Jerusalém, não há cidade com tamanha energia.
Parafraseando aquele famoso filme da Julia Roberts, este post poderia chamar-se Viajar, Conhecer e Rezar. Sim, nesta lista de destinos de viagem, apresento os nossos Top 5 Destinos de Viagem Religiosos para conhecer, aprender e rezar.
Uma excelente forma de apreciar um destino de viagem e entender uma cultura, muitas vezes bem diferente da nossa, é aprender sobre a religião ali praticada.
Sim, da mesma forma que uma visita a um mercado típico revela os hábitos de consumo e os pratos típicos nos remetem ao modo de vida local, as práticas religiosas nos ajudam a apreciar de forma mais ampla a cultura do local.
Se tem algo que sempre gostei foi de entender um pouco sobre a religião de cada país visitado. Tanto que este é sempre um tópico presente nos nossos textos.
Além de evitar eventuais gafes de viagem, te ajuda a entender e principalmente, respeitar as práticas de fé ali existentes, que não raras vezes são bem diferentes das que temos individualmente.
Aliás, acho que uma das muitas habilidades que viajar te permite desenvolver é o respeito pelas diferenças, no caso aqui, as diferenças religiosas.
Como eu sou daqueles que não perde a oportunidade de ter uns momentos de oração seja num templo budista, seja numa mesquita, ou até no meio de um deserto, nunca aceitei a chamada intolerância religiosa.
Para este Top 5 Destinos de Viagem Religiosos, separei alguns dos lugares mais interessantes, sejam eles destinos de viagem como um todo ou atrações especificas, sempre considerando a sua relevância religiosa .
Não tem como montar uma lista de destinos de viagem religiosos sem falar de Israel, e mais notadamente da sua principal cidade turística: Jerusalém.
Epicentro de três das maiores e mais influentes religiões do mundo, cristianismo, islamismo e judaísmo, Jerusalém tem uma importância religiosa que não se compara a nenhuma outra cidade.
Claro que isso traz os tristes efeitos da disputa pelo controle da cidade, mas deixemos a geopolítica para outra oportunidade. Fiquemos com a parte boa, a energia do lugar.
Acho que Jerusalém, tem uma energia tal que faz até ateu ficar na dúvida!!! Sério, qualquer que seja a sua religião (ou ainda que não a tenha), a massa energética ali é muito presente. Tanto que como contei num post sobre Jerusalém, tem gente que dá uma pirada lá.
Não só em Jerusalém propriamente dita mas em Belém, que tecnicamente fica na Palestina, você encontrará alguns dos lugares mais importantes do cristianismo: o local de nascimento de Jesus (Basílica da Natividade) e os dois locais que disputam o título de santo sepulcro de Jesus: o Garden Tomb e a Igreja do Santo Sepulcro. Isso para não falar da Via Dolorosa; do Jardim das Oliveiras; e do Túmulo da Virgem Maria outros destinos religiosos relevantes na cidade.
Já no Bairro Judeu da antiga Jerusalém você encontra além de lidas sinagogas como a Hurva Synagogue, e é claro o Muro das Lamentações ou Western Wall, que para os judeus seria parte remanescente do Templo de Salomão. Não perca a oportunidade de deixar um papelzinho lá com seus pedidos!!!
E finalizado a tríade religiosa, há ainda um dos mais importantes templos para o islã: o Monte do Templo ou Esplanada das Mesquitas.
Segundo a tradição islã, em meados do século 7º, Maomé teria feito em apenas uma noite uma viagem (isra) de Mecca para Jerusalém e realizado uma ascensão ao céu (miraj) para unir-se a Allah. É um lugar incrível e que merece todo o respeito, já que é um dos três destinos religiosos mais importantes os muçulmanos (depois de Mecca e Medina).
Menor país do mundo (0,44 km²) e epicentro do catolicismo enquanto religião organizada, o Vaticano é um dos destinos de viagem religiosos mais impressionantes do mundo.
Por mais que as origens desta vertente do cristianismo estejam em Israel, a matriz do catolicismo, está neste estado independente situado no coração de Roma e habitado por pouco menos que 800 pessoas.
O Vaticano existe desde 756, mas foi reconhecido como estado independente apenas em 1929, com a assinatura do Tratado de Latrão, quando a Itália assim o aceitou.
A relevância do Vaticano enquanto destino religioso ao meu ver decorre de três fatores: o Papa; a belíssima Basílica de São Pedro; e a Capela Sistina.
Bem, a figura do Papa dispensa apresentações. Uns mais carismáticos como João Paulo II e Francisco, e outros menos populares, como Bento XVI, é célebre aquela ideia de ir à Roma e “ver” o Papa. Bem as aspas são por conta de que dificilmente você terá uma audiência e mais provavelmente o verá da sacada na Praça de São Pedro bem de longe.
Fora que como eu, você pode dar o azar de estar lá num dia em que ele não esteja.
Bem mais certeza é visitar a Basílica de São Pedro.
Construída entre 1506 e 1626 e podendo abrigar em seus mais de 23.000 m² 60mil fiéis, é a principal igreja para os católicos. Seu nome, advém de Pedro, o apóstolo que é considerado o fundador da igreja católica e primeiro papa da história, sepultado justamente no centro da basílica, abaixo do Trono Papal.
No seu interior, há muita coisa interessante, da Pietà de Michelângelo à cripta na qual os papas são sepultados; do requintado altar papal à belíssima cúpula que pode ser vista de diversos pontos de Roma.
Outro bom motivo para visitar o Vaticano é a Capela Sistina, com seus afrescos e na qual são feitos os conclaves de escolha dos papas desde 1492, ou seja, desde que descobriram as Américas!
Sentar-se ali e apreciar o mais famoso dos afrescos, a criação de Adão da autoria de Michelangelo é um programa obrigatório.
Da Europa para algo mais exótico para alguns.
Como eu disse antes, viajar é a oportunidade de encontrar-se com o diferente, e não tem nada mais interessante neste sentido, do que um tour pelos templos budistas de Bangkok.
São tantos templos em Bangkok que certa vez escrevi até um post listando os mais interessantes.
Mas o que faz os templos da capital tailandesa serem tão interessantes?
Com um país majoritariamente budista (quase 90% da população), a capital da Tailândia é uma excelente oportunidade para aproximar-se e entender um pouco mais sobre esta religião às vezes tão diferente para nós.
Outro fato é sem dúvidas o estético. Para quem curte arquitetura, apreciar a estrutura e beleza dos templos de Bangkok é um deleite.
Do Wat Arun que mais parece uma enorme torre de pedra buscando o céu (na verdade uma representação do Mount Meru, o centro do mundo segundo a crença budista); passando pelo Wat Pho, onde você tem o famoso Buda reclinado e as escolas de massagem tailandesa, visitar estes lugares durante uma viagem à Bangkok é um programa imperdível.
Mas se me perguntassem qual o mais incrível de todos eu lhes diria que é o complexo de templos situado justamente dentro do Grand Palace, o Wat Phra Kaew, também conhecido como Templo do Buda de Esmeralda.
Na verdade trata-se de um complexo de templos onde o central é este templo que guarda a famosa estátua do Buda feita de esmeralda.
É um lugar tão interessante e cheio de coisas legais para ver que certamente você passará algumas horas visitando.
Se me perguntassem qual o templo religioso mais bonito que já vi na vida, a resposta certamente seria a fantástica Sheikh Zayed Mosque em Abu Dhabi.
Se você pretende viajar para Dubai, reserve ao menos um dia para o bate-e-volta (eu preferi me hospedar) até a vizinha Abu Dhabi e conheça de perto esta obra prima do islã.
Quem imagina um edifício cheio de história ou uma construção com detalhes intrincados pode talvez até se decepcionar com a Sheikh Zayed Mosque.
Mas a sobriedade e tamanho da construção logo ganham as atenções dos visitantes que são muito bem recebidos lá.
Aliás, se tem uma coisa que é legal aqui é o quanto os visitantes são bem vindos. Objetivando até mesmo desfazer qualquer preconceito contra o islã, a mesquita mais importante dos Emirados Árabes Unidos está aberta aos visitantes em horários pré-determinados e tem até mesmo um programa educacional para você aprender sobre esta religião.
A primeira coisa que você sente ao chegar lá é uma paz enorme, talvez pelo silêncio que ali impera e pelo contraste entre a cor branca predominante na mesquita e o céu azul.
Quando eu disse que ela é grande eu pretendia dizer na verdade enorme. Ela mede 420m por 290m – equivalente a cinco campos de futebol – , comporta mais de 40 mil fiéis. Tem ao todo 4 minaretes de mais de 100m de altura e 82 domos – o maior com 85m de altura. Estamos falando da 8ª maior mesquita do mundo.
Ela foi construída ao custo total de US$ 545 milhões de dólares pelo Sheikh Zayed em 1996, e ficou pronta em 2007. Aliás em o Sheik, falecido em 2004 foi enterrado ali.
O seu pátio tem o maior (e provavelmente) mais belo mosaico floral do mundo com 17 mil metros quadrados. Inteiro feito de mármore, é claro!
Fala se não é imperdível?
Sim, eu sei. O Japão aparece praticamente em todas as minhas listas de viagens especiais e vai aparecer ainda em muitas outras. 😍
Normalmente a maioria das pessoas imagina que todo japonês seja budista, o que não é uma realidade.
O Japão tem como sua religião original o xintoísmo, mas o budismo também é tido como uma religião muitíssimo presente, desde a sua introdução nos idos de 550 quando veio da China.
O xintoísmo, em linhas bem gerais, caracteriza-se pelo culto à natureza, aos ancestrais, e o politeísmo. Acredita-se que há um “Kami”, ou espírito associado a tudo que existe na natureza.
O interessante é que parece ser bastante comum os japoneses professarem ambas as religiões, meio que adotando algumas práticas de uma e outras da outra, a depender da situação. Para exemplificar, dizem ser bastante comum a celebração do nascimento de uma criança numa cerimônia xintoísta e o funeral de alguém seguir o rito budista.
Um dos templos mais belos que vi nas viagens ao Japão é justamente xintoísta: o Meiji Shrine em Tóquio.
Situado nos arredores do Yoyogi Park, ele está de tal forma integrado ao parque que parece fazer parte deste. Nada mais adequado para uma religião que cultua tanto a natureza, né?
O Meiji Shrine foi construído em 1920 em homenagem ao imperador Meiji e sua esposa. Para quem não sabe, o Imperador Meiji teve um grande papel na história do Japão, pois foi no seu reinado, entre 1868 e 1912, que o país deu os primeiros passos para o que é hoje.
Duramente danificado pelas bombas jogadas pelos aliados em 1945, ele foi completamente reconstruído conforme o original. Aliás a suavidade das linhas dos edifícios e elementos utilizados demonstra uma harmoniosa integração com a natureza.
Uma tradição legal lá é escrever seus pedidos nestas plaquinhas de madeira e pendurar na enorme árvore existente no pátio central do templo.
E aí curtiu? Já visitou algum destes destinos de viagem religiosos? Tem algum outro que você também colocaria nesta lista? Conta para a gente!
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