Lagos Plitvice, um lugar de outro mundo na Croácia

Sabe aquele lugar que você vê a foto e depois procura saber onde é para colocar na sua lista de desejos? (A nossa é enorme!!!). Vamos poupar o trabalho de procurar no Google – se é que você não veio do buscador 🙂 O nome é estranho: Plitvice Lakes National Park.

Sim, o nome não é fácil, mas a beleza do lugar é fora de série. Tanto que dizem que o parque teria sido a inspiração para o filme Avatar.

Considerado um patrimônio da humanidade pela UNESCO, Plitvice é uma das grandes atrações da Croácia. Tanto que recebe mais de 1 milhão de visitantes ao ano!!! Apenas para comprar, o Brasil recebe 6 milhões de turistas estrangeiros ao ano…

Quem visita o país e não dá ao menos uma passada pelos lagos Plitvice perde muito! Particularmente não conheço nenhum lugar que se pareça minimamente com o mais famoso parque natural da Croácia.

O grande diferencial do parque Plitvice é a sua sequência de lagos dispostos em níveis diferentes e interligados por cachoeiras. Tudo isso rodeado por uma belíssima floresta e verdadeiros paredões de calcário.

Ao todo são 16 lagos, sendo 12 superiores e 4 inferiores. E a cor deles varia do verde esmeralda ao azul, dependendo de como a luz incide.

O mais incrível é o como eles foram formados. As bordas dos lagos são formadas através do depósito de sedimentos na beirada. É como se a borda do lago fosse formada aos poucos, grão por grão de calcário, literalmente algo como uma erosão ao contrário. A tendência é que ao longo de muitos e muitos anos, se bem preservados, os lagos irão ficar cada vez mais fundos.

A vegetação dos arredores é simplesmente fantástica. De tão densa, ali vivem vários animais nativos como cervos, ursos e lobos. Mas não precisa ter medo não. Estes animais são raramente avistados.

Para conhecer estes lagos você precisa escolher uma das trilhas do parque (ou mais se possível). Separadas por letras e com indicação do tempo / distância, elas são relativamente fáceis de serem percorridas. Só não perca o mapa que é dado na entrada do parque porque ele será útil para que no meio do caminho você possa consultar se está na direção certa. Não acho que neste nível de detalhe e no meio da floresta o Google Maps ou outro do gênero vá ser útil.

Escolha bem a sua trilha e atente ao tempo necessário para percorrê-la, já que o tempo varia entre 2 e até 8 horas!!! O ruim é conseguir escolher uma só!!!

Não deixe também de aproveitar os passeios de barco e “trenzinho” que o parque oferece para visitar as áreas mais remotas – ambos elétricos para serem ecologicamente corretos. Ah, e eles são gratuitos.

Na prática, o melhor esquema é começar a trilha pelo ponto final de um destes meios de transporte. A trilha K, que fizemos, começa com o “trenzinho”, tem um grande trecho de caminhada por passarelas e trilhas bem tranquilas, e termina com um passeio de barco pelo maior dos lagos.

Se possível, inicie o passeio subindo para a porção mais alta de ônibus (elétrico) e desça caminhando.

A vista mais clássica é a partir do mirante Vidikovac – não é tão fácil a subida, mas vale cada gota de suor no verão croata. São 5 minutos de subida.

Dependendo de como estiver o seu espirito explorador, já que a entrada é bem rústica, vale também conferir a caverna Supljara.

Aproveite ainda para ver as várias cachoeiras que ficam ao longo das trilhas.

Por ser é uma das atrações mais tradicionais da Croácia, o parque fica lotado durante a alta temporada (verão). Então se você puder, procure chegar bem cedo para ter um passeio mais tranquilo, principalmente evitando a turma que vem de cidades maiores como Zagreb ou Split para o bate-e-volta em tours guiados.

Existe uma boa infraestrutura dentro do parque, que inclui restaurantes/bares e banheiros. Todavia, como os restaurantes cobram um valor bem salgado, se você estiver com um orçamento mais enxuto, faça como a gente, leve um lanche e faça um piquenique. E não se esqueça de levar muita água, especialmente no verão porque não existem bebedouros lá dentro.

Os banheiros são limpos, mas como não dá para ter banheiro em tudo quanto é canto do parque, aproveite cada oportunidade. Entendeu???

Se você como eu ficou morrendo de vontade de dar um mergulho nestas águas de coloração fantástica, esquece! Não é permitido nadar nos lagos. Uma pena? Talvez não. Penso que eles não seriam tão bem conservados se o banho fosse liberado.

Além desta, o parque tem algumas outras regras de conduta como não andar fora das trilhas; não jogar lixo (acho que nem precisava falar, né?) e não coletar nada. Ah, e já ia me esquecendo, se você como eu tem e curte um drone, e olhando as imagens já pensou como seria legal voar lá para fazer fotos e filmes, saiba que é proibido voar no parque. 🙁

Visitando o parque com crianças. O parque é um super programa para quem viaja com crianças. Porém penso que para quem está com bebê talvez não seja assim super fácil.

Digo isso porque embora as trilhas sejam tranquilas, mesmo para os pequenos ou idosos, levar carrinho de bebê pode ser um problema. Levamos o nosso pensando nas horas em que o Cumbiquinho estivesse mais cansado e não deu tão certo assim. A quantidade de raízes das árvores e terreno mais acidentado em alguns trechos foram meio chatos de transpor.

A solução? Traçar um trajeto mais curto pensando na eventualidade de ter que carregar o “pacotinho” ou usar uma daquelas mochilas para carregar crianças menores.

Como visitar e quanto tempo?

A forma mais conveniente de conhecer o parque é dormindo na região, assim você evita de ter que se deslocar até lá e depois voltar. Só para você ter uma ideia as cidades de Zagreb (135km/2hs) e Zadar (147km/2h15) ou Split (233km/3hs) são as cidades mais turísticas próximas do parque.

Assim, acho um bate-e-volta até o parque bem complicado. Você vai ter que acordar muito cedo, chegará junto com os ônibus de turistas, e caminhará o dia todo no parque e depois pegará a estrada. Acho uma ideia arriscada.

A melhor alternativa seria aproveitar o caminho entre Zagreb e alguma das cidades no litoral, especialmente Zadar, para conhecer o parque dormindo uma noite lá. Foi o que fizemos e deu super certo, já que chegamos em um dia, dormimos, aproveitamos o parque partindo apenas no dia seguinte logo cedo seguindo viagem para as cidades de Zadar e Split na costa da Croácia.

Nos arredores do parque, a cidade, ou melhor, vilarejo mais próximo é de Korenica. Ali vocês encontram uma infraestrutura básica como restaurantes, mercados e etc.

Penso que um dia bem aproveitado no parque basta, mais que isso, só se você tiver muito tempo no seu itinerário de viagem ou algum interesse específico na região.

Onde ficar em Plitvice?

Como tínhamos pouco tempo para visitar o parque, optamos por uma hospedagem que não fosse tão longe e que tivesse um preço acessível – os hotéis que fazem parte do complexo do parque e são mais próximos têm um preço bem mais salgado.

Depois de vasculhar pelo Booking, ficamos com na House Marijanovic, uma pousada simples mas muito confortável cujo review vocês conferem aqui em breve.

Horário e custo

Endereço: mais fácil utilizar as coordenadas do GPS: 8°0’48” S 34°50’42” W.

Preço: o site oficial traz o valor do ingresso que varia ao longo do ano, portanto sugiro que você consulte lá o valor para a época da sua viagem. O estacionamento na época da nossa visita custava 70Kn para o dia todo ou 7Kn/hora.

Horário: O parque abre todos os dias, sem exceção, das 8h00 às 16h00.

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