Dinamarca

Que tal viajar para a Dinamarca?

Depois de passarmos pela Suécia e Noruega, é hora de completarmos o nosso giro pelos países da Escandinávia por um dos menos conhecidos do público brasileiro: a Dinamarca. Bora ver as dicas essenciais para você programar a sua viagem para lá?

Embora esteja fora do radar de muitos turistas, a Dinamarca guarda algumas boas surpresas aos turistas que se dispõem a sair daquele roteiro mais tradicional de Europa e conhecer seu diminuto território ao norte do continente.

Mesmo sem ser normalmente associada aos demais países nórdicos (Suécia, Noruega, Finlândia e Islândia), a Dinamarca faz sim parte deste grupo de países que tem, até certo ponto tradições bem parecidas.

Os resquícios históricos da Dinamarca datam do século VII, embora tenha sido unificada como nação apenas por volta de 980 por Harald Blåtand. Assim como outros países da Escandinávia, eles também têm suas origens ligadas aos vikings.

Únicos vikings que você verá por lá atualmente.

A posição geográfica da Dinamarca lhe confere a prerrogativa de controlar todo o acesso ao Mar Báltico, já que é cruzando o país que se tem acesso à região, sendo este um dos fatos que levaram os alemães a invadir o país durante a Segunda Guerra Mundial – desde então, embora seja membro da OTAN, o país mantém uma postura absolutamente neutra.

Aliás a única fronteira terrestre da Dinamarca é justamente com a Alemanha ao sul, pois o país está dividido em uma dezena de ilhas. Mas o interessante é que a Dinamarca, um país territorialmente relativamente pequeno, detém os direitos sobre a Groelândia. Sim, aquela enorme massa de terra gelada entre a Europa e o Canadá. Ah, tem também as ilhas Faroé, um pequeno arquipélago que fica no meio do caminho entre a Escandinávia e a Islândia.

Já notou que todos os países nórdicos têm esta cruz nas suas bandeiras? É a cruz escandinava que representa o crianismo.

Interessante que apesar de estar do outro lado do Canal de Øresund, uma viagem entre a Dinamarca e a Suécia pode ser feita pela ponte de mesmo nome que cruza os quase 8km entre os dois países desde 2000, fazendo a ligação entre Copenhague e Malmö, na Suécia. Ali passam tanto carros e caminhões quanto trens.

A Dinamarca não só é um dos países mais ricos e desenvolvidos do mundo, como também é o que tem o mais alto nível de igualdade social e econômica, ou seja, todos têm mais ou menos o mesmo estilo de vida. Tudo isto é resultado de uma economia capitalista e de um estado de bem-estar social muito ativo, onde educação, saúde e assistência social funcionam de verdade. Não é à toa que por vários anos a Dinamarca foi eleita um dos melhores lugares do mundo para se viver.

É… deve ser “chato” morar em um lugar assim…

Embora a cultura dinamarquesa seja quase que totalmente desconhecida por nós brasileiros, ao menos um autor local deveria ser reconhecido, Hans Christian Andersen. Pelo nome ficou difícil né? Pois é ele é autor de vários contos de fadas como por exemplo O Patinho Feio e O Soldadinho de Chumbo. Aliás é dele uma das minhas frases favoritas sobre viagem e que muito provavelmente você já tenha visto em algum lugar:

“To move, to breathe, to fly, to float,

To gain all while you give,

To roam the roads of lands remote,

To travel is to live.”

É Mr. Andersen, “To travel is to live”!!!

Agora se tem algo que certamente você conhece, mas que talvez não saiba que é dinamarquês….. O Lego. Sim aquele simpático e educativo brinquedo de montar foi criado pelo dinamarquês Ole Kirk Christiansen na década de 1930 – quando ainda era muito rudimentar e feito de madeira.

O sucesso veio na década de 60, com o conceito das peças de plástico e os kits temáticos. Mas o que significa “LEGO”? Simples, “leg godt” significa “brincar bem”. O sucesso foi tão grande que a marca está presente em mais de 140 países e é líder no seu segmento, contanto inclusive com alguns parques temáticos ao redor do mundo – claro que a primeira Legoland é na sua terra natal, Billund.

O cartão postal Nyhavn em Lego.

Saiba mais sobre a Dinamarca

A Dinamarca tem aproximadamente 6 milhões de habitantes e é uma monarquia parlamentarista. Sim, eles têm rei. Mas é mais ou menos como na Inglaterra e outros países europeus onde ele é apenas chefe de Estado e não governa de fato, o que fica por conta do parlamento.

A presença de imigrantes é menos marcante que nos demais países da região, com aproximadamente 9% da população vindo de outros países. Sob o ponto de vista religioso, a maioria absoluta é membro da Igreja Estatal Luterana.

Marmorkirken ou Igreja de Mármore em Copenhague.

Sempre que se fala em um povo lá mais para o norte da Europa, a primeira coisa que a galera pensa é que eles são frios e tal. Ok, os dinamarqueses e a galera que vive por lá pode até não ser tão festivo quanto os latinos, mas isso não é demérito nenhum. É simplesmente o jeito deles.

Agora uma coisa não se pode negar, que é um povo super certinho e respeitador das regras eles são. Neste ponto é até difícil achar comparativos. Talvez os japoneses? Não sei.

Mas vou aqui deixar um causo. Esquecemos nada menos do que uma filmadora num banco de uma igreja. Sim, acontece.

O segredo dos dinamarqueses? Acho que é o senso de coletividade e educação de ponta.

Lembramos nada menos do que uns 15 minutos depois quando já estávamos uns cinco quarteirões dali. Voltamos voando como você pode imaginar e a igreja estava até fechada.

Batemos à porta desesperados e uma senhora apareceu. Explicamos a situação e ela nos deixou entrar. Fomos ao banco em que sentamos e quem estava lá??? Ufa, ainda bem que era Dinamarca!!!

Lá o idioma é o dinamarquês, que para nós é absolutamente ininteligível. Tanto que você não notará nenhuma diferença dele para o sueco ou para o norueguês.

Se a primeira coisa que veio à sua cabeça foi “xiii, como me viro agora?”, saiba que assim como nos outros países da região, praticamente todo mundo nas ruas fala inglês e perfeitamente.

Te desafio a falar rápido e sem errar o nome da rua 🤣

Mas como eu sempre insisto que é sempre bom aprender um pouco do idioma local, até mesmo para fazer uma graça e quebrar o gelo com os dinamarqueses, eis uma listinha de vocabulário básico:

– Olá – hej, goddag, dav(s)

– Adeus – farvel, hej-hej

– Banheiro – badeværelset.

– Você fala inglês? – taler du engelsk?

– Obrigado! – tak!

– De nada – tak i lige måde/ingen årsag

– Quanto custa? – hvor meget koster det? (difícil vai ser entender a resposta!!!)

– Sim – ja ou jo

– Não – nej

Para ajuda-los a programar a sua viagem para a Dinamarca, vamos às questões práticas.

Visto e requisitos de imigração

Não, brasileiros não precisam de visto de turismo para passear pela Dinamarca, mas deve-se atentar ao fato de que seu passaporte deve ter pelo menos 6 meses de validade a contar da volta para casa.

Como nos demais países europeus, você é obrigado a comprovar a contratação de um seguro viagem logo na imigração. Ok, nunca me pediram, mas se te pedirem e você não tiver, pode literalmente dar meia volta e embarcar para casa. Ok?

Pelas ruas de Copenhague

Ainda que não fosse pela exigência da imigração, ter um seguro viagem é super importante, já que qualquer tratamento no exterior, por mais simples que seja, pode custar mais que a viagem.

Nós aqui em casa utilizamos a Real Seguro Viagem, parceira do blog. Vocês podem contratá-la diretamente no banner ao lado.

Para viajar para a Dinamarca você não precisará apresentar certificado de vacinação contra a febre amarela.

Precisando, a Embaixada Brasileira fica na fica na Christian IX’s Gade 2, 1º andar, Copenhague K 1111 – Dinamarca. Telefones: Recepção: 0045 – 3920 6478 Setor Consular: 0045 – 3555 5026 / 3555 5027 Fax: 0045 – 3927 3607.

Quando ir e clima

Como a Dinamarca não é lá um destino tão procurado por turistas, eu nem pensaria na questão de alta e baixa temporada.

A resposta à questão “quando ir para a Dinamarca” resolve-se com outra pergunta bem simples: quanto você tolera de frio?

Por estar no hemisfério norte, as estações do ano são o inverso das nossas, logo o verão é no meio do ano e o inverno no final/começo do ano.

Acreditem, isso é um dia de verão em Copenhague

Como nós não temos aptidão para esquimó, preferimos ir no verão, onde as temperaturas máximas não passam de 20°C. Sabe o que é viajar para um destino em plano verão e não tirar a jaqueta nem em um dia de sol???

Por ai você consegue imaginar como são os invernos… Na prática as temperaturas máximas no inverno não passam de 1°C conforme histórico do Holiday Weather.

Quanto tempo?

A Dinamarca é um país relativamente pequeno e como tem um sistema de transporte por trens bastante eficiente, você consegue conhecer bastante coisa com alguns dias.

Como juntamos a Dinamarca com outros países vizinhos, optamos por conhecer apenas a capital Copenhague em 3 dias. Acredito que com mais 4 dias, 1 semana no total, teríamos conhecido muito mais do país facilmente.

Como chegar à Dinamarca?

Infelizmente não existem voos diretos do Brasil para a Dinamarca, o que te obriga a fazer conexão em algum outro destino europeu.

Ok, voo com conexão pode não ser a melhor coisa do mundo, mas as conexões na Europa são super tranquilas e de repente você pode aproveitar a sua conexão para conhecer um novo destino. Copenhague tem conexão com literalmente todas as capitais europeias.

Como se locomover lá?

Ficamos apenas na capital Copenhague, então os nossos deslocamentos pelo país limitaram-se à região metropolitana.

Trens funcionam super bem.

Mas se tivesse que fazer alguma viagem interna, seja pelo tamanho do país, seja pelo fato de que estacionar é bem complicado nas cidades (prioriza-se totalmente transporte público e bicicleta), usaria a extensa malha ferroviária que é de excelente qualidade.

Para mais dicas assim veja as nossas dicas de Como Locomover-se nas Viagens.

É seguro viajar para a Dinamarca?

Eu nem diria seguro, diria super seguro. Trata-se de um dos países com menores índices de violência e que tem poucas chances de aparecer em qualquer noticiário policial.

Ok, anos atrás eles tiveram um caso isolado de ataque terrorista onde um maluco resolveu atropelar algumas pessoas num famoso calçadão de Copenhague. Por mais que isso seja sim algo absolutamente triste, encare como raríssimo. Se não for assim você nem sai de casa…

Moeda e custo

A moeda local é a coroa dinamarquesa ou krone (DKK). Sim, lá eles não usam o euro, embora façam parte da Comunidade Europeia para todos os outros fins.

O câmbio na data deste post era o seguinte:

DKK 1 = R$ 0,60 ou R$ 1 = DKK 1,64

DKK 1 = US$ 0,14 ou US$ 1 = DKK 6,82

Para facilitar as consultas ao câmbio atualizado enquanto em viagem, sugiro instalar um dos muitos apps para celular que fazem este tipo de conversão facilmente. Eu particularmente uso o Conversor de moedas XE que está disponível para iOS e Android.

Mas que dinheiro levar?

A primeira resposta é: uma moeda forte. Para casos assim, tenha sempre em mãos alguns dólares ou euro, de preferência este último pela questão da proximidade geográfica talvez você tenha uma melhor taxa de conversão se optar por utilizar casas de câmbio.

Comprar aqui coroas dinamarquesas? Nem sei se você iria achar, e se achar o preço deve ser estratosférico. Levar reais para lá? Nem sonhando, já que não terão uma boa margem de conversão pela pouca procura.

Se você não quiser levar dólares, a alternativa é sacar direto do ATM local usando sua conta corrente e os cartões de débito no exterior. Existem ATMs muito confiáveis em tudo quanto é canto.

Como todo país seguro do mundo… ATMs nas calçadas.

Esteja apenas ciente de que pode te ser cobrada duas taxas, uma pelo seu banco aqui no Brasil e outra, bem menor, pelo banco local. Reforço que é sempre melhor usar os ATMs de grandes bancos internacionais ou redes locais maiores, já que as taxas tendem a ser menores.

Você não terá dificuldade alguma para utilizar seus cartões de crédito. Só não se esqueça sempre de conferir se você o desbloqueou para operações no exterior e vale também conferir o limite de crédito.

Agora falando um pouco dos custos.

Ai, dói só de lembrar.

Se você olhou a tabela de câmbio acima e se empolgou, tenho uma má notícia. Embora pareça super vantajoso o câmbio se comparado a outras moedas como euro e dólar, saiba que praticamente nada custa poucas coroas dinamarquesas.

Tudo o que a Dinamarca tem de linda tem de caro. É o único defeito.

E para piorar, para nós é claro, o custo de vida lá é altíssimo. Isto porque a Dinamarca tem uma das rendas per capita mais altas do mundo (entre os top 10), o que resulta em um índice de IDH (desenvolvimento humano) altíssimo – entre os 20 melhores do mundo.

Ótimo para a galera que vive lá, péssimo para você turista que nota nestas horas quanto a nossa moeda está desvalorizada e os salários no Brasil defasados em relação aos países mais desenvolvidos.

A Dinamarca é um dos lugares mais caros em que já estivemos. Sabe o que é entrar em um Burguer King e deixar uns R$ 50 para um simples sanduíche com batata e refrigerante? Então… desculpa te deixar triste, mas a Dinamarca é cara pacas!

Olha ai um bom exemplo: um croissant (sem anda) pelo equivalente a R$ 10 na data deste post.

É um daqueles lugares que te mostram que não é só a trinca libra, euro, dólar que pesa no bolso do turista.

Viajar para lá de forma financeiramente saudável envolve uma boa dose de planejamento e abrir mão de alguns luxos dependendo do seu orçamento.

Com um custo de viagem bastante alto, um alívio ao bolso do turista é saber que é possível ressarcir aproximadamente 20% do valor dos bens adquiridos. É o tal do Vat Refund. A Dinamarca impõe como limite mínimo de compra por loja DKK 300.00. O esquema é aquele padrão, na loja deve-se requerer o formulário, juntar todos os cupons e ao sair do país pegar o carimbo da alfândega local. Os postos da alfândega estão nos terminais 2 e 3 do aeroporto de Copenhagen e funcionam diariamente das 6h00 às 20h30.

Internet

Você não deve ter dificuldade para encontrar internet de qualidade nos hotéis.

Nas ruas, como tenho defendido faz algum tempo, a melhor coisa é ter um chip de internet móvel, já que o roaming do Brasil tem um custo muito alto.

Para esta viagem, mais uma vez contamos com o chip de celular fornecido pela OMeuChip (adicionando o cupom Cumbicão você ainda ganha um desconto de 15% na sua compra) que funcionou super bem durante toda a viagem. Se você quiser comprar o seu, é só clicar no banner ao lado e aproveitar descontos especiais.

Outras informações importantes

A Dinamarca está num fuso horário de 5 horas à frente do horário de Brasília.

Quase 11 da noite no verão e ainda não escureceu por completo.

As tomadas na Dinamarca são daquele padrão europeu de dois pinos redondos (sem o terra central). Portanto não esqueça seu adaptador universal. Ah, e a voltagem é 220v.

Para quem como eu não abre mão de dar uma passada no posto de informações ao turista, o Copenhagen Visitor Centre fica próximo ao Tivoli Gardens e à Copenhagen Central Station, na Vesterbrogade 4A e funciona na primavera/verão de segunda a sábado das 9h00 às 18h00 e domingos das 10h00 às 14h00; e no outono/inverno de segunda a sexta das 9h00 às 16h00 e sábados das 9h00 às 14h00.

Pode beber água da torneira? Tranquilo!

banheiros públicos? Existem alguns espalhados por Copenhague, por exemplo, então se não os achar, prefira utilizar os de restaurantes e shoppings. Hoje para isso utilizo um app super legal chamado Where is the Public Toilet, disponível tanto para Android quanto para iOS. Ajuda demais!

Dadas as informações e dicas gerais vamos conhecer outro destino de viagem?

No próximo post, as dicas do que fazer em Copenhague.

Vem com a gente!

Booking.com
Diogo Avila

Veja os comentários

  • Estou pesquisando sobre futuros destinos para nossas viagens e a Dinamarca está nos nossos planos! Muito bom encontrar um post cheio de dicas assim!
    Obg por compartilhar!

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