Portugal é um destino que nunca sai de moda. Tanto para quem viaja pela primeira vez para a Europa quanto para marinheiros de outras viagens, é sempre uma boa opção. Acontece que muita gente se questiona se compensa ir para lá no inverno, quando o clima gelado afugenta os turistas do seu belo litoral. Neste post, vamos mostrar num roteiro de inverno por Portugal, as dicas essenciais para você programar a sua viagem e as vantagens de viajar para lá nesta época do ano.
Ainda que nas palavras de Camões não possamos nem de longe considerar Portugal como um destino novo no melhor estilo “por mares nunca de antes navegados”, o fato é que, seja para viajar ou para morar, muitos brasileilros estão literalmente redescobrindo a nação que nestes mais de 500 anos tanto nos influenciou.
E para o Cumbicão não é diferente. Passaram-se mais de 20 anos desde a primeira vez em que pisei em Portugal para uma inaugural viagem para o Velho Continente. Naquele tempo, ainda de escursão, algo que embora hoje seja um #DeusMeLivre!, era assim que a imensa maioria das pessoas conhecia o mundo.
Outros tempos, novas realidades. E felizmente, nada de escursão ou filme de rolo.
Quando me refiro à Europa como Velho Continente, quero enfatizar justamente esta época. Onde as pessoas viajavam para a Europa, naqueles clássicos roteiros empacotados para ver, nem que fosse da janela de um ônibus e com um guia nem sempre simpático, pontos turísticos. E só. Literalmente.
Explorar a cidade por conta? Só se você fosse maluco. Descobrir um restaurante novo? Impossível porque “carrasco-guia” te levava em lugares “selecioandos” (ah, tá!) e não sobrava tempo para nada. Hotéis? A agência te empurrava os que ela “gostava” (nem preciso dizer que Airbnb nem era um sonho ainda). Parar para tirar uma foto, curtir uma paisagem, tomar um café? Impossivel porque o cronograma do “carrasco-guia” nada permitia.
Fiz toda esta introdução para contextualizar qual foi o Portugal do qual fugi tantos anos, e me mostrar aliviado por encontrar um destino que hoje consigo ver como autêntico e digno de ser redescoberto por todos nós, como se fosse a primeira vez.
Pode-se dizer que como destino (e até como país!), Portugal literalmente se reinventou nos últimos tempos. Mais claramente depois da grave crise que assolou a Europa ao ponto de vermos pessoas migrando dali para outros países em busca de oportunidades de emprego e melhores condições de vida. Mesmo com um poderio econônico muito menor que seus vizinhos europeus, os portugueses conseguiram sair da crise e recuperar o sentido do desenvolvimento mais rapidamente.
História de Portugal
Nenhum outro país tem uma história que se relaciona tão intimamente com a nossa como Portugal. Por questões óbvias já que foram os portugueses que aqui primeiro desembarcaram em 1822. Viajar por Portugal é praticamente reviver as aulas de história do Brasil.
Inicialmente povoado por celtas, não só o território de Portugal como toda a península ibérica é uma região que passou por uma série de reviravoltas históricas interessantíssimas. O que hoje conhecemos como Portugal foi povoada inicialmente por celtas; chegou a pertencer ao Império Romano; já foi tomada pelos mouros no século VIII; foi reconquistada pelos europeus; e anexada pela Espanha. Mas em 1139 foi fundado o Reino de Portugal, o qual teve a sua independência reconhecida em 1143.
Uma pequena curiosidade. Você sabia que o nome Portugal vem do nome da sua segunda maior cidade, Porto? Sim, em latim ela era conhecida como Portus Cale.
Mesmo sendo, à época, uma nação jovem (alguns consideram que foi o primeiro Estado-nação da Europa), poucos séculos depois, mais precisamente entre os séculos XV e XVI, os portugueses já estavam na vanguarda da nagevação sendo reconhecidos como pioneiros na chamada Era dos Descobrimentos.
Se tivessemos um Google Maps do século XV, veríamos várias bandeiras portuguesas fincadas em vários territórios ultramarinos que vão além do Brasil, como Angola, Moçambique, Goa na Índia, e Macau, para ficar nos exemplos mais conhecidos. Por tal domínio, Portugal é considerado como tendo sido a primeira potência econômica mundial, e levou anos até que tal posto fosse tomado pela Inglaterra.
Muitas pessoas tendem a se lembrar apenas de Pedro Álvares Cabral, mas Portugal teve vários outros exploradores importantes, como Vasco da Gama que descobriu o caminho para a Índia, Gil Eanes e Bartolomeu Dias.
Mas porque Portugal teve tantos navegadores? Olhando hoje, dá para dizer que os reis portugueses foram visionários e investiram pesado na ideia de descobrir (e depois dominar) novas terras.
Não sei vocês, mas eu sempre me perguntei porque Portugal não se manteve nesta crista da onda. Com tantas riquesas e poderio naval, o que aconteceu?
Após o descobrimento do Brasil, Portugal passou por uma série de revezes que vão desde a tomada pela Espanha por um período, até um terrível terremoto que destruiu boa parte de Lisboa e outras cidades ao sul em 1755, até mesmo a invasão pelas tropas de Napoleão – lembram-se que por um periodo a coroa portuguesa refugiou-se no Brasil?
Mas acho que o ponto crucial foi mesmo o fato de que Portugal não entrou de cabeça na Revolução Industrial que na época liderada pela Inglaterra.
O reinado não produzia praticamente nada e pagava caro por produtos industrializados made in England. Dizem que muito do ouro que se vê na Grã-Bretanha é fruto das minas brasileiras que pelo, comércio pouco vantajoso para os patrícios, abasteceu os cofres ingleses.
Tanto que já no final do século XIX os mares eram majoritariamente ingleses, com possessões espalhadas por todos os lados, da Oceania à Ásia, passando inclusive pelo Caribe.
Dizem inclusive que a queda da monarquia portuguesa teria sido fruto de desmandos dos monarcas e também da excessiva conivencia destes com os interesses ingleses. Tanto que quando ela caiu de vez, o rei D. Manuel II exilou-se na Inglaterra.
Era a vez do Capitão Cook!
Entre os anos de 1139 e 1910 Portugal foi governado por nada menos que 34 monarcas, alguns deles bem conhecidos dos brasileiros. Por um breve período, logo após o fim da monarquia os portugueses implementaram o presidencialismo, mas que logo ruiu dando origem a uma ditadura militar que perdurou até 1974.
Somente no meio da década de 70, com a chamada Revolução dos Cravos, foi reestabelecida a democracia plena com a adoção do parlamentarismo.
Saiba mais
Mesmo tendo sofrido bastante com as últimas crises economicas, Portugal conseguiu recuperar-se mais rapidamente se comparado aos seus pares europeus, como Espanha e Itália, para citar duas economias que são mais próximas.
Além de chamar a atenção dos brasileiros que procuram uma nova terra para chamar de sua, este fato tem garantido a manutenção de Portugal entre as nações com melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ocupando a 41ª posição.
Com uma expectativa de vida de 78 anos em média e, acesso público e de qualidade aos serviços básicos, a população local disfruta de uma qualidade de vida invejável. Não é à toa que tem tanto brasileiros considerando mudar-se para lá.
Mesmo sendo ainda bem melhor que o Brasil em termos no ranking IDH (Portugal 41º e Brasil 79º), a desigualdade social se comparado com os demais países da Europa ainda tem espaço para melhorar.
Assim como no Brasil, a maior parte da população se concentra nas grandes cidades. Do total de 10 milhões habitantes, Lisboa e Porto respondem respectivamente por 500mil (3 milhões se considerar a região metropolitana) e 230mil do total.
Sob o ponto de vista religioso, a maioria da população é católica (81%), mas outras religiões são muito bem toleradas. Ufa ainda bem, já que na história de Portugal consta uma perseguição forte aos judeus, indo desde a expulsão determinada pelo rei D. Manuel I em 1496 ao massacre de milhares deles durante a chamada inquisição portuguesa. Isto para não falar nos vários que foram queimados vivos em praças públicas durante os chamados “autos de fé”.
Para quem curte, Portugal tem alguns locais de peregrinação bem famosos, como por exemplo a cidade de Fátima que tem um enorme e belo santuário.
O curioso é que para um país tão católico, apenas ½ dos casamentos são celebrados nas inúmeras igrejas espalhadas peo país, e o aborto é aceito (até a 10ª semana).
Uma curiosidade para quem gosta de vinho: Portugal além de grande produtor de vinho, é responsável por nada menos que 54% da cortiça do mundo. É rolha que não acaba mais.
Outro dado a respeito do país que eu nem imaginava é o fato de que Portugal está entre os 20 países mais visitados do mundo, com nada menos que 13 milhões de visitantes ao ano (dados do Fórum Económico Mundial de 2013) – apenas para você comprar, o Brasil recebe uns 6 milhões ao ano. Não é à toa que o turismo responde por mais de 10% do PIB português.
Algo super típico de Portugal é aquele galo que aparece em 11 de cada 10 souvenires. Você sabe de onde ele vem? Dizem que a sua origem estaria na cidade de Bacelos, tanto que é conhecido como Galo de Bacelos.
Reza a lenda que um homem havia sido condenado por um crime que não teria cometido, mas ninguém acreditava nele e, estando à beira de ser condenado à morte, foi levado à presença de um nobre durante um jantar para pedir clemência. O homem então teria dito que era tão inocente que o frango que estava na baixela iria levantar-se e cantar. Adivinha? Como em um passe de mágica o frango morto ressuscitou e até cantou e o homem foi libertado.
Andando pelas ruas certamente você irá se deparar com aquele calçamento de pedras quadradas pretas e brancas. Aquilo é super, mega portuga. Tanto que até em Macau, antiga colônia tem! E se você pensa que o calçamento das nossas praias (Copacabana, por exemplo) é original, saiba que é uma cópia ou inspiração como preferem alguns, do estilo português. Dizem que ele é uma representação do encontro das águas do Tejo com as do mar em Lisboa, dai as duas cores.
Já que falei de construções, andando por Portugal, você notará que existem basicamente dois estilos arquitetônicos: o romântico que foi o preferido até o século XIII (como no Mosteiro da Batalha) e o manuelino, que foi influenciado pelos descobrimentos e tem muitas referências à elementos marinhos.
Algo que é um facilitador e tanto para muitos turistas brasileiros é o fato de que compartilhamos o mesmo idioma que Portugal. Ou melhor, pela ordem das coisas eles compartilharam conosco! Estudando um pouco sobre o assunto, aprendi que o nosso idioma, é o 5º mais falado do mundo. Tem brasileiro e portugues demais por ai? Idioma de menos? Ou estamos bem mesmo?
Mas não pense você que diferenças não existam, tanto que tem gente que ao ouvir dois portugueses falando rapido entre si até se perguntam “que lingua é esta que estão a falar que entendo quase tudo”? 🙂
Além do evidente sotaque que a gente adora copiar para contar piada (aliás não faça isso lá, mesmo sendo descendente de portugueses como eu!), existem diferenças na construção das frases e também palavras que têm significados totalmente diferentes.
Claro que a primeira e que todo mundo sabe é aquela do “rabo da bixa” no português de Portugal, que não significa nada mais do que “final da fila”. Abaixo uma lista de palavras com significados diferentes:
Português Brasil | Português Portugal |
Trem | Comboio |
Ônibus | Autocarro |
Terno | Fato |
Bunda | Rabo |
Sorvete | Gelado |
Xícara | Chávena |
Geladeira | Frigorífico |
Marrom | Castanho |
Café da manhã | Pequeno almoço |
Jogar fora | Deitar fora |
Banheiro | Casa de banho |
Ônibus | Autocarro |
Trem | Comboio |
Guarda-roupa | Guarda-fatos |
Camiseta/blusa de manga comprida | Camisola |
Presunto | Fiambre |
Misto quente | Tosta mista |
Faixa de pedestre | Passadeira |
Menino/menina | Rapaz/rapariga (porque moço(a) é pejorativo) |
Bonito | Engraçado/giro |
Telefone celular | Telemóvel |
Legal | Fixe |
Batedor de carteiraXícara | CarteiristaChave |
Lá eles falam “mais pequeno” sem problema algum, agora “mais maior” não pode. Esta língua é uma piada!
Esta aprendi com a minha amiga, a Cecília que nasceu e viveu muito tempo lá: quando você liga para um português, ao invés de dizer “Alô”, diga “Estou sim”. 😉
Ah, um detalhe importante. O tal do “Ora Pois!” não existe lá, acho que foi uma criação brasileira para fazer graça com os patrícios. Mas que eles falam muito “pois”, puxando o “s” falam sim.
Um traço marcante que você notará é que, exceto por algumas regiões do Brasil (Sul, por exemplo), a terceira pessoa do singular, o famoso TU é muito mais usado lá do que no Brasil. Vá praticando para se sentir um local, mas saiba que eles tem uma super paciência.
Lá não é abacaxi, é ananás; sorvete é gelado (quase como na Itália), banheiro é casa de banho. Enquanto que aqui no Brasil nós aceitamos com facilidade – às vezes até demais – palavras e expressões em inglês, os portugueses são mais avessos. Lembro que na primeira vez que fui para lá me divertia ao ver que fastfood era chamado de “pronto a comer”. “Mouse” é “rato”. Será que smartphone é “esperto fone”, ou deixaram telemóvel mesmo?
Até a forma de formar as frases é diferente. Eles não usam por exemplo o “estou falando”, é “estou a falar”.
Na escrita também existem diferenças, “caminhão” vira “camião”. Aliás se você pensar no sotaque português faz todo sentido.
Questões práticas
Para ajuda-los a programar a sua viagem para o Portugal, vamos às questões práticas.
Quando ir e clima em Portugal
Em linhas bem gerais, a maior procura por cidades portuguesas acontece no verão do hemisfério norte, logo entre julho e agosto sendo portanto este o periodo de alta temporada, o que significa preços mais inflacionados e menos disponibilidade de quartos em hotéis e apartamentos para alugar.
O periodo correspondente à primavera e outorno são considerados como média temporada.
Já o inverno, que equivale em periodo ao nosso verão, tem preços menores e maior facilidade para encontrar um bom hotel.
Mas e o clima?
Embora seja um destino Europeu, Portugal não sofre tanto com as ondas de frio intenso que atingem o continente no final e começo do ano, o que ainda torna viável uma viagem para lá mesmo para quem como eu não é muito fâ de frio não. Já o verão é bem mais quente e tende a ser seco.
Quando ir então?
A época depende muito do que você quer fazer. Quem vai para Portugal no final/começo do ano (baixa temporada) simplesmente não irá aproveitar as praias do sul, mas em contrapartida gastará menos com hotel. Já quem vai nos meses mais quentes certamente terá um custo maior pois a alta temporada é justamente no verão (com pico em julho e agosto). No final acaba sendo uma questão de escolhas / prioridades.
Para quem puder escolher, uma boa época talvez seja ir entre abril e junho e de setembro a novembro, quanto o clima é ameno e você tem uma ocupação menor nos hotéis. Talvez ainda não dê praia no começo de abril e de setembro em diante, mas é uma boa opção.
Para consultar a média de temperatura e chuvas mês a mês, sugiro utilizar o Holiday Weather.
Tem gente que não liga, mas uma coisa que me preciso avisar é que no inverno europeu os dias duram um tanto menos já que escurece cedo. Já no verão… Oh delícia, o dia parece não ter fim.
Quanto tempo?
Com relação ao tempo de viagem necessário para você conhecer Portugal, vai um primeiro alerta: embora o país meça apenas uns 500km de comprimento por 200km de largura, o que é pouco se comparado com países que mais parecem verdadeiros continentes, não deixe enganhar pelas dimensões.
Não será em 10 dias que você conseguirá conhecer o país inteiro.
As estradas são sim boas, se precisar tem trem interligando as principais cidades, mas acontece que há muito para visitar.
Tanto que para quem tem entre 5 dias e 1 semana, o itinerário sugerido é ficar apenas em Lisboa e fazer passeios pelos arredores. Se você tem entre 10 e 15 dias, já vale começar a pensar em juntar Lisboa com Porto e também visitar (brevemente) as cidades que estão no meio do caminho – esta foi a nossa escolha.
Quando você for montar o seu roteiro, sugiro que você separe ao menos 3 ou 4 dias para cada cidade grande, como por exemplo Porto e Lisboa.
Se conseguir, já que o custo da passagem pode ser um pouco maior, tente chegar por uma delas e sair pela a outra, assim você não tem que voltar por exemplo até Lisboa só para pegar o avião para voltar para casa.
Agora se você tem mais que 15 dias, ai já dá para adicionar outros lugares como Ilha da Madeira ou as cidades litorâneas do sul de Portugal se for viajar no verão.
Vale juntar Portugal com Espanha por exemplo? A proximidade entre os dois países possibilita isso, especialmente ao norte. A ideia é válida entretanto se a sua ideia for conhecer apenas uma região de Portugal ou as cidades principais. Não caia na tentação de querer conhecer tudo em por exemplo 2 semanas. Ok?
Ao todo passamos duas semanas rodando pelas principais cidades de Portugal, concentrando por ser inverno, o roteiro nos destinos situados acima da linha de Lisboa e com uma esticadinha até Santiago de Compostela porque já conhecia Portugal:
– 4 dias em Lisboa (sendo um para o bate-e-volta até Sintra);
– 1 dia de carro entre Lisboa e Coimbra passando por Peniche (tarde em Coimbra);
– 1 dia em Coimbra;
– 1 dia de viagem até Santiago de Compostela;
– 2 dia em Santiago de Compostela;
– 1 dia de viagem de Santiago de Compostela até Porto (tarde no Porto);
– 3 dias no Porto;
– 1 dia de viagem Porto-Lisboa (pernoite e partida no dia seguinte).
Como chegar?
Para quem não gosta de viajar de avião, uma boa notícia: Portugal é, entre os destinos europeus, o que fica mais perto do Brasil, logo são menos horas de voo (são 9h50 horas entre São Paulo e Lisboa). E para melhorar, a oferta de voos diretos é bem grande.
Na data deste post operavam voos diretos entre São Paulo e Lisboa as seguintes empresas: TAP, LATAM, e Azul, com uma excelente frequência. Fora os voos que ligam outras capitais brasileiras e os voos para Porto. Não é por falta de voo que você não conhecerá Portugal.
Some ainda o fato de que é possivel voar para Lisboa (ou Porto) com conexão em alguma capital européia com um excelente custo. Foi o nosso caso, pois voamos São Paulo – Madri – Lisboa e vice-versa com a Ibéria por um preço fantástico e somente algumas horas (bem aproveitadas, conto depois) a mais de viagem. O custo disso? Só para dar uma ideia, o preço de 2 passagens direto equivalia a 3 passagens com escala.
Voar com escala pode ser mais cansativo, mas sob o ponto de vista econômico muitas vezes é a única opção.
O post completo tanto dos voos com a Ibéria quanto destes breves passeios por Madri você confere aqui em breve.
Deslocamentos internos
Já para os deslocamentos internos, tudo vai depender muito do que você quer colocar no seu itinerário e que tipo de estadia pretende ter.
Se você for ficar apenas nas duas maiores cidades, Porto e Lisboa, pode facilmente utilizar o transporte público. Embora eu vá dar os detalhes de como se locomover nos posts destas duas cidades, uma coisa já posso te adiantar: carro neste caso é fria total.
A maioria dos hotéis não tem estacionamentos inclusos e vagas nas ruas são caríssimas. Gasta-se fácil mais com estacionamento do que com diária do carro.
Agora se você quer conhecer outros lugares e gostaria como nós de ir de carro de Lisboa para Porto (ou vice-versa) parando em algumas belas cidades no caminho, ai sim o carro será uma excelente opção.
Se for alugar um carro, não deixe de cotar com a RentalCars no banner ao lado. Assim você ajuda o Cumbicão sem pagar nem um centavo a mais, e ainda consegue fugir do IOF e comparar diversas locadoras. Clica lá!
Tem gente que opta por viajar de trem. Não tenho experiência prática nos deslocamentos de grande distância de trem em Portugal, mas pelas pesquisas que fiz antes de optar pelo carro notei que o sistema é bem servido e relativamente fácil de usar.
Se você não gosta de dirigir no exterior e estiver hospedado em uma região mais central nas grandes cidades, trem é um excelente esquema.
Durante o nosso planejamento até considerei a hipotese de voar do Porto à Lisboa na hora de voltar para casa, já que haviamos já feito a viagem por terra curtindo as cidades do caminho. Ocorre que o preço das passagens da TAP não eram nada atrativas, especialmente se considerarmos que o trajeto de carro é de não mais que 3h30 / uns 300km ou de trem umas 3h15. Neste caso avião só se for muito barato.
Tivemos oportunidade de utilizar táxi apenas uma vez. Para conferir o preço médio de táxi em Portugal, sugiro conferir o site Taxi Fare Finder.
Para mais dicas assim veja as nossas dicas de Como Locomover-se nas Viagens.
Onde ficar?
A oferta de hotéis em Portugal é enorme, especialmente nas grandes cidades e o custo é bastante razoável se comprado com outros destinos europeus.
Desta vez, como o nosso roteiro ficou mais concentrado em Lisboa e Porto, resolvemos aproveitar para usar o Booking.com para alugar apartamentos nestas cidades. O que? Você não conhece esta opção? Pois é, infelizmente nem todo mundo sabe, mas ao fazer uma busca de hospedagem em um destino, você pode pedir para ele filtrar por imóveis para alugar.
Achamos a experiência fantástica, e no decorrer dos posts conto os detalhes de como foi, mas já adianto: apartamentos excelentes a preços fantásticos.
Economizamos uns 40% em relação a hotéis; o que é excelente para estes tempos de câmbio desfavorável.
Se precisar, pesquise aqui no Booking.com as melhores ofertas para destinos em Portugal. Assim você auxilia na manutenção do blog sem gastar nada a mais.
Precisa de visto?
Atualmente (explico abaixo o motivo), brasileiros não precisam de qualquer formalidade em termos de vistos para turismo em Portugal. Basta que tenha passaporte válido por pelo menos 3 meses a contar da saída de Portugal.
Fora isso, eventualmente as autoridades na imigração podem exigir a apresentação da passagem de volta, prova de meios de subsistência durante a viagem, e comprovante de hospedagem. Ou seja, coisa comum.
Por ora, brasileiros não precisam de visto para entrar em Portugal, mas fique atento porque está para entrar em vigor o ETIAS uma autorização eletrônica de viagem para todos os brasileiros (e turistas de outras nacionalidades) que pretendam visitar a Europa. A medida entrará e vigor em 2021.
Da mesma forma que outros países europeus que fazem parte do Acordo de Schengen, um dos requisitos de entrada é a comprovação de que você tenha contratado um seguro viagem.
Sinceramente, nunca me pediram para apresentar isso em nenhum país da Europa, mas vai que…
Mas o mais importante motivo para você contratar um seguro viagem é o fato de que qualquer tratamento no exterior, por mais simples que seja, pode custar mais que a viagem.
Assim, tão longe assim de casa, nem sonharia em embarcar sem um seguro viagem. Nós aqui em casa utilizamos a Real Seguro Viagem, parceira do blog. Vocês podem contratá-la diretamente no banner ao lado.
Portugal não exige a vacinação contra a febre amarela. Normalmente isto é exigido por países de clima mais tropical que têm maior risco à doença. Eu particularmente neste assunto, considerando a nossa atual situação e também para evitar surpresas com as mudanças constantes na lista de países que exigem a vacinação, recomendo que você tenha sim a vacina em dia e o certificado idem.
A Embaixada Brasileira fica na capital Lisboa (Estrada das Laranjeiras, 144 – 1649-021 Lisboa, Portugal – Tel: 351. 21 7248510 Fax: 351. 21 7267623 – geral@embaixadadobrasil.pt / http://lisboa.itamaraty.gov.br.
Moeda e custo da viagem para Portugal
Membro da União Européia desde 1986 e um dos fundadores da moeda comum que circula na Europa, Portugal adota assim como seus vizinhos o Euro como moeda oficial.
Se você é daqueles que só de pensar conversão de Euros para Reais já se assusta, tenho uma (quase) boa notícia.
Por mais que viajar em euros seja bem mais caro, em Portugal você tem a vantagem de que o custo geral de vida, é menor e isso sempre acaba refletindo positivamente no bolso do turista.
Pode comparar, o preço de itens como alimentação, hospedagem, combustível em Portugal é bem mais em conta do que na vizinha Espanha. Se comparado com os outros vizinhos europeus a diferença fica ainda mais gritante.
Para quem eventualmente não se lembra, o Euro vem em notas de 5, 10, 20, 50, 100, 200 e moeodas de 1, 2, 5, 10, 20, 50 centavos e €1 e €2.
Para facilitar as consultas ao câmbio atualizado enquanto em viagem, sugiro instalar um dos muitos apps para celular que fazem este tipo de conversão fácilmente. Eu particularmente uso o Conversor de moedas XE que está disponível para iOS e Android.
Ok, mas então que moeda levo para Portugal? Compro euros aqui no Brasil? Levo dólares norte-americanos para trocar lá? Ou troco meus reais lá?
Vamos do menos vantajoso para a melhor opção. Eu jamais recomendaria levar reais para trocar por euros em Portugal pois sendo a nossa moeda fraca frente as demais, e pouco procurada, o seu valor nas casas de câmbio no exterior tende a ser muito ruim. Esta regra vale para todo e qualquer país, à exceção eventualmente (pois depende de fatores econômicos) para viagens aos países da América do Sul.
Levar dólares norte-americanos (US$) acho que também não compensa muito. Veja, por mais que seja uma moeda forte em qualquer lugar do mundo e muito bem aceita nas casas de câmbio, acho que não é lá muita vantagem você comprar US$ aqui para trocar lá por Euros. Você perde um pouco na compra aqui e mais um pouco na troca lá na casa de câmbio. Lembrando que esta coisa de “no commission” que algumas casas apresentam não existe – a taxa está sempre embutida no valor.
Deu para notar que a última e única opção que sobrou é a melhor: compre Euros aqui no Brasil. Podendo ser encontrado em praticamente qualquer casa de câmbio dos grandes centros, é uma moeda com um bom preço para compra em espécie (ou cartão pré-pago se preferir, mas ai o custo é maior – eu não uso mais!).
Cartões de crédito são amplamente aceitos em qualquer estabelecimento em Portugal. Só não se esqueça sempre de conferir se você o desbloqueou para operações no exterior e vale também conferir o limite de crédito.
Sacar Euros direto da sua conta corrente usando os cartões de débito? Em Portugal, como em outros tantos destinos isso é bastante fácil já que você acha ATMs em tudo quanto é canto. Para Portugal, como o Euro é uma moeda forte e que se sobrar você pode usar para outra viagem com facilidade, eu deixaria o uso dos cartões de débito no exterior apenas para emergências.
Se você for sacar dinheiro diretamente da sua conta, tenha em mente que o limite é de €200 por saque, e a taxa média por saque cobrada pelos bancos locais é de 2 a 3% do valor sacado.
Só alerto para o fato de que em casos como estes prefira os ATMs de grandes bancos ou bancos locais pois as taxas são menores. Procure pelos ATMs do Multibanco ou simplesmente MB.
Resumindo: para Portugal, usei cartão de crédito para as despesas maiores (assim acumulo umas milhas); comprei Euros ainda no Brasil para gastos iniciais de pequeno valor, e também cartões de débito habilitados para saques nos ATMs de lá em Euros diretamente da conta corrente daqui do Brasil.
Nas compras de bens para consumo, ou seja, tudo aquilo que você está levando para fora do país, como roupas, eletrônicos e etc., você pode solicitar o reembolso do VAT. Para quem não sabe, o VAT é uma espécie de imposto único que existe em vários países, especialmente na Europa.
Para tanto é preciso gastar mais de €50 nas lojas aderentes ao sistema de tax refund. Lá você já informa o vendedor que irá fazer o processamento do reembolso e te entregará um comprovante da operação. Depois é só chegar um pouco mais cedo ao aeroporto e seguir as instruções nos quiosques de atendimento.
Gorjetas não são tão usuais em Portugal como em outros destinos. Mas algumas práticas são muito comuns: nos restaurantes mais turísticos, se o serviço for realmente muito bom, deixa-se 10% (não inclusos na conta); táxi, arredonda-se para cima; e maleteiros, normalmente €1/mala.
Como brinquei acima, só de pensar em gastar em euros, a maioria das pessoas (me incluo ai) já se arrepia.
Mesmo assim, o custo geral de uma viagem para Portugal é bem menor do que para outros destinos europeus.
Dá para viajar para Portugal com um custo bem interessante se você souber se planejar bem. Escolha uma época que não seja alta temporada (verão) e já terá começado bem, uma vez que nesta época voos, hospedagem e até restaurantes tendem a custar mais.
No nosso caso, viajamos no final do ano quando é uma super baixa temporada. E só para dar uma ideia, uma passagem para 3 nesta época do ano custou o mesmo que duas passagens na alta temporada. Fala se não é uma bela economia?
A fartura de transporte público para os deslocamentos de curta distância e o preço do aluguel de carro bem acessível para as viagens entre cidades também colaboram bastante para que a viagem caiba no bolso.
As diárias de hotel (3/4 estrelas) dificilmente ficam abaixo dos €150, o que dá uns R$ 668 na alta temporada. Para quem quiser economizar ainda mais, há uma enorme seleção de imóveis para alugar no Booking.com. Nós mesmos utilizamos este tipo de estadia em Porto e Lisboa e foi super legal.
Compras? Olha, até mesmo porque o Euro estava nas alturas, viajamos com a ideia de comprar nada além de lembranças de viagem, então desta vez não teremos aquele post “Compras em ….” 🙂
Antigamente era possivel comer em Portugal pratos simples com €5. Hoje isso não é mais possivel, mas mesmo assim come-se bem com €20 o prato. Vale lembrar que se você optar por alugar um apartamento e fazer ao menos uma refeição lá, a sua conta ficará ainda menor!
Viajando com crianças para Portugal
E como é viajar para Portugal com crianças? Sem dúvidas, mesmo pensando apenas em Europa, Portugal não é um destino que vem automaticamente à cabeça dos pais viajantes.
Claro o idioma e a culinária local, que é muito parecida com a nossa trazem uma zona de conforto enorme aos pais. Portanto, para quem quer fazer uma primeira viagem à Europa com filhos e tem mais receio, certamente Portugal é um excelente destino.
Portugal em termos de taxa de natalidade é considerado um país “idoso”. Os números são tão baixos que existe uma tendência de que a população passe a diminuir dentro de poucos anos. Comparando com outros países, é relativamente raro ver, por exemplo crianças pequenas.
Talvez até mesmo por isso, a quantidade de atrações voltadas exclusivamente para crianças seja menor do que em outros destinos que visitamos.
Claro que, como mostraremos em detalhes nos próximos posts, parques, aquários e museus nas grandes cidades fazem a alegria dos pequenos.
Se você for viajar no verão, como as praias do sul, de Algarve, são fantásticas, ai as opções de diversão para os pequenos ficam maiores e melhores.
Para mais dicas sobre viajar com crianças, confira os posts Viajando com Crianças – O que aprendemos até agora (bebês) e Viajando com Crianças – O que aprendemos dos 2 aos 4 anos.
Saiba antes de ir
A diferença de fuso horário entre Brasil e Portugal é de 3 horas à frente.
Em Portugal os plugs de tomada são daqueles de dois pinos redondos e a voltagem é 220v.
Eu sempre dou uma passada nos postos de informações turísticas, seja pessoalmente, seja virtualmente. O organismo de turismo de Portugal, o Visit Portugal fornece algumas informações básicas aos viajantes.
No geral, o horário comercial em Portugal, excetuado alguma outra cidade bem pequena segue o seguinte esquema: bancos funcionam de segunda à sexta das 8h30 às 15h00, lojas de segunda à sexta das 9h30 às 19h00 e no sábado das 10h00 às 22h00. Bancos normalmente abrem de segunda à sexta das 10h00 às 17h00, e alguns também aos sábados das 9h00 às 12h00.
Chip de celular? Para esta viagem, mais uma vez contamos com o chip de celular fornecido pela OMeuChip (adicionando o cupom Cumbicão você ainda ganha um desconto de 15% na sua compra) que funcionou super bem durante toda a viagem. Se você quiser comprar o seu, é só clicar no banner ao lado e aproveitar descontos especiais.
Em termos de segurança Portugal é um destino bastante tranquilo. Mas apesar do baixo índice de violência, não custa seguir as precauções que você teria aqui, especialmente com batedores de carteiras.
Pode tomar água da torneira? Sim, no geral, em toda a Europa, tomar água diretamente da torneira não oferece risco algum.
De posse das informações e dicas gerais, no próximo post vamos desbravar esta terra que tanto nos lembra a nossa, começando por Lisboa.
Vem com a gente!
* O Cumbicão viajou à Lisboa e Porto a convite do Turismo de Lisboa Visitors & Convention Bureau e do Visit Porto, respectivamente para coletar material para este post. Todas as opiniões e relatos aqui descritos refletem fielmente a experiência, atendendo à política do blog.
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