Mergulho

Maldivas: como é mergulhar no paraíso

Aquela hora em que você pensa que caiu em um aquário.

Como vocês já viram em alguns posts aqui no blog, sempre que a gente viaja aproveito para mergulhar. Ciente de que as águas claras das Maldivas são povoadas por uma riquíssima vida marinha, não podia deixar passar a oportunidade. Vamos então neste post mostrar como é mergulhar nas Maldivas diretamente da praia.

Ao chegar nas Maldivas, tenho a certeza de que a primeira coisa pela qual você irá se apaixonar é pelo mar. Já da janela do avião, não tem quem não fique fascinado com a vista dos atóis que despontando pelo Oceano Índico como pequenas joias formam este incrível país. Das praias ou das palafitas dos hotéis, a quantidade e variedade de tons do mar azul parece não ter fim.

Quem olha o mar das Maldivas da superfície já tem motivos de sobra para se encantar. Mas vai por mim, isto é só parte das maravilhas que se escondem, ou assim tentam, diante da transparência das águas do arquipélago.

Só de olhar pela janela do avião já dá vontade de ir mergulhar.

A vida marinha local é uma das principais razões para visitar as Maldivas. Pensa comigo águas cristalinas, quentes e cheia de vida marinha. Quer coisa melhor do que mergulhar nas Maldivas?

As águas das Maldivas são riquíssimas em termos de vida marinha. Além de muitos corais – só lembrando que as próprias ilhas que formam o arquipélago são formadas a partir de antigos corais – as Maldivas são o lar de mais de 1000 espécies marinhas diferentes. Alguns estimam que embora as águas do arquipélago representem apenas uma fração de todos os mares da terra, nelas vive ¼ da variedade de seres marinhos que temos na Terra.

Pensando em preservar tudo isso, o governo local criou 25 áreas de proteção marinha, algo equivalente a parques onde a exploração é super restrita e mesmo o turismo é vigiado de perto para que seja uma fonte de renda sustentável.

Neste contexto, preciso dizer que você não deve tocar ou pior ainda, remover nada?

Além das muitas espécies de peixes que normalmente vivem ali, outras tantas fazem dos atóis o ponto de passagem migratória por conta da riqueza das águas em termos de nutrientes.

Não dava nem para esperar menos de um lugar onde você já avista tubarões (inofensivos) na areia da praia.
E raias da da sacada do da sua villa.

Existem alguns seres que são bem típicos das Maldivas.

E às vezes são coisas que só acontecem lá. Um dos fenômenos mais fantásticos da natureza é bem típico nos arredores da ilha de Vaadhoo, uma das ilhas Raa Atoll: a chamada bioluminescência. Durante a noite, algumas praias são tomadas de um tipo de fitoplâncton bioluminescente que por meio de uma reação química literalmente produz uma forte luz azul. Meio que como vagalumes do mar.

O arquipélago é também local de passagem dos tubarões baleia. Ainda não foi desta vez que vi um de perto – com as Maldivas já foram 4 lugares onde quase encontrei eles. Nas Maldivas eles são mais comuns no atol sul de Ari e em uma época bem específica do ano. Considerado o maior peixe do mundo (afinal são tubarões e não mamíferos!) pode chegar a medir até 12,65 m e um peso de cerca de 21,5 toneladas. Praticamente um ônibus! O tamanho assusta sim, mas saiba que estamos falando de um gigante dócil, literalmente. Ele se alimenta exclusivamente de plâncton, e por isso mesmo nada com a sua boca aberta para que a água cheia de plâncton seja filtrada extraindo-se o rico alimento.

Feita esta introdução para te convencer a mergulhar durante a sua viagem para as Maldivas, vamos à experiência de mergulhar lá.

Meridis no Hideaway Beach Resort & SPA.

Escolhi mergulhar nas Maldivas com a Meridis, o diving center do hotel em que estávamos hospedados (Hideaway Beach Resort & SPA). Em razão do isolamento dos resorts, a maioria dos hóspedes que desejam mergulhar opta por reservar esta atividade diretamente no hotel. Já deu então para notar que se você quer mergulhar nas Maldivas, é bom escolher não só um bom hotel, mas também um que tenha um diving center bem equipado.

Neste ponto a Meridis encaixa perfeitamente ao nível de serviço do Hideaway. A operação é feita por um casal, Yuko e Kirsten. Ela japonesa e ele alemão, fiquei impressionado com o grau de profissionalismo e atenção deles.

No meu mergulho fui acompanhado pelo próprio Kirsten, que me proporcionou um mergulho incrível. Muito simpático e experiente, ele transmite uma sempre bem-vinda tranquilidade para quem está mergulhando. Pensa comigo; você não conhece o lugar nem seu dupla, então ter alguém assim é essencial.

Conhecendo muito bem o site de mergulho, ele já meio que sabia até mesmo onde alguns peixes e outros seres marinhos estavam, apontado na hora certa o que havia de mais interessante no recife. Simplesmente adorei.

Lá embaixo muita coisa interessante. Literalmente outro mundo.

A Meridis oferece tanto mergulhos embarcados, neste caso em típicos dhoni, como a partir da costa. Confira qual a programação para as datas em que você estiver hospedado no Hideaway porque ela pode variar conforme a previsão do tempo e outros fatores.

Nos arredores da ilha são mais de 25 sites de mergulho diferentes (aqui alguns deles), com a vantagem de que como é uma área remota e sem tanto fluxo de navios, o meio ambiente tende a ser muito mais preservado que outras regiões das Maldivas (que já é um destino top em sustentabilidade).

Se você não possui certificado de mergulho, eles estão habilitados a fornecer não só a certificação inicial como também as especialidades (confira aqui a lista completa). Já pensou pegar a sua PADI em um lugar desses??? Então anote aí: aproveite que você está em um dos mares mais belos do mundo e traga na sua bagagem uma certificação de mergulho de souvenir!

House Reef do Hideaway Beach Resort & SPA.
A quantidade de pequenos peixes foi o destaque do mergulho.

Além de um diving center dentro do Hideaway (Dhonakulhi Island), a Meridis ainda conta com outros dois estabelecimentos também situados em atóis na parte norte das Maldivas, um no J Resort Alidhoo e o outro na Chaaya Island Dhonveli.

Para você ter uma ideia do tamanho e qualidade da operação da Meridis, eles têm uma câmara de descompressão à disposição apenas 15 minutos da ilha de Alidhoo. Ok, é o tipo de coisa que você não espera precisar, mas dá uma enorme tranquilidade saber que tem.

Eles também oferecem Nitrox para quem tem certificação para tanto.
Equipamentos muito bem conservados.

Os equipamentos são muito bem conservados e limpos. Aparência de novos mesmo.

Vamos então ao mergulho. Inicialmente estava esperando um mergulho embarcado. Não sei porque, mas tinha a (equivocadíssima) tendência de achar que mergulhos muito perto da praia não seriam tão legais. Água turva? Pouca vida marinha? Acorda! Isso é Maldivas!!!

Ponto de entrada ao lado da recepção.

Por isso confesso que fiquei meio surpreso quando o Kirsten disse que sairíamos da praia próxima à recepção do hotel. Como resolvi fazer o mergulho logo no primeiro dia, sequer havia feito um snorkel nas praias do hotel, e por isso mesmo não tinha ideia da rica vida marinha que circunda a ilha, muito menos visibilidade que teríamos. Assim, fui para a água com uma expectativa bem neutra.

Como é bom ser positivamente surpreendido!

O House Reef como eles chamam o extenso coral que existe ao redor do hotel é lindo. É um lugar mais que perfeito para mergulhar.

Embora o Kirsten tenha dito que a visibilidade poderia estar melhor (fiquei me perguntando como???), achei ela incrível e me fez pensar que foi até mesmo melhor que a das Bahamas.

A temperatura da água estava excelente, entre 25°C e 28°C. Uma roupa fina apenas para garantir um maior conforto bastou. Talvez desse até mesmo para mergulhar apenas com uma lycra como o Kirsten fez; mas como sofro muito com frio nos mergulhos, achei melhor não arriscar.

O maior destaque foi sem dúvidas a diversidade da vida marinha. Em termos de variedade de peixes e corais, achei este um dos melhores mergulhos que já tive.

Olha só a beleza e a quantidade de peixes.

Foram quase que 50 minutos observando uma variedade incrível de peixes. Quem gosta e sabe identificar peixes com facilidade passaria horas ali fácil. Em alguns momentos, parecia que havia uma pequena nuvem de pequenos peixes variados diante dos olhos. Difícil até de acompanhar tudo ao mesmo tempo.

Exceto por uma tartaruga que passou à nossa frente e um grupo de umas quatro spotted eagle ray que também passou mais longe, a maior parte do que vi ali foram peixes tropicais super coloridos.

Não posso também deixar de destacar os corais. De tudo quanto é tamanho e forma, achei eles muito bem conservados apesar de existir um processo de branqueamento em andamento, o que afeta não só a região como também muitos outros sites de mergulho ao redor do mundo por conta do aquecimento global.

A profundidade máxima não foi além de 15m, o que é excelente para um mergulho deste tipo.

Tem coral de tudo quanto é tipo.
Mergulho nas Maldivas.

O custo dos mergulhos é bem razoável. Partindo de US$75 para o mergulho não-embarcado (adiciona-se mais US$ 23 para embarcado) e mais US$ 27 para equipamento completo: wetsuit, regulador, BCD, computador (coisa que nem todo lugar oferece no pacote), e ABC. Já a certificação PADI começa com a Open Water Diver por US$ 890. Aqui a lista completa de preços da Meridis e consulte para saber se reservando com antecedência há desconto.

Como sempre, fique atento ao fato de que você não poderá voar 24 horas depois de mergulhar (tem gente que usa a regra de 12 horas, mas prefiro ser conservador). O contrário, voar e depois mergulhar não tem problema algum.

Sai da água querendo mais e recomendo tranquilamente mergulhar com a Meridis nas Maldivas, seja pelo excelente nível de atendimento, seja pela beleza do recife ao redor do Hideaway Beach Resort & SPA.

Confira ai o vídeo do mergulho:

E ai? Já mergulhou nas Maldivas ou em outros lugares? Compartilhe a sua experiência. E se for para as Maldivas, não deixe de mergulhar lá!

* O Cumbicão testou os serviços mediante uma parceria estabelecida com o operador local para coletar material para este post. Todas as opiniões e relatos aqui descritos refletem fielmente a experiência, atendendo à política do blog.

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Diogo Avila

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