos Cohibas, a marca mais famosa de lá.
O golpe é mais ou menos assim: alguém se aproxima de forma muito simpática e puxa papo perguntando onde está hospedado e tal. No final lhe dá uma dica de um lugar (uma fábrica de família ou cooperativa) que está vendendo charutos bons a preços incríveis. Pouco depois um gaiato aparecerá dizendo que lhe conhece da hospedaria ou hotel tal… e diz que pode te levar à cooperativa.
Ah, tá!!! Não caia nessa! Por mais simpática que a pessoa possa ser, muito provavelmente ela vai querer te empurrar charutos falsificados ou de qualidade inferior.
Posso levar o meu drone na viagem para Cuba? Não, Cuba é um dos países onde portar algo assim é literalmente crime. Drones são ilegais em Cuba.
Nossa, reconheço que o post ficou tão longo quanto um discurso do Fidel, mas era preciso diante de um destino assim tão diferente.
De posse das informações e dicas gerais, no próximo post vamos às atrações de Havana.
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