Viajando com Crianças

Viajando com Crianças: o que aprendemos até agora

Agora somos três na tripulação!!!

Se você passou do título para este primeiro parágrafo e decidiu seguir lendo este post, muito provavelmente deve estar com aquele tipo de preocupação que aflige a grande maioria dos viajantes inveterados que são pais de primeira viagem (trocadilho inevitável!): como seguir viajando com crianças.

Maravilha, vou ser pai/mãe. Mas e as viagens?

Só eu sei quantas vezes tive que ouvir coisas do tipo: “agora acabaram as viagens” ou “aproveita enquanto pode”. Juro que não entendo porque as pessoas são tão pessimistas. Ser pai e mãe é benção-presente, não problema. Sim, momento desabafo!

Olhando para uns 30 e poucos anos atrás vejo que meus pais não só viajaram, como mudaram-se para o Japão quando eu era um bebê – não deve ter sido nada fácil viver lá naqueles tempos, quanto menos com este que vos escreve contando com apenas 1 ano de idade. 

E olhando para o presente, vejo a coragem da Sra. Cumbicona que topou viajar, aos quatro meses de gravidez, por três semanas numa viagem (maluca) pela Ásia, e depois a desenvoltura dela (e minha também!) em lidar com o Cumbiquinho no dia-a-dia. Por que não?

Nunca cogitei deixar de viajar, muito menos deixar o Cumbiquinho com alguém enquanto a gente se diverte por ai. Respeito posições contrárias, mas simplesmente não é para nós.

Por outro lado também não dá para negar que a gente passa anos viajando sem imaginar como é viajar com crianças. Não tem como, enquanto você não recebe a melhor notícia de todos os tempos, este tipo de preocupação não faz parte do seu mundo. Você pode até admirar quem viaje com crianças para tudo quanto é canto, mas certamente nunca pensou nas adaptações que isto requer.

Sempre achei os gringos mais descolados no assunto viajar com criança. Nós brasileiros é que somos mais encanados

Aliás adaptação é a primeira palavra chave para que uma viagem com crianças dê certo. Com um pouco de força de vontade, você não deixará de fazer aquilo que gosta e ainda contará com a companhia de quem mais gosta nas suas aventuras.

Sejamos realistas, vocês não terão as mesmas facilidades e conforto de casa. Por melhor que seja o hotel, sou da opinião que mi casa és mi casa, isso sim. É nestas horas que a chamada zona de conforto pesa.

Dependendo do seu estilo, você terá que, adaptar a escolha do tipo de viagem. Não consigo ver alguém indo para o Nepal com um bebê de colo ou fazendo mochilão pelo sudeste asiático. Se souberem quem conseguiu a proeza avise para que eu vá lá aplaudir.

A segunda regra é aprendizado. Assim como viajar em si, agregar um pequeno passageiro e realizar uma viagem com relativa tranquilidade, demanda aprendizado constante. Ou seja, aquilo que não deu certo uma vez sempre pode e deve ser melhorado na viagem seguinte, e por ai vai.

É justamente por isto que antes de tratarmos dos pontos próprios, já vou desde logo avisando: não existe certo ou errado; e cada caso é um caso. Dê um Google em viajando com crianças (se é que você não chegou aqui assim!) e note a quantidade de posts, senão até blogs dedicados exclusivamente ao tema.

Leia 10 posts e encontre 10 receitas diferentes.

Assim, a única regra que é certeira neste, e em qualquer outro post é que aquilo que se aplica para uma família não se aplica necessariamente à outra. Vai por mim, leia posts sobre o assunto com tal filtro.

Cada família uma receita, o importante é você achar o que lhe serve ou não.

Presumo que se você chegou até aqui é porque o seu ímpeto de viajar não conflita com seu senso de paternidade / maternidade. Beleza, “tamo junto”!

Então, mãos à obra.

A minha primeira recomendação é que a família faça um “test drive”. Esta foi uma coisa que embora seja até certo ponto evidente, muita gente não considera; sai por ai atropelando as coisas, e depois reclama que não deu certo viajar com crianças.

Antes mesmo do Cumbiquinho nascer, e já sabendo que não pretendíamos deixar de viajar com ele, mas sim fazer com que ele passasse a fazer parte da tripulação do Cumbicão, escolhemos um destino bem tranquilo e relativamente perto de casa: Caldas Novas.

Caldas Novas, um bom destino para quem viaja com crianças.
Mal poderia imaginar o quanto iria ainda voar na vida!

Ele nem tinha nascido e lá estávamos nós comprando passagem para ele. Lembro bem a cara da atendente da loja da TAM ao ouvir a resposta à pergunta “quantos anos a criança tem?”. Moça ele nem nasceu! Kkkk. Sim, eles emitem a passagem normalmente – depois eles “aditam” o bilhete para colocar a data de nascimento.

Nada melhor que um voo relativamente curto (1h40) e alguns dias num hotel para saber como ele (com então 4 meses), e principalmente nós, reagiríamos.

Um voo curto é a melhor pedida para um primeiro teste.

Sucesso total. Ele ficou melhor passeando do que em casa, onde já é bem bonzinho. Praticamente nasceu para viajar!

Neste aspecto sugiro que seja uma viagem de avião, pois numa viagem de carro, além de não ser factível para qualquer destino, temos aquela sensação de “estou no controle”, o que pode mascarar o desafio efetivo que é viajar de avião e para longe com um bebê, o que talvez seja seu objetivo final.

Pela mesma razão, viagens para casas de veraneio também não contam para este propósito, pois lembrando, o objetivo é estar ao menos um pouco fora da zona de conforto.

Assim, para esta primeira experiência a nossa recomendação é, se possível, comece pegando leve pois como disse no começo é um processo de aprendizado e adaptação.

Escolha do destino e roteiro.

Neste ponto vai muito não só da experiência do casal como também do quanto se está disposto à situações que normalmente poderiam ser aceitáveis, mas que com um bebê não são.

Explico. No nosso caso, guardadas as devidas proporções, nos sentimos como alguém que está reaprendendo a viajar. Por isso evitamos destinos, digamos, mais aventureiros e para uma primeira “carimbada de passaporte” escolhemos um destino mais tranquilo e que sabíamos que oferecia uma infraestrutura mais family-friendly, a Suíça.

Para um destino mais longe, a nossa escolha foi a (perfeita) Suíça.

Claro que se você tiver uma dose maior de desapego pode já partir para destinos mais complicados ou distantes, onde a zona de conforto talvez não seja tão grande. Sinceramente, no meu caso, eu não faria a primeira viagem internacional do Cumbiquinho para a Tailândia, por exemplo. Sabe aquela coisa de um passo de cada vez?

Outro ponto a ser considerado é a rotina diária. Nunca imaginei que por viajar com criança conseguiria fazer a correria louca que eu e a Sra. Cumbicona fazíamos no passado. Mas também não consigo imaginar ficar trancado num quarto de hotel enquanto o bebê faz uma soneca. Soneca em € custa caro!

Na minha opinião, é importante, não só para viagens, mas principalmente para o dia-a-dia, que a criança seja desde sempre acostumada a comer e dormir em qualquer lugar. Lições ministradas com perspicácia pela Sra. Cumbicona.

Aqui pertinho, Santiago também é uma excelente opção.

Embora não chame a banda de rock para tocar enquanto o Cumbiquinho dorme, nunca fomos também daqueles que tiram o som da TV ou deixam de conversar só porque ele está dormindo.

Ou seja, os preparativos para uma viagem tranquila, começam muito antes, em casa, no dia-a-dia.

Respeito posições contrárias, mas além do risco de criarmos uma criança cheia de manhas, isto inviabilizaria mais que as viagens, inviabilizaria uma vida normal.

Assim, dentro do possível, é preciso deixar as neuras de lado. Esta talvez seja mais uma regra certeira.

Saiba que invariavelmente terá que dar de comer e trocar o pequeno passageiro em lugares pouco usais.

Optando-se por um destino internacional, não deixe de providenciar o passaporte do pequeno passageiro. Neste link, as dicas completas de como requerer passaporte para menores de idade.

Aliás algo importantíssimo é, ao menos que o passaporte do seu filho tenha sido emitido após 24/11/2014, ele não terá o campo de filiação. Então você terá que apresentar à Polícia Federal, além do passaporte, o RG original no momento da saída do Brasil (conosco foi assim tanto para a Suíça quanto para o Chile, veremos para o próximo passaporte).

Não deixe de fazer um bom seguro viagem, pois você não sabe que tipo de imprevisto pode acontecer durante o passeio. Eu particularmente prefiro fazer um seguro viagem ao invés de utilizar aquele sistema de reembolso que algumas operadoras de cartão de crédito oferecem. Já precisei do seguro viagem e tive ótimas experiências. 

Passagem

Para crianças de colo (até 2 anos), existem duas opções: ou a criança viaja no colo dos pais ou na poltrona.

Viajando no colo dos pais, normalmente não se paga a passagem cheia. As regras variam de empresa para empresa. Em algumas pagam-se apenas as taxas de embarque, em outras, um pequeno percentual da passagem. Assim, consulte sempre o site da empresa aérea.

Evidente que se viajando na poltrona, paga-se um percentual um pouco maior do preço da passagem.

Algo que eu recomendo, e muito, é que você tente reservar uma poltrona com berço. Para quem nunca notou, nas primeiras poltronas da classe econômica e executiva, existe um espaço extra para as pernas e ali na parede frontal é fixado um berço.

Definitivamente o melhor lugar da econômica para quem tem crianças.
Após a decolagem eles montam o berço.
Já vem com tudo, mas é sempre bom ter o travesseiro e cobertor próprio.
Zzzzzz
Que saudades destes meus tempos de Super Frist Class!

Embora cada empresa trabalhe com um limite de peso para que a criança possa ser posta neste berço, a regra geral é de 11 kg.

A tendência é que as empresas deem preferência para que nestas poltronas sejam colocados passageiros com crianças de colo. Nós mesmos quando voamos de Emirates de Dubai para Bangkok, optamos por tais poltronas pela questão de conforto (pois a Sra. Cumbicona estava grávida), e fomos informados de que se aparecesse alguém com bebê teríamos que mudar de assento. Justíssimo!

Mas como nem sempre é assim, sugiro que você reserve antes, mesmo que tenha que pagar alguma taxa extra. Vale o conforto.

Quem optar por reservar uma poltrona para o bebê, poderá transportá-lo no seu próprio bebê conforto (uma coisa a menos para despachar). Mas para tanto ele deverá ser certificado para ser utilizado em aviões – leia o manual e consulte a empresa aérea.

Mesmo que você tenha reservado o berço, para procedimentos de decolagem e pouso, o bebê deve estar no colo dos pais. Algumas empresas, como a Emirates e Swiss, ofereceram um cinto de segurança que é colocado na criança e preso à mãe ou ao pai. Já voamos de TAM e LAN com o Cumbiquinho, e a única solicitação foi para que a criança estivesse no colo (acho que eles têm que revisar o procedimento).

Fasten your seatbelts!

Em caso de turbulência, nada de berço também: colo com cinto!

No avião.

Quando do nosso test-dive para Caldas Novas, a nossa maior preocupação foi a tão falada dor de ouvido. Aquilo que para nós, ao descermos a serra, por exemplo, é apenas um desconforto, pode ser, em determinadas condições, uma dor aguda para os pequenos.

Já vi muita criança chorar (de verdade!) sem parar em voo, e na maioria dos casos, esta costuma ser a razão.

Na época a Sra. Cumbicona estudou o assunto pois morríamos de medo do coitado ficar ali horas com dor de ouvido, mas não encontramos nada conclusivo.

Transformar o avião em algo agradável aos pequenos é um desafio.

O que deu para apurar é que além de variar de criança para criança, a ocorrência desta dor está muito mais associada ao fato dela estar constipada. Eu mesmo gripado já sofri bastante numa simples ponte aérea Rio-SP. Dói pacas!

Para os adultos, um bom descongestionante resolve. Mas para os pequenos pode ser diferente. Antes de viajar, e mais ainda, antes de sair por ai dando qualquer remédio ao bebê, consulte o pediatra que poderá fornecer os devidos esclarecimentos.

Algo que já ouvi muita gente falar e que funciona até mesmo para nós adultos é mascar algo durante a decolagem e o pouso. Eu mesmo já masquei chicletes nestas oportunidades e notei que o movimento do maxilar ajuda a aliviar a pressão.

Como você não dará um Ploc (#velho) para o bebê, sugiro deixar ele mamar ou tomar mamadeira nesta hora ou ainda apelar para a chupeta. Quem disse que chupeta não serve para nada?

Muita gente discute o que é melhor: voo noturno ou diurno?

Não tem receita pronta muito menos consenso. No voo noturno, se a criança tiver uma rotina de sono mais certinha, e tiver passado boa parte do dia acordada, a tendência (tendência hein!!!) é que ela durma durante a noite. Já vi muitos pais caminhando para cansar a criança pelo aeroporto antes do voo – talvez ajude.

Por outro lado, se ela não conseguir dormir, certamente você também não conseguirá. E talvez parte do avião também não. É fato. Quem nunca viajou próximo a um bebê que chora durante a noite? E não adianta reclamar, faz parte do jogo (criança não tem botão Mute!).

Vale qualquer coisa para entreter um pequeno passageiro
Que nem sempre vai querer ficar parado por horas.
Só não pode chutar a poltrona da frente!

Já num voo diurno, que é preferido por muitas famílias, a questão do sono dá lugar à tarefa de entreter os pequenos durante a viagem. Tarefa não, arte.

Ainda que seja relativamente mais fácil manter um bebê entretido, talvez seja necessário um arsenal mais elaborado para crianças um pouco maiores. Nestas horas, aproveite para brincar com os pequenos, tenha à mão livros de colorir, abuse dos filmes no sistema de entretenimento a bordo, ou tenha um tablet com desenhos infantis (santas Galinha Pintadinha e Pepa Pig!).

A única conclusão que se pode tirar de tudo isso é que a escolha do horário do voo irá depender muito do temperamento da criança. Para quem tem um bebê mais agitado, um voo diurno, pode ser uma melhor opção, pois ao menos você estará descansado o suficiente para entretê-lo durante o voo.

Já para crianças mais tranquilas, acredito que um voo noturno seja uma boa opção.

Algumas empresas como a Swiss, oferecem brinquedos aos pequenos. Tudo em nome do conforto de todos!
(A) provado!

Tanto quanto nós, os pequenos também têm suas dificuldades para se adaptarem à diferença de fuso horário. Daí porque, para todo mundo entendo que vale a mesma regra: tente adaptar-se o quanto antes ao fuso local. Ao adequarmos mais rapidamente refeições, sono e outros hábitos aos horários locais, consegue-se mais facilmente superar o jet lag.

Algo que muita gente não pensa a respeito é como lidar com a restrição de líquidos permitidos para embarque.

A regra geral é que recipientes com mais de 100ml devem ser acondicionados nas malas despachadas.

Para quem viaja com crianças isto pode ser uma grande preocupação. Felizmente em relação aos pequenos passageiros, as autoridades aeroportuárias tendem a ser mais flexíveis e o bom senso (em geral!) prevalece.

Quem viaja com crianças de colo pode levar consigo recipientes com mais do que os 100ml. Todavia, isto vale apenas para leite, e mesmo assim em algumas oportunidades é exigido que os pais provem o conteúdo (para garantir que é leite) ou que o recipiente (caso seja industrializado) esteja lacrado.

A quantidade deve ser compatível com a duração do voo. Portando nada de levar o leite da viagem inteira na mala de bordo.

Para uma maior segurança quanto ao procedimento, pois pode variar de país para país, sugiro dar sempre uma conferida no site do aeroporto local e consultar a empresa aérea.

Quanto aos demais líquidos, cremes e pomadas, a regra continua sendo a dos 100ml.

Vale lembrar que a grande maioria das empresas aéreas oferece a opção de refeição para crianças/bebês, o que pode ser bem interessante. Avalie.

A Swiss por exemplo ofereceu comida para bebê.

E já que falamos de alimentação, vamos à outra parte da cadeia… Trocar a fralda no avião.

Vai de criança para criança, mas sejamos honestos, trocar uma fralda em voo pode ser algo bastante estressante. Some as dificuldades inerentes à atividade com a falta de espaço do banheiro de avião. Eu mal consigo escovar os dentes naquele espaço minúsculo, imagina trocar o Cumbiquinho?!?!

Se você é daqueles que como eu entra e sai quase que correndo do banheiro do avião, não deve ter notado, mas existe uma bancada dobrável própria para você apoiar o bebê ali e trocá-lo. Utilizando-se daquilo que você já sabe e dos apetrechos de praxe (trocador, lenços umedecidos, pomadas e etc), não há segredo; basta saber lidar com a falta de espaço.

Se você não tem filhos pequenos,
Muito provavelmente não sabia dessa!

Apenas uma recomendação extra, que pode parecer óbvia, mas que é válida porque nem todo mundo tem bom senso, é que você não deve descartar a fralda no vaso (aliás isto vale para todo lugar) e leve um saco plástico para que a fralda seja embrulhada. Pense no próximo, pois você não iria querer entrar num banheiro apertado cheirando fralda suja. Iria?

O que fazer com o carrinho. Este é mais uma questão que varia de empresa para empresa/aeroporto. Já vi casos onde não é aceito que você passe para a área de embarque com o carrinho (é raro). Mas na maioria dos casos você pode levar o carrinho até o portão de embarque. Já vimos casos como o da Emirates que no aeroporto de Dubai oferece gratuitamente carrinhos para serem utilizados na área de embarque (bom exemplo!).

O fato é que se não permitirem que você siga com o carrinho até o portão de embarque, você terá que carregar o bebê no colo por um longo período. Tem gente que não liga, e acreditando que o embarque vá ser breve, ou preferindo ter menos coisa para se preocupar, e acaba utilizando o canguru (boa opção para curto período).

Em Zurique, entregaram o carrinho direto na porta do avião. Reparem na nossa capa laranja.
Quando dobrada, fica super fácil de carregar pendurada no carrinho.
Este foi um dos mais úteis itens que compramos.

Caso opte e seja permitido seguir com o carrinho até o portão de embarque, esteja ciente e tenha um pouco mais de paciência porque ao passar pela segurança do aeroporto, muito provavelmente você terá que desmontar alguma parte dele para passar pelo raio-x. Faz parte.

Despachando-o ou indo até o portão de embarque, sugiro que você embrulhe o carrinho com algo. Uma colega de trabalho já teve alguns carrinhos destruídos graças à “delicadeza” do pessoal que carrega as aeronaves.

A maior parte das empresas oferece sacos até que bem resistentes (TAM por exemplo), já outras não. Nós optamos por ter uma sacola apropriada para tanto. Ele será despachado como bagagem e entregue prioritariamente na esteira ou na porta do avião – pergunte antes. Enquanto que a Swiss entregou o carrinho com menos de 1 minuto na porta do avião, a TAM nos deixou 55 minutos esperando na esteira por um carrinho que deveria ser prioritário.

Bagagem. As empresas aéreas são bastante compreensivas quanto àqueles que viajam com crianças e sabem que não dá para viajar com pouca coisa. Quem viaja com criança sabe que a gente quase carrega a casa nas costas.

Fazer as malas é uma arte. Com crianças então…
A arte de colocar tudo isso numa só mala e ainda por cima não esquecer nada.
Uma das regras que tentamos seguir é reduzir volumes: duas malas grandes e duas de bordo.

Salvo nas low cost onde tudo é pago à parte, a regra geral é que as crianças (mesmo no caso de viajarem no colo dos pais) têm direito à uma mala de igual peso à dos pais (verifique a franquia com a empresa); um carrinho de bebê; e um bebê conforto ou cadeirinha de carro. Aja tralha!

Um bom exemplo disso foi a Swiss que deu uma franquia de bagagem exclusiva para o Cumbiquinho.

Transporte.

Superada a questão do voo, a próxima coisa a pensar é como deslocar-se no seu destino de viagem.

Se optar por utilizar carro, procure saber se existe a necessidade de uso de cadeirinha especial para crianças. Eu, por segurança do bebê, sempre considero como “obrigatória”.

A dúvida neste caso fica entre levar a sua ou alugar uma lá. Praticamente todas as grandes locadoras de veículos oferecem a possibilidade de alugar uma.

Ainda que pareça uma excelente ideia, afinal é uma coisa a menos para você despachar no voo e carregar, não raras vezes o valor cobrado é superior ao custo de comprar uma lá – dependendo do destino e de quantos dias você for ficar lá, é claro.

Conheço gente que prefere comprar uma nova ao invés de alugar. Faça as contas, mas não deixe de usar este item de segurança essencial.

Na maioria dos destinos, e principalmente em trajetos curtos, os taxistas não costumam ligar muito para o fato da criança ser transportada no banco de trás do carro, no colo dos pais. Acredito que dificilmente você terá este problema em algum lugar.

Quando o transporte público funciona bem, é moleza utilizar o carrinho
“Busão” na Suíça. Absolutamente acessível.

Se o meio de transporte for trem/metrô, ai a situação é ainda mais tranquila, já que muito provavelmente você fará uso do seu próprio carrinho de bebê. O maior empecilho neste caso é eventualmente o carrinho não passar pela escada rolante – paciência, desmonte e carregue a criança no colo.

Para curtos períodos, ou simplesmente para variar e não deixar a criança o tempo todo no carrinho ou carregá-la no colo por longos períodos, invista num canguru.

Canguru: valeu cada centavo.

Sempre achei isto o máximo. Para as mães ter a criança assim junto do corpo não é novidade, mas como pai, confesso que achei a experiência fantástica. A criança está ali segura contigo, interagindo o tempo todo e de quebra você ainda está com as mãos livres. É verdade que chega uma hora que as costas já não aguentam mais; e nem é bom deixar a criança por longos períodos ali pois dizem que é prejudicial.

Muita gente discute se é melhor ter um carrinho ultra-leve e portátil, como aqueles conhecidos como guarda-chuva; ou se é melhor ter um mais robusto que aguenta melhor ruas esburacadas, calçadas acidentadas e por ser maior deixa a criança mais confortável e cabe mais coisa no cesto abaixo.


Olha, nós mesmos ainda não chegamos à uma conclusão à respeito, mas por enquanto, e considerando que o Cumbiquinho ainda dorme muito no carrinho, o mais robusto está se mostrando mais útil.


Avalie conforme as suas necessidades.

Imagina usar um daqueles ali. A proprósito, este exposto no Museu do Einstein é de quando ele era criança.
Verdade que às vezes a criança vai para o colo e as tralhas tomam conta do carrinho.

Agora, seja qual for a sua escolha, invista em alguns acessórios como aqueles ganchos para pendurar coisas no carrinho; capa de viagem para proteger durante o voo (vide observações neste post); e principalmente numa capa de chuva.

Pode parecer bobagem, mas se você pegar uma chuva ou uma garoa mais forte e tiver que caminhar, certamente terá que se abrigar se não tiver algo assim. Fora que ela corta muito bem o vento, algo essencial para lugares mais frios. Este é um item que considero muito importante numa lista para você tunar o carrinho do bebê.

Só de capa (coberta e saco de dormir) mesmo para conseguirmos ficar com o pequeno no frio dos mais de 3.500m do Jungfrau
Para quem vai para lugares frios, outra boa dica é este saco de dormir que veste-se como um macacão.
Assim dá até para ficar alguns instantes no frio acima dos 3.000m.

Hospedagem.

Normalmente os hotéis são bem aparelhados para receberem os pequenos viajantes. Digo normalmente porque isto não é a regra.

Enquanto que no hotel em que nos hospedamos em Caldas Novas, o “resort” não tenha sequer disponibilizado berço; todos os 7 hotéis em que nos hospedamos na Suíça e a pousada de Paraty da semana passada forneceram ao menos aqueles berços desmontáveis.

O ideal é ter um beicinho.
Mas se não estiver disponível, use a criatividade para montar algo seguro.

Na dúvida, sempre consulte o hotel.

Oba, hora do banho!

Muito provavelmente a maioria dos pais utilizam algum tipo de banheira para dar banho nos seus filhos.

Mas e durante uma viagem? Como fazer? Levar a banheira certamente não é uma opção.

Conversando com algumas pessoas, aprendi uma dica simples e eficiente: utilizar aquelas piscinas de plástico.

Hora do banho.

Agrada a criança e ainda por cima é fácil de usar. Banho dado; é só secar, dobrar e enfiar na mala. Só tome cuidado com o tamanho, porque nem todas são suficientemente pequenas para caber num box.

Claro que também existe a possibilidade de dar o banho no colo, direto no chuveiro. Mas os pequenos garantem que não é tão divertido!

Alimentação.

Rango time!

Outra preocupação de muitos pais é quanto à alimentação do bebê. Se a mãe estiver amamentando, não há como negar, a facilidade é muito maior, afinal tudo que o bebê precisa está ali, quentinho e disponível a todo momento.

Para aqueles que já tiverem entrado na fase de papinhas, a situação nem é tão complicada.

Lá em casa, a Sra. Cumbicona sempre priorizou (até mesmo por gostar e cozinhar muito bem!) por preparar ela mesma as papinhas. Dá trabalho sim, mas por outro lado é muito mais natural e nutritivo que a industrializada.

Na Suíça a variedade era enorme.
Variávamos entre Nestlé e Hipp.

Claro que numa viagem, não dá para ser radical – lembram do adaptar? É nesta necessidade momentânea que como muitos, nos rendemos às papinhas industrializadas.

Marcas existem muitas, e acreditem ou não as crianças, mesmo desde pequenas têm sim um certo paladar. Uma colega de trabalho comentou que sua filha simplesmente não se adaptou às papinhas que eram vendidas nos EUA. Acontece!

Quanto à questão de ser artificial, apesar de toda a controvérsia, vale aqui ressaltar dois pontos.

Primeiro que existem sim algumas que são um pouco menos industrializadas e que são tidas como orgânicas – agora se elas são tão boas quanto aquelas que você, mãe zelosa, faz em casa já não sei… Dentre elas, destacamos a Hipp Organic. Pode ser uma boa alternativa para quem não quiser ficar com tanto peso na consciência.

A segunda questão a ser considerada é que a criança irá alimentar-se das papinhas industrializadas por um período relativamente curto, portanto, sem paranóias. Quem de férias não dá uma relaxada na alimentação?

A situação é mais tranquila ainda para aqueles que estão tomando as chamadas fórmulas.

Até o nome é o mesmo!

Atualmente, a maior parte dos fabricantes deste tipo de produto são multinacionais e seus produtos podem, a princípio, ser encontrados em muitos lugares. Nada que uma pesquisa prévia a um supermercado local pela internet não resolva. Fora que sempre dá para levar um estoque de leite na mala!

O que levar?

Como sou daqueles que adora fazer a mala antes da hora, não poderia deixar de fazer um check-list da mala do Cumbiquinho. Então para ser mais prático quanto ao que consideramos essencial levar e mesmo considerando que as necessidades do seu bebê podem ser diferentes da nossa (óbvio!), não custa nada compartilhar a nossa listinha para ajudá-los (sugestões são bem vidas na caixa de comentários):

  • Algodão e lenços umedecidos
  • Babadores (especialmente aquele de plástico e fácil de lavar)
  • Banheira inflável
  • Body
  • Brinquedos (não exagere, é você que vai carregar!!!)
  • Calças
  • Canguru e/ou sling
  • Capa de chuva para o carrinho (também excelente para cortar o vento)
  • Capa transporte do carrinho
  • Carrinho
  • Casacos
  • Chupetas
  • Cobertor
  • Colheres
  • Colic Calm (extremamente útil para cólicas, e até para dor de dente)
  • Cotonete
  • Descascador de frutas
  • Farmácia básica
  • Fraldas (vide comentário abaixo)
  • Gancho para pendurar coisas no carrinho (extremamente útil)
  • Gorro e luvas (se viagem de frio)
  • Mamadeira (leve umas duas)
  • Meias
  • Mordedor (principalmente na fase de dentes nascendo)
  • Papinhas (apenas para as primeiras refeições – vide comentário acima)
  • Panos de boca
  • Pomadas tipo Desitin / Hipoglôs
  • Potes extras para amassar frutas e etc.
  • Prendedores de chupetas
  • RG
  • Sabonete e xampu
  • Saco de dormir (excelente para lugares frios)
  • Sapatos
  • Tesoura e lixa
  • Toalha de banho (se você não confiar na limpeza da toalha do hotel)
  • Trocador portátil
  • Vitaminas (se estiver tomando alguma)

Quanto às fraldas, sugiro que você faça uma pesquisa pela internet para saber previamente os tipos e preços de fraldas no destino. Uma pesquisa prévia pode não só resultar em menos tralha para carregar, mas também em economia de dinheiro!

Quanto às fraldas, esteja preparado para marcas que talvez não existam aqui, mas na maioria das vezes é possível encontrar as marcas mais conhecidas.

Bem pessoal, por hora, nesta doce vida de pais viajantes, era isto que tínhamos para compartilhar a respeito de viajar com crianças.

E mesmo que este não seja um baby blog, no decorrer dos posts e na recém inaugurada sessão Viajando com Crianças, iremos contar aquilo que formos aprendendo na estrada, pois afinal, o passaporte do Cumbiquinho tem muita página para ser preenchida!

Agora só falta ele aprender a falar “E lá vamos nós!”como a mãe.

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Diogo Avila

Veja os comentários

  • Muito bom! É isso mesmo, um passo de cada vez. Com meu primeiro filho, foram logo os resorts e viagens pelo Brasil. O segundo, já foi para Disney com 1 ano de 11 meses e a partir daí não pararam... Canadá, Chicago, Europa, África (dormiram no Saara) e, agora, com 5 e 8 anos, vamos encarar a Ásia (SE com a Tailândia, inclusive!). Estamos preparados...

  • Excelente Manual com dicas para viajar bem com crianças. Afinal férias é para todos se divertirem sem grandes problemas de modo a realmente esquecer o stress do dia-a-dia. Parabéns a Vocês.

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