Oslo, a nossa penúltima parada na Escandinávia (prédio da prefeitura). |
Depois de pesquisarmos a respeito da Noruega, optamos por escolher Oslo como a nossa base de viagem no país. Como disse antes, vínhamos de outros países da região e não tínhamos tempo explorar outras cidades menores, algo que certamente eu teria feito diferente se tivesse mais tempo. Mas sugiro fortemente que você não deixe de conhecer a capital da Noruega, pois ela tem muito a oferecer.
Fundada em 1048 e com pouco mais de 600 mil habitantes (e quase 2 milhões na área metropolitana) é a maior e mais importante cidade da Noruega. A cidade foi chamada durante o período de dominação dinamarquesa de Christiania (mais precisamente entre 1624 e 1925), em homenagem ao rei dano-norueguês Christian IV.
Ainda que Oslo guarde poucos edifícios anteriores à 1624 quando foi duramente afetada por um incêndio que durou nada menos que 3 dias, existem muitos edifícios históricos interessantes.
Oslo. |
Algumas construções antigas no centro de Oslo. |
Antes de falarmos das atrações propriamente ditas, vamos primeiro ver as opções para ir de-para o aeroporto e como locomover-se pela cidade.
Se você estiver chegando à cidade pelo Aeroporto Internacional de Oslo, muito provavelmente a sua primeira preocupação é como chegar à cidade. Para percorrer os cerca de 50 km que dividem Oslo do seu aeroporto a melhor alternativa é usar o Airport Express Train (Flytoget), que faz parada nas seguintes estações: Drammen; Asker; Sandvika; Lysaker; Skøyen; National Theatre; Oslo S; e Lillestrøm.
Viajando a 210km/h, o trecho entre a estação central de Oslo e o Aeroporto é feito em 19 minutos. Os trens partes a cada 10 minutos da estação central de Oslo e do aeroporto; e a cada 20 minutos da estação Drammen.
Trem é uma das boas formas de locomoção de-para o aeroporto. |
O valor dos tickets varia conforme o destino, portanto sugiro que você consulte a tabela de preços vigentes aqui. Menores de 16 anos quando acompanhados de um adulto pagante viajam gratuitamente.
Outra opção bastante conveniente para fazer o trajeto é ir de ônibus usando o Flybussen da SAS, que faz o trajeto entre o aeroporto de Gardemoen e o Oslo bussterminal em uns 40 minutos (sai um a cada 30minutos). O preço é um pouco mais barato que o trem. Na data deste post, o trem custava NOK180 e o ônibus NOK150. Avalie o que te é mais vantajoso.
Uma vez na cidade, como tudo é bem próximo, se você estiver em um hotel bem localizado dá para dispensar o transporte público e caminhar de uma atração para a outra ou alugar uma bicicleta em um dos mais de 100 pontos espalhados pela cidade. Para tanto, basta adquirir um cartão no centro de informações turísticas. Maiores informações aqui.
Mas se você precisar de transporte público, Oslo tem um sistema excelente que conta com 5 linhas de metrô e várias linhas de bonde / tram.
Bonde ou simplesmente tram é uma excelente opção de transporte em Oslo. |
E dá ainda para alugar bicicletas. |
Tudo isso é operado por uma mesma empresa (Ruter), o que garante a integração do sistema para que você use o mesmo bilhete para todos os meios de transporte (exceto o ferry para a região dos museus, Bygdøy). O valor dos bilhetes atualizados você confere no site da Ruter. Dependendo da qualidade de viagens que você vá fazer pode ser que compense adquirir o Oslo Pass que permite viagens ilimitadas no sistema exceto de-para o aeroporto pois é de outra empresa, mas inclui o ferry para Bygdøy.
Como estávamos localizados bem no centro da cidade, praticamente não precisamos do sistema de transportes. Para a nossa estadia em Oslo, optamos pelo excelente Park Inn by Radisson, cujo review vocês conferem aqui em breve.
Park Inn by Radisson, bom, bonito e barato. |
Muitas ruas do centro são calçadões. |
O sempre útil posto de informações ao turista de Oslo fica na Østbanehallen próximo à Oslo Central Station, na Jernbanetorget, mais conhecida como praça da escultura do tigre. Se você é daqueles que como eu acha que o celular serve para muito mais coisa do que tirar selfie, aproveite e baixe o app deles que tem muita informação e a localização exata de cada atração da cidade. Nota 10.
Jernbanetorget. |
E a enorme estátua de tigre existente na praça. |
Pronto, com mapa (ou app na mão) é hora de explorar Oslo.
A nossa primeira parada na capital norueguesa foi o Slottet, o palácio real. Embora seja a residência oficial da família real norueguesa desde a sua construção no século XIX, este palácio é relativamente simples se comparado com as demais famílias reais europeias.
Slottet. |
Por conta da invasão nazista na Noruega, a família real foi para o exílio neste período e o palácio foi usado como quartel dos alemães.
O palácio tem aproximadamente 1.000 m² e 173 quartos, além de uma capela. Nos arredores do palácio fica o parque Slottsparken, excelente lugar para curtir um dia de sol do “quente” verão norueguês.
Ele fica no Karl Johans Gate e as visitas guiadas estão disponíveis apenas no verão.
Situado em uma charmosa praça ali perto está o Storlinget, o parlamento norueguês. Construído em 1866, a casa tem uma câmara só formada por 169 membros, eleitos por um sistema de representação proporcional. A visitação ao interior é possível com agendamento prévio no site acima.
Storlinget. |
A praça diante dele é uma graça. |
Cheia de prédios lindos. |
Como o Teatro Nacional. |
Algo que chamou a atenção é que Oslo não tem muitas igrejas, ao menos na região central, o que destoa da maioria das cidades europeias. Mas na região vocês encontram catedral da cidade, a Oslo Domkirke. Inaugurada em 1697, passou por reformas em 1850 e 1950, quando voltou a ter o seu interior original barroco. O acesso é gratuito e paga-se apenas se desejar fazer o tour oferecido no local.
Oslo Domkirke. |
Não deixe de passear pelas charmosas ruas do centro de Oslo, especialmente pela Karl Johansgate, a principal rua de pedestres de Oslo.
Pelo preço das coisas e orçamento de viagem ser algo bem restrito em uma viagem para a Noruega como falei anteriormente, eu nem recomendaria compras por lá. Mas se você não resistir ou quiser simplesmente ver vitrines, aproveite as lojas da própria região da Karl Johansgate e também a loja de departamentos Glasmagasinet (Stortorvet 9, das 10h00 às 19h00).
Glasmagasinet. |
Quem quiser aproveitar um parque pode ir ao Vigeland (Frogner park), um parque com várias esculturas de Gustav Vigeland, dentre elas um monumento situado no centro do parque que foi esculpido a partir de um único bloco de 14 metros de altura com 121 figuras humanas. As suas obras refletem o ciclo da vida e a relação homem- mulher. É um bom lugar para um piquenique.
Um dos lugares que você não pode deixar de visitar na sua viagem para Oslo é a região de Bygdøy a qual reúne uma grande quantidade de museus interessantíssimos. A ida até lá já é uma oportunidade de navegar pela baía de Oslo (Oslofjorden) que é cercada de florestas e tem várias ilhas.
Pegue uma espécie de ferry para Bygdoy. |
Como vocês já devem ter notado dos posts anteriores sobre a Escandinávia, poucos povos têm uma ligação com o mar tão forte quanto eles. Não só nos tempos dos vikings quanto atualmente (basta olhar as marinas pelas cidades), os escandinavos são exímios navegadores.
Algumas rotas que foram exploradas pelos vikings. |
Neste contexto, nada mais natural do que eles terem navegado boa parte do mundo ao longo da história. E muitas destas aventuras estão retratadas em museus da cidade.
Começando pelos mais antigos exploradores, sugiro visitar o Vikingskipshuset (The Viking Ship Museum). Trata-se de uma das atrações mais visitadas da cidade pois ali estão expostos três barcos vikings: Tune, Gokstad, e Oseberg, desenterrados em 1867; 1880 e 1904, respectivamente.
Vikingskipshuset. |
Mas peraí. Navios enterrados? Isso mesmo. A razão destes navios terem sido enterrados é o fato de que era hábito dos vikings enterrarem seus donos dentro dos próprios barcos (aja pá para fazer a cova!!!).
O navio Gokstad foi construído em torno de 890 AD e foi enterrado como parte da câmara mortuária nos idos de 900 d.C. Construído com carvalho, ele tem 24 metros de comprimento, 5 metros de largura e é o maior dos três navios do museu. Sua capacidade total era de 32 remadores, e a sua velocidade máxima estimada é de mais de 12 nós. Na câmara mortuária, além de um homem de aproximadamente 60 anos de idade, encontraram equipamento de equitação, uma tenda, cavalos e cães, a até os restos de um pavão, algo completamente fora do comum para a região.
Gokstad. |
Dentro o Gokstad não era lá muito confortável não… Imagina pegar uma tempestade em alto-mar em um destes?!?!? |
O Oseberg foi construído em torno de 815-820 d.C e foi usado como um navio à vela por muitos anos antes de ter sido colocado em uso como um navio enterro para uma mulher de destaque que morreu em 834. A mulher foi colocada em uma câmara funerária na popa do navio. Ao lado dela estava o corpo de outra mulher, possivelmente uma serva, bem como seus bens mais valiosos.
Também construído com carvalho, tinha 22 metros de comprimento e 5 metros de largura. Sua velocidade esperada era de mais de 10 nós, e contava com 15 remos.
Oseberg. |
Casco todo entalhado. |
Dos navios expostos, o Tune que data de 900d.C. é o único que está em um
pior estado de conservação – praticamente só o casco.
Do Tune, sobrou praticamente nada. |
Já pensou encarar um frio de matar com uma bota simples assim? |
Infelizmente, todos os objetos de valor que se esperava encontrar durante as escavações, foram previamente saqueados por ladrões de túmulos. Mas mesmo assim, a visita ao museu é uma oportunidade única de ver de perto a história dos vikings.
Existem outros museus super interessantes como por exemplo o FRAM Museum onde está o navio homônimo que foi construído em 1893 é detentor de uma proeza considerável: levar o primeiro homem, Roald Amundsen, ao polo sul em 14/12/1911. Movido à vela e por um motor à diesel têm 127 pés (mais ou menos 39m) de comprimento, e 10m de largura. Navegando a uma velocidade de aproximadamente 7 nós, ele levava 16 tripulantes. A chave do seu sucesso está no fato de que tem um casco praticamente sem ângulos agudos, e um tanto quanto curvilíneo, possibilitando adentrar em regiões em que o mar congela facilmente.
O Navio Fram. Créditos: Fram Museum. |
Já o museu Kon-Tiki Museet expõe dois barcos feitos no século XX, o Ra II (1970) e Kon-Tiki (1947), que foram construídos para comprovar a possibilidade de viagens transatlânticas antes de Colombo e afins, ou seja aquela história dos vikings na América do Norte que mencionei no post anterior. O Ra II cruzou do Marrocos à Barbados (6.100km) em “apenas” 57 dias e o Kon-Tiki, que não é nada mais que uma balsa (quase uma jangada), levou 6 tripulantes numa travessia entre o Peru e a Polinésia, para comprovar uma tese segundo a qual a polinésia poderia ter sido colonizada pelos maias. Aqui um pequeno vídeo da proeza – coisa de maluco mesmo.
Quem quiser conhecer um pouco de como era a vida Noruega dos séculos XVII e XVIII pode conferir o Norsk Folkemuseum que tem casas e edifícios típicos desta época.
Desembarcando de Bygdøy, aproveite para passear por Aker Brygge, é uma área cheia de lojas (inclusive o Aker Brygge Shopping Complex), restaurantes e cafés.
Nesta mesma região, conheça o Nobels Fredssenter (Nobel Peace Center). Aberto em 2005 é uma espécie de museu relacionado com o Prêmio Nobel, com exposições que contam não só a história do prêmio em si, mas também dos seus laureados.
Nobels Fredssenter. |
Aqueles que apreciam arte também vão se deliciar em Oslo.
A começar pela ópera local. Diferentemente de outras capitais europeias, Oslo optou por ter uma sala de ópera bem moderna, seguindo a linha de Sidney, por exemplo.
Construída em uma área recentemente remodelada de Oslo, a Den Norske Opera og Ballet destoa de tudo o que se poderia esperar de típico para a região. Mas mesmo assim é linda!
Den Norske Opera. |
A estrutura de concreto, aço e vidro é enorme. |
A grande rampa acaba servindo de arquibancada para os palcos flutuantes que não montados na água. |
Den Norske Opera. |
E o interior tem detalhes em madeira. |
São na verdade três teatros, um principal com 1369 lugares; o “Scene 2” com 400 lugares; e um menor para apenas 200 espectadores. No verão, a fachada externa inclinada serve de arquibancada para shows ao ar livre ou cinema com projeções em palcos flutuantes.
A entrada no saguão é gratuita, mas a visitação ao interior é feita exclusivamente em um tour pago. Maiores informações no site oficial acima.
No quesito museu de arte, o mais interessante é o Munch Museum que é o museu de arte moderna de Oslo. Lá, dentre várias obras destaca-se O Grito de Munch (1893), obra esta que já foi roubada duas vezes (?!?!), em 1994 e 2004. Mas foi recuperada, é claro! Fica mais fácil entender o quadro ao conhecer a história de vida do seu pintor, que foi educado por um pai controlador e que assistiu quando criança à morte da mãe e de uma irmã – vida dura hein!
O quadro é um ícone cultural, tanto que serviu de inspiração para a máscara do filme (ou série) Pânico, e até mesmo em episódios dos Simpsons!!!
O Grito de Munch. Créditos: Munch Museum. |
Oslo conta ainda com um museu de história local, o Kulturhistorisk museum e um importantíssimo museu de arte, a Nasjonalgallerrietque abrigaobras de Picasso, Monet, Cézanne, Renoir, e inclusive o original da famosa escultura O Pensador de Rodin.
Se você quiser ver como as pessoas moravam em Oslo no século XVIII, vá à Damstredet (Damstredet og Telthusbakken) uma rua com um belíssimo conjunto de casas deste período.
Damstredet. Créditos: VisitOslo. |
Outro ponto histórico interessante é o Akershus Festning (fortalezade Akershus), uma fortaleza construída em 1290 para suportar os cercos dos suecos que de tão reformada ao longo do tempo tem hoje uma aparência que mais se assemelha a um castelo renascentista.
No próximo post, vamos contar como foi o passeio pelos Fiordes da Noruega, o passeio mais interessante para se fazer durante a sua visita ao país.
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Veja os comentários
Oi, Diogo. Tudo bem? :)
Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia – Natalie
Oba!!! :)