Polônia

Já pensou em viajar para a Polônia?

O Palácio da Cultura e da Ciência em Varsóvia.

Recentemente tenho visto uma profusão de posts sobre destinos europeus até então pouco explorados pela maioria dos turistas brasileiros, tais como leste europeu, ex-repúblicas soviéticas e países dos Bálcãs. E é justamente sobre um destes destinos, a Polônia, que falaremos hoje.

À parte o fato disto mostrar que os brazucas estão viajando cada vez mais, o que por si só já é um excelente sinal, isto mostra que tem muita gente que depois de conhecer um pouco das capitais européias mais comuns aos turistas brasileiros, como Lisboa, Madri, Roma e Paris (por exemplo), está buscando conhecer um outro lado do velho continente.

Um lado que até pouco mais de 20 anos atrás, isto é, no período da chamada Cortina de Ferro, era absolutamente desconhecido de nós brasileiros.

Como que brincando de War, resolvi incluir a Polônia num roteiro que incluía outros dois países da região, a República Tcheca, da qual já tratamos anteriormente, e a Hungria, da qual falaremos em outra oportunidade.

O que eu sabia da Polônia até então? Quase nada … Fora as noções de história que aprende-se na escola, eu sabia que era frio pra caramba e que o Papa João Paulo tinha nascido por aquelas bandas. Mas nada que uma pesquisa prévia não pudesse resolver.

Runek Glówny ou Praça do Mercado em Cracóvia.

Assim como outros tantos destinos europeus, a Polônia não exige visto para turismo com permanência por até 90 (noventa) dias por ano, mas pode ser exigida a comprovação de alguns itens como passagem de volta ao Brasil; estadia; seguro saúde e dinheiro para manter-se durante a viagem. Vale a pena dar uma olhada no site do consulado polonês

Como chegar? Bem, não existem vôos diretos entre Brasil e Polônia, então é necessário fazer conexão em alguma grande cidade européia. No caso, escolhi voar pela KLM via Amsterdã e a partir dali um vôo local de 2 horas (conexão direta) para Varsóvia.

Como dito, vale a pena aproveitar para agregar outros destinos à viagem, como por exemplo Budapeste, Praga ou até Berlim. De Praga, são apenas 1h40 de vôo ou 8h50 de trem noturno.

Quando ir? Como o destino fazia parte do roteiro da honey-moon, não tínhamos muita flexibilidade de datas e tivemos que encarar o gélido inverno europeu. Lembre-se que quanto mais para o norte, mais frio pode ser… 

Como já dito em outras oportunidades, se de um lado a neve traz um charme único para uma viagem no hemisfério norte nesta época do ano, o fato do dia “terminar” mais cedo (pois escurece umas 15h30/16h00) é um ponto contra. Fica uma clara impressão de que o dia não rendeu. Mas de outro lado, além do charme e diversão que a neve pode trazer, os preços costumam ser muito mais convidativos nesta época.

No inverno, espere temperaturas certamente negativas; e no verão, temperaturas em torno de 25ºC (raramente mais que isto).

Market Square em Varsóvia.

Quanto tempo ficar? Como sempre, depende do interesse pessoal e da disponibilidade de tempo e $$$. Passamos um dia inteiro em Varsóvia, e dois em Cracóvia (um deles numa day-trip para Auschwitz-Birkenau), o que particularmente acho ter sido suficiente para conhecer um pouco destas duas cidades. 

Com uma população de pouco mais de 38 milhões de habitantes espalhados em 312.685 km2, a Polônia é uma república parlamentarista com um considerável índice de desenvolvimento humano, ocupando o 37º lugar. Eis algo que eu realmente não esperava.

E apesar das dificuldades enfrentadas durante o período da dominação soviética, não se vê pelas ruas sinais de pobreza ou miséria. 

Embora o idioma polonês seja absolutamente estranho aos nossos ouvidos, parcela considerável da população fala inglês.  

Entretanto, se você quiser aranhar um polonês, vai ai um vocabulário básico: 

– Cześć: Olá (tanto acento que nem dá para falar, melhor sorrir e dizer hello. Rssss)

– Dzień dobry: Bom dia

– Do widzenia: Adeus

– Jak się masz? Como está?

– Dziękuję, dobrze: Bem, obrigado

– Proszę: Por favor

– Dziękuję: Obrigado

– Tak: Sim (a única que aprendi, também fácil né???)

– Nie: Não 

– Przepraszam: Desculpa 

– Nie rozumiem: Eu não entendo (certamente a expressão mais útil de todas).

Uma central telefônica russa em exposição numa estação de metrô em Varsóvia.

Embora a Polônia faça parte da Comunidade Européia, os poloneses resolveram não aderir à chamada Zona do Euro, isto é, não adoraram o Euro como moeda nacional, mantendo o Zloty (PLN) – mas existem indícios que isto venha a mudar no futuro. 

Para fins de conversão, considere: R$ 1,00 = 1,65 PLN e 1 PLN = R$ 0,57.

Embora existam várias casas de câmbio, a opção mais confiável é trocar dinheiro nos bancos, que funcionam em geral das 9h00 às 16h00 durante a semana e no sábado até as 13h00, ou usar os ATM´s para sacar direto da conta corrente ou de um cartão pré-pago.

Para deslocamentos entre as cidades, o meio mais simples e confiável é fazer uso dos trens da PKP Polskie Koleje Państwowe. Apesar do site não estar em inglês, existe um route planner em inglês que já ajuda bastante. Caso você vá visitar outros países da região, vale muito a pena estudar as opções de passes de trem.

Embora a Polônia como nação exista desde 966, ela esteve durante vários períodos sob o domínio estrangeiro. Os mais conhecidos destes períodos foram a Segunda Guerra Mundial quando a Polônia foi invadida pelos nazistas; e o da Guerra Fria, quando o país foi dominado pelos soviéticos até a queda do regime vigente em Moscou em 1989, quando teve então início a chamada “Terceira República Polaca”.

A Polônia é um dos países mais fervorosamente católicos do mundo. Lembre-se que lá nasceu o papa mais carismático dos últimos tempos, João Paulo II. Alguns outros poloneses famosos são Frederic Chopin (1810-1849) que nasceu numa pequena cidade perto de Varsóvia e Nicolaus Copernicus (1473-1543). 

Numa primeira olhada, quem não conhece nem imagina que isto é Auschwitz,
o campo de concentração mais famoso que existiu.

Embora a Polônia não seja propriamente um destino de compras, sempre dá para achar algo interessante. Os souvenires locais são bem interessantes, principalmente as matrioshkas, aquelas típicas bonecas feitas de madeira e em tamanhos diferentes onde uma é colocada dentro da outra – apesar de origem russa, elas se espalharam por todo o leste europeu. Mas existe também um mercado de itens de luxo em franca expansão, o que possibilita encontrar por estes lados artigos das principais grifes.

Assim, nunca é demais lembrar que é possível recuperar parte do imposto VAT, desde que a compra seja em valor superior à PLN 200 em uma única compra – não é possível somar compras feitas em dias ou lojas diferentes. 

Portanto, nos próximos posts vamos dar um passeio pela Polônia e visitar um país que mesmo após duas décadas da queda da Cortina de Ferro, ainda é muito pouco conhecido da maioria dos turistas. 

Do zobaczenia wkrótce! Ou até breve! Como eles dizem por lá…

Booking.com

Diogo Avila

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