Lisboa

Lisboa: roteiro de viagem bairro a bairro

Mais do que a capital ou ponto de partida de uma viagem por Portugal, Lisboa é um destino de viagem em si. Digo isso porque, embora eu considere que Portugal tem outros destinos que também são super relevantes, não daria para viajar para lá (especialmente para quem vai uma primeira vez), ignorando as incríveis atrações de sua capital.

Se você quer um destino de viagem charmoso, cheio de história e boa comida, Lisboa é para você.

A cidade é o lar de pouco mais de 550 mil lisboetas e mesmo assim consegue ter uma tranquilidade de cidade pequena e um charme próprio, principalmente nas áreas mais históricas.

A segunda capital mais antiga da Europa sobreviveu à muita coisa: incêndios, pragas e um dos terremotos mais mortais do mundo. Talvez o mais conhecido evento da história da cidade tenha sido a dominação moura que começou em 714 e só teve fim depois de um cerco de 4 meses quando em 1147 os cruzados vindos na sua maioria da Inglaterra finalmente conseguiram expulsar os mouros e devolver a cidade aos cristãos.

Com o desenvolvimento do turismo em Portugal, Lisboa é uma das cidades que mais recebe turistas no país.

Reconstruída, em 1255 o rei Afonso III trouxe a capital de Coimbra para lá, sendo que a posição privilegiada junto ao mar foi essencial para a era das explorações.

E foi justamente neste período que a cidade experimentou o mais promissor desenvolvimento econômico e político. Tanto que muito do que se vê em termos de construções históricas datam de tal época.

A cidade passou por uma grande tragédia quando em 1 de novembro de 1755 um terremoto que estima-se tenha sido entre 8.5 e 9.1 graus de magnitude, seguido de tsunami com ondas de 10m e incêndios durante 5 dias devastou a cidade e levando entre 90 mil e 270 mil vidas destruindo 85% das construções.

A tragédia foi tão grande e a longo prazo teve impactos de tamanha monta que dizem que este terremoto teria sido mais significativo no declínio de Portugal (considerando-se o auge da época dos descobrimentos) do que o poderio inglês nos mares e industrial subsequente.

Dicas práticas

Antes de tratarmos das atrações em si, algumas dicas práticas para você curtir Lisboa ao máximo.

Antes de tratar das atrações, duas observações importantes sobre os museus e algumas atrações de Lisboa. Normalmente elas não abrem às segundas, então deixe este dia da semana para passeios ao ar livre ou outros programas. E em muitos casos, o acesso é gratuito no primeiro domingo do mês.

Onde se hospedar em Lisboa? A nossa escolha para Lisboa foi na ida, quando passamos mais dias na cidade, alugar um apartamento (Holy Rest Apartment) via Booking.com, uma experiência que detalharei em breve aqui no site, e na volta, por conta de ser apenas um pernoite, decidi escolher um hotel mais em conta e central, o Hotel Expo Astoria (também conto depois como foi).

Para os primeiros dias, alugamos um apartamento em Lisboa.

Locomover-se por Lisboa é relativamente fácil e você tem várias opções de transporte público. Como este é um tema que merece uma atenção especial, vou deixar para um próximo post da série. Prometo!

Mas o que tem para fazer em Lisboa?

Se você é daqueles que adora dar aquela passadinha no posto de informações turísticas, o Escritório de Turismo de Lisboa tem unidades espalhadas por toda a cidade: Aeroporto de Lisboa: de terça a sábado das 7h30 às 21h30; Praça dos Restauradores dentro do Palácio Foz das 11h00 às 18h00; Rua Jardim do Regedor perto da Praça Restauradores das 11h00 às 18h00; Praça do Comércio: das 9h00 às 20h00; Largo dos Jerônimos: das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00; Estação Santa Apolónia: das 7h30 às 21h30; e Praça do Rossio: 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.

Posto do escritório de turismo de Lisboa no aeroporto.

Esteja você já ambientado ou não na cidade, sugiro dividir as atrações de Lisboa por bairros, assim os deslocamentos ficam mais simples e ganha-se tempo.

Então, para isso, vou separar as atrações por bairros: Baixa e Rossio; Chiado e Bairro Alto; Alfama; Marquês de Pombal; e Belém.

No mapa abaixo você encontra todas as atrações citadas neste post:

Antes de tratar de uma atração específica ou de um bairro como dito acima, sugiro que você comece a explorar a cidade por um passeio que vale por vários e lhe dará a oportunidade de uma visão ampla, como se fosse um daqueles city tours.

Um dos passeios mais típicos de Lisboa é andar nos famosos bondes amarelos, mas não é qualquer bonde não. Pegue o bonde n.º 28 que virou um símbolo da cidade. Ele está para Lisboa como o cable car está para São Francisco.

Bonde 28 de Lisboa

Passando por bairros importantes como Graça, Alfama, Baixa e Estrela, ele vai de Martim Moniz à Campo Ourique e vice-versa é uma excelente forma de ter um primeiro contato com a cidade e seu layout.

O Bonde n.º 28 é tradicionalmente um veículo dos anos 1930 (mas parte da mecânica, como os freios, são dos anos 1990). Dizem que os bondes modernos não aguentariam as curvas e ladeiras do trajeto.

Como é um passeio super turístico e concorrido, valem algumas dicas para curtir ele: procure fazer o passeio o mais cedo ou tarde possível, evitando os horários de pico; tente começar o passeio em um de seus pontos finais (Martim Moniz ou Campo Ourique), assim terá maior chance de ir sentado; assim como em qualquer outro lugar em que junte muita gente, pode haver um tomador de carteiras (nada que precauções de praxe não resolva: câmeras sempre bem presas e carteiras bem guardadas); faça a rota completa; e se for em pé, segure firme.

- Bom dia Sr., eu posso embarcar aqui no Bonde n. 28? - Infelizmente a Sra. tem que pegar aquela fila do outro lado da rua...
😱Fila para pegar o Bonde 28!!!!

O bilhete unitário custa €2,90, portanto dependendo da quantidade de viagens nele ou em outros meios de transporte que você vá fazer, pode ser melhor comprar o passe diário que custa uns €6,30, e te dá direito ao Elevador de Santa Justa e Elevador da Glória, dois outros importantes pontos turísticos.

Ele começa a funcionar às 7h00 da manhã e o último às 23h00. Verifique o site oficial sobre o timetable de subida para Campo Ourique e de descida para Martim Moniz. A rota é a seguinte, segundo as principais atrações: Martim Moniz – Graça – Portas de Sol – Se Catedral – Rua Conceição (Baixa) – Chiado – São Bento – Estrela – Campo Ourique, se precisar veja o mapa com a rota.

Alfama

Do alto só se vê telhados quase que colados uns nos outros em Alfama

Com as suas vielas tortuosas que fazem os turistas se perderem facilmente em meio a tantas construções típicas, o bairro de Alfama é talvez o mais típico de Lisboa.

Seu nome vem do árabe al-hamma que significa fontes. Aliás, quem já esteve no Marrocos, por exemplo, irá notar uma clara semelhança por conta do estilo de ruas irregulares e por vezes confusas, exatamente como em uma medina.

Até mesmo por ser um bairro mais antigo e com construções menores, é o bairro mais vívido de Lisboa. Parece que todo mundo vive do lado de fora das casas (um pouco menos no inverno, é verdade).

Não deixe de conferir as vielas de Alfama.
Uma viela mais típica que a outra.
O interessante é que os edifícios são bem conservados.
Típico de Alfama.

As ruas mais típicas do bairro são Rua de São Miguel; Rua de São João da Praça e Rua dos Remédios.

Neste tradicional bairro de Lisboa, a principal atração é o Castelo de São Jorge. Situado em uma parte alta do bairro, esta fortaleza do século XI é uma constante nas fotografias da região por conta da sua imponência.

Castelo de São Jorge
Castelo de São Jorge acima da cidade de Lisboa.

Não deixe de conferir a Torre Ulysses, de onde se tem belas vistas da cidade inteira em 360°.

A forma mais fácil de chegar lá é usando o ônibus 737 que parte da Sé e para lá. O castelo abre todos os dias na primavera/verão das 9h00 às 21h00 e no outono/inverno até às 18h00. As visitas podem ser feitas individualmente (€8,50/5 adulto/criança – Lisboa Card não vale) ou guiadas às 13h00 e 17h00.

Outra forma é perto da praça Moniz, pegar este elevador gratuito.

Visite também a igreja da Sé, uma igreja que foi construída assim que os portugueses retomaram Lisboa dos mouros, em 1150 no local de uma antiga mesquita.

Igreja da Sé em Lisboa

Muito do que se vê hoje é fruto de uma reestilização datada de 1930, mas mesmo assim, alguns detalhes mais antigos como as gárgulas ainda estão presentes. Com entrada gratuita, ela fica no Largo da Sé e abre de terça a sábado das 9h00 às 19h00 e até às 17h00 de segunda e domingo.

E já que estamos falando de coisas tipicamente portuguesas, não dá para deixar de mencionar os famosos azulejos portugueses. Eles são tão belos e tradicionais que existe até mesmo um museu com as peças mais belas.

Pertinho de Alfama, no meio do caminho para o Oceanário fica o  Museu Nacional do Azulejo que funciona onde antigamente era o Convento da Madre de Deus, fundado em 1509 pela Rainha D. Leonor de Lencastre, mulher do Rei D. João II.

Azulejo é algo tão típico que serve até de mapa em Portugal.

Nele você encontra peças que vão desde a segunda metade do séc. XV até os tempos atuais. Além de apreciar belas peças desta arte, há uma mostra de como eles são fabricados.

Anote aí: ele fica na Rua da Madre de Deus, 4; abre de terça à domingo das 10h00 às 18h00; e a entrada custa €5 (gratuita com o Lisboa Card).

Baixa e Rossio

Esta talvez tenha sido a região mais afetada pelo terremoto de 1755, e justamente por isso a que passou pelo maior processo de reconstrução que teve como seu mentor o Marquês de Pombal.

Arco da Rua da Glória que liga a rua homônima à Praça do Comércio.

É justamente por isso que se vê tantas praças, espaços amplos, fontes e jardins em contradição com as ruas apertadas de Alfama, por exemplo.

Um dos pontos centrais desta região é a Praça do Comércio, uma praça com calçamento feito em mosaico típico e muitos edifícios do século XVIII. A praça presenciou a histórica queda da monarquia pois foi aqui que em 1908 o monarca Dom Carlos I e seu filho foram assassinados.

Praça do Comércio, pena que as estruturas para o Ano Novo bagunçaram a foto…

Ali pertinho você encontra a Igreja de São Domingos. Lisboa tem muitas igrejas, mas poucas tão antigas como esta que construída em 1241, conseguiu sobreviver ao grande terremoto e também a um incêndio algumas décadas atrás. Não deixe de reparar no memorial com a Estrela de Davi que existe ali em lembrança ao massacre de judeus ocorrido em 1506.

Igreja de São Domingos por fora não tem nada de mais.
Mas por dentro, fica claro o tamanho da destruição pelo fogo.

Para quem não sabe, Portugal recebeu nos primórdios de sua história uma grande quantidade de judeus. Durante os primeiros anos da nação, eles conseguiram viver com relativa tranquilidade, mas com o passar dos anos e principalmente depois que Portugal estreitou os seus laços com a Espanha, esta tranquilidade desapareceu.

Aos poucos, restrições foram sendo impostas aos judeus. Até que em 1536, no reinado de D. João III, foi instituído o Tribunal da Santa Inquisição em Portugal que institucionalizou a perseguição e morte aos judeus.

Em memória do massacre judeu.

Alguns para sobreviver fugiram e outros se converteram criando o que se passou a chamar de novos cristãos. A história conta que muitos deles fugiram para o Brasil. Há uma linha que defende que o declínio de Portugal veio justamente com esta medida, pois ficaram proibidos os livros (como na Inquisição da Idade Média) e que a igreja teria ganhado muito com o confisco de bens dos judeus expulsos. O fato é que tudo isso só teve um fim quando o Marquês de Pombal convenceu o rei de que isso não era uma boa ideia para o país. Mas aí já era tarde demais.

Uma das atrações turísticas mais concorridas de Lisboa é o Elevador de Santa Justa.

E razões para isso não faltam, diriam alguns. Prova disso é que a qualquer hora a fila é razoavelmente grande.

Elevador Santa Justa, achei que vale mais pela beleza da sua estrutura do que a vista em si.

Eu, particularmente não achei tudo isso. O elevador, como obra de engenharia e estrutura é muito legal mesmo. Já a vista lá de cima acho que deixa a desejar, já que a quantidade de edifícios perto e com altura semelhante acabam desfavorecendo uma vista mais legal da região central. Confira ai e tire as suas próprias conclusões.

De fato o elevador em ferro fundido é lindo. Algo que eu não sabia é que ele foi construído em 1902 por Raul Mésnier, que era aprendiz de Gustave Eiffel, o que explica, juntamente com o estilo em vigor na época, a semelhança com a famosa torre.

Outra curiosidade é que até 1907 ele era movido a vapor. Dá para imaginar?

A vista lá de cima não é tão interessante como esperava.

Anote aí: Rua de Santa Justa com Largo do Carmo; €5; diariamente das 7h00 às 23h00 na primavera/verão e 22h00 outono/inverno. Dica esperta: se você quiser economizar os €5 da subida e ter acesso à vista de lá de cima, é só entrar na plataforma por trás do Convento do Carmo e pagar apenas € 1,50 para acessar.

Quem quiser conhecer um pouco mais a respeito da história de Lisboa deve visitar o Lisbon Story Centre. Por meio de uma mostra multimídia, este museu conta toda a história da cidade, passando evidentemente pela época dos descobrimentos e o terrível terremoto de 1755. Fica na Praça do Comércio 78; € 7/3; diariamente das 10h00 às 18h00.

Outro museu interessante na região é o Museu do Dinheiro. Mesmo que você não se interesse por moedas, vale a pena entrar neste museu para conferir o seu belíssimo interior, já que no passado era a igreja de São Julião. Lá na sua cripta existe até mesmo um trecho da muralha do século XIII que circundava a cidade.

Nem que seja de passagem, não deixe de conhecer a Praça do Rossio, uma praça super tradicional de Lisboa com seu pavimento típico de mosaico português em formato de ondas. No seu centro, um personagem super conhecido da nossa história: Dom Pedro I.

Praça do Rossio, uma das mais bonitas e típicas de Lisboa.
Estátua de D. Pedro I na Praça do Rossio.
Estação do Rossio.

Nesta praça também fica a Estação do Rossio, que além de linda, é de onde partem os trens para Sintra.

Passeando por ali, não deixe de conferir a loja Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa. Sim, é e não é uma loja que vende sardinhas… Eles resolveram pegar aquelas típicas latas de sardinhas e fazer um super souvenir estampando nas latas as datas (assim você procura a do seu nascimento) e também fatos importantes daquele ano. Muito original!

Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa
Tem literalmente todos os anos.

Portugal é super famoso por seus vinhos e em Lisboa uma loja ganhou fama de ser a melhor, senão uma das melhores do país: a Garrafeira Nacional. Se você gosta de vinhos, este é o lugar, e mesmo se não for vinho a sua bebida preferida, não deixe de conhecer a loja por que além de antiga (1927), é linda! Fica na Rua de Santa Justa 18; abre de segunda a domingo das 9h30 às 19h30.

Garrafeira Nacional, um bom lugar para comparar vinhos em Lisboa.
Tem de tudo quanto é preço. Lá no alto, alguns de 800 euros!!!

Além do Elevador de Santa Justa, Lisboa conta com outro famoso meio para subir à parte alta da cidade, o Ascensor da Glória. Na verdade, embora o nome possa enganar, ele é na verdade um funicular. Em operação desde 1885, ele faz o trajeto da Praça dos Restauradores à Rua São Pedro de Alcântara.

Ascensor da Glória, a viagem é curta, mas super diferente nesta mistura de bonde com funicular.

Ele opera de segunda à quinta das 7h00 às 0h00; sexta até às 0h30; 8h30 às 0h30 de sábado e das 9h00 às 0h00 aos domingos. A passagem (ida e volta) custa €3,60.

Vale a pena subir? Sem dúvida, já que a vista a partir do Miradouro de São Pedro de Alcântara é uma das melhores da cidade e nos leva a outro bairro, o Bairro Alto. É um bom lugar para um piquenique.

A vista do Miradouro de São Pedro de Alcântara

Chiado e Bairro Alto

Chiado é um dos bairros mais chiques de Lisboa, o que você nota pela quantidade de lojas chiques.

O bairro do Chiado é onde está a maior parte do comércio de Lisboa.

Um dos lugares mais visitados de Lisboa é o Convento do Carmo, ou melhor suas ruínas. No alto da cidade você avistará o esqueleto deste convento que foi destruído no terremoto de 1755. Só sobraram alguns pilares e os arcos por serem as estruturas mais resistentes.

No seu interior há um museu arqueológico (Museu Arqueológico do Carmo) no qual as peças mais importantes são um sarcófago do século IV e duas múmias peruanas (juro que esta parte não entendi…).

Ele fica no Largo do Carmo, abre de segunda a sábado das 10h00 às 19h00 (18h00 no outono-inverno), e o ingresso custa €3,50 (20% de desconto com o Lisboa Card).

Uma das primeiras igrejas jesuítas, a Igreja São Roque é uma das que você deve colocar no seu roteiro por Lisboa. O motivo é o seu interior ricamente decorado com ouro, mármore fiorentino e azulejos; luxo este que teria sido bancado com as riquezas vindas do Brasil no período colonial pois ela foi construída no século XVII.

Não deixe de conhecer a Capela de São João Baptista que é a área mais bonita da igreja.

O ingresso à igreja é gratuito, mas o museu anexo tem um custo de €2,50. Ela fica no Largo Trindade Coelho; e abre aos domingos das 10h00 às 14h00; das 14h00 às 19h00 nas segundas; das 10h00 às 19h00 de terça, quarta, sexta e sábado; e das 10h00 às 20h00 às quintas.

Eventualmente você pode até mesmo topar com uma conhecida figura local, Fernando Pessoa. A estátua, é claro! Lá tem uma famosa estátua de Fernando Pessoa onde as pessoas sentam na mesa para uma foto.

Estátua de Fernando Pessoa no bairro do Chiado.

Mais um lugar para avistar a cidade de cima. Talvez o melhor deles. O miradouro de Santa Catarina proporciona vistas incríveis que vão desde as estreitas ruas de Alfama até a Ponte 25 de Abril que cruza o Tejo a o Cristo Rei que fica na outra margem.

Simplesmente não deixe de conferir, já que fica aberto 24 horas.

Um lugar que nos últimos tempos passou a ser ponto de peregrinação dos turistas (e alguns locais também) em Lisboa é o Mercado da Ribeira, também conhecido como TimeOut Market.

Mercado da Ribeira, um dos melhores e mais econômicos lugares para comer em Lisboa.

Isto porque em 2014 este mercado construído em 1892 foi transformado em um enorme pátio de alimentação. Para quem já esteve em Singapura, por exemplo, seria uma espécie de hawke onde bancas vendem comida típica de qualidade a preços justos.

O que eles fizeram aqui foi reunir chefes conhecidos e ofereceram pratos conhecidos da culinária local a preços super honestos.

Imperdível, garanto que em seus 35 quiosques você irá encontrar algo que agrade, de pratos típicos à doces locais. Gostamos tanto que fomos lá duas vezes.

Lotado a qualquer hora.
Fala se o motivo não é justo? 😋

O único porém é que ele está lotado praticamente a qualquer hora do dia (sinal claro de qualidade e preço, certo?). Tente ir um pouco antes ou depois do horário do almoço para conseguir um espaço nas mesas coletivas.

De um lado fica o TimeOut com a enorme praça de alimentação e do outro um mercadão de gêneros alimentícios que estava fechado nos dias que formos 🙁

Fica na Av. 24 de Julho; funciona de domingo à quarta das 10h00 às 0h00 e de terça a sábado até as 2h00.

Se você está procurando por souvenires originalíssimos, sugiro uma visita à loja Vida Portuguesa que além de lembrancinhas locais também vende alguns itens de época. Fica na Rua Anchieta 11, e abre de segunda a sábado, das 10h00 às 20h00; e domingos das 11h00 às 20h00 e tem também no Largo do Intendente Pina Manique 23 e na Av. 24 de Julho 49 ao lado do Mercado da Ribeira.

Marquês de Pombal

O Bairro de Marquês de Pombal, é uma das mais novas, dentre as zonas históricas e centrais de Lisboa. Justamente por ter sido construída depois de grande terremoto de 1755, tudo ali é mais amplo e arejado em relação ao restante do layout da cidade.

Mesmo sendo uma cidade super agradável, Lisboa não tem lá muitos parques. Se você quiser um bem bonito, vá ao Parque Eduardo VII que foi assim batizado quando da visita do rei inglês esteve na cidade em 1903. Excelente lugar para as crianças brincarem ao ar livre pois tem alguns parquinhos espalhados por lá. Fica na Alameda Edgar Cardoso.

Praça Marquês de Pombal

Algo que eu não esperava ver em Lisboa são aquedutos, mas entre 1728 e 1835, o Rei Dom João V mandou criar um aqueduto para trazer água limpa de Caneças até a capital. Percorrendo mais de 18km e tendo em alguns trechos arcos de até 65m de altura é uma bela obra de arte. O lugar mais comum para ver esta construção é o trecho chamado Aqueduto das Águas Livres na Praça das Amoreiras.

É justamente ali na praça que também está o grande reservatório de águas da época o Mãe d’Água. Um enorme reservatório de água com 5.500m³ que foi construído em 1834. Se desejar, dá para subir nele ao custo de €5.

De Camões à Fernando Pessoa, Portugal deu à língua portuguesa grandes escritores, sendo que muitos deles são até hoje estudados inclusive nas escolas brasileiras. E pela cidade de Lisboa a memória de alguns deles ainda estão vivas, havendo inclusive empresas que oferecem tours focados para quem quer conhecer mais sobre estes famosos escritores.

Mas se você quiser fazer algo por conta própria, uma boa ideia é visitar a Casa Fernando Pessoa. O que hoje é uma casa-museu, foi no passado a casa do escritor nos seus últimos 15 anos de vida na cidade.

Cica na Rua Coelho da Rocha, 16, abre de segunda a sábado das 10h00 às 18h00, e o ingresso custa €4.

Belém

Pastel e torre. Duas coisas absolutamente desconexas já justificam que você pegue o bonde 15 na Praça do Comércio ou na Praça da Figueira e conheça esta região de Lisboa que está a 6km do centro da cidade e às margens do famoso rio Tejo.

O Rio Tejo é também um excelente lugar para apreciar o pôr do Sol.

Se você não se lembra, foi dali, deste rio que partiram as naus portuguesas que descobriram o Brasil.

Além destes dois ícones locais, existe muito mais para conhecer esta região de Lisboa e talvez seja até mesmo interessante separar um dia inteiro para passear por ali.

E já que comecei a falar dela…

A Torre de Belém é um dos monumentos mais importantes de Lisboa, senão de Portugal. Construída em 1515 em estilo manuelino, ela exalta os feitos da época dos descobrimentos.

Torre de Belém

A torre está aberta à visitação ao custo de €6/€3 adulto/criança (é gratuita no primeiro domingo do mês), de terça à domingo das 10h00 às 18h30 e até 17h30 no outono/inverno. A subida é por uma escada estreita, mas vale a pena pela vista que se tem do Rio Tejo.

Para quem está perto do centro, a melhor forma de chegar lá é utilizando a linha 15E, pois passa pelo Arco da Rua Augusta e para justamente diante da confeitaria Pastéis de Belém, sim a original.

Pasteis de Belém, só estes, os outros são pastel de nata.

E já que falamos disso, aproveite para um momento gordices top.

Por mais que pastel de Belém tenha se tornado um doce praticamente nacional e vendido em tudo quanto é esquina de Portugal (e até de Macau!), foi aqui na Pastéis de Belém que a receita original foi parar.

Duvido que alguém não conheça estes docinhos, já que até mesmo o Habib´s resolveu vende-los por aqui (árabe, pastel de Belém…?!?!). Enfim, este docinho é uma massinha leve, recheado com um creme de ovos, casquinha crocante coberta com um pouco de canela. Basicamente uma perdição!!!

Antigamente, os famosos pastéis eram vendidos no Mosteiro dos Jerônimos. Acontece que com a revolução liberal ocorrida em 1820, todos os conventos foram fechados, e para não perder a receita, resolveram vender ela para uma pastelaria.

Pronto, em 1837 e usando a receita secreta conhecida por apenas 3 pessoas, os pasteis de Belém (originais) começaram a sair do forno. Os números do lugar impressionam: nos dias de semana eles fazem 15/20 mil pasteis, e nos finais de semana, são 30 mil diários.

Sabe-se lá quantos nós comemos 🤣

Mais um programa imperdível em Lisboa, ela fica na Rua de Belém nº 84 a 92, mas será fácil localizar pela fila na porta. Abre todos os dias, na primavera-verão das 8h00 às 0h00 e no outono-inverno até às 23h00 (dias 24, 25, e 31 de dezembro e 1 de janeiro, fecha às 19h00). Duas dicas: como a fila do balcão é enorme, você pode optar por tentar um lugar no salão interno, já que muitas vezes está mais tranquilo; e se você curte, é um excelente lugar para comer bolinho de bacalhau.

Ali perto está outro famoso monumento, o Monumento aos Descobrimentos (ou aos Navegantes como preferem alguns). Nele você verá uma série de figuras históricas portuguesas que tiveram um papel relevante nesta aventura.

Monumento aos Descobrimentos.

Uma curiosidade: você sabia que o monumento original era de 1940 e o que você vê hoje é uma réplica feita em 1960? A anterior havia sido feita por ocasião da Exposição do Mundo Português com um material que era perecível.

O monumento tem um formato que lembra uma nau portuguesa tem ao todo 56m de altura. Na sua proa está D. Henrique, o Navegador que é seguido por outras 32 figuras como Vasco da Gama; Fernão de Magalhães; Pedro Álvares Cabral; Luís de Camões; Gil Eane; Bartolomeu Dias; São Francisco Xavier (santo missionário); Cristóvão da Gama (capitão)

Não deixe também de apreciar a enorme Rosa dos Ventos com o Mapa Mundi que é mais visível a partir do topo do monumento, já que tem 50m de diâmetro. Repare que ali estão marcadas as principais conquistas portuguesas entre os séculos XV e XVI.

Ali perto fica a Livraria Bertrand que é a mais antiga do mundo ainda em funcionamento, desde 1732.

Outra atração imperdível na região é o Mosteiro dos Jerônimos. Como se não bastasse a beleza do edifício, foi aqui que em 1498, o Rei Manuel I recebeu o navegador Vasco da Gama após ele ter descoberto uma rota para a Índia.

Se de fora o Mosteiro dos Jerônimos já é lindo… Espere para ver por dentro.

Durante quatro séculos o edifício serviu como lugar de abrigo e apoio aos navegadores até que a ordem de São Jerônimo foi dissolvida em 1833, passando então a servir como orfanato até os anos 40.

O mosteiro é o melhor exemplo do chamado estilo manuelino, especialmente o seu claustro com suas colunas ricamente ornamentadas.

Mosteiro dos Jerônimos
Com a luz do Sol batendo do lado certo, ele fica dourado.

Fica na Praça do Império; o ingresso custa € 10/5 adulto/criança (gratuito no primeiro domingo do mês ou por €12 se você comprar junto com a Torre de Belém) abre de terça a domingo das 10h00 às 18h30 (até 17h30 no outono/inverno). Gratuito com o Lisboa Card.

Não deixe de conferir a Igreja Santa Maria de Belém que fica ao lado e onde estão enterrados Vasco da Gama e Luís de Camões. O acesso à igreja é gratuito.

A igreja é enorme.
Os vitrais são lindos.
Igreja Santa Maria de Belém
E Camões do outro lado.
Túmulo de Vasco da Gama

Um museu que faz muito sucesso com as crianças é o Museu Nacional dos Coches. O lugar é o sonho de fãs de princesas, já que apresenta várias carruagens dos séculos XVII à XIX de tudo quanto é tipo.

Museu dos Coches que anos atrás ficava em um edifício modesto do outro lado da rua.

Não deixe de conferir a do Papa Clemente XI e a Carruagem dos Oceanos que é uma das mais belas.

É uma carruagem mais bela que a outra.
Bancando a Cinderela!
Faz muito sucesso com as crianças.

Fica na Av da Índia 136; o ingresso custa € 6/3 adulto/criança (também gratuito no primeiro domingo do mês); e abre de terça à domingo das 10h00 às 18h00. Gratuito com o Lisboa Card.

Saindo um pouco da margem do Tejo onde estão os principais bairros de Lisboa e cruzando para o outro lado do rio, você encontra a estátua de Cristo Rei. Com 110m de altura, esta estátua de cristo foi erguida em 1959 em comemoração ao fato de que Portugal como um todo, passou incólume às mazelas da Segunda Guerra Mundial – lembrando apenas que muitos de seus vizinhos europeus sofreram muito com o conflito.

Lisboa não tem praia, mas nem por isso os lisboetas deixam de curtir ali pertinho um pouco do mar na Ribeira das Naus, um calçadão entre a Praça do Comércio e o Cais do Sodré. Ali eles aproveitam para tomar um café, caminhar ou simplesmente curtir o visual.

Ponte 25 de Abril que liga Lisboa a Almada.

Lisboa com Crianças

Engana-se quem pensa que Lisboa não tem atrações para crianças.

Lisboa com crianças?

Com muitas áreas ao ar livre, seja em parques como o Parque Eduardo VII ou às margens do rio Tejo, há muito espaço para elas brincarem e se divertirem.

Em termos de atrações propriamente ditas, a cidade não decepciona quem busca atividades voltadas para os pequenos.

Uma atração que faz muito sucesso com os pequenos é o Jardim Zoológico de Lisboa que conta com cerca de 2.000 animais de tudo quanto é tipo e canto do mundo.

Ele fica na Estrada de Benfica, 158 – 160; funciona diariamente no outono/inverno das 10h00 às 18h00 e na primavera/verão das 10h00 às 19h00; custa €21,50/€12,50 adulto/criança 3-12 anos (-15% com o Lisboa Card).

Uma área bem interessante não só para passear com os pequenos, pelo tipo de atração que tem, mas também pela beleza e exemplo de regeneração urbana é o Parque das Nações.

Para quem não sabe, Lisboa sediou em 1998 a Exposição Mundial (só a título de curiosidade, a próxima será em Dubai) e aproveitando o evento, resolveu regenerar toda uma área degradada às margens do rio Tejo trazendo para ali jardins e atrações.

Destas atrações, a mais impressionante é Oceanário de Lisboa.

É um dos principais aquários da Europa, com mais de 8.000 animais e plantas de 500 espécies diferentes espalhadas por 5 habitats diferentes: Mar Aberto (um tanque com 5.000m3 de água salgada); a costa Atlântico Norte; Antártico; floresta de kelp do Pacífico; e recifes de coral do Índico tropical.

Oceanário de Lisboa. Créditos: Oceanário de Lisboa

O aquário fica no Parque das Nações Esplanada D. Carlos I, Doca dos Olivais – a forma mais rápida é usar a estação Oriente; funciona todos os dias das 10h00 às 19h00 na primavera/verão e até às 18h00 no outono/inverno; e o ingresso custa € 16,20/10,80 adulto/criança de 4-12 anos (-15% com o Lisboa Card).

Outro lugar super interessante no Parque das Nações é o Pavilhão do Conhecimento. Este museu foi criado para aproximar, por meio da interação e experimentação, as pessoas da ciência e tecnologia.

Fica na Alameda dos Oceanos, Lote 2; abre de terça a domingo das 10h00 às 18h00; e o ingresso custa €9/6 adulto/criança (-20% com o Lisboa Card).

Lugares para comer em Lisboa

Lisboa tem muitos e bons lugares para comer. De bacalhau à pastel de nata (aquele de Belém), é relativamente fácil encontrar algo que agrada ao paladar.

– O Bacalhoeiro / A Licorista: (R. dos Sapateiros 218, 1100-486 Lisboa, Portugal) é um dos melhores na linha bom e barato. O restaurante tem dois nomes porque é de fato a união de dois lugares, uma loja de bacalhau com uma fábrica de licores.

Mercado da Baixa (Praça da Figueira; de sexta a domingo das 10h00 às 22h00) oferece queijos e petiscos.

Nova Pombalina (Rua do Comércio 2; de segunda a sábado das 7h00 às 21h30) serve saborosos lanches de carne de porco feita na hora e preços incríveis.

Sanduíche de pernil da Nova Pombalina.

Casa do Alentejo (Rua Portas de Santo Antão 58; de segunda à sábado) tem pratos prontos com bons preços €8 na hora do almoço.

Solar dos Presuntos (Rua das Portas de Santo Antão 150; de segunda a sábado) serve além de presuntos top, frutos do mar.

Landeau (Rua das Flores 70) para doces variados quando você cansar dos pasteis de nata.

– Gelato Davvero (Praça São Paulo 1) com 35 sabores é uma das mais famosas sorveterias da cidade.

Sol e Pesca (Rua Nova do Carvalho 44) para pratos à base de sardinha e atum.

Cantina das Freitas (Travessa do Ferragial 1) para sopas típicas como o gazpacho.

Palácio Chiado (Rua do Alecrim 70) é um food court localizado dentro de um palácio do século XVIII.

– Queijaria Nacional (Rua da Conceição 8) ok, não é um restaurante, mas é a loja de queijos mais famosa de Lisboa. Experimente o famoso Serra da Estrela.

Alegria da pessoa diante de um copo de cerveja e um sanduíche de ramón e queijo Serra da Estrela

Maria Mil Reis (Rua São José 71) restaurante português gerenciado por brasileiros.

– Cervejaria Ramiro (Av. Alm. Reis nº1) embora seja tenha cervejaria no nome, trata-se de uma tasca que serve frutos do mar. Regado à muita cerveja, é verdade.

Ufa! Foi um post grande, mas Lisboa é uma grande cidade! Na sequência da nossa série sobre Portugal, vamos ver como se locomover em Lisboa.

* O Cumbicão viajou à Lisboa e Porto a convite do Turismo de Lisboa Visitors & Convention Bureau e do Visit Porto, respectivamente para coletar material para este post. Todas as opiniões e relatos aqui descritos refletem fielmente a experiência, atendendo à política do blog.

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Diogo Avila

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