Grand Canyon

Grand Canyon Park, você precisa conhecer!

Para sentir-se pequeno diante desta imensidão.

Por mais que a gente tente não cair naquelas listas clichê do tipo X coisas para ver antes de morrer, e respeite o fato de que uma atração turística que agrada uns pode não agradar outros; existem algumas coisas que pela sua grandiosidade e beleza, é natural que a gente queira que todos vejam ao menos uma vez na vida. E se existe algo que não pode ser deixado de lado quando se enumera as maravilhas naturais do mundo é o Grand Canyon.

Pense algo grandioso…algo único e que olhando assim pronto é até mesmo difícil entender como foi formado. Foi assim que me senti depois de ver o Grand Canyon de perto – depois de conseguir fechar a boca de espanto, é claro!

Talvez esta seja a melhor descrição para algo que como o Grand Canyon não comporta descrições em palavras.

Situado no estado do Arizona, o Grand Canyon tem aproximadamente 450 Km de extensão, 29km de largura máxima (a mínima é de 6km), e sua profundidade pode chegar a 1,6 km. Acho que tais números servem para demonstrar a grandiosidade da formação que recebe em média 4,5 milhões de visitantes ao ano.

Acredite ou não, ele foi formado a partir de milhões de anos de erosão das águas do Rio Colorado que corta seu leito, e da força dos ventos. Olhando pronto é até difícil de acreditar.

A diferença de cores da rocha demonstra as várias eras geológicas e os recortes, a ação das águas e do vento.

Indicações da idade geológica em uma das trilhas do Grand Canyon.

Atualmente o Grand Canyon faz parte de um enorme parque nacional, sendo possível passar dias ali e talvez não conhecer tudo. Basicamente existem três grandes áreas, o West Rim (borda oeste); South Rim (borda sul) e o North Rim (borda norte). As partes mais interessantes são a norte e a sul, sendo que nesta última está a maior e melhor infraestrutura do parque.

Embora o West Rim, próximo ao Lake Mead, esteja sim mais perto de Las Vegas e consequentemente seja a escolha daqueles que querem dar uma escapada rápida para ver o Grand Canyon, não chega nem aos pés daquilo que se vê nas demais áreas do parque. Minha sugestão: se é para fazer, dentro das possibilidades, faça bem feito e veja o South Rim!

Mas o que fazer lá? No verão dá para arriscar um rafting no Rio Colorado ou encarar as várias trilhas que cortam a região, já no inverno, a programação fica mais restrita a admirar a paisagem singular nos mirantes ali existentes e fazer algumas trilhas que ficam abertas mesmo nesta estação.

No inverno, as estradas podem ficar cheias de neve.
Mas o contraste entre o avermelhado da rocha com o branco da neve dá uma cara bem diferente à paisagem.

Recomendo passear pela Hermit Road (acesso a carros no inverno e a pé/ônibus no verão) – são 21km ida e volta, que dá acesso aos Pima Point, Hopi, Maricopa e Powell Point. Caso opte por seguir pela Hermit Road, vale a pena passar no Yavapai Point, perto da vila, de onde se tem belíssimas vistas do canyon.

Existe até mesmo uma mina de cobre desativada por lá, a Orphan Mine.

Para o lado oposto à Hermite Road, fica a Desert View, que num trajeto de 75km (ida e volta) tem vários mirantes. Os principais pontos são o Yaki Point e Mather Point que são  excelentes lugares para ver o nascer do Sol no Grand Canyon e a South Kaibab Trail, uma das trilhas que percorre a borda e o interior do Canyon. Vale ainda dar uma passada pelo Grandview Point e Moran Point.

Um dos muitos mirantes ao redor da borda do South Rim.

A partir do Desert View se tem belas vistas dos penhascos de Vermilion, San Francisco Peaks,
Painted Desert e do próprio Rio Colorado.

Já que se está lá para apreciar a vista, se possível é bom verificar as condições do tempo, pois apesar da visibilidade média ser uma das melhores existentes – 90-110 milhas (145-177 km) – a redução desta por conta da poluição tem sido cada vez mais frequente.

E como uma das atrações locais é ver um nascer e um pôr do Sol, eis os horários médios:

Date  

 Sunrise

Sunset

October 1

 6:24 a.m

6:11 p.m.

October 15

 6:36 a.m.

5:52 p.m.

November 1

 6:52 p.m.

5:32 p.m.

November
15

 7:06 p.m.

5:20 p.m.

December.
1

 7:21 a.m.

5:14 p.m.

December
15

 7:32 a.m.

5:16 p.m.

January 1 

 7:39 a.m.

5.25 p.m.

January 15

 7:38 a.m.

5:38 p,m.

February 1 

 7:29 a.m.

5.56 p.m.

February
15 

 7:15 a.m.

6:10 p.m.

March 1

 6:58 a.m.

6:24 p.m.

Tenha em mente que são justamente os horários próximos ao nascer e pôr do sol, a chamada golden hour, os melhores para fotografar o Grand Canyon.

O Sol se vai e as formas ganham outras cores.

O Sol vai descendo e tingindo o céu no Grand Canyon.

Mas e aquela passarela de vidro suspensa na beira do penhasco? Onde fica? Ela fica no West Rim e chama-se Skywalk. Avaliando o custo-benefício e os comentários a respeito do que se vê no West x South Rim, resolvemos dedicar o nosso tempo no South Rim.

Diante da grandeza do Grand Canyon a Skywalk fica pequena.

Mas como chegar ao Grand Canyon? Basicamente existem três opções.

Se você tiver pouco tempo disponível, a primeira opção a considerar é num voo de helicóptero, num esquema bate-e-volta a partir de Las Vegas. É caro sim, mas dependendo do seu itinerário de viagem pode ser uma opção.

Neste mesmo esquema bate-e-volta, porém mais econômico, existem várias empresas que fazem passeios de um dia inteiro até o Grand Canyon via terrestre. É muito mais barato, mas em compensação você gastará mais tempo no deslocamento e consequentemente sobrará menos tempo para curtir lá.

E ambos os casos, contratando uma empresa, recomendo que você veja atentamente qual  será a porção do Grand Canyon a ser visitada para não comprar gato por lebre.

Mas não dá para ir de carro por conta? Dá, dá! Mas é um tanto quanto puxado para um bate-e-volta. Fica o alerta!

Olhando o Google Maps, muitos turistas resolvem, até pelo baixo custo, dirigir até o Grand Canyon. A distância não é pouca, são 450km entre Las Vegas e o South Rim, ou 4/5 horas. Volto a dizer: não é mole.

Basta colocar na ponta do lápis. Se você sair de Las Vegas às 6 da manhã, estará no Grand Canyon por volta das 11h00. Se você passear por lá umas 5 horas, sairá rumo a Las Vegas lá pelas 16h00 e onde chegará por volta das 21h00 – tudo isso sem folgas hein!

Depende do ritmo de cada um. Analise com carinho. Claro que se você não tem outra opção, vai assim mesmo.

Para quem quiser ir de carro, segundo o site oficial, as indicações a partir de Las Vegas são as seguintes: “Las Vegas, NV – 278 miles / 447 kilometers. Take Highway 93 south to I-40. Take I-40 east to Highway 64. Take Highway 64 north directly to the South Rim.” O Grand Canyon Park South Rim está aberto 24hs por dia, o ano inteiro. Já o North Rim pode ter restrições dependendo da época do ano – conferira aqui. O ingresso custa US$ 30 por carro e dá direito a várias entradas e saídas durante um determinado período – ou seja, não se paga por pessoa.

Se você tiver uma maior disponibilidade de tempo, faça como nós, hospede-se por lá para melhor aproveitar a região. De quebra você ainda terá tempo para apreciar outras atrações como a Hoover Dam que fica no caminho ou a cidade de Seligman, que é uma das mais típicas da região e serviu inclusive de inspiração o desenho Carros da Disney.

A Hoover Dam é apenas uma das atrações no caminho entre Las Vegas e o Grand Canyon.

Como eu queria ter mais tempo livre e ficar longe daquele corre-corre dos tours de um dia pelo Grand Canyon, programei para sair bem cedo de Las Vegas, aproveitar a tarde no parque, pernoitar na vila, voar de helicóptero na manhã seguinte e sair do parque no final de tarde para passar mais uns dias em Las Vegas.

No papel pareceu tudo simples, né? Como vocês verão abaixo, só no papel mesmo.

Mesmo ciente de que alguns passeios custam um pouco mais do que a gente gostaria de pagar, sou da opinião que existem algumas atividades que valem o esforço financeiro, justamente porque talvez você não tenha outra oportunidade de estar ali fazendo aquilo – sim, arrependimento mata! Foi assim com o voo de balão na Capadócia, ou com o BungyJump em Queenstown. É caro, mas você não esquece jamais.

Pois bem, dizem que existem duas formas imperdíveis de ver o Grand Canyon, uma é descendo o Rio Colorado de barco, ou melhor bote. Bom, como estava frio, não deu… fica para outra oportunidade.

Já a outra, não deixaria passar nem em branco de modo algum. Ainda mais eu que gosto de voar! Estou falando do voo de helicóptero pelo Grand Canyon.

Não resisti à tentação de dar uma volta num destes!

Existem várias empresas que oferecem este passeio. E os itinerários são bem variados. Você pode ter um voo de 45 minutos pelo South Rim, ou até mesmo um voo de mais de 4 horas indo de Las Vegas ao South Rim, com direito a pouso às margens do Rio Colorado e champanhe.

Só tenha sempre em mente que quanto mais longo o voo, obviamente mais caro será o passeio.

E não se esqueça que caso opte por sair já de helicóptero de Las Vegas, boa parte deste passeio é gasto para chegar no Grand Canyon, e não necessariamente voando sobre ele.

Como decidimos passar uma noite no Grand Canyon, surgiu a oportunidade de fazer o voo já partindo do aeroporto local. Resultado: economizamos todo o tempo de trajeto e consequentemente uma bela grana desfrutando apenas do filé mignon (o preço caiu quase que pela metade).

São várias s empresas operaram este tipo de passeio: Paradise Found Tours; Scenic Airlines; PapillonMaverick – para citar apenas algumas mais conceituadas. Sugiro que você visite os sites, compare preços x itinerários, e como sempre dê uma olhada no review delas no TripAdvisor. Embora todas elas ofereçam partidas a partir de Las Vegas, apenas a Papillon e a Maverick partem do South Rim, mais precisamente do Grand Canyon National Park Airport.

Acabamos reservando pela Papillon o voo Imperial, de 45/50 minutos passando pelo East/North e Central Rim.

Acordamos empolgados, afinal seria a nossa primeira vez num helicóptero. #SNQ!!!

Nuvens tomando conta do Grand Canyon.

Cheguei feliz da vida no pequeno aeroporto para fazer o check-in e o rapaz da Papillon me disse que teríamos que aguardar alguns minutos para ver se iríamos decolar por conta da condição meteorológica. Como assim amigo, esperei a viagem inteira por isso; dirigi vários quilómetros e fiquei meses falando disso para você me dizer uma coisa dessas?!?!? Só tenho hoje para fazer este passeio!?!?

Como assim meteorológica?!?! Olhei para o céu e estava razoavelmente aberto. Não entendi nada até que ele me explicou que o canyon estava cheio de nuvens que literalmente descem impedindo a desejada visão. Ou seja, se você olha para cima está tudo bem, mas dentro dele que é o que lhe interessa, há uma enorme “piscina de nuvens”.

O pessoal da Papillon, super atencioso, nos sugeriu aguardar uns instantes até que os reportes de clima fossem dados ou já cancelar e receber 100% do valor pago.

Triste como uma criança que perde o doce e teimoso como uma mula, esperamos por 3 horas. E nada! Comecei os procedimentos para reembolso e me lembrei que um colega de trabalho (São Diego/Dupla!) havia comprado com eles um passeio que consistia no seguinte: pegar um pequeno avião em Las Vegas e voar para aquele mesmo aeroporto onde embarcaria para um voo de helicóptero com os mesmos 45/50 minutos, e ainda de quebra mais um passeio pela borda do Grand Canyon com almoço incluso e novo voo de avião para Las Vegas. Como já não tínhamos muita coisa para fazer em Las Vegas, senão compras, paguei com gosto a diferença de valor entre os passeios e voltamos no dia seguinte para finalmente sobrevoar o Grand Canyon.

No horário combinado eles nos pegaram no hotel em Las Vegas e nos levaram para o minúsculo aeroporto de Boulder City onde embarcamos numa pequena aeronave que nos levaria de volta para o Grand Canyon National Park Airport.

Já no avião, vistas incríveis do terreno árido nos arredores de Las Vegas; do Lake Mead; e do West Ring até chegar no South Rim.

Literalmente pesados,
Boarding Pass na mão,
Hora de embarcar.

O interior do avião é pequeno, mas confortável.
No caminho, o deserto nos arredores de Las Vegas
Lake Mead
E o West Rim.

Assim que chegamos ao Grand Canyon National Park Airport já fomos encaminhados para o balcão da Pappilon onde os nossos assentos foram escolhidos segundo o peso de cada um de forma a manter a aeronave equilibrada. Ah, se você quiser ir na frente, é preciso pagar um adicional.

A subida é tão suave que você só percebe que decolou ao olhar para baixo. Kkkkk. Poucos minutos depois o helicóptero já está sobrevoando o Grand Canyon.

Lá embaixo, o Rio Colorado.
Descendo um pouco mais.

No tour que pegamos, embora o helicóptero desça bastante dentro do canyon, ele não chega a pousar lá dentro.

Durante todo você permanece com aqueles enormes fones de ouvido que servem não só para receber as instruções do piloto se necessário, mas também para que você possa ouvir as informações a respeito daquilo que está vendo.

Olha, nunca vi 50 minutos passarem tão rápido! Preciso dizer que o passeio foi uma delícia?

De volta ao aeroporto, embarque num ônibus rumo à vila para caminhar pela borda do Grand Canyon e comermos a nossa lanche box.

E para fechar com chave de ouro, nos levaram para o hotel de limousine.

Para dar uma ideia de custo, este voo Imperial da Papillon está saindo por US$ 289,00 por pessoa. Daí porque, antes de fechar, vale a pena procurar na internet por cupons de desconto. Basta colocar “cupon” e o nome da empresa. Eu mesmo achei um que me deu quase US$30 de desconto. Nada nada, é sempre bom um descontinho!!!

Portanto, se você tiver oportunidade, faça o voo de helicóptero!

locomoção dentro do parque pode ser feita de carro, por conta própria, ou usando as três linhas de ônibus gratuito que operam ali.

Ônibus gratuito no Grand Canyon.

Se estiver andando de carro por lá, cuidado com eventuais animais cruzando as vias. Ah, e a velocidade máxima dentro do parque, mesmo nas estradas é de 45 mph – pode ser menor em alguns trechos.

E por falar em animais, os esquilos são fofos, nas segundo a administração do parque, eles mordem.

E para comer? O que tem lá? Não espere grande variedade de restaurantes na região do Grand Canyon. No South Rim, existe uma dúzia de restaurantes na Grand Canyon Village, um supermercado e uma deli, o que ajuda bastante. E só!

A vila do Grand Canyon
Tem no hotel El Tovar o seu principal ponto de referência.

Como trata-se de uma área de preservação, é absolutamente proibido coletar qualquer coisa no Grand Canyon. Se for para trazer um souvenir, que seja um “Dream Catcher” (algo como apanhador de sonhos). Vocês já devem ter visto por ai, aquela teia circular com penas de aves penduradas.

A história por trás dele é a seguinte: uma vez pendurado perto da cama, ele pegará todos os sonhos; os ruins ele queimará com os primeiros raios de sol do dia, e os bons serão enviados para as penas, onde ficarão guardados para serem sonhados em outras oportunidades.

Pois se eu pudesse, gostaria era de sonhar novamente com estas paisagens! 

Então já sabe, se estiver por Las Vegas, separe um dia ou mais para conhecer o Grand Canyon. Vocês não vão se arrepender.

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Diogo Avila

Veja os comentários

  • Olá Diogo!
    Sonho em conhecer o Grand Canyon, é só por isso que planejo um dia acabar indo a Las Vegas.
    Você achou suficiente passar 1 noite apenas lá?
    E qual época do ano vocês foram?
    Quero conhecer ele bem e planejar várias fotos, tenho a ideia de ir no verão e ver ele lá de dentro.

    Ótimo post!

    • Kely,
      Obrigado!
      Olha seu eu tivesse mais tempo e pudesse ter ido em uma época mais quente (fomos no inverno: dez-fev), certamente teria aproveitado mais ainda.
      Prepare-se, pois dizem que o verão além de infernal de quente é mais concorrido.
      Iria na primavera ou outono.
      Abraço.

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