Malas

Gadgets e viagem: O que levar e Como transportar

Meu kit básico de sobrevivência em viagens.

Quem me conhece sabe adoro um eletrônico, ou gadget, para usar um termo mais atual. Se é de ligar na tomada ou vai bateria, é comigo mesmo! Por isso, e vendo o inegável potencial dos gadgets  numa viagem, sempre fui daqueles que não consegue viajar sem levar junto ao menos alguns itens que reporto essenciais. Mas qual gadget levar numa viagem? Como transportar? E a Receita Federal? Vamos então conversar um pouco sobre estes pontos.

Comecemos por quais gadgets levar na sua viagem (e o que não levar).

A resposta à questão acima é bastante pessoal, já que tem gente que consegue fazer uma viagem levando quase nada e existem pessoas que precisam ter todos os seus gadgets à mão. Vou então contar o que eu costumo levar e dar algumas dicas para vocês tomarem a decisão do que levar e ou não nas viagens.

Antigamente eu levava literalmente tudo, fosse essencial ou não. Mas hoje, seguindo a tendência de levar apenas o essencial, para reduzir volume e peso, passei a analisar melhor a utilidade de cada item. Teve uma vez que cheguei a levar até mesmo um pacote com uns 25 CDs para poder salvar as fotos da viagem. Hoje isto seria um desperdício.

Tem que caber tudo na mochila e ainda sobrar espaço para as compras e outras coisas importantes.

A exemplo daquilo que disse no post sobre como fazer as malas, vale aqui também fazer o exercício de separar tudo antes, colocar em cima de uma mesa e avaliar a utilidade de cada item. Pense sempre como seria a sua viagem sem tais gadgets e o que você faria na falta deles. Atrapalharia a viagem? É mesmo importante? Há espaço na mala?

A depender das respostas, talvez não compense levar o gadget. Veja também se ele é adequado ao tipo de viagem, afinal levar muita coisa para uma viagem curta talvez não faça sentido.

Vamos então para a minha lista de gadgets de viagem:

Um dos gadgets que considero mais úteis durante uma viagem é um tablet ou celular potente em termos de capacidade, velocidade e até mesmo tamanho de tela. Hoje, muito daquilo que se fazia antigamente apenas em notebooks e tablets pode-se realizar tranquilamente nos smartphones mais modernos.

Tablet, celular e e-book são essenciais.

Nos voos, tais gadgets vêm ganhando grande importância pois algumas empresas como LATAM e GOL não estão mais oferecendo entretenimento a bordo nas telas da aeronave. Tudo é transmitido via streaming por meio de programas das empresas próprios para isso e que você deve baixar antes de embarcar nas lojas de aplicativos para Android e Apple.

Aqui em casa optamos por ter sempre à mão dois tablets. Um Samsung para o Cumbiquinho assistir desenhos e se entreter com joguinhos (e você acreditando que ele ficava bonzinho nos voos sem nenhum artifício?!?!) e outro, um Kindle Fire bem simples para funcionar como e-reader / e-book para livros e também visualização das anotações de viagem; reservas de hotel; passagem e etc. – é bom porque é só um pouco maior que um iPhone 7, mas super leve e barato (salvo engano, uns US$90 nos EUA).  

Se você é daqueles se adapta tão bem ao tamanho da tela do celular ao ponto de conseguir ler um e-book ou assistir um filme nela, certamente dá para dispensar o tablet e carregar apenas um gadget.

Levar ou não uma máquina fotográfica e seus apetrechos é uma decisão que depende muito do gosto de cada um. Conheço muita gente que só tira fotos no celular e considera que isto baste. Por outro lado, quem gosta muito de fotografia como eu, invariavelmente leva uma máquina, ou duas, três, … (este sou eu!). No final da última viagem para a Ásia, tinha “só” 4 na mala.

“Arsenal”para registrar a viagem e elaborar os posts.

Calma, vou tentar justificar… Cada uma delas tem uma especificidade e atende à uma necessidade.

Desde 2009 sou adepto das DSLR (Digital Single-Lens Reflex), aquelas câmeras grandes e com lentes intercambiáveis. Para quem torceu o nariz, pensando coisas do tipo: “nossa para que viajar com um trambolhão daqueles pendurado no pescoço”, apresento os seguintes argumentos.

Por mais que reconheça sim que este tipo de câmera seja grande e às vezes me sinta um alienígena em meio à turma do “basta um iPhone” que você nota em qualquer ponto turístico, ainda vejo algumas vantagens.

Canon T4i + Tamron 16-300mm formaram uma boa dupla.

Ok, os smartphones evoluíram absurdamente em termos de fotografia, mas ainda pecam muito por não terem por exemplo controles manuais, baixa qualidade de lentes, zoom e outros tantos itens tão comuns nas câmeras de lentes intercambiáveis, sejam elas DSLR ou as novas mirrorless.

Duvida? Quero ver tirar uma foto com zoom de 200mm e/ou pouca luz com um smartphone sem perder o foco ou granular a foto. #ProntoFalei! Kkkk.

Brincadeiras à parte, para postar na internet em alta qualidade, infelizmente os smartphones ainda não atendem ao proposito, por mais que para Instagram e outras redes sociais realmente sejam suficientes.

No passado costumava usar na minha Canon T4i duas lentes: uma 18-55mm que vem no kit da Canon e uma outra 55-250mm. Preciso dizer que carregar duas lentes era um estorvo? Resolvi isto comprando uma Tamron 16-300mm que é uma lente bastante versátil e que atendeu super bem às minhas necessidades. Com isso me desfiz da 55-250mm e literalmente encostei a 18-55mm.

Canon EOS M6, a novata.

Recentemente adicionei um novo brinquedo ao arsenal, uma Canon EOS M6 mirrorless (#CanonLover). Ainda não tive muito tempo para testar a máquina como gostaria, mas fiquei com a impressão que ela tem qualidade semelhante (senão superior à minha DSLR) com a vantagem de ser muito mais compacta. A Canon EOS M6 tem uma excelente quantidade de funcionalidades que vão dos controles manuais até alguns pré-definidos bem legais; visor amplo e rotativo para selfie; e conecta-se facilmente a qualquer smartphone para transferir as fotos para serem compartilhadas nas redes sociais. A desvantagem é que a bateria não dura quase nada se comparada à DSLR.

Uma câmera que é a queridinha aqui se casa é a GoPro. Já estou na minha terceira e sempre fico na vontade de fazer um upgrade. Seja pela sua angular, ideal por exemplo para ambientes fechados, seja pelo fato de ser resistente à choques e à prova de água (usei em vários mergulhos), não saio para viajar sem ela.

GoPro, estou na minha terceira e adoro.

Se você curte a marca, invista nos acessórios que são super úteis para quem viaja ou pratica esportes de aventura.

Por fim, temos também uma intrusa neste mundo Canon/GoPro, uma Nikon Coolpix AW100 que é da Sra. Cumbicona (tá explicado!). É um modelo já mais antigo, mas super útil naqueles dias em que não estamos a fim de carregar máquinas grandes e precisamos de uma qualidade bacana para fotos e filmes. Adicionalmente ela tem a vantagem de ser a prova de água (já fui até 15m com ela), quedas e até congelamento, e tem ainda GPS para geoposicionamento das fotos tiradas (além de conexão wi-fi com o celular). Ideal para praia ou neve.

A Nikon curinga.

Viram como não dá para ir viajar com uma máquina só???

Difícil decidir que tipo de câmera legar? Veja exatamente qual o seu estilo e necessidade. Levar uma máquina grande para não usar simplesmente não compensa.

Sugiro também adequar o equipamento ao tipo de viagem. Uma máquina comum na praia ou na neve, por exemplo, pode não ser a melhor opção. Neste caso prefira uma daquelas máquinas tipo GoPro – aliás existem modelos da Sony e outras que têm características semelhantes.

Para tudo isso, um exército de baterias e carregadores. Sempre tenho duas baterias por máquina, pelo menos.

Levo também uma boa quantidade de cartões de memória. Ao menos um para cada câmera porque não gosto de ficar trocando o cartão de uma para a outra. Sempre há o risco de cair, perder ou simplesmente ter uma falha técnica por usar cartão formatado para uma máquina em outra.

Outro item que vai depender muito do quanto você gosta de fotografia e da duração da viagem é uma HD portátil para back-up das fotos (sobre este tema, recomendo a leitura deste post). Se você tira poucas fotos, talvez não faça sentido ter uma HD externa para descarregar as fotos. Mas se você for como eu, dedo nervoso no obturador, este item será essencial.

Avalie também o tempo de duração da sua viagem e a infraestrutura que você terá à disposição. Em uma viagem curta, a quantidade de fotos e filmes certamente será menor (= a – gadgets). Viajando para um lugar com boa infraestrutura de internet, você pode subir as suas fotos para algum serviço de back-up em nuvem.

Levo um tripé da Manfrotto modelo Compact Action Black que ganhei da Sra. Cumbicona. É um tripé relativamente compacto (uns 45cm recolhido e 1,5m extendido), cabeça com movimento 360º e engate rápido. Pesa aproximadamente 1kg e suporta câmeras até 1,5kg.

Tripé para mim é essencial.

Talvez você esteja se perguntando para que isso. Apesar dos controles manuais e customizados das máquinas ajudarem muito nas fotos noturnas, em algumas situações só mesmo um tripé para resolver. Fora que com ele, conforme o lugar, não fico na dependência de terceiros para tirar fotos nossas – às vezes pedir ajuda para estranhos é uma boa, mas às vezes sai cada desastre de foto…

O legal é que dá para levar ele pendurado na lateral da mochila sem problemas.

Mas se você quiser uma solução mais compacta, existem alguns modelos de tripé que podem ser literalmente presos em qualquer superfície e cabem na palma da mão.

Isto nos leva a outro item relativamente barato mas que é super útil: um disparador remoto. Ao custo de uns US$ 10, é um controle remoto da para você tirar fotos sem ter que usar aquele disparador de 2/5/10 segundos que normalmente as câmeras têm.

Levar um notebook é algo que eu só considero necessário em dois casos: se você precisa dele para back-up das fotos (em HD ou nuvem); ou se precisa dele para eventualmente trabalhar durante as férias. Fora destes casos, literalmente tudo o que você faria em um notebook pode ser feito em um tablet ou smartphone.

Duas HDs para back-up das fotos durante a viagem e um pendrive wi-fi para o celular.

Um item que não pesa nada, mas que sempre levo é um pendrive. Sim, isto mesmo. Simples e portátil, nele carrego a versão eletrônica de alguns documentos importantes como passagens, passaportes, reservas, anotações de viagem e etc. Se precisar posso plugar ele em qualquer lugar. No meu caso, uso uma versão que tem wi-fi da Sandisk, então ainda dá para conectar em qualquer smartphone ou tablet. Muito útil para aliviar a memória do telefone também.

E por falar em celular, um gadgets que acho essencial em qualquer viagem é um powerbank. Para quem não sabe eles são aquelas “caixinhas” do tamanho de um celular que você usa para carregar o seu celular (alguns modelos servem também para tablets e outros eletrônicos) em quanto estiver na rua. Acabou a bateria e você está no meio da rua? É só plugar o celular nele e continuar usando enquanto carrega.

Powerbank e cabos multi-funcionais são essenciais.

Tinha um bem xing-ling que até que serviu por um bom tempo, mas além de pesado suportava quando muito umas duas cargas. Recentemente fiz um upgrade para um Card10 da Promate que tem o tamanho de um cartão de crédito e a espessura de 1cm. Maravilhoso para carregar na mochila ou até no bolso de uma jaqueta, aguenta até umas 4 cargas.

Nesta mesma linha, vale muito a pena ter um daqueles plugs para USB-carro que você conecta no acendedor de cigarro. Sugiro o plug ao invés do carregador completo porque com ele basta você trocar o tipo de cabo para poder carregar diferentes aparelhos, como tablet, máquinas e etc. e não apenas o celular. Adicionalmente saiba que muitos carros atualmente simplesmente não têm acendedor de cigarros, e neste caso basta conectar o cabo USB do telefone diretamente na porta que pode ser no painel ou no rádio do carro, por exemplo.

Se for dirigir, some também um daqueles adaptadores para prender o celular no painel do carro. Ao invés daqueles que prendem no para-brisa, prefiro os que prendem na saída de ar porque além de serem menores (e portanto mais fáceis de transportar), servem em todos os veículos e evitam que o celular passe o tempo todo exposto ao sol.

Vai dirigir no exterior ou mesmo aqui no Brasil? Com um smartphone razoável e os programas certos instalados já dá para descartar o uso de aparelho de GPS (se é que alguém ainda usa aqueles aparelhinhos tão comuns no passado). E nem precisa de sinal de celular para ter os mapas de qualquer lugar do mundo à mão. No post sobre o app MAPS ME explico como ter mapas de GPS no celular sem necessidade de acesso à rede de internet móvel ou wi-fi itens que apps como Waze e Google Maps demandam (neste último até tem um esquema para uso off-line).

Infelizmente os países têm diferentes tipos de tomadas, fazendo com que seja essencial ter um bom adaptador de tomadas. Se puder, opte por um que seja universal e que portanto sirva em vários destinos de viagem. Invista naqueles que tem saídas USB, porque assim você pode eventualmente eliminar algum carregador de celular, por exemplo.

Invista em um bom adaptador de tomadas e tenha um bejamin à mão.

Salvo raríssimas exceções, a questão da voltagem não é problema para o tipo de eletrônicos dos quais estamos aqui falando, mas se, por exemplo, você estiver em um quarto onde todas as tomadas são 220v, normalmente haverá no banheiro uma tomada 110v, a chamada tomada do barbeador elétrico. Só tome cuidado para não ligar nada 110v no 220v porque literalmente queima, o contrário não (só não vai funcionar naquela tomada, é claro).

Hoje em dia tenho notado que alguns hotéis racionam a quantidade de tomadas. Quando não, elas estão escondidas atrás de móveis ou já ocupadas por abajures e etc. Por isso, sempre tenho na mala um bejamin que funciona como uma extensão. Ok, sei que não é algo muito seguro e que o melhor seria ter uma régua com filtro e tal. Mas para uso eventual e considerando a portabilidade é excelente.

Se você viaja com muitos eletrônicos que carregam em USB como celulares, tablets, e-reader, powerbank, e algumas máquinas como a GoPro, veja se não é o caso de utilizar um único carregador para todos estes aparelhos. Muitas vezes, eles têm a mesma especificação técnica e podem ser intercambiáveis. Só não se esqueça de ver antes se a potência e corrente são compatíveis.

Cabos e carregadores vão neste estojo que deixa tudo muito organizado.
E compacto.

Igual raciocínio vale para os cabos, já que normalmente você levaria um cabo para cada aparelho. Fazendo as malas aqui em casa, resolvi literalmente parar uns minutos para testar quais cabos serviam para o que e quais poderiam ser utilizados em mais de um aparelho. Resumo da peneira: descobri que precisava de apenas 4 cabos para 6 eletrônicos diferentes.

Sugiro que você compre um daqueles cabos em Y, onde uma ponta é USB e as outras são para iPhone ou Micro-USB, o padrão usado pela Samsung, por exemplo. Com isso você mata um cabo, ou então carrega dois celulares ao mesmo tempo, seja no carro ou no hotel.

Dias destes esqueci o carregador do celular, mas como estava com o cabo USB, resolvi usar dica que vi: conectar o celular na saída USB da TV. Funcionou perfeitamente, e no meu caso, mesmo com a TV desligada – mas teste antes para ver se ao desligar ela a energia para o aparelho também não é cortada.

Como transportar estes itens?

Tanto pelo valor quanto pela utilidade, nem cogito outra forma que não seja levar todos eles na mala de bordo. Despachar, jamais!

O notebook, necessariamente você terá que remover da mala para a inspeção de segurança no aeroporto. Por isso, prefira se possível coloca-lo em um lugar de fácil acesso na mochila. A maioria delas tem um compartimento segregado para estes aparelhos. Sugiro também que você tenha uma capa de neoprene para proteção.

Notebook sempre na capa de neoprene.
E no compartimento de fácil acesso para inspeção no aeroporto.

Em alguns aeroportos notei que esta mesma regra de passar separado na bandeja também é aplicada aos tablets. No caso dos EUA, eles têm aplicado regras mais restritivas: máquinas fotográficas têm sido passadas fora da mala e às vezes é solicitado o seu funcionamento para provar que não tem nada de errado. Na dúvida, tenha os itens à mão para fácil acesso.

E as máquinas em uma bolsa própria.

Para os cabos e carregadores, optei por utilizar um estojo próprio para eles. Fica tudo em um lugar só, organizado e fácil de pegar. Você acha este tipo de estojo em lojas de eletrônicos ou em sites como GearBest e outros do tipo.

Enfim, estas são algumas das dicas para quem não embarca sem seus gadgets. E vocês, que dicas têm? Quais são os seus companheiros (eletrônicos) de viagem favoritos?

 

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Diogo Avila

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