Kowloon em Hong-Kong, muito mais que street markets!

Kowloon, deliciosamente caótico.

Depois de visitarmos as atrações da ilha de Hong-Kong, é hora de conferirmos as de Kowloon e em especial seus street markets.

Como já dissemos anteriormente, Hong-Kong tem quatro principais áreas: a ilha de Hong-Kong; Novos Territórios; ilha de Lantau e Kowloon – e muitas outras ilhas menores.

Situada na porção continental, Kowloon, que é área mais densamente povoada de Hong-Kong, é conhecida como o lugar que tem a maior quantidade de street markets por metro quadrado da Ásia!

Não dá para negar que o programa mais conhecido de Kowloon seja perambular por seus street markets e suas ruas de comércio tão típicas. Mas a região oferece mais que isto. Confira aí:

Depois do Victoria Peak, a minha atração favorita em Hong-Kong é a Tsim Sha Tsui East Promenade. Trata-se de um calçadão situado em Kowloon, de onde se tem a melhor vista da baía de Hong-Kong e do famoso skyline situado no outro lado da baía, na ilha de Hong-Kong.

Tsim Sha Tsui Promenade.
O lugar é o cartão postal de Hong-Kong.
Olha só a panorâmica do lugar!!!
Tem até um monumento para lembrar as Olimpíadas de 2008.

Ali, existe uma espécie de calcada da fama. Salvo se você for um ávido fã do cinema chinês, vai passar batido pela maior parte das celebridades locais cujos nomes estão gravados no chão. Mas duas figuras nascidas em Hong-Kong são mundialmente reconhecidas ali: Jackie Chan e Bruce Lee.

Uma das estrelas da calçada da fama de Hong-Kong.

Há também uma estátua do Bruce Lee. O difícil é conseguir tirar uma foto dela sem ninguém! #CoisasDeChina

Sozinho o Bruce não se sente em Hong-Kong. Kkkk
Depois de tomar uns encontrões aqui outros ali, chego perto da estátua!

Perto do píer dos ferries, há uma torre com um relógio. Trata-se da Clock Tower, que é o que
restou de uma antiga estação de trem que existia ali nos idos de 1916. Nos arredores também há o Former Marine Police Headquarters (2A Canton Rd), um belo prédio vitoriano construído em 1884 que serve atualmente como um complexo de entretenimento com restaurantes e lojas (de luxo!).

Clock Tower.

Se você quiser se aprofundar na história de Hong-Kong, vá ao Hong Kong Museum of History (100 Chatham Rd South) onde eles contam a história da ilha desde os primórdios até a retomada pela China.

Museu de Arte.

Mas a mais interessante atração do pedaço tem hora e local certo. A Symphony of Lights é um show no qual os prédios de Hong-Kong são iluminados e feixes de laser são projetados a partir deles segundo o ritmo de músicas.

A coisa é grandiosa, já que são ao todo mais de 40 edifícios iluminados diariamente para o show, o que garantiu à Hong Kong uma menção no Guinness como o Maior Show Luz Permanente no Mundo.

Symphony of Lights.

Então já sabe, separe ao menos uma noite para ir à Tsim Sha Tsui East Promenade para curtir um programa turistão, mas bem diferente. Diariamente das 20h00 às 20h15.

Nos últimos anos a região desenvolveu-se bastante, e ali foram inaugurados muitos restaurantes e bons shoppings além de museus. 

Caminhando mais para o norte, sentido oposto da baía, vale a pena seguir pela Nathan Road, a rua mais movimentada da região. Nela vocês encontrarão, muita gente pelas ruas, lojas de tudo quanto é tipo e muitos daqueles aqueles típicos neons – que estão aos poucos sendo substituídos por LEDs.

Os típicos letreiros luminosos de Hong-Kong.
Nathan Road.

Nem só do agito dos restaurantes e shoppings vive a região de Kowloon, há ali o Kowloon Park um dos maiores parques de Hong-Kong. Vale caminhar por ele para escapar do agito das ruas ou até para fazer um piquenique. Aos sábados dizem que há uma apresentação de kung-fu no Kung Fu Corner. O parque fica na 22 Austin Rd e abre diariamente das 6h00 às 0h00.

Para quem quer avistar a cidade de cima, além do The Peak, uma excelente opção é o Sky100* um observatório 360º localizado no edifício International Commerce Centre (ICC) – não confundir com o IFC (International Finance Centre) que fica do outro lado da baía. Hoje, o ICC é o prédio mais alto de Hong-Kong.

ICC visto do Victoria Peak. Só dá ele em Kowloon.
A entrada é em um belíssimo shopping center.
Passa-se de por um túnel de LED
Até o elevador ultra-rápido que te leva ao 100° andar.
Hoje ele é o sétimo mais alto do mundo.

O observatório, como o nome diz, fica no 100° andar, mais precisamente 393m acima do nível do mar. Os elevadores, são um dos mais rápidos do mundo, fazendo a viagem em apenas 60 segundos.

Preciso dizer que a vista de lá de cima é fantástica??? Infelizmente não dei tanta sorte e acabei indo em um dia de tempo mais fechado, o que prejudicou bastante as fotos noturnas.


Aliás o lugar parece ter sido pensado em quem gosta de fotografar. Em alguns pontos, os vidros são à prova de reflexo. Adorei.

Baía de Hong-Kong vista do Sky100.
No detalhe
E numa vista ampla.
Não tive muita sorte com o clima.
Créditos: Sky100.

Embora o observatório como dito seja 360º, os dois lados mais interessantes são o sul, que é o dá para a baía de Hong-Kong e seu magnífico sky-line; e o norte que dá para Kowloon propriamente dito.

O Sky100 fica dentro do International Commerce Centre, o shopping que existe ali. Abre diariamente das 10h00 às 21h00, e o ingresso custa HK$ 168, mas comprando antecipadamente pelo site deles, há um desconto de 15%. Para chegar lá a melhor opção é utilizar-se da estação Kowloon do MTR.

Do lado de Kowloon um apinhado de prédios.
Fique de olho no horário do pôr do Sol
Quem sabe você tem a sorte de pegar um pôr do Sol destes? Créditos: Sky100.

Vistas estas atrações, é hora de embrenhar-se elas típicas ruas de Kowloon, especialmente do
bairro Mong Kok para conhecer os street markets e ruas de comércio típicas.

Eu particularmente adoro ambos. Sempre gostei da ideia de ruas típicas. Não sei nas demais cidades brasileiras, mas aqui em São Paulo, isto ainda é (felizmente) muito comum. Temos rua das noivas, com vestidos; ruas só com lojas de ferramentas só de eletrônicos e por ai vai. Sabe aquela sensação de que ali você vai achar o que procura?

Um dos mercados mais típicos de Hong-Kong e certamente o mais belo é o Flower Market, uma colorida sequência de floriculturas. Vale conferir. Ali vocês encontram tanto flores típicas da região quanto flores vindas de outros lugares do mundo.

Flower Market.
Não é filtro não, a rosa era azul mesmo.

Às vezes é tanta coisa que as lojas avançam para a rua.

As flores têm um importante papel na cultura local pois as pessoas acreditam que elas trazem boa sorte. 

O mercado fica na Flower Market Road, Prince Edward, Kowloon e para chegar lá basta utilizar a MTR Prince Edward Station, saída B1 ou a MTR Mong Kok East Station, saída C.

Ali perto fica também o Yuen Po St Bird Garden. Já tive quando criança, mas não sou muito fã de criar passarinho em gaiola. Mas em Hong-Kong é uma tradição criar belas aves desta forma. Os criadores de aves costumam se reunir nos arredores da rua Yuen Po na movimentada região de Mong Kok para exibir seus belos pássaros e negociar alguns deles. Abre diariamente das 7h00 às 20h00.

A entrada é bem escondida.
E ele é bem pequeno.
McLanche de passarinho número 1.
McLanche de passarinho número 2.
Fiquei com dó das lindas araras.

As gaiolas são lindas.

E já que o assunto é animais, sugiro uma visita ao Golden Fish Market, que como o próprio nome diz, vende aqueles peixinhos dourados.

Dos dois lados da rua vocês encontrarão muitas lojas com vários peixes ornamentais cuja popularidade tem sua origem no feng shui que considera sinal de boa sorte ter em casa um aquário com eles.

Fish Market.
Achei meio estranho os peixinhos ficarem assim no saco.

 

Tartarugas no Golden Fish Market.
Momento saudades. Já tive um destes!

Hoje além destes típicos peixinhos, eles vendem desde cães e gatos até animais mais exóticos como iguanas e etc. o Golden Fish Market fica na Tung Choi Street, usar as estações MTR Prince Edward, saída B2 ou MTR Mong Kok East saída C.

Outro famoso mercado na região é o Jade Market. Ali vocês encontrarão algumas barracas onde são vendidas peças de “jade”, principalmente brincos, colares, pingentes e etc. As aspas se justificam porque nem sempre elas são realmente de jade, ou têm a qualidade alegada.

Jade Market.
Jade Market.
Eles vendem pérolas também (mas eu não compraria ali!).

Então não gaste grandes valores nas peças, salvo se você for um especialista em reconhecer estas pedras esverdeadas. Uma dica que ajuda um pouco é sentir a temperatura, porque as verdadeiras costumam ser geladas. Diferentemente do que eu pensava, as mais translúcidas são as mais valiosas e as mais opacas as mais baratas.

A jade, que é originária de Myamar, é frequentemente associada à sorte e os vendedores locais costumam enfeitá-la com adornos para afastar o azar. Reza a lenda que se uma peça de jade se quebra é um bom sinal, pois significa que o azar “passou” – e você tem que comprar outra… sorte para o vendedor!!!

O mercado fica na esquina da Kansu com a Battery Sts e funciona diariamente das 10h00 às 17h00. Use a MTR Yau Ma Tei Station, e a saída C.

Hora de explorar os street markets propriamente ditos! 

Se tem algo que considero sinônimo de Sudeste Asiático são os street markets. Juntamente com a culinária local, eles fazem parte da cultura desta porção da Ásia.

Mas o que são os street markets? Os menos poéticos vão responder na lata dizendo que são meros camelódromos caóticos. Mas eu prefiro ter uma visão mais romântica a respeito.

Por mais que para muitos ocidentais os vejam apenas como um lugar para pechinchar bugigangas e (muitos) itens falsificados, vejo eles como uma excelente oportunidade para ver como as pessoas realmente vivem.

É nestes mercadões ou grandes bazares a céu aberto que os locais compram muitos itens dos quais precisam. É ali que eles fazem muitas das suas refeições rápidas no caminho para casa ou para o trabalho. 

Banca de frutas.
E muitos pequenos restaurantes.

Às vezes bagunçados e quase sempre confusos e agitados, sugiro que você pare por alguns instantes e repare no ritmo frenético das pessoas andando pelos estreitos espaços entre as barracas, barganhando cada dólar pelos itens ali expostos. Não se atenha apenas às bugigangas que são vendidas. Veja além e irá se divertir!

Já adianto, não é bonito – se você quer um lugar mais vazio e tranquilo, faça suas compras num shopping (pronto falei!). Agora se você quer algo genuíno, típico e interessante para ver como os locais vivem, corra para um street market. Adivinha qual a nossa opção???

Se quiser comprar algo, pechinche e muito! Adotamos a técnica de deixarmos claro que não somos americanos ou europeus, porque mais de uma vez notei neste e em outros lugares do tipo que existe sim uma clara diferença de preços praticados entre turistas vindos destes dois destinos e do resto do mundo. E sim, o Brasil ainda é simpático aos olhos dos gringos e eles têm ciência de que as coisas por aqui não estão um mar de rosas.

Resultado das nossas pechinchas!

Eles sempre oferecerão um valor muito, mas muito acima do valor real. Faça uma oferta de no máximo 40%. Ele irá retrucar. Se mesmo assim você achar que está caro, diga obrigado e saia andando. Se o vendedor vier atrás de você é porque ele aceitou. A partir deste momento, não tente mais abaixar o preço porque é deselegante voltar atrás na oferta que você já havia feito. Ok?

O street market mais famoso de Hong-Kong é o Temple Street Night Market que vai da Man Ming Lane até a Nanking St (e segue pelas paralelas). Ali, de roupas de grife “oliginais” à frutas, de souvenires à bugigangas até que interessantes, tem um pouco de tudo. Acontece todos os dias entre as 18h00 e 0h00 – logo, não adianta ir cedo!

Temple Street Night Market.
Barracas até onde a vista alcança.
Mochilas e bolsas.
Estas dobraduras eram realmente interessantes. Acreditem, isto é papel!!!

Tem até roupinha de cachorro.

Por mais que o Temple Street Night Market seja o mais famoso, achei o Ladies Market bem mais interessante. O nome pode levar alguns a pensar que ali são vendidos apenas itens destinados ao público feminino, mas há de tudo, inclusive itens de qualidade misturados à muita bugiganga e falsificação.

Por que gostei mais dele? Diferentemente do Temple Street Night Market, ali as coisas me pareceram se repetir menos de uma barraca para a outra, o que deu a impressão de ter uma maior variedade de itens. Lá eles vendem inclusive itens mais interessantes como porcelanas e leques, excelentes opções de lembrancinhas de viagem. Achei que o Temple é mais para quem quer bugigangas mesmo.

Ladies Market, talvez até maior que o Temple Street.
Tem uns itens bem estranhos, como esta barraca de lingerie. Preciso explicar o que são as tangas de passarinho penduradas???
Souvenires.
E as onipresentes capinhas de celular.

O Ladies Market fica na Tung Choi Street, perto da Argyle Street e Dundas Street e a melhor forma de chegar lá é utilizando o MTR na estação Mong Kok, saída D3.

Então quando for montar o seu roteiro por Hong-Kong, não se esqueça, a cidade continua do outro lado da baía, e lá tem muito mais do que street markets!

* O Cumbicão viajou à Hong-Kong mediante uma parceria estabelecida com o The Hong Kong Tourism Board (HKTB) / Discover Hong Kong para coletar material para este post. Todas as opiniões e relatos aqui descritos refletem fielmente a experiência durante a viagem, atendendo à política do blog.

 

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Diogo Avila

Veja os comentários

  • Excelente post sobre esta intrigante e histórica Hong Kong. Fotos esplendidas. É, street markets são muito legais, pois realmente é onde o povo local está. Lembro-me que Seul também tem este tipo de atrativo que vale a pena ser visitado, inclusive lá é muito parecido com a antiga 25 de março em termos de variedade de tecidos e artigos de uso pessoal, mas em quantidade 'chinesica' mesmo sendo na Coréia do Sul.

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