Londres

Como usar o sistema de transporte de Londres

Definitivamente, a melhor pedida!

Seja pelas peculiaridades do trânsito em Londres que incluem desde mão oposta de direção até pedágio urbano (os governantes brasileiros que não nos ouçam!), seja pela quantidade de atrações, eu não consigo imaginar uma viagem para Londres sem que se faça uso do eficiente sistema de transporte público.

Tube, o metrô londrino

O meio de transporte público mais eficiente e adequado ao turista durante uma viagem por Londres é o metrô, lá conhecido como Underground/Tube.

É verdade que embora razoavelmente limpo, muito abrangente, e é claro pontual, o sistema de transporte, e especialmente o metrô de Londres pode parecer um tanto quanto intimidador à maioria dos turistas.

Digo isto porque muitos consideram complexa demais a sua malha. É verdade, pode demorar um pouco para você se acostumar com a quantidade de linhas, mas assim que você compreende como ela se interliga, verá que o metrô é a melhor forma de transporte.

Interessante que até mesmo pela sua idade e funcionalidade, a complexa disposição das linhas serviu de inspiração para outras cidades como Berlim, Paris ou Tóquio.

Créditos: Transport of London.

Neste link vocês encontram o mapa oficial e atualizado do Tube.

Assim, a nossa primeira dica para usar o sistema de transporte público de Londres é: use e abuse do metrô!

Rivalizando com o Metrô de NY, o de Londres é conhecido por ser o mais antigo (10 de Janeiro de 1863) e um dos mais extensos do mundo, com “apenas” 270 estações e aproximadamente 400km de trilhos, o suficiente para cobrir não só a capital, como também boa parte da área metropolitana – e mesmo assim existem planos de expansão.

Mas um dos dados que mais me chocou foi o fato de que desde, pasmem, 1977, o Tube é a melhor forma de transporte entre Londres e o movimentado aeroporto de Heathrow. Vou deixar os comentários a respeito da situação nas capitais brasileiras para vocês ok???

Aliás, é nesta oportunidade que muitos turistas já têm o primeiro contato com Tube. Digo alguns porque como se não bastasse a possibilidade de ir e voltar do aeroporto de Heathrow pelo Tube, existem ainda outras duas opções para fazer esta viagem.

A forma mais prática, rápida e consequentemente mais cara é pelo Heathrow Express. As viagens demoram apenas 15 minutos (um pouco mais se para os Terminais 4 e 5).

Quiosque do Heathrow Express no Terminal 5.

As partidas acontecem a cada 15 minutos entre 5h10 e 23h42, e o ponto de chegada na cidade é a estação Paddington. Já no aeroporto, ele pára nas estações Heathrow Central que atende aos Terminais 1 e 3, e na Heathrow Terminal 5 – os passageiros que fazem uso do
Terminal 4 devem utilizar o transfer interno gratuito.

O preço atualizado você encontra neste link.

Paralelamente, existe o Heathrow Connect, que funciona mais ou menos como o Express, porém por ter paradas é um pouco mais barato.

Dependendo de qual for a estação do Tube mais próxima do seu hotel, o Heathrow Express pode não ser a melhor indicação. No nosso caso, estávamos a uma quadra da estação Russel Square, e a viagem pelo Express levaria aproximadamente 40 minutos com a necessidade de uma conexão na estação Paddington para pegar a linha Piccadilly e então descermos estação Russel Square.

Os bilhetes podem ser comprados tanto no saguão do aeroporto.
Quanto na estação que fica embaixo deste.
O acesso é super tranquilo, com escadas rolantes e elevadores.
Na plataforma, painéis indicam o horário do trem. Pontualidade britânica, é claro!

Por outro lado, a viagem pelo Tube levou pouco mais que 50 minutos ao custo de apenas £5/£5,0 dependendo da forma de pagamento (contra £20 do Heathrow Express). Vejam que como a estação do aeroporto é a primeira da linha Piccadilly, você faz toda a viagem confortavelmente sentado.

O Tube pode ser acessado nas estações Heathrow Terminals 1-2-3 ou 4-5 Underground Station sempre Cockfosters, pela Piccadilly Line, a única que passa lá. Os trens passam a cada 10 minutos e o tempo de viagem dependerá do seu destino final e eventuais baldeações. Os trens funcionam entre 5h20 e 23h30.

Detalhe da estação que serve os terminais 1, 2, e 3.
Só vendo Londres da janela do Tube.

Assim, sugiro que vocês avaliem as opções, utilizando tanto o time-table do Heathrow Express
quanto o Journel Planner do Tube para escolher o melhor custo benefício.

Bem, uma vez na cidade, hora de usar e abusar o metrô.

Oyster Card

O sistema de tarifas é bastante diferente do nosso, pois o preço da passagem varia conforme a distância percorrida. A cidade e a área metropolitana são divididas em zonas, e em linhas gerais, quanto mais zonas você cruzar, maior será o preço da passagem.

As principais atrações estão na Zone 1.

Eles usam tanto bilhetes de papel quanto um cartão pré-pago chamado Oyster Card, que na minha opinião é uma excelente opção, pois existe um desconto considerável em relação à passagem normal, ou seja, com bilhete de papel.

Oyster Card, um para cada um ok?

Para estadias mais longas, o Travelcard é uma boa também.

Para comparar as tarifas, sugiro uma visita ao site oficial do Tube, que traz um quadro completo e atualizado.

Como o Oyster Card funciona no sistema chamado “Pay as you go”, vale citar aqui algumas regras: ele pode ser usado tanto no Tube quanto em ônibus tram, DLR, entre outros.

Cada pessoa deve ter seu próprio cartão. Então não adianta querer compartilhar um cartão com a família toda, ok?

O cartão é adquirido pelo usuário mediante o depósito de uma quantia, salvo engano de £5 que será restituída em dinheiro juntamente com o saldo remanescente na hipótese de devolução do cartão. Eu devolvi o meu e recebi de volta em dinheiro não só o valor do depósito como também o saldo existente. Assim, você pode carregar com o valor que quiser.

Ao acessar a tabela de tarifas, vocês notarão que, para aqueles que usam o Oyster Card / “Pay as You Go”, existe um preço para as viagens realizadas no horário de pico (segunda à sexta das 6h30 às 9h30 e das 16h às 19h) e outro para viagens feitas fora deste.

Vagões limpos e confortáveis.

Notem que o valor da passagem usando o cartão é sempre menor que aquele que você pagaria usando o bilhete tradicional de papel – nunca maior. O que pode acontecer é dele ser menor ainda se você fizer seus trajetos fora deste horário de pico. Rodízio de gente no metrô???

Para ônibus e tram não se aplica esta questão do horário de pico.

Assim, o Oyster Card sempre é a melhor opção em termos de preço. Fora que você não pega fila nem se preocupa em fazer as contas de quanto vai custar os trajetos entre zonas diferentes.

Um pequeno alerta quanto ao Tube é que a exemplo de outros países desenvolvidos, é preciso guardar o seu bilhete, ainda que de papel, para sair da estação.

Normalmente, o Tube funciona das 4h30 às 1h30.

Ônibus e táxi em Londres

Ainda que você tenha adorado o metrô de Londres, não deixe de dar uma volta nos dois outros dois típicos meios de transporte de Londres: os típicos táxis e os ônibus vermelhos de dois andares. Pudemos experimentar o ônibus um dia para ir até a Abbey Road porque o metrô da linha que usaríamos estava parada para obras. Foi super tranquilo.

Um double deck.
Letreiro do ponto de ônibus dá indicação do próximo ônibus e tempo estimado.
E “nóis no busão”!
Embora exista a opção de alugar uma bike, eu não recomendo por conta da mão de direção…
Táxi é caro e muitas vezes o trânsito não ajuda, mas quem quiser fazer algo típico…

Curiosidades sobre o transporte público de Londres

Algumas curiosidades a respeito do Tube. O apelido decorre de seus túneis em formato de U têm somente 3,65m de altura, muito menos que a maioria dos metrôs por ai.

O túnel é bem menor que a maioria pelo mundo.
E as estações, ainda que pareçam apertadas dão conta do recado.

Em algumas estações vocês notarão que não existem escadas rolantes, mas apenas enormes elevadores e escadas comuns, como no caso da Russel Square. Isto porque não é incomum encontrar estações que estão a até 20m do nível da rua. Na Estação de Angel vocês encontrarão o que segundo alguns é a mais longa escada rolante da Europa, com 163m de comprimento.

Também, com tanta estação só cavando fundo!

Russell Square.
Os elevadores são tão grandes que parecem de carga.
Reparem na quantidade de degraus… Vai encarar?
“Escadinha”.
Lá embaixo, as estações mais parecem caminhos de rato de tão confusas.

Eles foram os pioneiros no uso de trens elétricos. Acreditem, nos primórdios os trens eram movidos a carvão e foi necessária a construção de vários túneis para a ventilação forçada, impedindo que o sistema virasse uma verdadeira câmara de gás mortal. Estes túneis existem até hoje e a maioria deles está localizada no meio de alguns quarteirões, justamente atrás das casas.

Outro fato difícil de acreditar mas que eu testei e funciona mesmo, é a possibilidade de utilizar um sistema wi-fi, até pouco tempo gratuito, nas principais estações do Tube.

Desculpem, mas esta era a página do UOL diretamente do Tube londrino…Kkkk

Uma das histórias mais conhecidas envolvendo o Tube é o fato de que durante a Segunda Guerra Mundial, quase todos os cidadãos londrinos se refugiaram nos seus túneis durante os bombardeamentos alemães, fazendo do Tube o maior bunker da história. Estações como Down Street e Brompton Road viraram gabinetes de governo e de guerra durante este período.

Além do próprio mapa ser um clássico estampado em camisetas e outros souvenires, a expressão “Mind the Gap”, que serve para avisar os passageiros para terem cuidado com o vão entre os vagões e as plataformas, virou meio que uma expressão cult.

Meio caminho para Hogwarts?

Quem passar pela estação King’s Cross, mais precisamente entre as Plataformas 9 e 10, notará uma placa e uma parede de tijolos diferentes do padrão geral, na qual está escrito “Plataforma 9 ¾”. Não entendeu nada? Bom talvez o nome Harry Potter lhe refresque a memória. Segundo a história, de J. K. Rowling, a plataforma 9 ¾ desta estação seria o ponto de embarque para o Expresso de Hogwarts. Aproveitando o sucesso as aventuras do pequeno bruxo, a administração da estação resolveu colocar a placa comemorativa e um carrinho de bagagens enfiado na parede – existem até mapas da estação indicando como chegar lá.

Ah, vale ainda ver o saguão recém reformado da estação, que misturou a estrutura antiga – datada de 160 anos atrás – com um telhado ultramoderno.

Bom pessoal, era isso. No próximo post da série vamos começar a falar um pouco a respeito das atrações de Londres. Até lá!

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Diogo Avila

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