Já disse em outras oportunidades que alguns destinos de viagem entram no nosso roteiro meio que por acaso. A gente programa uma viagem para um lugar e dá aquela espiada no mapa como quem pergunta: o que mais tem de legal no pedaço? Foi assim que o habib Líbano entrou no nosso roteiro de viagem e foi uma enorme surpresa.
Confesso que eu sabia absolutamente nada sobre o Líbano além daquelas lindas fotos que os muitos restaurantes libaneses aqui de São Paulo penduram. Sempre olhei a vista da costa de Beirute com as Pigeon Rocks e achei lindo.
Por mais que o Brasil seja um destino super conhecido pelos mais de 10 milhões de libaneses e seus descendentes que aqui vivem, gerando o fato de que existem mais libaneses em território brasileiro do que lá (4 milhões), o Líbano como destino de viagem é pouco visitado por nós brazucas.
E olha que a quantidade de turistas que visita o Líbano não é tão pequena assim. São 2 milhões de estrangeiros ao ano. Para você comparar o Brasil recebe 6 milhões/ano.
Nossas impressões sobre o Líbano
Chegando ao Líbano, a primeira coisa que você nota é que olhando assim superficialmente nem parece que você está no Oriente Médio em um país muçulmano, especialmente se estiver vindo de um outro país da região.
Você olha nas ruas e vê um comércio cheio de lojas que poderiam estar em qualquer cidade dos EUA ou da Europa. Baladas e bares onde se curte a noite e se bebe consideravelmente – segundo os mais entendidos, as baladas de Beirute em nada perdem para as da Espanha, por exemplo. E mulheres tanto usando burca quanto shorts curtos andando lado a lado nas ruas.
Isto decorre de várias questões.
A primeira delas é a questão da religião. O Líbano tem uma população de apenas 4 milhões de habitantes dos quais 40% são cristãos e 54% muçulmanos, um equilíbrio bastante interessante especialmente nesta região e se considerarmos que, hoje, eles convivem relativamente bem.
O hoje, como você verá abaixo é algo bastante recente, mas o que importa é que atualmente isso parece ser uma questão relativamente bem resolvida.
Sobre religião, uma coisa interessante é que na identidade dos libaneses consta a religião das pessoas.
Outro fator que contribui demais para esta sensação é que o Líbano teve uma grande influência do ocidente durante a sua história.
Andando por Beirute muito provavelmente você irá se deparar com nomes de ruas ou até mesmo de estabelecimentos em francês. Até mesmo parte considerável da população, especialmente os mais idosos, falam francês.
O motivo disso é que durante o final do século XIX e começo do XX, os franceses dominaram o Líbano. Com esta influência e um bom desenvolvimento comercial até os anos 60/70, Beirute ostentou o título de Paris do Leste.
Daí que vem a impressão de que o Líbano é meio oriente meio ocidente.
Um pouco da história recente do Líbano
Mas nem sempre foi assim. Infelizmente o que mais chama a atenção na recente história do Líbano, até mesmo porque foi o que trouxe muitos libaneses ao Brasil, foi a Guerra Civil que começou em 1975 e só terminou em 1990, vitimando mais de 120mil pessoas.
Mas qual foi o motivo desta guerra? Quem eram os envolvidos?
A guerra começou quando um ônibus com palestinos foi atacado quando passava por Beirute. Ai já viu, um lado passou a revidar o outro em escala cada vez maior até que a coisa saiu completamente de controle e tornou-se uma verdadeira guerra.
Ou seja, a coisa tomou proporções de Guerra Civil a partir do momento em que tornou-se um revida daqui e dali sem fim.
A coisa chegou a tal ponto que em 1983, um grupo jihadista fez um ataque suicida à embaixada dos EUA, que junto com os franceses revidaram com bombardeios.
A partir dai começaram sequestros e tortura de estrangeiros pelo grupo radical-islâmico Hezbollah (que hoje é também um partido político com rede de TV e rádio próprios). Este grupo chegou até mesmo a sequestrar e matar um chefe da CIA. Dá para imaginar o caos?
Acho que é daqui que vem muito daquelas cenas, que fazem parte do nosso consciente, de lutas entre EUA e grupos terroristas “árabes” que víamos em filmes como Comando Delta e outras coisas do tipo na década de 80/90.
A confusão só teve fim mesmo em 13 de outubro de 1990. Mas eventualmente acontece alguma disputa e troca de morteiros entre os israelenses e o Hezbollah ao sul.
A Guerra Civil do Líbano foi tão brutal, que Beirute infelizmente virou sinônimo de guerra e caos. Ainda hoje, dizer que vai viajar para lá causa espanto em alguns.
Pelas ruas ainda se vê, muitas das cicatrizes daqueles tempos difíceis. Prédios ainda ostentam fachadas cravejadas de balas e estátuas foram erguidas como que uma lembrança do passado, e mais do que isso, um alerta para que erros daqueles tempos não se repitam.
Mesmo nos anos 2000, incidentes aconteceram. Mais precisamente em 2005, o próprio primeiro ministro Rafiq Hariri foi morto, embora já não ocupasse mais o cargo, em um atentado à bomba que também vitimou outras 21 pessoas.
Dizem que foi obra dos sírios. Isto gerou a chamada Revolução do Cedro que movimentou 800mil pessoas em passeatas (só lembrando que o Líbano tem só 4 milhões de habitantes, ok?).
Com isso, os libaneses conseguiram remover dali tropas sírias que estavam lá – e infiltradas no poder – há 30 anos. Foi praticamente uma nova independência do Líbano.
Curioso é que Líbano nos últimos anos recebeu por conta da Guerra Civil da Síria 1.4 milhões de refugiados, que se somaram aos que já haviam vindo da Palestina anos antes (uns 400 mil).
Considerando que a população é de 4 milhões de habitantes, isso é super significativo e tem trazido alguns problemas em termos de emprego e infraestrutura.
Quem acompanhou o noticiário dos últimos tempos deve ter ouvido falar que o Líbano estava em crise (fora aquela tragédia da mega explosão no porto de Beirute).
Os libaneses
Ah, os libaneses. Vou logo abrir o coração.
O Líbano é bonito? Sim. É interessante como destino de viagem. Sim. Mas a graça mesmo está nos (habib = querido) povo libanês.
Olha, os “brimos” são a grande joia do país.
Acho que em lugar nenhum no mundo fomos recebidos tão bem em todos os lugares. Eles são educados como europeus e gentis como os brasileiros.
Amei, simples assim.
É bem verdade que existem dois estágios de simpatia no libanês, o estágio normal que já é simpático / educado e algo que poderia ser traduzido em palavras como “putz você é brasileiro vou te levar para almoçar na minha casa”.
Sério, quando você diz que é brasileiro a coisa toma outra proporção.
Num dia, pegamos um Uber e o senhorzinho libanês queria porque queria que a gente fosse almoçar com a família dele porque tem uns “brimos” no Brasil.
Como já adiantei antes, eles são mais abertos e tolerantes em relação aos estrangeiros. Até mesmo a postura deles quanto às mulheres é mais liberal do que a maioria dos países da região.
Mas ainda tem uns detalhes… mulheres só votam se tem nível superior; poligamia ainda existe; e violência doméstica relativamente comum. Mas perto de outros países da região eles estão super à frente.
De outro lado tem uns lances contraditórios. Os jovens bebem pesado e drogas têm o mesmo impacto negativo que nas sociedades ocidentais – digo isso porque normalmente pelo que vejo em países muçulmanos, normalmente isso é praticamente (ou aparentemente) inexistente.
A qualidade de vida em termos de IDH é bem parecida com a nossa, já que eles estão apenas uma posição atrás neste ranking. Mas a renda per capita de uns US$ 17mil é bem melhor que a nossa (praticamente o dobro).
Há sim muita desigualdade social e zonas mais pobres, mas quem anda pela região central de Beirute, irá se sentir nos Jardins de São Paulo ou na Barra do Rio de Janeiro diante da quantidade de carrões, restaurantes chiques e lojas de grifes.
A economia, com um PIB de US$77 bilhões sustenta-se à base de atividades primárias como mineração e agricultura, já que o setor industrial lá é bem fraco. O interessante neste aspecto é que nada menos do que US$ 8 bilhões ao ano entram na economia local vindos dos imigrantes libaneses que vivem no exterior.
No Líbano o governo é parlamentarismo e mesmo diante da Primavera Árabe que aconteceu nos últimos anos, a estabilidade político-econômica foi razoável. A coisa deu uma balançada mesmo em 2019 e 2020 com uma crise econômica mais forte e os efeitos da pandemia de Covid-19 + a tal mega-explosão.
Dicas para a sua viagem ao Líbano
Para ajuda-los a programar a sua viagem para o Líbano, vamos às questões práticas.
Precisa de visto?
Iniciemos pelo básico: por mais que as informações oficiais digam que você vai precisar de um visto de turismo para viajar ao Líbano, você não precisa se preocupar. Isto porque o visto é automático para brasileiros.
Conforme informações do Consulado no Líbano em São Paulo e do Governo do Líbano, os brasileiros têm um regime super especial: portadores do passaporte brasileiro com validade mínima de 6 meses têm direito a um visto gratuito de turismo para uma entrada e estadia máxima de até 30 dias corridos (o site do governo fala em 90 dias) que deverá ser obtido diretamente nos Aeroportos Libaneses.
Como é esta obtenção? É só chegar e apresentar o passaporte direto na imigração! Ou seja, na prática, para brasileiros o procedimento é equivalente à isenção de visto.
A imigração no Líbano é super tranquila, não só não nos perguntaram nada, como também não queriam deixar a gente ir na fila de estrangeiros. Cismaram que a gente era libanês!!! O rapaz só acreditou que não éramos quando viu o passaporte brasileiro e, abrindo um sorriso, nos mandou para a fila de estrangeiros.
Mas devo lhes avisar de algo muitíssimo importante: eu já disse aqui e talvez você já tenha lido a respeito do problema que o carimbo da imigração de Israel traz na entrada de alguns países. O Líbano é um que leva super, mega a sério isso. O próprio consulado menciona este empecilho.
Portanto se você tiver um carimbo de ida à Israel no seu passaporte, nem cogite ir para lá.
Na imigração eles não exigem a comprovação de que você tenha contratado um seguro viagem. Porém mesmo assim você deve contratar um, já que qualquer tratamento no exterior, por mais simples que seja, pode custar mais que a viagem.
Nós aqui em casa utilizamos a Real Seguro Viagem, parceira do blog. Vocês podem contratá-la diretamente no banner ao lado.
Verificando o site do consulado do Líbano, não encontrei nenhuma menção à necessidade de vacinação contra a febre amarela, mas como vários outros países da região exigem e esta é Não deixe de considerar este item na sua lista de providências pré-viagem.
Precisando, a Embaixada Brasileira fica na capital Beirute (Rue de l`Armée – Sérail Hill B.P. 11-562, Beyrouth), E-mail: brasemb.beirute@itamaraty.gov.br Sítio: beirute.itamaraty.gov.br Tel: +961 01 982161 Fax: +961 01 982159.
Quando ir e clima
A alta temporada no Líbano vai de junho a agosto e depois entre o Natal e o Ano Novo. Então se quiser viajar mais barato, evite estas épocas. O restante do ano é considerado baixa temporada.
No quente verão libanês vale até apostar em uma ida à praia (Byblos).
Como o país é praticamente dividido entre cristãos e muçulmanos, ir para lá durante o Ramadã não chega a ser um grande problema.
Só lembrando para quem não sabe, este é o período sagrado onde os muçulmanos fazem um jejum entre o nascer e o pôr do Sol, logo em países de maioria muçulmana normalmente é meio difícil de encontrar um lugar para comer nestes dias.
Ele acontece no nono mês do calendário islâmico, então varia de um ano para o outro, mas normalmente é entre maio e abril (considerando 2019 à 2021).
Mas e o clima?
O clima lá é bem variado, já que de um lado existe toda uma costa banhada pelo Mar Mediterrâneo que traz um gostoso calor no verão; e de outro montanhas que durante o inverno ficam cobertas de neve, possibilitando até mesmo a prática de esportes como ski e snowboard.
Confira aí a média para a cidade de Beirute:
Mas e as chuvas?
Deu para perceber que no verão, entre junho e agosto, simplesmente não chove na capital.
Quanto tempo?
Considerando que o território do Líbano é super pequeno, dá para ver muita coisa em pouco tempo. Optando por conhecer apenas a capital Beirute e fazer um bate-e-volta até Jeita ou Biblos, você vai precisar de uns 3 dias, dependendo é claro do seu ritmo de viagem.
Claro que se você tiver mais tempo poderá conhecer mais a fundo o país, mas fique tranquilo que planejando bem, em 3 dias dá para conhecer bastante coisa.
Como chegar?
Infelizmente não existem voos diretos do Brasil para o Líbano. Logo, você precisa ou fazer conexão em algum outro país na região, como Emirados Árabes e Turquia, por exemplo, ou em alguma cidade europeia.
A porta de entrada neste caso será o Rafic Hariri International Airport, que além da empresa aérea nacional do Líbano, a Middle East Airlines (ou simplesmente MEA) cujo review você confere aqui em breve, atende várias outras empresas internacionais.
Compensa juntar Líbano com outros destinos na região?
Sim, especialmente considerando o que foi dito acima.
Considerando que apenas Israel não tem voos diretos para lá, todos os demais países da região podem ser acessados com não mais do que umas 2 horas de voo. Assim, dá para considerar juntar com a Jordânia; Emirados Árabes; Turquia e outros tantos.
Como se locomover no Líbano?
Aqui vai uma boa e uma má notícia: a boa é que o Líbano é bem pequeno e com algumas poucas horas de estrada você corta o país inteiro.
A má é que praticamente não existem outras opções que não carro e dirigir lá é bem complicado.
Quem está acostumado a chegar em um aeroporto e pegar um metrô ou trem para ir para o hotel, ou até mesmo locomover-se pela cidade, irá estranhar o Líbano.
Não só a capital, mas no Líbano como um todo, não existe malha ferroviária ou metrô. E sendo um país pequeno, voos domésticos também não existem.
A única opção, tanto para deslocamentos entre cidades quanto dentro delas é utilizando táxis ou Uber e ônibus. O lado bom é que como o país é pequeno, os deslocamentos são curtos e os preços bem razoáveis.
Alugar um carro? Pelo que estudei não parece ser fácil dirigir lá. O pessoal é meio maluco no trânsito e as regras parecem mais uma referência do que algo que é obrigatório para todos.
Para mais dicas assim veja as nossas dicas de Como Locomover-se nas Viagens.
Onde ficar?
Com relação à hospedagem, o Líbano foi uma enorme e positiva surpresa. A quantidade de hotéis excelentes e com bons preços é muito grande, especialmente se você for considerar que este não é um destino turístico dos mais conhecidos. Faça uma busca no Booking.com e comprove por si mesmo.
O valor das diárias infelizmente não é muito mais baixo do que seria por exemplo nos EUA ou na Europa, mas por outro lado você paga uns US$100/200 por um hotel simplesmente maravilhoso.
É seguro viajar para o Líbano?
Com uma Guerra Civil que terminou quase duas décadas atrás, até daria para dizer que tudo agora faz parte do passado.
Em termos de guerra, sim.
Porém você precisa ter em mente dois fatores: os vizinhos do Líbano e a sua relação com eles.
Se ao leste não existem animosidades com os sírios que como eu disse foram acolhidos pelos libaneses, o problema é que na Síria ainda rola uma destrutiva guerra civil. E ao sul, você tem Israel, que vira e mexe tem algum atrito com os libaneses.
Na época da nossa viagem a situação estava super tranquila, mas é sempre bom você ficar de olho no noticiário internacional.
Se você considerar Beirute apenas, a situação é mesmo bem tranquila e você não precisa se preocupar muito não. O problema surge se você quiser ir para lugares mais distantes da capital (até Jeita ou Biblos, é bem tranquilo).
Agora em termos de violência diária é muito tranquilo. O Líbano pode ser considerado super seguro ao turista. Claro que você não precisa também ficar vacilando com objetos de valor, mas roubos à mão armada e tal são coisas raras por lá.
Tomando as mesmas precauções que você toma no Brasil, será tudo tranquilo.
É bem verdade que, assim como em Israel, você vê uma quantidade enorme de militares armados até os dentes nas ruas e muitas delas e têm aqueles bloqueios para carros não entrarem, mas lembre-se que isso é em muito reflexo de um receio justificadíssimo de um passado bem triste como já disse acima.
Para mulheres, o Líbano, especialmente Beirute, é um destino bastante seguro. E aqui você não precisa se preocupar tanto com vestimentas super comportadas (claro que não precisa também exagerar!). Vestindo-se com bom senso, você não terá problema em lugar algum.
Só lembre-se que para visitar as mesquitas você precisa cobrir as pernas, ombros e cabelos. Nada que uma pashimina não resolva.
Agora um risco que de fato existe é o trânsito local. O povo lá é meio doido e não cumpre muito não as regras locais. Tenha muita atenção ao cruzar as ruas por exemplo.
Moeda e custo no Líbano
A moeda local é a libra libanesa (LL e também LBP) as notas vem em valores bem altos: 1000, 5000, 10.000, 20.000, 50.000 e 100.000. Já as moedas são de 25, 50, 100, 250 e 500 libras – não tem centavos.
O câmbio de libra libanesa par real e dólares é o seguinte:
LL 1 = R$ 0,003 e R$ 1 = LL 262,84
LL 1 = US$ 0,0007 e US$ 1 = LL 1.507,50
Para facilitar as consultas ao câmbio atualizado enquanto em viagem, sugiro instalar um dos muitos apps para celular que fazem este tipo de conversão facilmente. Eu particularmente uso o Conversor de moedas XE que está disponível para iOS e Android.
Olhando a tabela de conversão abaixo você pode até ficar animado. Mas o ruim é que nada custa poucas libras libanesas.
Que moeda levar para o Líbano?
Aqui existe ao menos uma vantagem logística. Assim como vimos no Camboja, dólar é aceito em muitos estabelecimentos. E até mesmo os ATMs entregam tanto libra libanesa quanto dólares.
Mas tem alguns detalhes: o troco sempre virá em libras libanesas. O comércio não pode “trocar” dinheiro nem na forma de troco. E nos ATMs, a quantidade mínima é US$100. Então venha com notas de dólares menores também.
Por ai você já notou que se tem uma moeda que é vantagem você levar para lá é dólar. Euro? Libra? Só se você não tiver como comprar dólares mesmo.
Isto não só facilitará a sua vida, como evitará perdas a cada troca, já que se você precisar trocar, terá uma taxa melhor porque além estar usando uma moeda forte, ela é quase que corrente no Líbano.
Neste contexto, acho que nem preciso dizer que trocar reais lá seria uma enorme fria, certo? Igual racional é válido para mesmo comprar libras libanesas no Brasil – acho que nenhuma casa de câmbio teria esta moeda aqui.
Se você não quiser levar dólares, a alternativa é sacar direto do ATM local usando sua conta corrente e os cartões de débito no exterior. Existem ATMs em tudo quanto é canto.
Esteja apenas ciente de que pode te ser cobrada duas taxas, uma pelo seu banco aqui no Brasil e outra, bem menor, pelo banco local. Reforço que é sempre melhor usar os ATMs de grandes bancos internacionais ou redes locais maiores, já que as taxas tendem a ser menores.
No Líbano, os cartões de crédito são muito bem aceitos em lojas e restaurantes maiores (hotéis sempre). Só não se esqueça sempre de conferir se você o desbloqueou para operações no exterior e vale também conferir o limite de crédito.
Gorjeta é algo bem comum lá. Alguns estabelecimentos adicionam ela na conta (virá expresso), outros não, e neste caso você pode deixar algo entre 10% para o garçom.
Agora falando um pouco dos custos.
Apesar da moeda fraca, os custos são bem altos. O valor das diárias de hotéis chegam facilmente aos US$100/200 dependendo do que você procura.
Comida tem um preço que regula mais ou menos com o Brasil, então na pior das hipóteses, não dói tanto no bolso.
Comparando com os outros dois países que visitamos nesta viagem, o Líbano se situa entre o barato Egito e a caríssima Jordânia.
Idioma
No Líbano idioma oficial é o árabe, mas praticamente todo mundo, especialmente os mais jovens falam inglês e muitos, como já disse, falam francês. Então é bem fácil de virar-se por lá.
Como sempre brinco, não custa nada aprender um pouco de árabe para fazer uma graça com os já simpáticos libaneses:
English | Árabe |
Yes | naʿam |
No | lā |
Hello | marhaban |
Peace (Usually Islamic) | ʾassalāmu ʿalaykum |
How are you? | kayfa l-ḥāl |
Welcome | ʾahlan |
Goodbye | maʿa s-salāma |
Please | min faḍlik |
Thanks | šukran |
Excuse me | ʿafwan |
I’m sorry | ʾāsif |
What’s your name? | mā ʾismuk(a/i)? |
How much? | kam? |
I don’t understand. | lā ʾafham |
I don’t speak Arabic. | lā ʾatakallamu l-ʿarabiyyah |
A saudação local mais usada é o as’salâmu a’alaykum (a paz esteja com você), a qual deve ser respondida com wa’alaykum as’salâm (a paz esteja contigo também). Não é fácil não, mas vale aprender.
Internet
Em geral os hotéis oferecem internet wi-fi gratuita e de boa qualidade.
Saindo do hotel, a alternativa foi ter um chip de celular para usar a internet móvel. Comprar um chip local me pareceu ser complicado demais, já que o idioma oficial não facilita muito. Roaming do Brasil? Nem pensar, só o custo já assusta.
Para esta viagem, mais uma vez contamos com o chip de celular fornecido pela OMeuChip (adicionando o cupom Cumbicão você ainda ganha um desconto de 15% na sua compra) que funcionou super bem durante toda a viagem. Se você quiser comprar o seu, é só clicar no banner ao lado e aproveitar descontos especiais.
Outras informações importantes sobre o Líbano
O Líbano está num fuso horário de 5 horas à frente do horário de Brasília.
No Líbano as tomadas são mais ou menos como as nossas de dois pinos redondos (mas sem o terra central), ou seja, o padrão é o europeu. Portanto não esqueça seu adaptador universal. Ah, e a voltagem é 220v.
Quem como eu não abre mão de visitar o posto de informações turísticas, o Tourist Information Office tem escritório no n.º 550 da Rue Banque du Liban, Hamra e abre de segunda à sexta das 9h00 às 15h00 e sábado até às 13h00 – há também um balcão no hall de chegada do aeroporto.
O horário comercial é o seguinte: para bancos das 8h30 às 14h00 de segunda à sexta, e alguns estabelecimentos como lojas abrem sábado até o meio dia.
Pode beber água da torneira? Hum, sei não… Fiquei muito na dúvida se deveria ou não. Aparentemente o sistema de saneamento parece ter um padrão a lá EUA e Europa, onde toma-se água da torneira tranquilamente. Como não encontrei nenhuma informação confiável a respeito, achei melhor evitar.
E banheiros públicos? Praticamente apenas em restaurantes e shoppings, mas super tranquilo de achar / usar. Hoje para isso utilizo um app super legal chamado Where is the Public Toilet, disponível tanto para Android quanto para iOS.
Viajando com crianças
Não posso dizer que o Líbano é um daqueles destinos perfeitos para crianças, com trocentas mil atrações para os pequenos. Mas como já defendi anteriormente, se você ficar preso à tal necessidade, irá viajar para uma dúzia de destinos e olhe lá.
Agora se você procurar um pouco e se esforçar por atrair as crianças para uma atividade ou outra, um leque de opções se abrirá.
Dito isso, Beirute tem uma boa quantidade de parques ao ar livre e espaços para as crianças brincarem. Um exemplo disso é o Sanayeh Public Garden (Rue Spears, Sanayeh) que tem uma excelente área para eles brincarem e correrem à vontade.
Sugiro que você tente escolher um hotel que tenha piscina. Especialmente no quente verão local, será uma boa atividade para algum período do dia é deixar os pequenos brincarem e você relaxar.
Já no quesito receptividade aos pequenos e infraestrutura, não tenho dúvidas, até mesmo por ser bastante ocidentalizado no Líbano é bem mais fácil de viajar com crianças pequenas do que o Egito e a Jordânia, por exemplo.
Para mais dicas sobre viajar com crianças, confira os posts Viajando com Crianças – O que aprendemos até agora (bebês) e Viajando com Crianças – O que aprendemos dos 2 aos 4 anos.
Dadas as informações e dicas gerais vamos conhecer outro destino de viagem? No próximo post, vamos passear por Beirute.
Vem com a gente!
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