Espero que depois dos últimos posts e percorrermos boa parte do seu território eu tenha conseguido convencer você de que a Jordânia tem muito mais do que Petra, mas não tem como negar que a cidade construída há mais de 2.000 anos na pedra pelos Nabateus é o grande ícone turístico deste país.
Também não é para menos, este patrimônio da humanidade é o cartão postal mais famoso de lá.
A cidade de Petra ficou relativamente esquecida até que o explorador suíço Jean Louis Burckhardt redescobriu ela em 1812
Mas acho que o booom mesmo veio com Hollywood redescobrindo Petra, ou melhor, o Dr. Jones!
Não sei vocês, mas um dos meus heróis favoritos das telonas (juntamente com James Bond) é o arqueólogo Indiana Jones. A grande maioria das pessoas simplesmente desconhecia Petra até ver na telona ele e seu icônico combo chapéu +chicote adentrar à cidade a partir do desfiladeiro ao som da típica música, é claro.
Só Deus sabe quantas vezes assisti suas aventuras sonhando com um mundo a ser explorado. E ainda hoje acredito piamente que a Arca da Aliança exista. Quiçá o cálice sagrado….
Bem, hoje é verdade que o mundo parece menor e menos autêntico, mas não custa nada ser sonhador e aventureiro de vez em quando.
A fama de Petra é tamanha que tempos atrás, mais precisamente em 2007, ela foi eleita uma das novas 7 Novas Maravilhas do Mundo.
História de Petra
A primeira pergunta que todo mundo que vai a Petra deveria fazer é: quem construiu tudo isso?
Petra é obra de um povo pouco conhecido da maioria das pessoas, os nabateus, um povo nômade que veio do oeste da Península Arábica e se instalou na região por volta do século VI.
Os nabateus eram um povo cuja principal atividade era o comércio e estando estabelecido em um local tão estratégico: a rota do ouro, especiarias e outros bens valiosos vindos do oriente, eles passaram a não só cobrar pedágio pelo direito de passagens pela região, como também negociando outros bens.
Naqueles tempos, existiam rotas que iam do Mar Vermelho, nos arredores de onde hoje é Aqaba até Roma, passando justamente por ali.
Até mesmo a Bíblia cita indiretamente Petra sob dois nomes diferentes: Sela e Joktheel. Acredita-se inclusive que os Reis Magos teriam passado por ali, ou ali adquirido os presentes para o menino Jesus: incenso, ouro e mirra (Mateus 2:1-12) e entregá-los na manjedoura de Belém.
A cidade foi tão próspera que chegou a ter 30mil habitantes.
Ter uma cidade assim tão próspera e populosa em meio ao deserto parece algo inconcebível, mas os nabateus literalmente venceram o deserto com um conjunto de cisternas, represas e canais de água (estes visíveis até hoje).
O declínio de Petra veio justamente com aquilo que a tornou tão poderosa: por volta de 106 os romanos encontraram uma nova rota comercial, o que enfraqueceu demais o poder econômico da cidade.
O golpe final veio com um terremoto em 363 que simplesmente arruinou a cidade.
Atrações
A sua visita à Petra começa no Petra Visitor Centre em Wadi Musa. É lá que você compra o ingresso; pega um mapa para explorar a região, ou salva o meu mapa abaixo que tem todas as atrações já marcadas para facilitar a vida.
Passando pelo Centro de Visitantes, sugiro que você siga o caminho abaixo que tem ao todo 4km de extensão até o Tesouro.
Recomendo que você priorize aquilo que deseja ver, já que por mais que a imagem que a maioria tenha seja do desfiladeiro e do Tesouro, Petra é enorme. São mais de 800 pontos históricos e 500 tumbas registradas. E olha que as escavações no local seguem. Anos atrás acharam algumas tumbas dentro do tesouro.
Então priorize, especialmente se você tiver apenas um dia para conhecer o local.
A primeira coisa que você verá no percurso são os blocos Djinn (nome que deu origem à palavra gênio em inglês) ou Bab Al Siq.
Até hoje ninguém sabe ao certo qual era a função destes três blocos de pedra, mas especula-se que seriam locais de oração pelo fornecimento de água e fertilidade.
Seguindo pela trilha, está a primeira de muitas tumbas que você verá em Petra. A Obelisk Tumb é um conjunto de tumbas marcadas com quatro obeliscos de pedra.
Perto dela, assim como em outras tumbas, existe um triclinium que é uma sala de jantar onde algumas vezes ao ano as pessoas faziam um banquete para celebrar os falecidos ali. Você alguma vez pensou em ir jantar no cemitério?
Sem um suprimento abundante de água, Petra dependia muito da captação e conservação deste precioso bem. Cientes disso, além de criar uma rede de irrigação bastante complexa para a época e ainda mais desafiadora diante do clima desértico da região, eles criaram a Dam ou barragem.
Muito provavelmente até o momento você não tenha identificado como sendo Petra nenhum dos pontos acima, mas certamente o próximo você se lembrará: The Siq.
Siq em árabe é desfiladeiro e este é o famoso (e apertado) acesso ao Tesouro.
Com a luz iluminando as rochas em suas várias tonalidades, é um dos pontos mais belos de Petra.
Portanto, uma dica importante: não passe por ali correndo no desespero de ver o Tesouro. Vá caminhando lentamente e apreciando a paisagem.
Não deixe também de reparar nas calhas de terracota que ainda existem em alguns trechos e que serviam para abastecer água. Durante o seu caminho você também verá um entalhe de uma caravana de camelhos na pedra (à esquerda de quem entra no Siq sentido Tesouro).
Ao todo são 1,2km de extensão e até 200m de altura.
O mais incrível é que ele chega a ter apenas 2m em sua menor largura. Certamente teve um papel relevante como uma defesa natural da cidade.
O interessante é que ele não é um canion que normalmente seria erodido pela água, mas sim fruto de um movimento geológico.
Localmente conhecido pelo seu nome em árabe Al Khazneh e mundialmente conhecido por Treasury Tomb ou Tesouro é o ponto mais famoso de Petra e um dos lugares mais fotografados de todo o Oriente Médio.
Depois que você se refaz do impacto de estar diante de uma das construções antigas mais belas do mundo (repetindo: isso tem mais de 2.000 anos!!!), você cai na real e fica pensando como é que conseguiram entalhar isso diretamente na pedra.
Construído em estilo que mais se assemelha à uma construção clássica grega (note as colunas), ele serviu de tumba ao rei nabateu Aretas III que reinou por entre 87 a.C. e 62 a.C..
Algo que pode frustrar alguns é o fato de que é terminantemente proibido entrar ao Tesouro.
Se você ficou triste por não poder ir em busca do Cálice Sagrado lá dentro, saiba que não existe nada de mais lá dentro.
Nada de esculturas, pinturas, quanto menos tesouros. O verdadeiro prêmio é curtir o visual de fora.
Considerando que assim como todo mundo, você vai querer tirar milhares de fotos do Tesouro, existe uma hora ideal para fotografá-lo. Esta é entre 9h e 11h, quando o sol está em sua posição mais vertical, iluminando toda a fachada.
Mas essa aquela vista incrível do Tesouro de cima? Existem duas opções:
A primeira é uma pequena caminhada, coisa de uns 5 minutos a partir de um caminho diante do Tesouro. Você sobe um caminho com algumas poucas pedras, coisa fácil mesmo, tanto que fomos com criança pequena. Lá em cima você tem uma boa e limpa vista do Tesouro. Apenas não se esqueça de deixar uma gorjeta para o rapaz que cuida do local.
A segunda já algo mais complexo e demanda aproximadamente 1h30 de trilha ida e volta, mas com vários pontos de parada para você admirar a paisagem. Ela também começa diante do Tesouro.
Depois de apreciar o Tesouro, siga para a Street of Facades ou Outer Siq, onde existem mais de 40 tombas e casas construídas pelos Nabateus.
Note que aqui o estilo arquitetônico é totalmente diferente daquele do Tesouro, é mais assírio.
Dentre estas várias tumbas, veja a de número 67 que tem a câmera funerária no piso superior e a 70, que mais parece um labirinto.
Talvez de tanto eu ter falado de tumba para cá, tumba para lá, você talvez tenha ficado com a impressão de que Petra era na verdade uma necrópole. Bem isso não reflete a realidade.
Mas onde vivia a população propriamente dita?
A situação em Petra é mais ou menos como a de outros grandes sítio arqueológicos que já vimos, como as Pirâmides do Egito ou Angkor Wat: as moradias da população comum não resistiu ao tempo.
Como a maioria dos nabateus vivia em tendas, muitas parecidas com os atuais beduínos, você não irá encontrará mesmo vestígio algum.
Outra coisa que fica claro ao andar por Petra é que existem vários estilos arquitetônicos, e o motivo disso é que como comerciantes e nômades, eles tinham contato com várias culturas e delas absorveram muitas influências.
Uma das estruturas que mais sofreram com o terremoto de 363 foi o Theatre.
Construído pelos nabateus e expandido pelos romanos que lá chegaram em 106, ele tinha capacidade para até 8.500 pessoas.
Além da destruição causada pelo próprio terremoto, as pessoas tiveram que utilizar muito da pedra ali existente para reconstruírem outras estruturas mais importantes da cidade. Questão de prioridade, né?
Não deixe de visitar as Royal Tombs que são acessadas a partir do Theatre. Além de um conjunto belíssimo de tumbas, dizem que algumas das mais belas de Petra, é de lá que se tem uma das melhores vistas do Tesouro.
Dentre estas tumbas, visite a de Urn, que mede nada menos que 18m x 20m e tem um pórtico muito bem trabalhado.
Ela é tão bela que por um tempo, por volta de 447, foi utilizada como uma igreja bizantina.
Veja também a Palace Tomb que também é escavada na pedra com suas 18 colunas.
Outras tumbas nos arredores que você pode visitar são a Silk e a Corinthian.
Petra tem também uma rua (que deveria ser) cheia de colunas, a Colonnaded Street que era o centro da cidade antiga.
Nela há uma bela construção chamada Nymphaeum, que era no passado uma fonte pública. Olha, olhando o que sobrou da construção depois de 2.000 anos, fica claro o quanto os nabateus apreciavam um bem super essencial, a água. A água vinha desde o Siq até ali.
Construído no século I, o Great Temple era o maior templo de Petra, mas infelizmente pouco sobrou depois o terremoto. Estima-se que no passado ele tinha um pé direito de 18m e media 40m x 28m, algo realmente impressionante para a época.
Se a esta altura as suas pernas aguentarem, visite a Petra Church ou Byzantine Church. A recompensa para quem consegue chegar lá são belíssimos mosaicos da época.
O maior dos monumentos de Petra é o Monastério (Al Deir). Ele até que parece com o Tesouro sim, mas é bem maior (50m x 45m) e está no topo de uma colina.
Foi construído como o que? Adivinhem… uma tumba no século III, é claro! Mas foi utilizado pelos bizantinos como igreja tempos depois – daí o seu nome.
Para chegar lá você tem que encarar nada menos que 800 degraus em 40 minutos de caminhada. Literalmente um caminho de fé no deserto! Mas a vista de lá é incrível.
Se depois de toda esta aventura a lá Indiana Jones, você quiser um souvenir, seja um chapéu do herói ou um típico shamag, vá à Indiana Jones Gifts ShopGifts & Souvenirs que fica perto do Petra Visitor Centre.
Petra by Night
Certamente você já viu uma daquelas fotos de Petra à noite toda iluminada com lanternas. Este é o evento conhecido como Petra By Night que acontece apenas às segundas, quartas e quintas entre 20h30 e 22h00 – só não tem se chover.
Já deu para notar que uma das coisas que você precisa pensar ao programar a sua viagem para Petra é estar lá em um destes dias da semana.
São poucos os sítios arqueológicos que abrem durante à noite, nos permitindo imaginar como era o lugar em uma época tão remota.
Salvo um ou outro “Ohhh” ou cochicho, o silêncio toma conta dos visitantes conforme eles se aproximam do Siq e vão avistando as primeiras das 1.500 lanternas que são colocadas no chão para iluminar junto com a Lua, o Tesouro.
Quer mais? À certa altura todos são convidados a sentar na areia para ouvir a música que ecoa pelo Siq curtindo um chá de menta.
É uma daquelas coisas memoráveis e tenho certeza que você vai se apaixonar por Petra de vez.
Normalmente este tour é bastante tranquilo e não tem tanta gente assim, já que os tours diários já foram embora da cidade, restando apenas aqueles que lá estão hospedados.
O custo é de JOD 17 e menores de 10 anos não pagam. Não precisa, nem pode reservar antecipagamente. Você precisa comprar o ingresso antes das 18h00 no Petra Visitor Centre, onde começa o tour.
Se você quer uma foto sem a galera “atrapalhando” o visual, fica uma dica: ande no pelotão da frente, coladinho no funcionário do sítio arqueológico.
Explico: pouco antes de abrir o período noturno de visitação, os visitantes se aglomeram na bilheteria, como que esperando a porteira abrir. Ai todos saem acompanhando o funcionário.
Se você ficar para trás, certamente encontrará o Tesouro cheio de gente caminhando entre as lanternas. Se você andar no pelotão da frente, chegará lá com tudo vazio. Só não tente andar à frente do funcionário! Pode não.
Ah, vou deixar para tirar fotos no final… Esquece, o povo entra na frente, as lanternas apagam e os funcionários do sítio arqueológico vão varrendo a galera.
Então, pernas para que te quero!
The Petra Museum
Sobrando um tempo nos seus dias em Petra, sugiro que você conheça o Petra Museum, um pequeno museu que fica no Petra Visitor Centre e funciona no mesmo horário que o sítio arqueológico.
Mais do que um belo prédio por fora e um merecido descanso no ar-condicionado, este museu que foi erguido com auxílio do governo japonês recentemente, guarda muitos artefatos que foram descobertos nas escavações de Petra.
É muito interessante ter assim, ao lado da atração um museu que conta a sua história, pois você consegue aliar o que viu no sítio arqueológico com aquilo que está exposto. Isso ficou muito claro especialmente nas explicações de como eram feitos os rituais funerários da época dos nabateus.
Como eu disse, é um museu pequeno e que você consegue visitar em alguns minutos, portanto não custa nada dar uma espiada.
Dicas para conhecer Petra
Super concorrida e situada distante de outros pontos turísticos, é importante que você otimize ao máximo seu tempo em Petra, e justamente por isso vale a pena ser um pouco mais detalhistas nas dicas para você curtir ao máximo seu passeio por lá.
O sítio arqueológico de Petra, ou melhor, a sua entrada fica muito perto do centro de Wadi Musa, portanto dá para ir caminhando até lá dependendo de onde você está hospedado. Nós, mesmo estando super perto, resolvemos ir de carro e deixar para gastar as canelas lá dentro.
Tem estacionamento amplo e gratuito ao lado da bilheteria/entrada.
Alternativamente, muitos hotéis têm transfer até lá. Fale com o seu hotel.
Mesmo havendo alguns banheiros lá, eles não são numerosos e em sua maioria são daqueles químicos. Tem um melhorzinho na entrada do Siq e outro lá no Tesouro. Se puder, use o do Visitor Center que é excelente.
Se você for para Petra no inverno, agasalhe-se adequadamente pois faz bastante frio lá.
Para o verão, não se esqueça de ter um boné/chapéu, óculos escuros, e bastante água. O calor lá castiga!
Mas não tem sombra? Tem e ajuda bastante, mas mesmo assim é bem quente.
Dentro da cidade velha não existem opções de lugar para comer, e uma vez lá dentro você não vai querer voltar para comer, então muita gente faz uma mochila com um piquenique. Super normal e recomendado, bastando que você volte com o seu lixo porque lá dentro nada pode ficar.
Há algo que me deixou maluco da vida: os quiosques cobram valores diferentes na água conforme a sua origem. Sim, eu paguei 4 JOD na água e segundos depois um turista de origem árabe pagou só 1 JOD na mesma água. Foi a única vez que vi um jordaniano tratando mal turista. Lamentável!!!
Como vocês viram, fomos com criança pequena e talvez os pais dos viajantes menores estejam se perguntando sobre carrinho de bebê. Levar ou não? Em um terreno assim tão irregular, não levaria não… Mas ai vai de cada um.
Treinamos o pequeno muito bem antes e preparamos ele para se interessar pela atração. Ele ficou imaginando que ali nas tumbas teria zumbis, e múmias e etc. Coisas de menino nesta idade que adora monstros… 😂
Como adiantei, uma coisa que você precisa ter em mente, é que ao visitar Petra você vai caminhar bastante.
Só para você ter uma ideia, se for do centro de visitantes até o Tesouro direto, são 20 min, até o Basin Restaurant, 40min sem paradas. Passando pelo Petra Visitor Centre e pela entrada da cidade velha você tem pela frente uma caminhada de 2km ou 20 minutos até a entrada do Siq. Este você pode fazer tanto a pé quanto cavalo. Dai por diante é a pé mesmo.
Em um dos dias, fizemos mais de 13km! E com criança pequena!
Claro que você pode ir caminhando e voltar de camelo, burro ou até mesmo charrete, dependendo do lugar. O transporte por animais varia de JOD 20-40.
De qualquer forma, prefira calçados fechados e confortáveis já que o terreno tem muitas pedras e areia de monte.
Guia é essencial? Hum, eu não diria que é essencial, mas sim importante para você não perder alguns detalhes, especialmente se não tiver tempo para estudar bem sobre o lugar.
Optando por um guia, todos eles usam crachá com número de identificação. Eles podem ser contratados no quiosque diante do Visitor Centre e o valor é tabelado conforme o tempo x extensão, mas gira entre JOD50 e JOD 100.
Tem guia em português? Infelizmente lá não, você precisaria contratar alguém por fora.
Não quero te assustar, e não precisa ter pânico porque acidentes são raros, ainda mais se tomadas as precauções. Mas por ser um deserto, escorpiões e cobras podem aparecer. Dizem que tais animais são furtivos e normalmente estão entocados embaixo de pedras e tal. Apenas tome cuidado para não ficar fuçando nestes lugares.
Ah, e já ia me esquecendo… drones, são absolutamente proibidos em Petra. Nem com uma autorização geral obtida para voar na Jordânia você conseguirá voar ali. Tem placas logo na entrada proibindo.
Quanto tempo?
Talvez você tenha visto por ai gente que conheceu Petra em um bate-e-volta a partir de Amã ou de Aqaba ao sul. Particularmente eu acho isso uma insanidade.
Primeiro pela distância, já que estamos falando de 230km / 3hs a partir da capital e 126km / 2hs distante do balneário ao sul do país. Segundo que inevitavelmente sua visita será corrida.
Portanto, salvo se o seu itinerário de viagem estiver muito, mas muito apertado e não houver outra alternativa, opte por passar uns dois dias na região para conhecer Petra como ela merece. Pense, você está diante de algo com mais de 2.000 anos!!!
O ideal seria visitar a cidade em duas etapas, especialmente se você tiver dois dias na cidade: uma primeira com um guia para aprender tudo, e uma segunda, com mais calma para realmente apreciar ela e reabsorver as informações do dia anterior, tirar fotos e etc.
Aproveite este segundo dia para ir com mais calma, sente-se para apreciar a paisagem à sombra de uma pedra qualquer ou faça um piquenique por ali.
Foi o que fizemos e valeu muito a pena.
Onde ficar?
Hoje em dia, Petra em si não é uma cidade habitável, mas sim um sítio arqueológico. Portanto, por mais que muitos sites de busca de hotéis possibilitem a busca por hospedagens em Petra, a cidade mais próxima e que todos os viajantes utilizam como base é Wadi Musa.
A cidade tem uma série de pequenos hotéis que atendem super bem todos os orçamentos de viagem. Tem desde hotéis top até hostels.
Nós optamos pelo Town Season Hotel, um hotel simples mas muito confortável perto da entrada do sítio arqueológico de Petra. O review deste hotel você confere aqui em breve.
E em termos de infraestrutura como por exemplo ATMs, restaurantes, e lojas, Wadi Musa também não te deixa na mão.
Mais abaixo conto mais sobre a cidade de Wadi Musa, ok?
Horário
Assim como muitos “imãs” de turistas, uma sugestão é agendar a visita para o mais cedo que puder.
Especialmente porque os tours vindos de Amã ou Aqaba e outras localidades não conseguem chegar à cidade antes das 8hs. Então se você chegar lá antes disso, que abre, terá boas chances de ter a cidade mais vazia possível. O mesmo racional vale para o final do dia.
Mas que horas abre? Petra abre diariamente das 6h00 às 18h00 (16h00 no inverno), mas você pode ficar lá até umas 19h00 que é quando o Sol começa a baixar (17h00 no inverno).
Ingressos
O ingresso que você compra no Petra Visitor Centre custa JOD 50/55/60 para 1, 2 ou 3 dias que você pode pagar em dinheiro ou cartão de crédito. Menores de 12 anos não pagam. Confira no site oficial de Petra o valor atualizado para a época da sua viagem.
Quem tem o Jordan Pass não paga nada para visitar a cidade. Saiba mais sobre este passe no nosso post de introdução à Jordânia.
Tenha ciência de que os bilhetes não são transferíveis (precisa apresentar passaporte) e você precisa usar as entradas em dias consecutivos.
No valor do ingresso está o transporte por cavalo até a entrada do Siq, que é o desfiladeiro como explico mais a diante.
Siq Al Barid (Little Petra)
Perto de Petra existe uma outra cidade que é conhecida simplesmente como Little Petra.
Trata-se de uma cidade que funcionava meio que como um subúrbio de Petra nos tempos dos nabateus.
Ela tem atrações interessantes como a Painted House que ainda tem no seu interior afrescos, e a cisterna de Umm Qusa.
Fora isso a ideia ali é caminhar pelo desfiladeiro até um mirante que desemboca num pequeno vale.
Por ali você também encontra as ruínas de Al Beidha, um povoado que data de algo como 9.000 atrás, fazendo dele (junto com Jericó) um dos mais antigos assentamentos humanos do Oriente Médio.
Não é um must, mas se você tiver tempo sobrando, vale conhecer porque é menos concorrida e portanto vazia em relação à Petra.
Wadi Musa
Wadi Musa, ou Vale de Moisés, que serve de base aos turistas que visitam Petra tem apenas 18 mil habitantes. Diante do sítio arqueológico, nem daria para dizer que ela tem grandes outras atrações. Petra já basta né?
Saindo da temática de Petra, você pode conhecer uma das fontes atribuídas ao milagre onde Moisés teria tocado a pedra e ela teria vertido água (a outra acredita-se ser no Monte Nebo). A Moses’ Spring fica na King’s Hwy (perto do King’s Way Hotel) e está aberta durante todo o dia.
Cansado de um dia de caminhada? Dá para ir relaxar em um dos muitos banhos turcos ou simplesmente hammam da região, principalmente junto aos hotéis maiores. Os preços variam entre JOD 15 e JOD 30.
Onde comer em Wadi Musa
Aproveite a sua estadia em Petra para curtir alguns pratos locais.
Abaixo, separei algumas opções de lugares para comer bem e com bom preço em Petra:
– Shaheed: bom lugar para um falafel e shawarma, respectivamente sanduiches com pão local e bolinho de grão de bico e, com fatias de carne;
– Mövenpick Hotel Ice Cream Parlour: para um sorvete top;
– Bin Bukhara Restaurant: típicos kebabs a excelente preço;
– Sanabel Bakery: tem de tudo nesta padaria;
– Oriental Restaurant: típico restaurante jordaniano na Tourism St;
– Zawaya Restaurant: restaurante internacional na Main St;
– Red Cave Restaurant: restaurante jordaniano na Tourism St;
– Sandstone Restaurant: restaurante jordaniano na Tourism St;
– Al Qantarah: restaurante jordaniano top na Lower Wadi Musa que funciona no sistema de buffet;
Eu particularmente amei um lugar super limpo e barato que vendia esfirras divinas, como uma de zattar, e também pizzas. O lugar chama-se Restaurant al Boraq, e infelizmente está numa rua sem nome. Mas é super fácil de achar porque fica diante da prefeitura de Wadi Musa e eu marquei para você no mapa acima.
Não se esquecendo de que você está um país muçulmano, tenha em mente que só encontrará bebida alcoólica nos hotéis, e mesmo assim não são todos que servem.
Se quiser beber algo, que seja em grande estilo. O Cave Bar, que fica dentro do Petra Guesthouse, é considerado o bar mais antigo do mundo. Ok, na verdade ele está em uma tumba com mais de 2.000 anos, mas duvido que naqueles tempos era um bar. De qualquer forma, vale a visita.
Em Wadi Musa você encontrará pequenos supermercados (vide mapa acima) que servem bem as necessidades básicas dos viajantes. Mas não espere lá muita coisa não, apenas o suficiente para você comprar o que precisa para um piquenique, por exemplo.
E aí? Curtiu Petra? Deixe suas dicas e dúvidas sobre a atração mais famosa da Jordânia nos comentários.
2 comentários
Olá Diego, excelentes e detalhadas dicas!! obrigada!
Você foi na época da pandemia? Caso tenha ido, foi fácil fazer o teste por lá?
Vi que os Brasileiros precisam fazer o teste até 72h e precisam fazer outro teste quando chegam em Jordan (https://www.touristjordan.com/guide-to-covid-tests-in-jordan-when-and-how-to-get-tested/)
Caso o teste dê positivo, sabe como funciona a quarentena por lá?
agradeço a atenção,
Oi Ellen,
Muito obrigado. Fui antes da pandemia, mas é um dos países atualmente mais tranquilos neste quesito. O número de infectados é baixo, vacinados alto, e as informações para entrar são estas que você apontou no site oficial do board de turismo jordaniano.
Abraços.