Você já comprou bilhete numa companhia aérea para um destino e na hora H voou com outra empresa indo parar em outro destino? Pois é, aconteceu conosco e foi assim, super por acaso que tivemos uma segunda oportunidade de voar com a American Airlines para Los Angeles, mas desta vez no Boeing 787-9 (Dreamliner).
Este post reflete bem aquilo que aqui chamamos de perrengues de viagem, já que o plano não era voar com a American Airlines, muito menos ir parar em Los Angeles. Não, o vacilo não foi meu; eu não comprei passagem errada.
O fato é que este post deveria chamar-se algo como “voando United Airlines para Chicago e Vancouver”, mas assim não permitiu o destino.
Alterando o plano de voo
Um dos primeiros passos no planejamento da viagem ao Canadá foi a compra das passagens. No caso, a ideia era a seguinte: voar de São Paulo para Chicago, chegando pela manhã para curtir a cidade (se você quiser saber como fazer isso, confira o nosso post sobre como melhor aproveitar suas conexões) e seguir para Vancouver no final do dia; e voltar por Toronto, com uma escala em Washington no mesmo esquema.
Tudo isso, voando United Airlines pois o custo e horários eram bem melhores do que as demais empresas.
Para alguns este plano pode parecer arrojado, mas confie, tinha tudo para dar certo.
Tinha… se não fosse um problema mecânico numa peça da aeronave da United Airlines.
Chegamos super cedo ao Aeroporto de Guarulhos, e já fomos para a fila. Aberto o check-in, a fila andou um pouco e simplesmente travou por quase 1 hora. Os apps de monitoramento do voo começaram a apitar que o voo estava atrasado.
Por mais que normalmente eu seja bastante preocupado com este tipo de coisa, pois já tomei alguns “olés” na vida, logo pensei: ok, alguns minutos não me fazem falta. Mas a coisa foi ficando cada vez mais estranha, até que em determinado momento veio a notícia: sairíamos apenas no dia seguinte.
Ai começou aquela coisa de oferece voucher para cancelar, hotel, remarcação e tal. Nada disso nos ajudava porque o cronograma em Vancouver não permitia muita folga.
Foi então que tive a ideia de olhar e ver que outras empresas também tinham voos para os EUA naquele horário. Saquei o app de monitoramento de voos e comecei a fazer as contas de horários de partida e chegada para ver o que encaixava. Vale tudo para salvar a viagem!!!
Quando cheguei no balcão da United, perguntei se não dava para nos realocar num voo da American Airlines que também ia para Chicago.
Para a minha surpresa, a gentil atendente da United me disse que se corrêssemos, ela conseguiria “endossar” os bilhetes de ida voando com a American Airlines, mas teria que ser para Los Angeles. O para Chicago já estava cheio e partindo.
Rapidamente pensei: chegar em Los Angeles, beleza. Mas e como ir de lá para Vancouver?!?!?
A atendente conseguiu “endossar” também os bilhetes da United para a Air Canadá para que fosse possível fazermos a conexão em Los Angeles. Mas esta parte da viagem é assunto para um próximo post…
Você planeja tudo e no final as coisas se resolvem de outra forma. Quem viaja tem que contar com planejamento sim, mas uma dose de sorte e boa vontade da empresa aérea também ajudam.
Bem, quase pulei o balcão para abraçar a atendente da United Airlines, mas tínhamos que correr para fazer o check-in na American Airlines.
Limite de bagagem e milhas na American Airlines
Excepcionalmente neste review não vou me deter muito com pontos que normalmente tratamos nos reviews de empresas aéreas, como por exemplo o processo de compra da passagem, já que entramos de gaiato nessa. 😂
Também não vou me aprofundar em temas como limite de bagagem, pois já tratamos disso no post anterior e as informações atualizadas você confere no site da American Airlines.
Sobre o programa de milhagens da American Airlines, o AAdvantage, a minha recomendação sobre filiar-se a ele ou não, e também se compensa pontuar nele ou não, depende muito do seu perfil de viajante.
Quem viaja muito para os EUA, pode ver nele uma excelente oportunidade de pontuar diretamente na American Airlines.
Já quem viaja de forma não tão frequente aos EUA, pode preferir pontuar em alguma parceira da American Airlines que faça parte da aliança One World ou ainda alguma parceira independente da American Airlines. Na data deste post, a GOL era a única parceira brasileira, portanto pontuar no Smiles seria, hoje, a melhor opção.
O importante é que você não deixe de pontuar e tente dentro do possível manter as suas milhas sempre concentradas em uma ou no máximo duas empresas aéreas para aumentar as suas chances de somar mais milhas e assim fazer resgates mais frequentes e melhores.
Boeing 787-9 (Dreamliner) da American Airlines
Por mais que esta não tenha sido a primeira vez que voamos com a American Airlines (confira aqui os outros voos), foi a primeira vez em que voamos no Boeing 787-9 (Dreamliner), uma das aeronaves mais modernas da fabricante norte-americana.
O Boeing 787-9 conta com algumas inovações super interessantes, especialmente se você como eu tem um olhar mais preocupado com o meio ambiente.
Comparado com outras aeronaves do mesmo porte, o Boeing 787-9 tem um consumo de combustível 20% inferior em relação a outras aeronaves do mesmo porte, o que resulta em uma emissão de 25% a menos de C02. Com isso ele consegue operar inclusive em rotas mais longas do que o esperado.
No quesito conforto também existem diferenciais que você nota logo de plano.
Assim que ele atinge a altitude de cruzeiro, um deles fica mais evidente: uma significativa redução dos níveis de ruído na cabine.
Isto porque as duas turbinas da Rolls-Royce foram especialmente desenhadas para esta aeronave e os materiais utilizados contribuíram significativamente para uma operação mais silenciosa. Isso é interessante não só para quem mora nos arredores dos aeroportos, como também para quem curte (ou precisa!) dar aquela merecida cochilada a bordo.
Mais dois pontos que chamaram a atenção.
As janelas são 40% maiores se comparadas a outros modelos da Boeing, o que resulta em uma maior luminosidade da cabine durante o dia. Para quem, como eu, que adora uma janelinha de avião, é um deleite.
E por falar em janela, algo que você notará é que ela não tem mais aquela espécie de persiana de plástico para bloquear a luminosidade e que gera tretas entre passageiros malas.
Isso é feito eletronicamente por um botão abaixo da janela que faz a gradação da luminosidade. Dizem que é um processo eletrônico de escurecimento do vidro ou clareamento dependendo da regulagem que você aciona.
Particularmente eu fiquei muito na dúvida se isso realmente funcionaria, mas posso garantir que realmente dá certo. O vidro não chega a ficar completamente escuro, mas ele escurece o suficiente para impedir a claridade do sol direto, por exemplo.
Só achei que ele demora um pouco para surtir o efeito. Não sei se foi a minha percepção ou se era a minha janela, ou ainda se é assim mesmo.
Outro ponto interessante, mas que já vimos em outras aeronaves, é a iluminação interna da cabine.
Toda em LED, é possível fazer uma regulagem tanto de intensidade quanto de cores para uma iluminação mais agradável, especialmente em momentos como na refeição e durante a noite, novamente perfeito para um cochilo.
Ah, mais uma coisa que eu ia me esquecendo… Os bagageiros são 30% maiores do que o normal.
Será o fim da briga para colocar as malas no compartimento superior?!?!?
Voo e experiência a bordo
O Boeing 787-9 da American Airlines é configurado para 3 fileiras de 3 poltronas, ou seja, dois conjuntos assim nas laterais e um central.
Quem viu o meu outro review da American Airlines deve ter notado que a minha bronca com a empresa era justamente o estado de conservação das aeronaves.
Já pegamos inclusive uma delas com o acabamento remendado com silver tape… 😱
Mas no caso deste Boeing 787-9, até mesmo por ser uma aeronave recente, o estado de conservação não poderia ser outro que não excelente.
Acho que curei a minha birra com a American Airlines.
As poltronas escuras contrastam muito bem com o restante, mais claro; dando uma sensação de maior amplitude, o que é sempre bem vindo quando o assunto é interior de aeronaves.
E por falar em poltronas, o espaço para as pernas é bastante razoável. Na econômica, não chega a ser espetacular, pois já tivemos melhores, mas é bastante razoável.
Sistema de entretenimento
O sistema de entretenimento da American Airlines, com novas telas com maior resolução e tamanho.
Até mesmo por operar até então aeronaves mais antigas nas rotas com o Brasil, a empresa pecava bastante neste ponto.
A quantidade de opções de filmes e etc é bem incessante. Não chega a ser como o ICE da Emirates, mas é muito bom.
Abaixo da tela, em todas as poltronas você tem tanto uma tomada regular quanto uma porta USB, coisa que não é lá muito comum.
Refeições na American Airlines
Neste voo da American Airlines, que parte no final do período da noite, chegando em Los Angeles pela manhã depois de aproximadamente 12 horas são servidas duas refeições: um jantar algumas horas depois da decolagem e um café da manhã algumas horas antes do pouso.
Eu tenho uma percepção bastante pessoal das refeições servidas pela American Airlines: elas são simples, porém saborosas.
Comparando as refeições da American Airlines com outras empresas aéreas, elas são claramente mais simples, especialmente em termos de itens / variedade.
Por mais que para alguns isso seja um ponto negativo, eu penso que a American Airlines acaba compensando muito bem isso com um fato muito importante: a comida não tem aquele gosto de plástico, de comida de avião. Tem gosto de comida mesmo!
Sim, é uma questão de paladar, mas eu sempre tive uma boa impressão das refeições da American Airlines, notadamente das massas.
Aeroporto de Los Angeles
Como já tínhamos passado por Los Angeles algum tempo atrás e não tínhamos pensado em nenhum plano específico para esta parada não programada lá, como por exemplo reservado carro e etc, optamos por não dar aquele passeio pela cidade que já fizemos no passado.
Inclusive já fizemos isso em Los Angeles para fazer compras e também passar o dia em Venice Beach. Uma delícia, recomendo!
Outro empecilho a um plano de passeio era o fato de que tínhamos que entender melhor a situação do nosso voo até Vancouver com a Air Canadá. Precisávamos confirmar o nosso endosso, fazer o check-in e ainda despachar as malas; e tudo isso custa tempo precioso para estes esquemas.
Então resolvemos ficar umas horas no aeroporto, aproveitando para esticar as pernas; almoçar e “curtir” o aeroporto de Los Angeles.
As aspas acima se justificam porque se você comparar ele com outros aeroportos pelo mundo, ou até com os nossos Top 5 Aeroportos Favoritos, o LAX, como é conhecido o aeroporto local, fica muito, mas muito abaixo do esperado.
Não que seja ruim, quero deixar claro.
Mas não é um aeroporto agradável ou com vários serviços ao ponto de fazer uma escala longa minimamente agradável.
Eu particularmente penso que é uma característica que atinge todos os aeroportos norte-americanos.
Você já notou como todos eles são particularmente parecidos, e em certa medida sem graça?
Nada de restaurantes legais ou lojas interessantes para você matar um tempo batendo pernas. Há apenas aquelas lojas no estilo: souvenires made in China + revistas + doces; e alguns lugares bem abaixo da média para refeições.
E você já voou com a American Airlines? Como foi? Deixe seu comentário abaixo.