Onde comer e um pouco da culinária de Hong-Kong

Não dá para sair de Hong-Kong sem comer um legítimo bolinho primavera. Mas a comida local vai muito além!

Hong-Kong tem lá suas esquisitices para comer, é verdade. Mas há uma boa notícia para quem gosta de comida chinesa e de pães (sim, vocês leram certo).

Como já contei quando da nossa última viagem para a China, a culinária chinesa é tão vasta quanto a brasileira – basta notar que é um país tão vasto e culturalmente rico em diferenças quanto o nosso.

Mas sabe aquela comida chinesa que comemos aqui no Brasil e nos EUA? Esta comida chinesa que você prova nos restaurantes brasileiros ou pede naquelas redes de entrega é para os chineses, comida cantonesa ou de Hong-Kong. Então o lugar para comer a “nossa” comida chinesa é Hong-Kong.

Claro que mesmo assim existem algumas diferenças e nem sempre é tão fácil para nós ocidentais encontrar os mesmos pratos e principalmente com o mesmo gosto, porque assim como a culinária de outros países, a chinesa, ou melhor, cantonesa foi adaptada ao gosto do brasileiro.

É verdade, tem muita coisa estranha para se comer em Hong-Kong. Mas sabendo o que comer dá para passar muitíssimo bem lá!
E lá eles primam pelo quanto mais fresco (vivo na verdade) melhor.
Assim como qualquer outro destino asiático também tem muita comida de rua.

Vale também avisar que nem sempre, exceto pelos spring rolls ou rolinhos primavera, os pratos terão o mesmo nome. Vá pelo conteúdo e pela aparência, principalmente nos pratos à base de carne, vegetais, arroz e macarrão. 

É relativamente fácil encontrar alguns pratos bem conhecidos do público brasileiro como porco agridoce servido com vegetais (Sweet and Sour Pork); carne chop-suey (Stir-fried beef with vegetable); macarrão chop-suey (Stir-fried noodles); e suas variações como o Stir-fried rice noodles (feito de arroz). Há também o Wonton noodles que é servido com um caldo, como o lamen japonês, com pedaços de carne de porco e camarão.

Nem sempre o menu vem em inglês, mas as fotos ajudam.

Mas o prato mais comum de Hong-Kong é daqueles que nunca vi em restaurantes no Brasil: dim sum. Uma visita à Hong-Kong não está completa sem provar um, ou dois, ou muitos.

Para quem não sabe, o dim sum é algo que poderia ser comparado a uma trouxinha de massa (trigo ou arroz) cozida no vapor em “panelas” de bambu e recheados com vegetais, legumes, carne de porco, camarão ou o que mais você puder imaginar. Simplesmente imperdível! Eles foram inventados lá pelo século VIII na China e inicialmente eram consumidos com chá, como se fosse um petisco. Hoje, são servidos tanto no café da manhã como nas demais refeições.

Para um dim sum tradicional, uma boa pedida é o Lin Heung Kui (46-50 Des Voeux Rd West) que tem preços bem acessíveis. Uma opção muito mais chique é o Lung King Heen (Four Seasons Hotel, 8 Finance St), considerado o primeiro restaurante chinês a ser certificado com três estrelas no guia Michelin.

Dim sum de camarão.
E de vegetais, ambos do Tim Ho Wan.

Um restaurante que conhecemos em Xangai, mas que tem filiais em vários lugares na Ásia, inclusive em Hong-Kong é o Din Tai Fung. Lá além de vários pratos típicos, o destaque são os Dumplings e os XiaoLongBao. São ao todo quatro endereços: Silvercord Branch (Shop 306, 3/F, Silvercord, 30 Canton Rd., Tsim Sha Tsui, Kowloon); Yee Wo Branch (Shop G3-11, G/F, 68 Yee Wo St., Causeway Bay); Shatin Branch (Shop no. 166 on Level 1. New Town Plaza. Phase 1, Shatin. N.T); e Miramar Branch (Shop No.4F,4/F., Miramar Shopping Centre ,132 Nathan Road, Tsim Sha Tsui, Kowloon.

Não sou lá muito de ligar para críticos de restaurantes, e acredito que existam muitos restaurantes por aí que são excelentes e nunca figuraram em guias estrelados. Sabe aquela coisa de que se tem nativos na porta fazendo fila é porque deve ser bom? Então, sempre pensei que os melhores críticos são aqueles frequentadores comuns como eu e você.

Então, acho que nunca fui, ou se fui não sei, num restaurante que figurasse no famoso Guia Michelin. Mas já que em Hong-Kong existe um restaurante que além de ser bem frequentado pelos locais, ainda figurava no famoso guia, não custava nada ir conferir.

O Tim Ho Wan é conhecido por ser o restaurante mais barato a figurar, ainda que com uma estrela, no guia Michelin. Na verdade, o restaurante é o primeiro de uma rede que tem filiais em vários outros lugares, como Singapura, Kuala Lumpur e até Sydney.

Ao fazer o seu pedido, um alerta: tudo vem de três unidade, então para que você não exagere na dose, como nós, vá com moderação!

Uma tigela com colher, uma caneca para o chá gratuito, e hashis; as suas ferramentas para um banquete:
Dim sum de camarão e de vegetais, e rolinhos primavera. E olha que ainda tinha mais por vir.
Baked Bum com BBQ, um maravilhoso pãozinho com recheio de carne de porco.
Delicioso!
Streamed rice rolls com camarão, não curti a massa não porque tem uma consistência muito mole.

Lá são servidos pratos típicos, como o dim sum, dumpling, e baked bum com BBQ pork, que é um pãozinho recheado com carne de porco e molho agridoce. Vale também experimentar as steamed rice rolls stuffed with shrimps e chives, algo como panquecas com massa de arroz cozidas no vapor com recheio de camarão e cebolinha.

As pimentas são fortíssimas, arde só de cheirar.

O esquema do restaurante é bem peculiar. Como o espaço é minúsculo, as filas são enormes e quase sempre entopem o corredor. Aproxime-se do balcão e peque uma papeleta como a da foto abaixo. Feito o seu pedido, entregue ela para a atendente (que aparentemente só fala chinês) e informe quantas pessoas são na mesa. Ela vai te dar um número e quando for a sua vez você será chamado por ele – fique atento!

O restaurante tem poucas mesas.
Uma galera se junta diante dele.
Pegue um papel deste e anote seu pedido.
Depois é só entregar para a senhora que controla o acesso. Ela irá te chamar pelo número.

A conta? Por volta de HK$ 267, ou R$ 124 para comer até não aguentar mais como vocês viram. Fala se não vale conferir?

Embora o endereço, Shop 12A, Hong Kong Station, Podium Level 1, IFC Mall pareça ser fácil, muita gente fica perambulando pelo shopping procurando o restaurante. Isto porque ele não fica no shopping, mas sim dentro da estação de metrô que localiza-se embaixo do IFC Mall. O Viaje na Viagem dá os passos para chegar até lá de forma simples: siga as placas para o IFC Mall, mais especificamente a saída F, e depois as placas com a indicação “Airport”. Não tem erro.

Mas na prática, acabei aprendendo um esquema bem simples para chegar lá. Anote ai:

Vá ao térreo da Estação Central, junto à área de check-in.
Diante do balcão de atendimento ao consumidor, pegue este elevador e vá até o nível L1 shops.
Desça do elevador e o restaurante estará à esquerda, é aquele escrito em verde ali atrás do pilar!

O nome do restaurante estará em chinês (precisavam mesmo alterar isto), mas nada que um local não possa lhe auxiliar, afinal, vale o esforço.

Ah, o pagamento é apenas em dinheiro!

Nas feiras livres, que aliás são facilmente encontradas em vários pontos da cidade, muitas frutas de excelente qualidade. Algumas bem diferentes, como o típico e fedido durian.

Durian, abra um que todo mundo sai de perto.
Linda esta mini melancia.
A variedade de frutas é excelente.
As pitaias são deliciosas.

Mas e os pães acima citados?

Uma das muitas padarias de Hong-Kong.

Algo que muita gente não se dá conta até olhar as vitrines dos pequenos estabelecimentos espalhados por Hong-Kong é a quantidade e variedade de pães existentes. Em pequenos estabelecimentos, às vezes só uma janelinha para a calçada, são vendidos os mais variados tipos de pães, quase sempre recheados. Perfeitos para quem não quer sentar e ter uma refeição mais tradicional em um restaurante e está nas andanças de viagem.

Um dos mais famosos é o Bo Lo Bao (ou pão de abacaxi). Embora ele seja levemente doce, os locais costumam servi-lo com recheios salgados também, especialmente manteiga. Está para os honcongueneses como o pão francês está para o brasileiro.

Outro pão local é o Wife Cake, um pão doce com pasta de melão. Será que combina???

Ah os doces… Sempre a minha parte favorita. Em qualquer esquina de Hong Kong vocês encontrarão os chamados Egg tarts. O nome não soa nada familiar, mas só pela aparência já dá para sacar o que é: pastel de Belém. Preciso dizer algo mais? Deliciosos.

Alguns egg tarts.

Prove também o Saqima, uma espécie de caramelo frito; e os Mini Egg Puffs (Fong’s Egg Cakes em alguns lugares), que parecem algo entre um crepe e um favo feito de ovo, estes foram os meus favoritos!

É preparado como um crepe.
Esfria.
E dali para o saquinho para ser comido. Hmmm.

Há duas coisas que eu adoro: café e sorvete. Salvo num sorvete de café, elas dificilmente combinam. Não se for na Elephang Grounds, uma cafeteria que serve também sorvetes. Mas não é um sorvete qualquer, são sanduiches de sorvete.

O sanduiche consiste em duas bolachinhas com uma enorme “fatia” de sorvete no meio. Até aí
parece um pouco com aquele de pão que provamos em
Singapura. Mas a diferença está no fato de que este é servido em vários sabores e com coberturas. Melhor que descrever são as fotos.

Fique atento, porque só tem nos finais de semana, e os sabores dificilmente se repetem.
Tudo é feito na hora e na sua frente.
Eis a obra prima: waffle de carvão e sorvete de leite condensado.

Gostou? A Elephant Grounds fica na 11 Gough Street, Sheung Wan, dentro de uma loja chamada Woaw Store. A cafeteria funciona de segunda a sábado das 11h30 às 21h00 e domingos / feriados das 12h00 às 19h00, mas os sanduiches de sorvete estão disponíveis apenas nos finais de semana.

Assim como qualquer outro destino asiático, o chá tem lugar garantido na mesa dos moradores de Hong-Kong. Pelas ruas vocês encontrarão muitas lojas de chá. O difícil é encarar um chá quente no calor do verão local!!! E o lugar mais famoso da cidade para tomar um chá e beliscar algo é a Luk Yu Teahouse (24-26 Stanley St, Central), uma charmosa casa de chá em estilo art-deco. Dependendo do horário (até as 17h30), eles oferecem também dim sum.

Cervejas bem razoáveis a preços de água!
Mas infelizmente não encontrei esta Fanta de Yakut que tomei em 2004.

Se alguém achar, me avisa – e traz uma de presente!!!

Quem viaja com crianças talvez até tenha uma ou outra dificuldade com os pratos locais, já que não é tudo esquisito que a gente come que dá para os pequenos. Para quem viaja com crianças menores como nós, é bem fácil encontrar comida de bebês das marcas mais conhecidas.

Potinhos de marcas conhecidas são facilmente encontrados.

Para quem quiser sair à noite para beber algo, o lugar é a região de Lan Kwai Fong (LKF) bem próxima ao centro da ilha. É ali que a noite de Hong-Kong acontece.

Andando pela cidade vocês notarão que, diferentemente do Brasil, predominam as lojas de conveniência, tipo 7-Eleven, ao invés de supermercados. Tem uma em cada esquina e elas são tão completas que dificilmente você precisará de um supermercado propriamente dito.

7Eleven, a salvação do turista pelo mundo!
Nos supermercados, muitas frutas.
E pelos corredores, muitas marcas mundiais dos mais variados produtos.

Para a maioria dos turistas, é relativamente fácil virar-se utilizando-se apenas as pequenas vendinhas e os sempre úteis 7-eleven e similares – tem um em cada esquina.

Mas se precisar, existem duas grandes redes locais, a Park’nShop e a Wellcome com lojas em vários endereços; além do ThreeSixty. Um bom, com muitos produtos importados do mundo inteiro (mas preços um pouco mais altos) é o supermercado City Super, situado no IFC Mall – se estiver por lá, vale conferir.

Este é o último post da série de Hong-Kong. Todos os demais posts vocês encontram neste link.


* O Cumbicão viajou à Hong-Kong mediante uma parceria estabelecida com o The Hong Kong Tourism Board (HKTB) / Discover Hong Kong para coletar material para este post. Todas as opiniões e relatos aqui descritos refletem fielmente a experiência durante a viagem, atendendo à política do blog.

 

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Diogo Avila

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