Ao programar uma viagem a gente toma uma série de decisões, sempre pensando em gastar menos, ter mais conforto, e ter menos stress. Tudo para aproveitar melhor a viagem. São coisas como: Que roteiro fazer? Qual a melhor época para viajar? Quando comprar a passagem aérea? Onde se hospedar? E por aí vai. Mas uma pergunta que pouca gente se faz é Qual o melhor meio de transporte numa viagem?
Às vezes as pessoas se preocupam muito com alguns itens como os que citei e se esquecem que não basta chegar ao destino, invariavelmente têm que saber que meio de transporte usar durante a sua viagem.
São raríssimos os destinos de viagem onde abrir mão de todo e qualquer meio de transporte seja possível, ou seja, onde podemos nos dar o luxo de simplesmente caminhar de um lado para o outro sem precisar de um carro alugado, táxi, metrô/trem e etc.
Sempre haverá uma atração, uma loja, um restaurante que não será assim tão acessível. Isto para não falar nos deslocamentos internos. Como por exemplo ir de uma cidade para outra? Ou até mesmo, dependendo das distâncias, para ir de um país para o outro. Fora os famosos bate-e-volta ou day trips, como preferir.
Por isso é importante conversar sobre os meios de transporte durante a viagem.
Nada mais frustrante do que estar em um lugar e perder tempo tentando entender como se locomover ou pior ainda, ter escolhido previamente um meio de transporte e depois ficar preso a ele durante a viagem inteira sem real necessidade, e muitas vezes um custo desnecessário.
Para tentar te ajudar a decidir isso, aqui no Cumbicão sempre que iniciada uma série de posts sobre um destino, são apresentadas dicas sobre como locomover-se de forma eficiente. Para tanto sempre levo em consideração o layout do lugar e onde estão situadas as atrações; se são próximas, o que dá para juntar com o que, se são servidas por transporte público ou não, e por ai vai.
Mas de uns tempos para cá, senti a necessidade de dar uma compilada em dicas gerais sobre os meios de transporte disponíveis em vários destinos de viagem, dando dicas para você usar os conceitos em qualquer lugar.
Infelizmente não existe “receita pronta”. Cada cidade ou destino terá o seu sistema de transporte próprio, e pior por mais que em cada destino de viagem possa haver uma forma mais adequada em termos de custo-benefício, tudo isso irá depender três fatores: você e as suas necessidades; custo; e tempo.
Portanto, compartilho as minhas dicas para que você as adapte à sua realidade.
Vamos então começar voando. Literalmente
Para longas distâncias o avião é na maioria das vezes a melhor opção de transporte durante uma viagem. Portanto nem tratarei destes casos. Mas e para curtas distâncias? Coisa do tipo até 1 hora de voo? Compensa?
Se você olhar a realidade brasileira onde (infelizmente) não existem low-cost de verdade, usar avião para distâncias mais curtas sequer é factível. Mas pensando por exemplo em uma viagem para a Europa ou Ásia, onde empresas low-cost operam com um custo excelente e um razoável índice de eficiência, voar torna-se uma opção de transporte para distâncias menores.
Tão factível que já usamos este esquema até mesmo para fazer um bate-e-volta de Ho Chi Minh para Hoi An no Vietnã. Maluco? Sim, mas valeu cada centavo!
Neste contexto, o custo de uma passagem de trem ou o aluguel de um carro pode ser o mesmo de uma passagem de avião. É verdade que existem alguns pontos que você deve considerar antes de embarcar em um avião:
– Custo de bagagem: muitas vezes a passagem custa praticamente nada, mas quando você adiciona bagagem o preço fica impraticável. Portanto eu sempre acho que este esquema pode ser mais negócio para quem viaja com poucas malas.
– Tempo efetivamente gasto: não adianta nada você olhar somente o tempo de voo, é preciso considerar o tempo gasto até o aeroporto, check-in, segurança, imigração (se for o caso), pegar a mala, e ir do aeroporto para o hotel. Faça as contas.
– Custo real: além da bagagem, é sempre bom considerar que você irá também vai gastar com o deslocamento hotel-aeroporto de origem e depois do aeroporto de destino-hotel, por exemplo. Quais as opções? Quanto custa?
Avalie tudo isso porque às vezes pode não compensar.
Eu particularmente não gosto de fazer voos internos em lugares onde há maior chance de nevascas e coisas do tipo. Sempre acho que a chance de cancelarem o voo ou outra coisa é enorme. E por isso acabo preferindo meios terrestres.
Colocando as coisas nos trilhos, esta é uma das minhas formas favoritas de viajar. Sempre que possível a gente aproveita.
Se você olhar a realidade brasileira, viajar de trem é infelizmente impossível. Mas em muitos países como por exemplo Suíça e Japão (para ficar apenas nos dois melhores exemplos), esta é a forma mais eficiente e rápida de viajar.
Embora cada país tenha uma realidade, uma das grandes vantagens dos trens é que eles dificilmente atrasam. E mais, dependendo do país, como é o caso da Suíça, se atrasa 2 minutos (sério!) o condutor pede desculpas.
O custo tende a ser bom, já que especialmente na Europa e Japão você pode comprar um passe que por um valor fixo dá direito à inúmeras viagens por um certo período de tempo. Confira os posts sobre o JR Pass japonês e o Swiss Pass para conhecer como eles funcionam.
Considerando países com bons sistemas de trens, as principais rotas partem de estações bem centrais e que são interligadas ao sistema de metrô, o que facilita demais a vida do turista. Isso quando não o próprio aeroporto está também interligado à rede de trem/metrô.
Você não precisa em tese se preocupar com o limite de peso/quantidade das malas. Você é o seu limite. Se para despachar no check-in de empresa aérea o padrão atual está em 23kg, na maioria das viagens de trem que fizemos não havia nenhuma indicação de limites. Claro que não dá para chegar lá com um container!
Trem x Avião: normalmente, numa viagem eu sempre opto pelo trem como meio de transporte, já que em poucas oportunidades o avião é mais barato e em muitas vezes o tempo de deslocamento efetivo de avião, considerando o que disse acima, acaba sendo maior.
Trem x Carro: aqui eu sempre considero como é o trânsito local e o custo. Em alguns lugares como Japão ou China, eu nem consideraria dirigir, logo trem seria a melhor opção. O componente custo depende muito de com quem você viaja; para um viajante solo ou casal, trem pode ser melhor em termos de custo. Mas se você viaja com a família, não é nada difícil que o preço de 3 passagens saia mais caro que o aluguel de um carro + pedágios + combustível para o mesmo trecho. Quer um exemplo disso? Agora planejando uma viagem para Portugal, descobri que é mais barato usar um carro para o trecho Porto – Lisboa do que ir de trem.
Fora isso há um componente meio que romântico em viajar de trem. Você vai ali apreciando a vista e descansando durante a viagem. Se você nunca experimentou, vá!
Até mesmo por ser o way of life da maioria dos brasileiros, o carro é a primeira escolha da maioria das pessoas.
Mas ele nem sempre é um bom negócio.
Antes de dar na partida, você tem que pensar em alguns detalhes.
O destino exige a Permissão Internacional para Dirigir (PID)? Ou aceita a CNH brasileira? Veja isto porque se você não tiver a PID, o custo (razoável) e a burocracia (mediana) para obter o documento pode ser um empecilho. Hoje a maioria dos países não está exigindo a PID dos brasileiros. Como ter certeza? É só perguntar para uma locadora de renome que atue no destino de viagem. Eles serão a primeira pessoa para quem você precisará apresentar a sua habilitação.
Como você lida com diferenças locais? Tem noções de inglês? Em alguns destinos como por exemplo na Austrália e na Nova Zelândia dirige-se na mão invertida como os ingleses. Dá um nó no cérebro no começo, mas depois você se acostuma. Mas tem gente que tem receio disso.
Como está o seu inglês? Longe de precisar ser fluente hein, mas dirigir fora do país demanda um conhecimento básico para entender placas e eventualmente se comunicar com um guarda de trânsito – se bem que já topei com uns que não entendiam nem o good morning.
Às vezes você também pode ser deparar com situações que são perigosas. Em Bali por exemplo, todos os relatos que li mostravam que não era recomendável aos turistas alugar carro, e de outro lado o sistema de transporte público era inexistente. A alternativa foi contratar um motorista (que virou amigo) para nos levar de um lugar para o outro. Foi a melhor coisa que fizemos.
Vai precisar do carro o tempo todo? Alugar um carro para apenas uma viagem e ficar com o carro parado o restante do período no estacionamento do hotel / apartamento não faz sentido. Você estará rasgando dinheiro.
Ah, então a qual a melhor solução? Varia, mas vou lhe mostrar uma situação.
Suponha que você vá fazer um roteiro pela Espanha pegando o carro em Madri e devolvendo em Madri, mas passará 5 dias em Barcelona sem usar o carro. O que é melhor? Devolver o carro apenas em Madri ou, assim que chegar em Barcelona entregar o carro e pegar outro para a viagem de volta até Madri?
Depende, conforme o racional abaixo.
Normalmente as locadoras cobram uma taxa de retorno (one way fee) para locações que começam em um lugar e terminam em outro. Isto porque elas normalmente esperam que o veículo vá ser devolvido no mesmo local da retirada, e por conta de locações fora deste padrão elas precisam reprogramar seu quadro de carros disponíveis. Quanto é esta taxa? Cada locadora, cada destino e período tem um valor, mas você sempre será informado dele no momento em que fizer a cotação.
Minha sugestão? Veja quanto custa esta taxa e compare com o custo de locação dos dias parados + estacionamento dos dias em que não vai usar o carro. Se o valor da taxa for inferior a esta soma, já não compensa você ficar com o carro parado. Faça uma locação paa cada trecho.
Na Europa onde estacionamento pode custar até €25/40 dia, é fácil que não compense ficar com o carro parado.
Claro que você pode estar ai pensando: ah, mas vou ter que pegar o carro novamente, fazer todo o processo de preenchimento de papelada e etc… Olha, hoje com tudo eletrônico, dificilmente perco mais do que 10/15 minutos no balcão das locadoras.
Mas o mais importante é que você veja se o carro é realmente o meio de transporte mais adequado ao seu destino de viagem. Em lugares como Orlando onde você vai ficar pingando do hotel para os parques e destes para outlets, não tenho a menor dúvida que carro é simplesmente essencial. Nunca vi ninguém que foi para lá sem alugar um carro, usando apenas táxi muito menos transporte público.
O mesmo vale para cidades como Los Angeles onde o transporte público é insuficiente e você tem longas distâncias entre as atrações. É um destino que demanda alugar um carro.
Já na Europa penso ser o inverso. Principalmente nas grandes cidades, onde o transporte público é eficiente e os estacionamentos são caríssimos, alugar um carro é impraticável.
Ah, e já ia me esquecendo. Alugue um carro que seja realmente adequado às suas necessidades. Está com muitas malas: pense em um full size ou SUV. Agora se tem pouca bagagem, para que gastar mais com um carro grande? A diferença por dia entre um standard e um full size pode chegar à US$20/30, dependendo do destino de viagem.
Finalizando a nossa lista de meios de transporte recomendados para longas distâncias, vale ainda você pesquisar a possibilidade de viajar usando barcos e ferry-boat. Principalmente em destinos que são ilhas, esta acaba sendo a forma mais econômica de viajar e também curtir a paisagem.
Claro que ele sempre será mais lento ir de avião, por exemplo. Mas o custo compensa demais. Um exemplo disso tivemos na Grécia, onde para o período da nossa viagem, fazer o roteiro Atenas-Mikonos-Santorini-Atenas de avião era financeiramente impraticável. A solução foi fazer todo o trajeto de ferry-boat.
Vale lembrar que para alguns destinos, viajar de barco não é uma opção. É a única saída. É o caso das ilhas Phi-Phi na Tailândia. Para lá não existe voo, você precisa ir até Phuket e de lá pegar um ferry-boat.
Como a gama de operadores deste serviço é enorme e as condições tanto de conforto quanto tempo e preço variam demais, é sempre bom você fazer uma busca no Google focada no seu destino. Infelizmente não existe um serviço online que agregue satisfatoriamente e em nível global os operadores deste tipo de transporte. Se alguma startup topar, tá ai um bom nicho.
Procure também saber com que antecedência você precisa comprar as passagens. Em lugares como a Grécia, na alta temporada, os bilhetes se esgotam rapidamente.
Para os grandes centros urbanos, a minha sugestão é sempre que possível utilizar o sistema de transporte público.
Alugar um carro normalmente é uma péssima ideia. Já pensou que sufoco tentar conhecer Nova York usando um carro??? Avalie bem o custo-benefício como acima explicado.
De todas as opções a que mais me agrada em geral é o metrô. Normalmente grandes centros têm um sistema de metrô eficiente e que cobre praticamente todas as atrações. Por isso mesmo sempre procuro hotéis ou apartamentos que estejam perto de estações.
Se a cidade tiver uma ligação direta do aeroporto com a rede de metrôs, melhor ainda.
Veja que quando digo metrô, estou também incluindo eventuais trens urbanos. Muitos lugares, eles se misturam de uma forma que você tem até dificuldade em separar um do outro.
Com relação ao metrô, vale sempre dar uma olhada se existe algum tipo de passe que forneça descontos, como por exemplo o Oyster de Londres. Só é preciso ficar bem atento e ver se há algum valor a ser pago pelo cartão em si e se este é reembolsável. Muitos sistemas cobram passagens com valores reduzidos para quem usa este tipo de cartão. Outro detalhe muito importante é que em muitos lugares você eventualmente não paga um preço fixo pela passagem, ele pode variar conforme o seu destino. E por fim, sempre guarde o seu bilhete, pois ele pode ser exigido para fins de comprovação de pagamento ou simplesmente para que você possa sair pela catraca no destino.
Mas e táxi? Olha, de todos os meios de transporte disponíveis ao turista, este é talvez o que eu menos use. Sempre tenho a impressão de que é caro ou que serei enganado pelo taxista que vai ficar dando voltas. Se bem que com os apps de mapas hoje em dia isto é mais raro.
Usamos sim táxi, mas só quando não inexiste sistema de transporte público ou se este é impraticável, seja pelo horário seja pela quantidade de malas. Se você quer ter uma ideia de quanto custa um táxi no exterior, sugiro dar uma olhada no TaxiFareFinder e Taxi-Calculator. Só tome uma atenção que em muitos lugares cobram um adicional para transportar malas. Pois é!?!?
E Uber? Confesso que não tenho muita experiência no exterior usando Uber. Só tive uma oportunidade em Dubai onde fiz uma corrida literalmente para testar e deu super certo. Só faço um alerta: nem sempre ele é mais barato que táxi lá fora. Na dúvida aproveite que é tudo online e compare com o táxi.
Dentre os transportes públicos, o único que eu não curto muito não é ônibus. Por uma razão muito simples, em muitos lugares você acaba ficando preso no trânsito. Claro que para certos destinos ele funciona bem se for combinado com o metrô. Em Vancouver foi assim, bem como em Santiago no Chile. Claro que quando é a única opção, busão é o esquema, assim foi em Nassau.
Mas poderia chamar de meios divertidos, já que é aquele momento em que a diversão se mistura com transporte, quando você vai para se locomover, mas também porque são uma atração, fazem parte de uma verdadeira experiência de viagem.
Todavia é preciso conhecer um pouco as regras locais.
Exemplo disso é o típico tuk-tuk tailandês. Indo para a Tailândia, não deixe de experimentar esta quase-aventura que é dar uma volta neles pelas ruas de Bangkok. Só preste atenção em duas regras: não deixe o motorista te levar para lugares que não deseja, já que eles tendem a te levar para lojas e restaurantes de amigos deles, te fazendo perder tempo; e feche previamente o valor da corrida. Tomadas estas precauções é só diversão!
Um dos meios de transporte que acho mais legais e que infelizmente não temos (mais) aqui no Brasil são os bondes. Modernos ou antigos, não dá para negar que é muito charmoso. Muitas cidades na Europa adotaram versões modernas deste clássico, mas há um lugar onde uma viagem de bonde é essencial: São Francisco. Perambular pelas ladeiras da cidade californiana a bordo de um deles, especialmente aqueles mais clássicos é outro excelente exemplo de transporte/atração.
E por fim, uma outra opção de transporte super legal que é bem legal usar em algumas cidades é alugar uma bicicleta. E neste quesito, lugares para pedalar é o que não falta. Seja na movimentada Amsterdã ou em um tour por São Francisco é uma forma simples e barata de conhecer a cidade.
Só fique atento às regras de trânsito e sempre utilize equipamento de segurança. Em muitos lugares como por exemplo Amsterdã onde existe um mar de gente pedalando, você precisa seguir à risca as regras de trânsito e estar super atento aos demais ciclistas.
Bom, acho que não será por falta de opção que você irá deixar de viajar, né?
E você tem alguma outra dica de como se locomover nas viagens? Já usou algum meio de transporte pouco usual? Deixe a sua dica abaixo.
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