Havana é a síntese de Cuba. Vez ou outra eu comento nos posts que nem sempre viajar para a capital de um país é uma experiência representativa do que é um país como um todo, mas no caso desta ilha caribenha, a realidade é totalmente diferente.
Ainda que não se possa dizer que quem conhece Havana conhece tudo de Cuba, é certo que a cidade traduz muito bem o que é uma experiência de viajar para o país.
Mais que a capital de Cuba, Havana poderia ser facilmente considerada a capital do Caribe dada a sua importância cultural e histórica. Até mesmo porque estamos falando de Cuba, esqueça aquela típica imagem de uma cidade qualquer do Caribe com enormes cruzeiros aportando, hotéis de redes internacionais, redes de fast food e muitas lojas de marcas internacionais, tudo feito sob medida para turistas.
Sem nenhum demérito às demais cidades da região, nenhuma delas têm a identidade, para o bem e para o mal, que a capital cubana tem.
Por conta da abertura econômica que tem se intensificado ano após ano, ninguém consegue prever ao certo como será Havana daqui a uns 50 anos.
Originalmente chamada de Villa de San Cristóbal de la Habana, esta cidade fundada por colonizadores espanhóis em 1514 e com 2,4 milhões de habitantes é o principal destino turístico de Cuba e conta com atrações imperdíveis.
Entre construções históricas, bairros típicos e muitos, mas muitos museus, Havana tem uma boa quantidade de atrações e certamente é o ponto alto de uma viagem ao país.
Se tem algo que me surpreendeu e muito em Havana foi a quantidade de museus. Olha, para o tamanho da cidade é impressionante a variedade de museus.
Tem museu de tudo quanto é coisa. Além dos evidentes museus de arte e de história, eles têm alguns dedicados a temas mais inusitados, como por exemplo um sobre cartas de baralho (Museo de Naipes na Muralla 101; de terça a domingo das 9h00 às 18h00) ou um dedicado ao chocolate (Museo del Chocolate na Calle Amargura – piada pronta!).
Mas a grande atração de Havana está nas ruas. A cidade consegue misturar estilos arquitetônicos absolutamente distintos, indo do colonial e barroco na área de Havana Velha ao Art Nouveau e Art Deco que foram mais presentes entre 1900 e 1950.
E como já disse no post com as primeiras impressões de Cuba, viajar para Havana é como fazer uma viagem no tempo. Assim como o restante do país, Havana parece ter literalmente estacionada na década de 50. Além dos yank tanks pelas ruas, a arquitetura dos edifícios é algo para ser apreciado, e muito bem apreciado.
Antes de falarmos das atrações em si, tenha em mente que para percorrer as atrações de Havana Vieja, o nosso primeiro foco de atrações, é muito provável que você nem sequer precise de qualquer meio de transporte para ir de uma atração para a outra, já que trata-se de uma região plana e com muitos calçadões para você caminhar.
O mesmo já não valerá para as demais atrações, para as quais você precisará de um táxi ou de algum dos meios de transporte que menciono no post com as dicas para programar uma viagem para Cuba.
Abaixo um mapa com as atrações mencionadas neste post para te ajudar a montar o seu itinerário por Havana.
Consenso entre os que visitam Havana, a região mais interessante da cidade é a área chamada como Havana Velha.
Ainda que tente fugir de comparações, mas às vezes elas são necessárias: guardadas as devidas proporções, sob o ponto de vista arquitetônico, Havana Velha está para Havana assim como o Pelourinho está para Salvador. O lugar é tão icônico que faz parte da lista do Lista do Património Mundial da UNESCO.
O bairro data de 1674, quando começou a ser construída uma muralha defensiva que só terminou em 1767, quando então a cidade já havia se expandido para fora dos limites da fortificação.
Atualmente restaram praticamente vestígios desta muralha construída para proteger a cidade dos piratas. Originalmente ela tinha 10m de altura e 1,5m de espessura ao longo das avenidas de las Misiones e Bélgica, onde perto da estação de trem existem alguns poucos fragmentos.
Sem exagero, Habana Vieja tem quase que 1 mil edifícios históricos. Ou seja, entre um edifício barroco e outro art deco, tudo ali é histórico!
E para que você não se perca por ali, existem 4 pontos principais e que merecem a visita: Plaza de la Catedral, Plaza de Armas, Plaza Vieja e Plaza de San Francisco de Asís. Minha sugestão? Organize a sua exploração segundo estes 4 pontos para não se perder diante de tanta coisa.
Embora a área pareça pequena no mapa, a quantidade de ruas estreitas parece multiplicar as distâncias. Logo, um dia inteiro para conhecer a região é o mínimo indicado.
Comecemos pela Plaza de la Catedral, onde estão alguns dos mais belos edifícios barrocos de Havana, dentre eles o principal: a Catedral de San Cristóbal de la Habana que foi construída nos anos 1700.
Esta belíssima igreja teve a sua construção iniciada em 1748 pelos jesuítas e foi desenhada pelo famoso arquiteto italiano Francesco Borromini. Ela foi concluída apenas em 1787.
Reza a lenda que os restos mortais de Cristóvão Colombo ficaram nela entre 1795 e 1898, quando foram transferidos para Sevilha, na Espanha.
Se você como eu curte uma vista panorâmica, sugiro subir a torre da catedral (CUC 1).
Além da bela catedral, outros impotentes edifícios rodeiam a praça, como por exemplo: o Palacio de los Marqueses de Aguas Claras (1760); a Casa de Lombillo (1741); Palacio del Marqués de Arcos (anos 1700); Palacio de los Condes de Casa Bayona (hoje abriga o Museo de Arte Colonial).
Outra praça importante da região de Havana Velha é a Plaza de Armas. Situada próximo ao canal de entrada da Baía de Havana, é a praça mais antiga da cidade, data de algo como 1520, ou seja, pouco depois da fundação da cidade.
O seu edifício mais imponente é o Palacio de los Capitanes Generales – um excelente museu com mobiliário colonial, mas a praça rodeada por palmeiras também é o local para uma feira diária (exceto domingos) com livros antigos, praticamente um sebo de livros ao ar livre.
Outro importante e belíssimo edifício da região é a Lonja Del Comercio.
Ali ao lado, não deixe de conferir o Castillo de la Real Fuerza. Construído entre 1558 e 1577, dizem que é um dos mais antigos das Américas. Ali fica o Museo de Navegación (CUC 3; das 9h00 às 17h00) e traz além da história da navegação e dominação espanhola, a história da própria cidade. Detalhe à replica do galeão Santíssima Trinidad.
Não sei vocês, mas aqui em casa a gente adora um calçadão, principalmente se for um daqueles cheios de lojas, restaurantes e museus.
Um dos mais conhecidos de Havana é o da Calle Mercaderes que foi recentemente restaurado para ficar mais próximo ao que era no século XVIII. Dentre as lojas, destaque para uma de perfumes e outra de especiarias, super antigas.
Um dos museus mais curiosos dali é o Museo de Bomberos (esquina da Mercaderes com Lamparilla, aberto das 10h00 às 18h00 de segunda a sábado, gratuito).
Há também uma estátua e um museu dedicado a Simón Bolívar, considerado o libertador da América Latina.
Caminhando pela Calle Mercaderes, não deixe de conferir a Casa de la Obra Pía, uma das típicas residências aristocráticas dos anos 1660 e certamente a mais bela da rua.
Visite também a Igreja e Monastério de San Francisco de Assis que foram construídos entre 1719 e 1738, mas deixaram de ter funções religiosas nos 1840, e hoje funcionam como um museu de objetos religiosos. Fica na rua Amargura com Brasil.
Nascendo às margens do canal da Baía de Havana e indo em direção ao bairro de Vedado, após cruzar Havana Velha, está outra importante rua da região, a Calle Obispo. Em sua parte mais próxima ao bairro histórico, é um calçadão exclusivo para pedestres, com muitas lojas, bares galerias de arte e movimento. Não seria demais dizer que é uma das áreas mais bacana da cidade.
Aqui, mais uma dica para quem quer um museu diferente: na Calle Obispo está o Museo de Numismático (entre a Aguiar e Habana; entrada CUC 1,50; das 9h00 às 17h00 de terça a sábado e das 9h00 às 12h45 aos domingos). Mas o que tem lá? Moedas e notas do mundo inteiro!
Ah, aproveite para conhecer ali no número 155 a Taquechel, uma farmácia super antiga. Coisa que você não
Pensa numa praça que consegue misturar vários estilos arquitetônicos e ainda ser bonita. Considerada a praça mais eclética de Havana, a Plaza Vieja mistura um pouco de tudo. Do barroco ao art noveau, esta praça de 1559 tem edifícios de todos os estilos.
Gosta de uma cerveja? Vá à Factoria Plaza Vieja (Calle San Ingnacio esquina com Calle Muralla), uma cervejaria artesanal com música ao vivo. Altamente recomendável para um dia de calor em Havana.
Dentre as muitas construções art deco de Havana, talvez a mais famosa delas seja o Edificio Bacardí (Av de las Misiones, entre Empedrado e San Juan de Dios). Fora a beleza exterior deste edifício construído em 1929, vale conferir o bar existente no lobby e eventualmente pegar o elevador da torre para uma vista panorâmica da região (CUC 1).
Depois de vários anos literalmente abandonado, o La Manzana de Gómez que foi construído em 1910 passou por um completo processo de renovação e está sendo reaberto não mais como shopping, mas sim como hotel da rede suíça Kempinski Hotels. Dizem que lá também existem algumas lojas de luxo.
Uma interessante igreja em Havana Velha é a Santo Cristo del Buen Viaje (Lamparilla com Bernaza). Construída em 1732, pertenceu aos Franciscanos por um tempo. Vale conferir o seu teto de madeira pintado e as suas belas janelas com vidros trabalhados.
Se você puder, passe por mais um museu nada comum que Havana oferece. Na esquina da Brasil com Compostela fica o Museo de la Farmacia Habanera. Trata-se de um museu / loja que desde 1886 vende medicamentos e traz uma amostra sobre um pouco da venda de medicamentos. Talvez seja uma das mais antigas farmácias da América Latina ainda em funcionamento. Abre diariamente das 9h00 às 17h00.
Entre os muitos museus de Havana, há um que considero essencial para entender a história local e principalmente o modo de pensar o mundo segundo a ótica cubana. Concorde você ou não com o governo local, é algo interessante para ver a narrativa do outro lado, do lado não norte-americano.
Estou falando do museu mais famoso de Cuba, o Museu da Revolução.
Situado em um imponente edifício construído entre 1913 e 1920, onde era o Palácio Presidencial, ele conta como o nome mesmo diz a história da Revolução Cubana.
Desconsiderando a grande dose de propaganda pró-regime, o museu é bem interessante e conta com muitas peças dos tempos de Che Guevara e Fidel Castro, mais precisamente de 1959 quando tomaram o poder em uma revolução que instalou na ilha um regime de governo ultra aliado aos soviéticos – para desespero dos EUA.
Depois de longos anos dominados por governos corruptos alinhados aos EUA, e uma tentativa fracassada de tomada do poder (ataque ao quartel de Moncada), Fidel Castro que estava exilado no México consegue juntamente com um grupo de rebeldes tomar o poder em 1959.
Uma das principais delas é o tanque de guerra SAU-100 tanque que Fidel usou em 1961 na batalha da Baía dos Porcos – uma tentativa fracassada dos americanos de retomar o controle da ilha.
A mostra do museu gira em torno dos mais importantes ícones da Revolução: Che e Fidel.
Aliás uma curiosidade. Embora Che seja literalmente reverenciado em Cuba, dado o tamanho dos seus feitos para os cubanos nos anos 50-60, a maioria das pessoas ignora que ele este médico de formação era argentino. Sim, vocês leram certo, de nascimento Che não era cubano – passou a ser cubanos por conta de um título honorário dado pela ilha. Ele morreu Bolívia.
Mesmo sem tomar partido no assunto (até porque já adianto aqui que não sou de direita nem de esquerda!), sempre me perguntei como era Cuba antes da revolução.
Pesquisando para a viagem, aprendi que em 1952 um sargento chamado Fulgêncio Batista deu um golpe militar e instalou com o auxílio dos EUA uma ditadura que embora fosse sim muito bem vista aos olhos dos yankees, tornou-se um pesadelo para a população local. A ilha passou a ser praticamente um parque de diversões para ricaços americanos que ali encontravam muito jogo, droga e prostituição.
Pensa comigo: imagine um povo oprimido pela corrupção e vendo poucos vivendo o luxo trabalhado por muitos. Alie um grupo com ideias que pretendiam implantar uma maior igualdade (se deu certo ou não julgue você mesmo…). Não parece uma receita fácil para uma revolução?
Diante de tanta insatisfação por parte do povo, foi relativamente fácil para os revolucionários encontrar no interior de Cuba, onde começou a revolução que terminou com a tomada de Havana, terreno fértil. Vários camponeses aliaram-se aos revolucionários sem nem pensar.
Goste você ou não da ideia, concorde ou não com o regime imposto, é fato que viver em um extremo pode levar as pessoas a querer o outro (né, Brasil?), mesmo que com algumas limitações que só a história é capaz de mostrar se são benignas ou não.
Depois de 1 ano de combates em várias frentes, Fulgêncio simplesmente abandona o país, refugiando-se nos EUA, o que garante aos revolucionários a tomada do poder em 8 de janeiro de 1958.
Bem, a história pós revolução já é mais conhecida de todos nós, com os seus benefícios sim, mas também com as limitações que foram e são impostas ao povo cubano que se mantém até hoje.
O fato é que oito ou oitenta são sempre um problema, seja em Cuba ou em qualquer outro lugar. Cuba me deixou esta lição ainda mais clara.
Como os EUA sentiram-se enormemente prejudicados pela Revolução, posto que muitos americanos perderam as suas posses na ilha, e o país era uma das suas principais fontes de açúcar, decidiram impor um embargo econômico à Cuba.
Vendo a ilha de Fidel distante dos EUA, os soviéticos enxergaram no fato uma oportunidade única: em pleno auge da Guerra Fria, ter um aliado, mais que isto, uma base militar quase que no quintal dos norte-americanos.
Os soviéticos resolveram comprar todo o estoque de açúcar e aliar-se aos revolucionários cubanos, acirrando ainda mais a rivalidade capitalismo x comunismo / EUA x União Soviética.
Os americanos até tentaram retomar a ilha no episódio da Baía dos Porcos, numa invasão orquestrada pela CIA utilizando-se de refugiados cubanos que viviam nos EUA e foram treinados e armados pelos americanos. A operação foi um fiasco e só piorou ainda mais a situação.
Tanto que logo depois, os soviéticos resolveram instalar em Cuba mísseis para atacar mais facilmente os EUA. A crise que ficou conhecida como Crise dos Mísseis de Cuba foi tão grave que o mundo inteiro apostou que a terceira guerra mundial (e nuclear!) fosse acontecer. Felizmente os soviéticos voltaram atrás e o mundo respirou aliviado!
Enfim, a história de Cuba é um pouco a história mundial.
Só o interior do palácio, que foi construído com opulência para representar os mais belos palácios europeus, haja vista a beleza do Salón de los Espejos, já vale a visita.
Do lado de fora, confira o Memorial Granma com veículos usados na Revolução Cubana, inclusive o iate homônimo que trouxe Fidel e seus revolucionários do México para começar a revolução.
Olhando o iate ficou difícil imaginar como couberam 80 guerrilheiros, mais 140 armas e dois canhões!
Ele fica na Rua Refugio; a entrada custa CUC 8 (paga-se mais CUC 2 pelo uso de câmera); e abre diariamente das 9h00 às 17h00.
Além das atrações de Havana Vieja, existem muitas outras para você conhecer na cidade.
Cruzando o canal da Baía de Havana estão algumas das antigas fortificações da cidade: o Castillo de los Tres Santos Reyes Magnos del Morro (1589-1630) e a Fortaleza de San Carlos de la Cabaña (1763-1774).
O Castillo de los Tres Santos Reyes Magnos del Morro foi construído para proteger a cidade tanto dos piratas que a atacavam quanto de eventuais ataques de esquadras inimigas. Das suas paredes com 3m de largura, tem-se belas vistas de Havana. Confira também o farol e o museu marítimo que existem ali. O ingresso custa CUC 6 e ele abre das 8h00 às 20h30.
Construída quase que duzentos anos depois, está a Fortaleza de San Carlos de la Cabaña. Assim como vocês eu me perguntei porque construir uma fortificação quase que ao lado da outra. Acontece que em 1762 os ingleses tomaram o Castillo, e consequentemente o controle de Havana sem que a cidade tivesse como reagir, e dali um ataque seria perfeito. Parece meio doido, mas se você olhar a posição de ambos na entrada do canal, parece claro que se é para proteger da entrada de navios inimigos, estar mais perto do delta faz mais sentido…
Com 700m de extensão é a maior fortaleza colonial da América Latina. Seu contingente poderia chegar a até 6 mil soldados, e ela tinha mais de 250 canhões, algo realmente fora de série para a época. Por sorte ou por medo dos invasores, ela nunca chegou a ser utilizada para fins de guerra propriamente dita.
Uma curiosidade é a existência de destroços de um avião militar norte-americano nos jardins da fortaleza. Não sei a data, mas ele teria sido abatido pelos cubanos. Troféu?
Na época de Batista ela serviu como prisão e local de execução de adversários. Com a Revolução Cubana, adivinhem o que aconteceu com o edifício? Virou quartel dos revolucionários e pouco depois prisão e local de execução dos adversários. O ingresso custa CUC 6 (sobe para CUC 8 após as 18h00) e ela está aberta à visitação das 8h00 às 23h00.
Se você puder estar lá às 21h00, saiba que todos os dias acontece uma cerimônia com militares vestidos com uniformes do século XVIII que disparam um tiro de canhão em lembrança à tradição de dar um tiro para avisar que as portas da cidade serão fechadas. Mas se você não puder ir à noite, vá pelo menos no final da tarde, pois o pôr do Sol ali é bem bonito.
Querendo uma bela vista dele? Vá ao Malecón, mais precisamente na entrada da baía de Havana, de onde dá para ver ele inteiro. E para uma vista completa da baía, suba o farol (CUC 2) que ainda funciona como orientação aos navios que por ali passam.
Para chegar lá, se você não quiser ir de táxi, a melhor opção é pegar os (roots!) ônibus P-15, P-8 ou P-11 e descer logo na primeira parada após o túnel.
Ah, certeza que é perseguição… Já disse isso sabe-se lá quantas vezes, mas quase sempre que a gente viaja topa com uma Chinatown. Ou melhor, em Havana um Barrio Chino!
A Chinatown de Havana tem algo realmente fora do normal: praticamente não tem chinês! Pois é, os imigrantes chineses que chegaram nos idos de 1840 para trabalhar como colonos em substituição aos escravos libertos simplesmente sumiram com a nova ordem imposta por Fidel Castro nos anos 1950.
Dizem que lá pelos anos 20 era a principal colônia da América Latina. Para preservar o aspecto da área, o governo cubano investiu no rejuvenescimento de alguns edifícios, como por exemplo a pagoda que fica na Calle Fragones e nos arredores da Calle Cuchillo.
Se caminhando pelas ruas de Havana você se deparou com um enorme e belíssimo edifício que lhe fez pensar estar em terras yankees, não estranhe. Conhecido como El Capitolio, a antiga sede do governo cubano até a Revolução Cubana de 1959 é praticamente uma cópia do Capitólio de Washington.
Isto não é mera coincidência, pois ele foi construído em 1929, numa época em que o governo de Cuba era muito, mas muito alinhado aos EUA e quando financeiramente Cuba teve um ingresso de dinheiro enorme por conta da exportação de açúcar.
Talvez até para mostrar que estava rompendo com a ordem política vigente até Fulgêncio Batista, Fidel e seus aliados decidiram não utilizar este opulente edifício como sede do parlamento cubano, o qual passou então a ser utilizado como sede da Academia de Ciências e da Biblioteca Nacional. Lá dentro, não deixe de conferir a enorme Estatua de la República representada pela deusa grega Atena.
O edifício cuja cúpula mede 62m de altura demorou 3 anos para ser construído e custou nada menos que US$ 17 milhões, uma exorbitância para a época.
Lá dentro, vale visitar o Salón de los Pasos Perdidos (por causa da sua acústica única) e a enorme estátua da república.
Como disse, ele pode ser visto de praticamente qualquer lugar da cidade, mas se precisar o endereço oficial é na esquina da Dragones com Paseo de Martí. O ingresso custa CUC 3 e abre diariamente das 9h00 às 20h00.
Em Havana vocês verão muitos (e belos) carros antigos da década de 50, a maioria deles conversíveis. A grande maioria deles é utilizada como táxi para city tour. Ao preço equivalente a US$20/35, o motorista faz um tour de 2hs pelos pontos turísticos da cidade.
É uma boa forma de conhecer a cidade em grande estilo. Eles podem ser encontrados em vários pontos da cidade, mas a maior concentração deles é diante do El Capitólio.
Fazer um tour em um conversível além de um charme, é uma boa oportunidade para conhecer lugares mais distantes da cidade, especialmente aqueles pelos quais você pretende passar sem gastar muito tempo.
Outra alternativa são os coco táxis que também fazem este tour. Aliás, dizem que acaba saindo mais caro do que o carro, fora o charme que se vai… Estes coco táxis também funcionam à base de taxímetro, mas dizem que sai caro.
Em ambos os casos, combine muito bem o preço e chore bastante!
Outra opção para fazer este tipo de passeio é utilizar o ônibus double-deck que percorre vários pontos turísticos e é interessante para ver lugares fora da área fora de Havana Vieja.
Saindo de Havana Velha para outro impotente bairro de Havana e que certamente merece uma visita: Vedado. Como já dissemos no post anterior, junto com Havana Velha, ele disputa o posto queridinho dos turistas em termos de hospedagem na cidade.
Apesar da maioria das construções do bairro datarem da década de 50, o bairro tem um ar “mais moderno” – só lembrando que estamos falando de Cuba, ok?
Dali, siga para a Plaza de la Revolucion com o famoso mural do Che e o Memorial de José Martí.
Hoje é nesta praça que estão localizados os edifícios que compõem o governo cubano, sendo o mais famoso deles o Ministério do Interior que tem um mural de Che Guevara que é uma representação daquela famosa foto de Alberto Korda.
E por falar em revolução, sugiro uma visita ao Hotel Habana Libre, que antes da revolução era o Habana Hilton Hotel. Nem é preciso explicar muito o motivo da mudança de nome né??? A importância deste hotel na história cubana está no fato de que logo após a tomada do poder em 1959, Fidel e sua turma utilizaram uma luxuosa suíte no 24º andar como gabinete de governo.
Principalmente quem estiver com criança pode distrair os pequenos no Museo de Historia Natural Felipe Poey, que fica ao lado da Universidade de Havana – perto do Hotel Tryp Habana Libre. A quantidade de itens expostos é excelente e certamente será um bom passeio para os pequenos viajantes. A entrada custa CUC 1 e abre diariamente das 9h00 às 12h00 e das 13h00 às 16h00 de segunda à sexta.
Não deixe também de apreciar os belos edifícios que compõem a Universidad de la Habana. Fundada por monges dominicanos em 1728, é uma das mais antigas das américas com mais de 30 mil estudantes. Os prédios atuais datam de 1902, já que anteriormente a isso, ela ficava no bairro de Havana Velha.
Prometo que é o último museu de Havana que mencionarei neste post (avisei que existem muitos, né???). Considerado por muitos como o melhor museu da cidade, o Museo Napoleónico tem uma enorme mostra a respeito da vida do líder francês e da época, com destaque para rascunhos feitos por Voltaire e pinturas da famosa batalha de Waterloo.
Como vocês também questionei qual a relação entre Cuba e França para haver um museu tão prestigiado. Acontece que um latifundiário local e um político tinham uma boa coleção de itens da época. O museu fica na San Miguel 1159; a entrada custa CUC 3 e o museu abre de terça a sábado das 9h00 às 16h30.
Mesmo estando à beira mar, Havana não tem uma praia digna da beleza do mar que a rodeia. Mas em por isso os moradores da cidade deixam de curtir a vida à beira mar. Isto porque a via que vai de Havana Velha até Miramar, conhecida como Malecón faz as vezes de calçadão beira mar, possibilitando que os cubanos façam dos seus 8km de extensão uma área de lazer na orla.
Não deixe de caminhar pelo Malecón e apreciar de um lado o azul turquesa do mar do Caribe e de outro os edifícios que mais parecem ter saído de um filme antigo.
Com boas atrações, uma das mais famosas do bairro é o Hotel Nacional. Quem olha este imponente edifício tem a certeza de estar na Flórida, mais precisamente em Coral Gables. Não é para menos, afinal ele foi construído em 1930 como uma cópia do Breakers Hotel in Palm Beach e é cheio de história, sendo a mais famosa delas uma reunião que aconteceu em 1946 com os mais importantes nomes da máfia nos EUA sob o pretexto de ser um show do Frank Sinatra. Fica na esquina da Calles O com 21.
Ainda nos arredores de Malecón, aproveite para caminhar pela sua principal rua a Calle 23 e principalmente tomar um sorvete em uma das principais sorveterias da cidade a heladería Coppelia. A fila quilométrica denuncia a qualidade dos mais de 25 sabores disponíveis.
Lá existem duas filas, uma para os locais que é enorme e recebe apenas em CUP; e outra menor para os turistas que pagam em CUC. Na verdade não existe segregação, acontece que a fila de quem paga em CUC, portanto mais caro, é muito menor. Veja que o preço na fila menor é de CUC 3,20 no trailer “para turista” e o lá dentro “para cubano” é CUP 3, ou seja, uns CUC 0,12. Bonito esfolar o turista né???
Por mais que você vá conhecer Varadero ou outro balneário cubano, vale espiar as praias de Havana.
Peraí aí? Tem praia em Havana? Eu não diria em Havana propriamente dita, mas nos arredores, numa região conhecida como Playas del Este, são só 27km de Havana.
Ali vocês encontram uma série de praias: Playa Mar Azul, Bacuranao, Tarará, Mégano, Santa María del Mar, Boca Ciega e Guanabo. Qual escolher? Todas são naquele esquema Caribe, água absurdamente azul e areia branca de doer os olhos.
A diferença entre elas está na infraestrutura. Não que haja lá grade coisa neste quesito, mas umas são mais rústicas e outras mais apropriadas para quem quer passa o dia. Neste ponto, a melhor delas é Santa María del Mar, que é consequentemente a mais frequentada por turistas.
Para chegar às Playas del Este, existem dois esquemas: utilizar o ônibus turístico T3 que faz o trajeto das praias e dos fortes (excelente combinação) ou de táxi. Nós fomos de táxi e voltamos de ônibus para experimentar os dois esquemas e ambos funcionaram super bem.
Os ônibus custam CUC 5 e te dá o direito de fazer o trajeto ida e volta durante todo o dia, sendo ruim porque passa um a cada 1 hora. Já os táxis cobram em média os mesmos CUC 5, mas para cada pernada ou parada, com a vantagem de não ter que esperar.
Se você optar pelo ônibus, ele parte diante do Hotel Inglaterra, perto do Capitólio.
Então, separe um dia para curtir as praias nos arredores de Havana.
Por mais que Cuba esteja aos poucos se transformando, e cujos resultados demoraremos anos para saber, ao menos hoje ninguém seria maluco de dizer tratar-se de um destino de viagem que combina com compras.
Mas isto não significa que você precisa voltar de lá de mãos vazias, já que ao menos um souvenir da ilha de Fidel, principalmente se você gostar do trio rum, charuto e café; ou até alguns livros antigos comprados nas várias feiras existentes nas praças de Havana.
Cultivado desde os tempos da colonização espanhola, um dos principais cultivos da ilha é o tabaco. Consequentemente, um dos mais tradicionais souvenires são os charutos.
Ir para Havana e não visitar ao menos uma fábrica de charutos é como ir para Mendonça e não conhecer nenhuma vinícola. Existem muitas e boas pela cidade, mas uma das mais é a Real Fábrica de Tabacos Partagás que fica no meio da Chinatown. Vale conferir para ver o trabalho manual de fabricação. O tour curta CUC 10 e acontece a cada 15 minutos a partir das 9h00.
Só tome cuidado com os charutos falsos como comentei no post anterior. Para aprender a identificar um habano original, sugiro uma visita a este site.
Os melhores lugares para comprar charutos originais são nas lojas oficiais que existem nos saguões dos grandes hotéis como Meliá Cohiba (Avenida Paseo, entre 1ª e 3ª); Hotel Nacional (Calle 21 com O), Tryp Habana Libre (Calle L, entre Avenida 23 e Calle 25) ou Hotel Conde de Villanueva (Calle Mercaderes 202). Há também a loja oficial charutos Partagás na Calle Industria 520.
Para souvenires, algumas sugestões:
E shoppings? Sinceramente… Nada contra não, até porque gosto sim e já publiquei muita coisa a respeito. Mas se você veio à Cuba para passear em shoppings, veio ao destino errado.
Mas se mesmo assim quiser visitar um shopping, Havana tem duas opções: Plaza Carlos III (Av Salvador Allende, entre Arbol Seco e Retiro de segunda a sábado das 10h00 às 1800) e Galerías de Paseo (esquina da Calle 1 com Paseo; de segunda a sábado das 9h00 às 18h00 e domingo até as 13h00).
No próximo post da série, vamos à Varadero!
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