Montreal

Roteiro de viagem em Montreal – principais atrações turísticas

Imagine que você tem apenas 24 horas em uma das cidades mais interessantes do Canadá. O que você faz? Senta e chora ou monta um roteiro para conhecer ao menos as suas principais e mais centrais atrações? Foi assim a nossa viagem para Montreal.

Claro que a minha escolha foi de aproveitar ao máximo o nosso tempo e conhecer ao menos as principais atrações da cidade, e em especial aquelas localizadas no centro da cidade.

O problema é que no nosso roteiro de viagem Montreal ficou literalmente espremida nos mais de 800km que separam Québec para Toronto, nos possibilitando uma janela de 24 horas na cidade.

Longe de ser o ideal ter apenas 24 horas numa cidade que tem muito a oferecer, evidente que explorar as principais atrações turísticas da região central foi muito, mas muito melhor do que eventualmente ter eliminado a cidade do roteiro, ou feito o trajeto de avião.

Depois de conhecermos a linda Québec, era chegada a hora de passearmos outra importante cidade do que se costuma chamar de Canadá Francês, sim, se você não leu o nosso post sobre as dicas para uma viagem ao Canadá e o post introdutório ao Canadá, saiba que o país tem uma pequena porção junto à costa leste que tem predomínio da cultura francófona, tanto na língua quanto em outros costumes.

Até o charme das ruas lembra Paris.

Mesmo sendo considerada uma cidade francófona, na verdade ela é a única que pode ser considerada de fato bilingue, já que na parcela oeste da Blvd St-Laurent há uma maior concentração de pessoas que falam inglês e no leste os que falam francês.

Brincam que Montreal é mais francês que a própria França. Isso porque nem mesmo as placas de PARE (STOP) resistem ao “nacionalismo” local, já que todas estão em francês (ARRÊT) – nem na França é assim. A anglofobia é tamanha que o KFC (Kentucky Fried Chicken) é “Poulet Frit du Kentucky” – se pudessem ter mudado o nome do estado norte-americano teriam feito!!!

Chega a ser divertido ver esta situação.

Em todos os lados, as placas são sempre em francês.

O incrível é que a fobia é exclusiva em relação ao idioma da Rainha, já que no meio de tudo isso uma grande quantidade de imigrantes, o que possibilita inclusive a existência de uma Chinatown.

Resultado? É relativamente fácil encontrar gente lá que fala não duas, mas sim 3 idiomas diariamente. Tudo isso dentro de um contexto de 4 milhões de habitantes, fazendo de Montreal não só um caldeirão cultural, mas também a segunda mais populosa cidade do Canadá.

Fundada pelos franceses em 1642, ela permaneceu sob o domínio deles até 1760 quando passou para os ingleses ao final da Guerra dos Sete Anos.

Como se locomover por Montreal

Se considerarmos a região central de Montreal, ela é uma cidade bastante plana, o que aliado ao fato de ter uma porção de calçadões e áreas verdes, faz dela uma daquelas cidades para ser explorada a pé.

Usar o carro num lugar destes é um sacrilégio. Seja pelo preço do estacionamento exorbitante seja pelo fato de que você perderá muito da diversão que é explorar a cidade a pé.

Tanto que cheguei no hotel, estacionei o carro e de lá ele saiu apenas para ir para o nosso próximo destino: Toronto.

Isso não quer dizer que você deva dispensar o sistema de transporte público, especialmente se você estiver hospedado fora da área central da cidade, ou se pretender conhecer atrações turísticas mais distantes.

O metrô de Montreal é composto por 4 linhas que cobrem uma boa parte da cidade e como a empresa que o administra, a STM (Société de transport de Montréal), também administra a rede de ônibus da cidade, usar o sistema de forma integrada na sua viagem à Montreal é moleza.

Esquema do metrô de Montreal.

Para valores de bilhetes e passes, sugiro consultar o site de tarifas da STM e também o planejador de rotas da STM que é super útil para quem visita a cidade e não está habituado ao seu serviço de transporte público.

Apesar de bem abrangente, o metrô de Montreal não chega até o Montreal International Airport Pierre Elliott Trudeau (mais conhecido como apenas YUL 😂) que fica 25km do centro da cidade.

Para quem não quiser pegar um táxi, a forma mais conveniente de ir de lá para o centro da cidade (e vice versa) é usando o ônibus expresso (No. 747) que está interligado no sistema da STM e faz em uns 35 min. o trajeto do aeroporto até a estação Charveloix na linha verde.

O serviço está disponível todos os dias 24hs e o valor da viagem você pode conferir no planejador de rotas ou de tarifas da STM citado acima.

Estação do metrô de Montreal

Ah, um detalhe… Eu disse que caminhar pela cidade é uma delícia. Sim, mas na primavera e verão, quando as temperaturas são agradáveis. Já no outono, e em especial no inverno, a situação é absolutamente inversa e tudo o que você vai querer para fugir do rigoroso frio local é se abrigar no metrô.

Isso nos leva a uma curiosidade de Montreal, a sua chamada “cidade subterrânea”.

Com mais de 30km de túneis cruzando toda a cidade, dizem inclusive que é a maior rede subterrânea que existe.

Fala se não é perfeito para o rigoroso inverno ou para quem acha que é um tatu?

Lá tem de tudo, shoppings (especialmente na rua Sainte-Cathérine); praças de alimentação; lojas; supermercados.

Como é meio confuso se locomover por lá, e provavelmente o GPS não funcionará, sugiro pegar um mapa da RÈSO, a empresa que administra o sistema. Para acessar a rede de túneis, é só seguir as placas indicativas com o sinal da RÉSO.

E é claro que toda esta rede de túneis e galerias conectam-se perfeitamente com as estações de metrô.

A coisa é tão cheia de serviços que existe até um site especializado em serviços disponíveis na RÊSO.

Onde ficar numa viagem à Montreal?

Até porque tínhamos poucas horas na cidade, precisávamos de um hotel que fosse muito bem localizado.

Bem localizado do tipo ao lado das principais atrações.

E nisso não poderíamos ter feito uma escolha melhor para a nossa viagem para Montreal do que o Le Saint Sulpice Hôtel Montréal, um hotel boutique literalmente no coração da cidade, colado na Basilique Notre-Dame.

Le Saint Sulpice Hôtel Montréal, excelente opção de hospedagem no centro.

O hotel é nada menos do que fantástico, e o review completo você confere aqui.

Atrações de Montreal

Ok, mas e aí? O que tem para conhecer numa viagem para Montreal?

A resposta é: muita coisa!!!

Todavia, não pretendo aqui fazer um guia completo sobre a cidade não.

Como adiantei, tínhamos apenas um dia para conhecer a cidade, já que precisávamos seguir viagem para Toronto. Assim, com pouco tempo e uma cidade relativamente grande pela frente, resolvemos priorizar as atrações mais importantes ou que mais nos agradariam.

No nosso caso, eram justamente aquelas situadas na região central de Montreal.

Sugiro você começar o seu passeio pela área conhecida como Old Montréal. É um conjunto de ruas estreitas e construções de pedra que se de dia é imperdível, durante a noite, iluminada, mais ainda.

Comecemos logo a nossa viagem por Montreal justamente pela sua atração mais conhecida: a Basilique Notre-Dame.

Ela foi construída em 1829 sob uma outra igreja que já existia no local.

Basilique Notre-Dame, qualquer semelhança arquitetônica com a famosa de Paris não é coincidência.

A arquitetura do seu exterior lembra muito outra famosa Notre Dame, mas do outro lado do Oceano Atlântico.

Porém o seu interior não lembra nenhuma outra igreja que eu tenha visto. E olha que se tem uma coisa que já vi por ai são igrejas. Sempre acabo entrando para bater aquele papo com Ele e apreciar a arquitetura e a decoração.

No seu interior é simplesmente imperdível, belíssimas pinturas sob um teto azul e detalhes em dourado, um órgão lindo e (dizem) o maior sino da América do Norte.

O tom azul do teto dá uma agradável impressão de céu azulado, meio que aquele da blue-hour, final de tarde perfeito para fotografar. Tudo isso emoldurado por uma estrutura de madeira com muitos detalhes em dourado (mas sem exageros!) que parecem reluzir ainda mais com uma iluminação para lá de bem planejada.

Enfim, um deleite para os olhos!!!

Basilique Notre-Dame de Montreal, um dos pontos altos da viagem.

 

Órgão da Basilique Notre-Dame.

 

A iluminação do altar faz toda a diferença.

 

Os vitrais também chamam a atenção.

Além da belíssima nave principal e do rico altar, não deixe de conferir a linda Chapelle du Sacré Coeur que fica atrás do altar.

Para os fãs, uma curiosidade: Celine Dion casou-se aqui.

Fica na 110 Rue Notre-Dame Ouest; infelizmente cobram um ingresso para visitar, e existem várias opções de ingressos, inclusive especiais para dias onde existe um show de luzes na catedral (a compra deve ser feita preferencialmente no site acima e com data marcada). Abre de segunda à sexta das 8h00 às 16h30; sábados até às 16h00; e domingos das 12h30 às 16h00.

Diante da basílica, está a Place d’Armes. Toda rodeada por edifícios históricos, ela marca o local de fundação da cidade e onde teria ocorrido uma grande batalha entre povos nativos. Ao centro fica o monumento de Maisonneuve, em homenagem ao fundador da cidade Paul de Chomedey.

Place d’Armes.

Perto da Place d´Armes fica o Musée d’Archéologie et d’Histoire Pointe-à-Callière, um museu de arqueologia que é tido como o principal da cidade. Ele conta através de suas exibições de arqueologia a história da cidade. Fica na 350 Pl Royale; funciona de segunda à sexta das 10h00 às 18h00 e sábados e domingos das 11h00 às 18h00.

Dali, sugiro que você siga a pé mesmo, para aproveitar as atrações do caminho, vá até a Place Jacques Cartier.

Digo isso porque da Place d’ Armes até a Jacques Cartier há uma série fantástica de ruas exclusivas para pedestres onde há um isto de galerias de arte, restaurantes, bares e lojas que vão tomar fácil um período inteiro do seu itinerário de viagem em Montreal.

Mas voltando à Place Jacques Cartier, ela foi fundada em homenagem ao explorador francês que descobriu a região e fundou Québec.

Place Jacques

Até porque tínhamos poucas horas na cidade, precisávamos de um hotel que fosse muito bem localizado.

Ali existem alguns locais bem interessantes.

O primeiro e mais suntuoso deles é o Hôtel de Ville.

Hôtel de Ville, hoje prefeitura de Montreal.

Apesar do nome,  não é um hotel não. Trata-se de um lindíssimo edifício histórico de 1872 que abriga a prefeitura de Montreal.

A história conta que em 1967, Charles de Gaulle discursou para uma multidão presente que foi ao delírio ao sugerir que o estado de Québec deveria declarar a sua independência, o que gerou uma série de conflitos com os estados de influência inglesa.

Do outro lado da rua fica o Château Ramezay, um museu que conta a história de Montreal. Interessantíssimo.

Château Ramezay, para conhecer um pouco mais sobre a história de Montreal.

Embora bastante contestável, até porque eu duvido que todos animais ali tenham morrido de causas naturais, vale conferir a Galerie Le Chariote.

Trata-se de uma galeria de arte com vários itens tradicionais da cultura Inuit, os nativos canadenses. Mas o que mais chama a atenção da maioria dos visitantes é a quantidade de animais empalhados, como por exemplo lobos e ursos polares. O tamanho destes gigantes impressiona!

Olha só o tamanho do Urso Polar!!!

Detalhe: são peças à venda!

Uma curiosidade: nesta praça vocês vão notar uma estátua que para quem já esteve em Londres possa soar meio familiar…  uma Coluna do Lord Nelson, sim, aquele mesmo de Trafalgar Square. Eu falo… ele nos persegue!!!

Poucos passos dali você encontra outra importante igreja da cidade é a capela de Notre-Dame de Bon Secours. Construída em 1771 é a mais antiga da cidade. Fica na 400 Saint Paul Street East; e como os valor dos ingressos pode mudar e os horários variam ao longo do ano, sugiro conferir o site oficial.

Notre-Dame de Bon Secours a igreja mais antiga de Montreal.

Ali na região, mais precisamente na Rue Saint Paul, fica uma belíssima construção, o Marché Bonsecours.

Trata-se de um antigo mercado público em Montreal, construído entre 1844 e 1852.

O prédio por fora certamente merece ser apreciado, já o interior…

Lindo por fora…

Pouco interessante por dentro.

Não sei se sou eu, mas esperava muito e acabei me decepcionando.

Imaginava encontrar um mercado típico, com produtos naturais e artesanato, e me deparei com um monte lojas caras (nada típicas) e restaurantes igualmente caros.

Para algo típico mesmo, vá ao Marché Atwater onde são vendidos vários produtos locais como pães, queijos e vinhos – perfeito para um pique-nique. No verão eles ainda colocam algumas barracas do lado de fora. Fica na 138 Ave Atwater; abre de segunda à quarta das 7h00 às 18h00, até 19h00 nas quintas; 18h00 nas sextas e até 17h00 nos sábados e domingos.

Montreal é uma cidade com muito verde, aliás acho que esta é uma das coisas mais perceptíveis no Canadá como um todo, inclusive nas grandes cidades.

Existem dois grandes parques na cidade que acho que vale conhecer, especialmente se você como nós viajar no verão.

O primeiro é o Vieux-Port de Montréal, que é a área do antigo porto da cidade que foi completamente renovada para abrigar uma área de lazer. Nos seus mais de 2,5km de extensão ao longo do St Lawrence River os locais aproveitam no verão para andar de bicicleta ou simplesmente passear, e no inverno é ali montado um rinque de patinação no gelo.

Duas populares atrações do local são o Montreal Science Centre e a Clock Tower. Para os mais radicais, há até mesmo um bunggy jump e tirolesa.

Mas a área verde mais querida de Montreal é o Parc Du Mont-Royal um grande parque onde os moradores locais fazem de tudo um pouco: caminham, andam de bicicleta e patins, e até mesmo são realizados grandes shows ao ar livre. Se puder, vá até o Kondiaronk Lookout de onde se tem belas vistas dos arredores.

Aliás, o nome da cidade vem deste acidente geográfico: o Mont-Royal.

A vista a partir do Parc Du Mont-Royal é incrível.

Confesso que saindo desta área mais histórica, Montreal se parece com qualquer outra grande cidade – poderia estar facilmente nos EUA ou em lugares mais modernos da Europa. Não que isso não seja legal, mas convenhamos que diante de tantas atrações históricas, edifícios espelhados perdem a graça.

Tem até mesmo uma Chinatown nos arredores da Rue de la Gauchetière (entre Blvd St-Laurent e Rue Jeanne Mance) que pode ser uma boa ideia para uma refeição ou compras.

Eu gostaria apenas de deixar uma percepção minha… Se você conhece outras Chinatows, como as de São Francisco, Sydney, New York ou até a de Vancouver provavelmente ache esta meio sem graça. Não pela falta de lojas e restaurantes típicos não, mas pela falta de mais edifícios tradicionais, templos e outras características.

Chinatown de Montreal.

Lá você encontra vários restaurantes não só chineses, mas asiáticos em geral.

Se você nunca vistos uma, vale a pena!

Se você tiver tempo, e for para Montreal no verão, poderá assistir lá um dos espetáculos do Cirque du Soleil. Sim, como eles são de lá, no verão realizam espetáculos na cidade.

Pelo tempo que tínhamos na cidade, nem faria sentido comprar um, mas como li, não custa compartilhar com vocês. Assim como outras cidades, Montreal tem também um passe de museus e atrações, o Montréal Museum Pass que dá direito de entrar em praticamente qualquer museu e atração da cidade e ainda usar o sistema de transporte público por 3 dias. Considerando o tempo para usar e a quantidade de atrações, acho que pode ser uma boa ideia. Avalie conforme seu roteiro / interesse.

Se você precisar, o Posto de Informações Turísticas (Centre Infotouriste Montréal) fica na 1255 Rue Peel; e funciona diariamente das 8h30 às 19h00.

Saímos de Montreal, assim, chorando querendo mais!!!

Embora tenha sido um rápido passeio, acho que deu para notar que você não deve deixar Montreal de lado ao programar a sua viagem pela costa leste do Canadá.

Booking.com
Diogo Avila

Posts recentes

Disney Adventure World: celebrando a magia do cinema

Desde a sua inauguração, ainda com o antigo nome de Walt Disney Studio Park, o…

27 de outubro de 2024

FlightConnections, todas as rotas aéreas do mundo na sua mão

Você já imaginou ter em mãos uma ferramenta que literalmente te dá todos os voos…

9 de setembro de 2024

Coron: um paraíso de praias e lagoas nas Filipinas

Ao norte da ilha de Palawan, onde fica El Nido, situa-se um outro grupo de…

30 de agosto de 2024

Disneyland Park Paris: magia Disney com charme francês

Porque não aproveitar uma viagem à Paris para curtir o Disneyland Park? Se não bastasse…

8 de agosto de 2024

Dicas para curtir os parques da Disney em Paris

Viajando para Paris com crianças? Então você precisa colocar no seu roteiro de atrações da…

28 de julho de 2024

El Nido: uma experiência imperdível nas Filipinas

Pensa em um paraíso literalmente cercado de água por todos os lados? Assim é El Nido.…

7 de junho de 2024

This website uses cookies.