Se você está pensando em conhecer a Amazônia, muito provavelmente em algum momento da sua viagem você tenha a oportunidade de passear por Manaus. E, por mais que a floresta seja incrível e muito provavelmente o maior motivo para uma viagem à região, não deixe Manaus fora do seu roteiro de viagem, pois a cidade tem boas atrações turísticas.
Durante a nossa viagem à região, tivemos a oportunidade de fazer um excelente tour pela capital manauara e conhecer as suas principais atrações.
Como tivemos pouco tempo em Manaus, não pretendo de forma alguma esgotar o tema, mas sim te dar um roteiro básico do que conhecer na mais importante cidade da região norte do nosso país.
Manaus é a casa de pouco mais de 2 milhões de pessoas, o que faz dela a 7ª cidade mais populosa do Brasil. Isso é incrível se considerarmos que ela está literalmente no meio da Amazônia (bem verdade que os arredores já foram mais bem preservados…).
Manaus foi fundada em 1669 pelos portugueses ainda como um vilarejo, alçando a condição de cidade apenas em 1832, sendo então batizada de Manaos em homenagem à tribo indígena manaós, que habitava a região.
Para além das suas atrações e principalmente importância histórica que comento mais abaixo, a região urbana de Manaus já foi muito famosa por algo que entre a década de 90 e o começo dos anos 2000 fazia sucesso com a promessa de eletrônicos com preços baixos: Zona Franca de Manaus.
Lembro a primeira vez que fui para lá a trabalho… fiquei como tonto procurando eletrônicos baratos… Ah que inocência minha… Voltei quase de mãos abanando, se não fosse um gravador de DVD (para você notar o tempo) que comprei numa promoção num shopping da cidade.
Como sempre, antes de falarmos das atrações em si, vamos ver algumas dicas práticas para você curtir Manaus ao máximo e otimizar seu tempo lá.
Olhando as atrações aqui listadas, Manaus já mereceria uns 3 dias facilmente. Se você adicionar também as atrações que podem ser conhecidas nos famosos bate-e-volta ou passeios de um dia, ai uns 5 dias seria o ideal.
Como tínhamos apenas 8 dias de férias, aproveitamos 5 dias na floresta e mais 1 em Manaus, gastando parte do outro dia na viagem até lá e outro na volta para casa.
Com apenas 1 dia, acabamos conhecendo apenas as principais atrações de Manaus, deixando de lado os passeios nos arredores ou aqueles que são mais relacionados à floresta, pois tal experiência vivenciaríamos no hotel de floresta, do qual falaremos num outro post.
Quem faz uma viagem para Manaus se surpreende com a quantidade e qualidade dos hotéis disponíveis na cidade. Há opções para todos os gostos e bolsos como costumo falar.
A variedade e qualidade é tamanha que fica até mesmo difícil de escolher, mas uma dica que notei ser super importante é a localização.
Como muitas das atrações ficam próximas à região central, o mais importante na minha opinião é que você tente ao máximo ficar num perímetro de até uns 3km desta área da cidade assim você conseguirá visitar as atrações a pé mesmo.
Depois de muito pesquisarmos, a nossa escolha foi o hotel Intercity Manaus, um hotel top na cidade que recomendo de olhos fechados. Detalho a experiência com a rede neste post sobre hotel em Manaus, já que o hotel tem muito a oferecer.
Antes de falarmos sobre a locomoção pela cidade, vale conferirmos como ir de-para o aeroporto.
Muito provavelmente o primeiro ponto de parada da sua viagem para Manaus seja o Aeroporto Internacional de Manaus – Eduardo Gomes. Sim internacional pois recebe voos de outros países, inclusive dos EUA.
O aeroporto é um pouco longe da cidade, e como você pode imaginar não existe outra forma confortável de ir de-para lá que não táxi. O valor da corrida até a cidade é tabelado, uns R$ 65-75 na média.
Na cidade, se você estiver realmente disposição até dá para utilizar a rede de transporte público (ônibus), mas tenha em mente que pode ser lotada e nem sempre eficaz.
Eu preferi montar o roteiro, como você verá abaixo, considerando caminhar do hotel até as atrações mais próximas, e delas para as mais distantes, usar táxi ou Uber.
Como é uma cidade plana, especialmente na sua região mais central, é super tranquilo caminhar por lá.
Antes de começarmos o nosso tour por Manaus, gostaria de dar uma dica.
Já que locomover-se pela cidade não é tão fácil como gostaríamos, sugiro que você divida a cidade por zonas, priorizando conhecer as atrações que ficam mais próximas umas das outras antes de visitar outra que eventualmente é mais distante.
Sempre usamos esta dica, e em Manaus ela mostrou-se super valiosa porque embora as principais atrações estejam na área central, algumas interessantes estão fora desta região.
No nosso caso, resolvemos literalmente caminhar do nosso hotel em direção ao porto e ir conhecendo, com pequenos desvios, o que havia no caminho. Talvez este mapa te ajude a programar quais atrações visitar durante a sua viagem à Manaus:
Começamos o nosso tour por Manaus pelo que consideramos o mais importante, o Centro Histórico.
Manaus teve literalmente uma época de ouro, mas não exatamente aquele metal precioso…
Entre os anos de 1890 e 1910, Manaus e toda a região teve um apogeu econômico por conta de uma riqueza que literalmente escorria das árvores, a borracha das seringueiras.
Por conta do extrativismo da borracha, algo que valia quase ouro naqueles anos, a cidade teve um enorme desenvolvimento econômico e social.
A coisa foi tão acentuada que a cidade passou a ter bondes elétricos, sistema de telefonia, energia elétrica (sendo a segunda a adotar tal rede!!!), água encanada e até mesmo um porto flutuante para poder receber navios de portes distintos em qualquer condição de cheia (para quem não sabe o nível dos rios lá varia demais).
Para quem passeia atualmente por Manaus o sinal deste apogeu está na arquitetura da cidade, notadamente na região conhecida como Centro Histórico, onde existem muitos casarões e construções desta época tão profícua de Manaus.
O ponto central desta região é o Largo São Sebastião com seu monumento em homenagem à abertura dos portos.
Ali no Largo São Sebastião você encontrará suas famosas atrações do Centro Histórico de Manaus.
Mas antes, repare no chão…
Sim, o mesmo padrão de calçamento das praias cariocas e de muitas praças em Portugal, com aqueles famosos ladrilhos portugueses.
Dá para até dizer que se no Rio de Janeiro ele representa as ondas do mar, em Manaus ele representa o encontro das águas dos rios Negro e Solimões.
Aproveite que estás ali, e vá ao Tacacá da Gisela para provar o seu famoso açaí e é claro, o tacacá, um prato local bem famoso origem indígena e feito à base de goma de mandioca, camarão, jambu, tucupi e diversos temperos.
Ali perto, vá conferir a Galeria Amazônica, que vende artesanato indígena de qualidade e com preços razoáveis.
Mas voltando às atrações turísticas da região… A primeira delas é a Igreja de São Sebastião, a mais importante de Manaus.
A outra atração eu praticamente nem precisaria te dizer, já que a sua famosa cúpula poderá ser facilmente avistada e reconhecida de vários pontos da cidade.
Sem dúvidas a mais relevante joia deste centro histórico e talvez o símbolo maior da capital amazonense é o Teatro Amazonas.
Inaugurado em 31 de dezembro de 1896, o Teatro Amazonas é um símbolo da cidade e talvez a melhor representação do auge que a região viveu durante o ciclo da borracha do qual falamos.
Muito bem preservado, este edifício de estilo renascentista é considerado Patrimônio Histórico Nacional.
Um dos destaques do lado de fora é a sua cúpula com mais de 36 mil peças importadas da Alsácia (França) que representa a bandeira brasileira. Aliás, a maior parte dos materiais utilizados na sua construção vieram da Europa, tais como vigas de aço da Escócia; e lustres, colunas e estátuas de Carrara na Itália.
Do lado de dentro, ele tem capacidade para 701 pessoas nos seus três pavimentos que contemplam plateia e os camarotes.
Não deixe de se encantar com as telas que foram trazidas diretamente de Paris para enfeita-lo. Nelas há uma homenagem a um dos maiores compositores brasileiros Carlos Gomes.
Até mesmo o pano de boca tem um significado. Ele foi feito em 1894 e descreve justamente um dos maiores espetáculos naturais da região, o chamado encontro das águas do qual falaremos mais a diante.
Não deixe de espiar também o Salão Nobre onde aconteciam os grandes eventos sociais da época.
Se você tiver tempo e a depender do dia, tente ao máximo fazer um tour guiado pelo interior do teatro. O tour dura aproximadamente 1 hora e inclui a visita a salas especiais, camarotes e até mesmo camarins.
Um detalhe importantíssimo: a visitação ao interior precisa ser agendada neste link do Teatro Amazonas. A agenda abre aproximadamente 1 mês antes.
Funciona de terça a sábado, das 9h às 17h, e a entrada custava na época da nossa viagem R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
No caminho entre a região do Teatro Amazonas e a próxima atração, aproveite para experimentar um sorvete na Sorveteria Glacial, pois lá eles servem sabores super exóticos que você só encontra na Amazônia como açaí, cupuaçu e buriti. Tem unidades em vários lugares da cidade, inclusive uma unidade no Manauara Shopping.
Algo que você notará andando pelo centro de Manaus é a quantidade de edifícios históricos. Alguns super bem conservados e outros nem tanto, mas nem por isso menos interessantes.
Dentre os bem conservados, destaco dois que valem ao menos conhecer por fora: o Palacete Provincial e o Palácio Rio Negro.
O Palácio Rio Negro é um edifício em estilo eclético de 1903 onde hoje funciona um Centro Cultural.
Acredite ou não, este lindo edifício era a casa de um muito, mas muito rico comerciante de borracha, o Karl Waldemar Scholz. Imagina a grana que o cara tinha na época?
O edifício é tão bonito que por muito anos serviu como sede do Governo do Amazonas.
A visita ao seu interior acontece de forma gratuita (precisa também agendar) de terça-feira a sábado, das 9h às 17h.
O Palacete Provincial, que fica na Praça Heliodoro Balbi, que funcionou no passado como Quartel da Polícia Militar do Amazonas foi fundado em 1874, e hoje acolhe cinco museus diferentes: Museu de Arqueologia, Museu da Imagem e do Som (MISAM), Museu de Numismática do Amazonas, Museu Tiradentes e a Pinacoteca do Estado.
Funciona de terça-feira a sábado, das 9h às 17h, com entrada gratuita. Na época da nossa viagem as visitas precisavam ser agendadas neste link.
Diante dele, não deixe de espiar a Praça Heliodoro Balbi, pois é um dos lugares mais agradáveis do centro da cidade, com jardins e um belo coreto.
Uma das coisas que você verá, seja num passeio próprio a partir de Manaus ou na ida para um resort de selva, é o encontro das águas.
Mas o que é o encontro das águas?
O encontro das águas é um fenômeno que acontece na confluência dos rios Negro e Solimões. Ok, você deve estar pensando o que há de mais nisso… São só águas se encontrando… O ponto é que as águas do rio Negro, como o próprio nome diz, são escuras, pretas; e por outro lado as do rio Solimões são marrons, aquele aspecto barrento.
Mas o que explica isso?
As águas destes rios têm diferenças que estão na origem deles.
Enquanto as águas do Solimões vêm do degelo de geleiras na porção peruana dos Andes, e portanto cheias de calcário, as do Negro vêm de uma região mais plana, cheias de resíduos orgânicos.
Esta diferença de origem e composição resulta em um pH diferente delas, temperatura diversa e também numa velocidade distinta, o que causa alguns vórtices que você consegue ver no Google Earth.
Ah, mas se você ouvir falar que mesmo numa garrafa elas não se misturam… é lenda urbana!
Já no lado dos fatos, este encontro gera um espetáculo único, uma vez que por mais de 6km de extensão eles correm praticamente paralelamente sem se misturar. Dizem que em algumas oportunidades isso chega a 22km.
Para quem quiser, existe um passeio de lancha vem típico que te leva até o ponto exato deste encontro. Para isso existem duas formas: contratar alguém no Mercado Adolpho Lisboa para fazer este passeio (provavelmente você nem precisará procurar, irão te oferecer!) ou direto no Porto da Ceasa pois a associação de barqueiros oferece passeios deste tipo (dizem que é mais barato).
Outra forma de apreciar isso é do avião. Sim, lá de cima, se as condições climáticas ajudarem, ou seja, se não tiver nebulosidade, dá para ver este espetáculo da natureza.
Para isso, sugiro que você se sente do lado esquerdo da aeronave, assim você aumentará as suas chances de conseguir ver o famoso encontro das águas.
Por mais que o Rio Amazonas seja enorme, Manaus não tem mar. Mas nem por isso os manauaras deixam de curtir uma praia.
Sim, a capital do Amazonas tem não apenas uma, mas muitas praias fluviais que ficam literalmente lotadas diante do escaldante calor local.
A mais famosa e interessante delas é a Ponta Negra. A praia do Rio Negro tem até mesmo calçadão.
Hora de conhecer um dos lugares mais legais de Manaus, e um dos meus favoritos, o Mercado Adolpho Lisboa.
Quem acompanha o Cumbicão sabe que a gente ama um mercado típico – já fizemos até mesmo uma lista dos Top 5 Mercados Típicos.
Também conhecido como Mercado Municipal de Manaus, lá você encontra literalmente tudo quanto é item regional.
De peixes a frutos absolutamente desconhecidos da maioria das pessoas, o lugar é um mergulho na cultura local.
Numa viagem para Manaus você não pode deixar de experimentar duas bebidas locais: guaraná e o jambu.
Não, não estou sugerindo que você simplesmente peça um refrigerante.
Uma coisa que você aprende em definitivo durante uma viagem à região amazônica é que guaraná não é um refrigerante, mas sim um suco. E o mais legal, tem um gosto absolutamente diferente da versão comercial que hoje roda o mundo.
A outra é uma bebida alcoólica, o jambu. É uma planta da qual se extrai uma cachaça local que deixa os lábios e língua formigando. É um bom souvenir.
O Mercado Adolpho Lisboa é um excelente lugar para comprar artesanato, provar comidas típicas, frutas regionais, chás e plantas super diferentes.
Anote aí algumas frutas típicas para você provar lá: pupunha, o tucumã e a manga-maçã. Some ainda os bombons de cupuaçu e as castanhas, e o Tucupi (molho amarelo extraído da raiz da mandioca brava).
Para além dos itens ali comercializados, o mercado guarda um outro atrativo: a sua arquitetura.
E aqui há uma curiosidade: a estrutura dele foi projetada por ninguém menos do que Gustave Eiffel, o mesmo responsável pela famosa Torre Eiffel, em Paris. Isso fica evidente ao admirar a lateral do edifício que fica voltada para o Rio Negro.
O mercado funciona de segunda a sábado das 6hs às 18hs e domingos das 6hs às 12hs.
Se você viaja com crianças, não pode deixar e conhecer o Bosque da Ciência.
O local é praticamente uma mistura de museu com jardim botânico, sendo uma excelente oportunidade para ver de perto alguns animais típicos da região circulando livremente, tais como preguiças e macacos.
Uma outra boa opção para estar perto da natureza em Manaus é o Musa — Museu da Amazônia.
Nele você encontra uma mistura de temas que orbitam muito bem ao redor da temática amazônica, tais como biologia, geografia, astronomia, história por exemplo. Nele estão muito bem representados os povos indígenas e a fauna-flora local.
Um dos maiores destaques ali é a floresta intocada ao redor dele e também a torre de 42m que proporciona uma vista singular da copa das árvores.
Outra opção interessante é o Zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva – CIGS, que é mantido pelo exército. São mais de 200 animais da fauna amazônica, incluindo alguns em risco de extinção, como a onça pintada e a pantera negra.
Detalhe: os animais que estão ali foram resgatados de contrabandistas e estão ali ou de passagem ou porque já não têm mais condições de viver na natureza. Ali também existe um grande aquário fluvial com espécies locais como o enorme pirarucu e o tambaqui.
Quem não consegue abrir mão de um passeio no shopping pode aproveitar para conhecer o Manauara Shopping que para ter um ar mais regional tem inclusive uma “pequena floresta” no seu interior.
Mesmo com um roteiro bem expresso em Manaus, não deixe de provar alguns pratos locais, e para isso deixo aqui algumas sugestões de restaurantes conhecidos na cidade.
· Restaurante Banzeiro: é um dos mais conhecidos de Manaus, seja pela sua moqueca seja pela entrada de formigas. Sim, você leu certo, formigas. Lá elas são criadas especialmente para isso, alimentadas com folhas de árvores cítricas. Quem disse que só lá fora temos comidas estranhas?!?!
· Tambaqui de Banda: é uma rede local que tem várias unidades pela cidade e justamente por ter um custo benefício interessante faz muito sucesso. Há uma unidade perto do Teatro Amazonas, por exemplo. No cardápio, muitos peixes e pratos regionais. Fomos e amamos!
· Tacacaria Amazônica: também perto do Teatro Amazonas, serve pratos deliciosos como moquecas.
· Bar do Armando: para uma refeição barata e típica na região, vá a este bar que serve bolinho de bacalhau e pastel de carne com queijo. É um lugar simples, mas muito interessante.
E aí? Fala se Manaus não é incrível? Tem alguma outra dica da cidade para compartilhar? Conta para a gente!
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